Premissas
- um edifício que represente a guarda da memória e conteúdos principais da Fundação Casa Rui Barbosa;
- independente de sua escala e configurações tecnológicas, a proposta para o anexo deve potencializar o território no qual se insere, de forma a valorizar não apenas a nova construção e seu significado,mas também o edifício sede, o jardim tombado e o museu.
- mesmo se tratando de um edifício de caráter particular, que requer controle e segurança, temos o compromisso com o espaço público, aqui representado pela rua Assunção, seu entorno e pelo jardim da Casa Rui Barbosa.
Potencializando o território
Optamos, com muito critério, pela demolição da circulação vertical existente e, assim, potencializarmos o território existente que agora torna-se um espaço único. Através da demolição e consequente mescla dos espaços segregados, podemos, na relocação das circulações verticais, proporcionar, não somente a valorização da união do novo com o existente, mas principalmente a composição de uma nova espacialidade associada aos espaços públicos existentes.
Compromisso com o lugar
Com a estratégia de preenchimento dos espaços negativos residuais e a transformação da condição de “fundos” da instituição em uma “nova frente”, optamos por implantar a massa edificada proposta de maneira que sua orientação configure, claramente, a continuação do pátio, bem como das calçadas da rua assunção, conferindo uma nova legibilidade espacial ao conjunto, permitindo sua percepção como “lugar”.
Compromisso com a memória
Enquanto o museu junto com o jardim, que ocupam grande parte do terreno, representam a memória particular de um ícone da história do Brasil, a fundação juntamente com seu acervo devem representar o seu legado, o seu trabalho intelectual. Neste sentido, propomos que o eixo de circulação coberto por pérgola que corta o terreno do museu e passeia pelo jardim histórico seja prolongado formalmente, rasgando o edifício sede e integrando-o ao novo território criado, pátio águia de Haia, apelido pelo qual Rui Barbosa ficou conhecido devido ao seu destaque na ii conferência da paz em Haia.
Compromisso com o águia de Haia
O pátio águia de Haia, além de ser o símbolo do legado intelectual de rui barbosa, permite que uma pequena parte do conteúdo do acervo não se restrinja apenas aos pesquisadores e funcionários, mas se dissemine de forma franca e pública aos usuários do pátio e, assim gere identidade ao lugar. Para isso, o final do pátio é marcado por um grande painel em vidro localizado no alto, à vista de todos. Tal painel é composto por frases adesivadas contendo pensamentos e ensinamentos ainda atuais do águia de Haia que podem ser trocadas periodicamente pela instituição conforme interesse. Uma serigrafia insinua sua face como se Rui Barbosa observasse do alto nosso cotidiano contemporâneo.
Compromisso com a paisagem
Estendendo seu caráter “regenerador” na forma de canal verde, usamos o plano superior criado como substrato a nova arquitetura capaz de conectar o grande jardim, antes limitado ao museu, ao corredor verde existente na rua assunção.
Desta forma,o plano superior verde criado contribui, como uma ponte, para que o verde das copas das grandiosas árvores do jardim histórico transponha a barreira feita pelo edifício sede da fundação existente.
Compromisso com existente e o novo edificados
Propomos que os novos locais de circulação possibilitem a união e flexibilização dos edifícios, novo e existente, que agora configuram um único corpo. Uma ponte, que marca o final do pátio, faz a ligação entre funcionários e a guarda, o acervo. Desta forma proporciona um futuro flexível de remanejamentos internos à toda a sede. Ao mesmo tempo, foram pensadas circulações distintas no intuito de dar independência aos vários usos e garantir segurança do acervo histórico.
ficha técnica
Opera Quatro Arquitetura
Arquitetura
Pablo Basílio de Sá Leite Chakur
Fernanda S. Ferreira
Colaboradores
Arthur Lara