Uma caixa-forte para a nossa história
O Centro de Preservação de Bens Culturais da Casa Rui Barbosa foi concebido como uma edificação que deverá proteger o conhecimento diverso e a produção dos grandes escritores brasileiros – uma Caixa-Forte para a nossa História – mas que também está aberta à sociedade, permitindo que pesquisadores e estudiosos tenham acesso ao seu acervo de valor inestimável.
Desta forma partimos de uma caixa-forte arquetípica, um grande bloco completamente vedado ao exterior que mantém condições ideais de segurança e ambiente. Esta caixa se abre em torno de um eixo leste-oeste criando um pátio interno que permeia todos os espaços chegando até o exterior. A abertura da caixa, um gesto de grande força simbólica, demonstra a missão da Fundação de não apenas armazenar e catalogar, mas também difundir e expandir conhecimento.
O partido toma posse de praticamente todo o perímetro do lote, deixando as áreas de iluminação e de permeabilidade do terreno voltadas predominantemente para o seu interior.
O pragmatismo do programa e a necessidade de otimização dos espaços de circulação nos levou à solução em barras – tanto para os ambientes de trabalho/laboratórios como para o acervo. Da mesma forma outra barra conforma o Espaço de Exposições no pátio da pré-existência: ele é um volume que dialoga tanto com a edificação nova proposta como com o edifício-sede existente.
Materialidade
Externamente a edificação possui uma fachada ventilada composta por chapas de aço corten perfuradas. A escolha do aço corten para revestir a fachada segue o conceito de uma caixa-forte para abrigar a coleção de uma fundação que ainda irá se consolidar e expandir. É um material natural utilizado há séculos e que não requer nenhuma manutenção - simboliza a resistência, segurança e invulnerabilidade inerentes a uma edificação que deve proteger e minimizar riscos. Muito utilizado na indústria naval, é ideal para resistir às intempéries litorâneas.
Segurança
Por necessidade de segurança contra incêndio e isolamento de risco, uma escada protegida com portas corta-fogo se faz necessária, bem como isolamento de risco entre todos os pavimentos.
As salas de guarda de acervo se voltam para a fachada norte, protegida de qualquer incidência solar direta devido à torre residencial vizinha. Estes espaços contam com difusores e controladores que permitem a entrada de luz natural caso necessário. Ao mesmo tempo possuem um sistema de controle de temperatura e umidade com sensores em todos os ambientes garantindo a manutenção do rígido ambiente necessário para a guarda do acervo da fundação.
Todas as paredes são concebidas com um sistema de várias camadas assegurando a inércia térmica e isolamento da edificação.
ficha técnica
Ideia 1 Arquitetura e Planejamento
Arquitetura
Gabriel Cruz Grandó
Marcos Laurino
Cristina Martins
Camila Sanvitto
Angélica Crusius
Christine Beck
Luis Rocha
Leonardo Neumann
Diego Lopes
Felipe Tenn Pass
Colaboradores
InvernoStudio
Acadêmicos
André Landini
Themis Silva
Paula Cruz