O projeto proposto para o novo Centro de Preservação de Bens Culturais da Fundação Casa de Rui de Barbosa, apresenta duas premissas principais:

A primeira diz respeito à articulação do novo edifício de arquivo e do pavilhão de exposições com o espaço público adjacente. Dado o caráter público da Fundação e tendo consciência da necessidade de um diálogo com o bairro (botafogo) e com a cidade, o projeto propõe uma nova relação do conjunto arquitetônico, existente e projetado, com a rua Assunção, que dá acesso à ala Norte da Fundação. Esta proposta se dá por meio do alargamento da calçada frontal ao sítio de intervenção, conformando uma pequena praça que dilui o limite público-privado do lote e confere ao local uma ambiência urbana qualificada que visa estimular a utilização do espaço da rua.

A segunda premissa diz respeito à racionalidade da implantação e do sistema construtivo. O edifício que abriga o acervo é organizado em duas lâminas longitudinais e lineares, articulada por um núcleo de circulação vertical localizado no eixo central do lote. A relação entre esses volumes resulta em uma eficiente distribuição de fluxos e infraestrutura, permitindo a implantação de um sistema construtivo modular e passível de pré-fabricação. A mesma racionalidade construtiva foi aplicada ao pavilhão de exposições, um volume linear, cuidadosamente implantado para organizar os fluxos de acesso ao jardim e ao edifício sede, estabelecendo uma relação de frontalidade com a praça proposta.

Estes dois princípios foram adotados buscando, por um lado, reafirmar a condição do Conjunto arquitetônico da Fundação Casa de Rui Barbosa como peça importante na definição da identidade de seu entorno urbano, e por outro, conferir à nova edificação uma solução técnica que valorize a nobre função de abrigar uma importante parcela de nossa memória cultural.