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CALLIARI, Mauro. O Parque da Juventude. O poder da ressignificação. Projetos, São Paulo, ano 14, n. 162.03, Vitruvius, jul. 2014 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.162/5213>.


O Parque da Juventude representa, além da oferta de um novo espaço de lazer para a população da cidade de São Paulo, uma significativa e simbólica operação de reconversão de usos de um espaço outrora ocupado por um conjunto penitenciário, a Casa de Detenção do Carandiru, em um parque público de aproximadamente 240.000m².

Aflalo & Gasperini Arquitetos e Rosa Grena Kliass Arquitetura Paisagismo. Parque da Juventude, Parque Central. Implantação

Aflalo & Gasperini Arquitetos e Rosa Grena Kliass Arquitetura Paisagismo. Parque da Juventude, Parque Esportivo. Implantação

Conforme a proposta vencedora do Concurso Nacional de Plano Diretor para a área, em 1999, quatro dos sete pavilhões de presos serão totalmente readaptados para atividades de ensino, cultura, saúde e inclusão digital e toda a área externa transformada em um parque.

O projeto de Arquitetura Paisagística abarca uma superfície de quase 200.000m², incluindo os pátios internos dos pavilhões reocupados, subdividida em três compartimentos de características diferenciadas, resultando nos três setores de projeto e correspondendo a três fases de implantação da obra: o Parque Esportivo, o Parque Central e o Parque Institucional.

Rosa Grena Kliass Arquitetura Paisagismo, Parque da Juventude. Cortes, de cima para baixo: morros; escada; deck geral; ponte pequena

O primeiro setor, o Parque Esportivo, foi implantado em área bastante degradada, constituída pelo terreno antes parcialmente ocupado pelo Hospital Penitenciário e por área destinada a aterro e bota-fora, num total de 35.000m².

A área é estruturada pela Alameda Principal, passeio arborizado por Guapuruvus (Schizolobium parahyba), Paus-Brasil (Caesalpinia echinata) e Jequitibás-rosa (Cariniana legalis), passeio este que vai constituir o eixo alinhavador de todo o Parque.

Rosa Grena Kliass Arquitetura Paisagismo, Parque da Juventude. Croquis Rosa Grena Kliass

Com a função explícita de lazer ativo (esportes coletivos e individuais), foram implantadas, ao longo da Alameda Principal, 10 quadras poliesportivas e uma arena de skate.

Ao sul da Alameda, uma trilha oferece um percurso alternativo para caminhadas. Ao longo deste percurso, pequenos nichos de estar, arborizados e com equipamentos de recreação infantil, representam alternativa de uso e complementam a atividade esportiva.

Este setor, aberto ao público em setembro de 2003, é utilizado tanto no período diurno quanto noturno, tendo assim recebido cuidado especial no que concerne ao projeto de iluminação.

O Parque Central, aberto em setembro de 2004, com 90.000m², corresponde ao compartimento de características naturalísticas, com predominância de cobertura vegetal, grandes massas de porte arbóreo e extensos gramados.

Neste trecho da gleba, nos anos 90 do século passado, foram iniciadas as obras do segundo conjunto da Casa de Detenção, as quais não chegaram a ser finalizadas.

Das construções remanescentes da época das obras, dois edifícios foram completamente demolidos, bem como duas faces do quadrilátero murado do complexo em construção. No entanto, parte das estruturas -- lajes, colunas e vigas --, recobertas espontaneamente por vegetação e envoltas por denso bosque constituído principalmente de tipunas (Tipuana tipu), foram incorporadas ao desenho do projeto.

De modo a possibilitar novos usos aos resquícios das edificações e preservar a vegetação que os envolve, foram mantidos, em seu estado de conservação atual, duas faces da muralha, seus respectivos passadiços elevados e as estruturas do edifício da administração.

Viabilizando o usufruto das inusitadas paisagens criadas a partir da fusão da vegetação regenerada e da arquitetura abandonada, foram construídos acessos ao topo da muralha (escadas em estrutura de aço e pisos de madeira). Uma passarela conecta novamente dois trechos separados da muralha, possibilitando o passeio elevado a 6,50 m acima do nível do solo. Neste nível, além de poder passear por entre a copa das árvores, tem-se a possibilidade de observar o Parque e a cidade a partir deste mirante longitudinal de 300m de extensão.

Rosa Grena Kliass Arquitetura Paisagismo, Parque da Juventude. Cortes, de cima para baixo: deck; deck; passadiço; passarela

Voltando ao nível do terreno, por entre as estruturas abandonadas do edifício da administração, composta exclusivamente por um conjunto de pilares, vigas e lajes do piso térreo, e a paliçada de troncos das tipuanas que envolvem o lugar, foi implantado um deck elevado a 30cm do nível das lajes remanescentes. Composto igualmente por uma estrutura de aço e piso de madeira, o deck possibilita ao usuário a fruição do espaço e a observação da alternância do comportamento da vegetação entre a estação seca (inverno) e a chuvosa (verão).

Como contraponto aos densos maciços arbóreos existentes e apropriando-se dos vazios criados com a demolição dos edifícios, o perfil do terreno foi remodelado, criando-se colinas suaves e extensos gramados, reforçando o caráter naturalístico e oferecendo lugares para a contemplação e descanso.

Uma rede de caminhos ladeia e atravessa os gramados e os bosques, interligando o Parque Central aos diferentes setores, além de duas pontes que, sobre o córrego Carajás, darão acesso ao Parque Institucional.

A última fase de implantação corresponde ao Parque Institucional, tendo como elementos principais o conjunto de quatro edifícios da antiga Casa de Detenção, um novo teatro e a grande Praça resultante. A reconversão de uso desses edifícios contempla atividades de ensino, cultura, formação profissional e abrigo de instituições do terceiro setor.

Este setor contém o elemento que dá ao Parque da Juventude o caráter metropolitano: a poucos metros encontra-se a estação Carandiru do Metrô paulistano. A partir dela, o visitante acessará a grande Praça (90m de largura por 160m de comprimento).

Este setor, pelos seus usos e pela situação no tecido da cidade, bem como pelo caráter impresso pelo projeto, é um espaço de referência da região urbana do entorno e será a conexão do Parque com a Metrópole. A Praça será o ponto de referência urbana e de distribuição dos usuários, tanto para as construções adjacentes como para o interior do Parque, através da Alameda Principal que começa/termina neste setor, permeando e interligando todas as fases do Parque.

A preservação de um conjunto arbóreo, notadamente Paus-ferro (Caesalpinia ferrea), no lado norte da Praça, propiciará de imediato sombra aos novos bancos a serem instalados sobre um piso de grama e paralelepípedos. Sob um novo maciço de árvores dispostas longitudinalmente, ao sul da Praça, outro espaço de estar será configurado, acompanhando a Alameda Principal.

Por fim, de modo a responder à previsão de um espaço aberto destinado a eventos ao ar livre, o teatro projetado apresentará na face posterior um palco reversível, adaptável às apresentações internas e externas. Assim, entre o edifício do teatro e o Córrego Carajás, uma extensa área livre gramada, protegida ao norte por um bosque a ser implantado, comportará um público aproximado de 27.000 pessoas.

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162.03 prêmio salmona
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162.01 memory

The 9/11 Memorial Museum

162.02 paisagismo

Parque Restinga de Mambucaba

Eduardo Barra

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