Localiza no centro da cidade de Salvador, a praça é delimitada ao norte pelo edifício do Espaço Itaú de Cinema, ao sul pela Ladeira da Barroquinha, a oeste pela Rua Chile (fim da Av. Sete de Setembro) e a leste pela praça da igreja da Barroquinha. O projeto para a requalificação da área pretende acomodar novos usos, mobiliário urbano e materiais, além de valorizar os edifícios históricos do entorno e do cinema, este tombado pelo IPHAN.
A praça tem como principal objetivo servir o público passante e do entorno. Será um lugar de encontro, de recepção, de acolhimento, de estar, uma extensão do próprio cinema e de toda a atividade de ir ao cinema. Conta com um projetor ao ar livre sobre o pano cego da fachada sul do edifício do cinema e com isso assume protagonismo e define cenário para toda a praça. A praça, pela sua situação elevada em relação ao entorno próximo tem como vocação natural se tornar um mirante sobre a igreja da Barroquinha, a leste, e para a baía de Todos os Santos, a oeste. A morfologia da praça acompanha os desníveis da Rua Chile. O partido do projeto da praça aproveita este desnível continuo e cria patamares ou plataformas em concordância com a inclinação da rua. O desenho das plataformas, portanto, respeita as cotas da rua, permitindo o acesso em nível e originando com isso um desenho orgânico que se manifesta em degraus mais estreitos e largos patamares. O patamar com a cota mais baixa abriga o estacionamento para vinte automóveis, dentre estes, uma vaga acessível. O acesso para o estacionamento é feito pela Rua Chile.
A esplanada do café do cinema se situa na zona leste, próximo a escadaria de pedras que dá acesso a Igreja da Barroquinha. O serviço da esplanada será feita através de um balcão que se abre para o exterior e pelas portas secundárias de acesso ao edifício. Através do grande vão do café, será possível uma comunicação direta entre a esplanada exterior e o café/foyer interior. Nesse trecho da praça foram projetadas mesas e cadeiras ao ar livre aproveitando as vistas da igreja da Barroquinha e no lado oposto, a vista ao mar. A atividade de ir ao cinema não se restringe apenas ao período diurno e, por isso, a iluminação exterior é de grande relevância para a atividade noturna. A iluminação foi estudada de forma a permitir o conforto dos usuários abrangendo maior área da intervenção e também valorizar o patrimônio construído. Um grande poste de luz com escala urbana tem pétalas em diferentes alturas para criar diferentes ambientes de luz com o mínimo de suporte no piso.
A Ladeira da Barroquinha é delimitada pelas seguintes características: a norte pelo muro de pedra que forma a praça do cinema, a sul por um conjunto de edifícios com comércios no térreo que se abrem para a ladeira, a oeste pela calcada e meio fio da Avenida Sete de Setembro e por fim a leste pela praça da Igreja da Barroquinha. A Ladeira da Barroquinha é o caminho de muitos pedestres que partem do Terminal da Barroquinha em sentido do centro histórico da cidade e vice versa. Esse caráter transitório incentiva o comércio de rua e por isso mesmo hoje a ladeira é mais conhecida popularmente como ”rua do couro”. O muro de pedras mencionado anteriormente já foi um importante símbolo para a cidade e atualmente encontra-se barrado pelas barracas de comércio de rua e uma vasta vegetação que ao que tudo indica, apresenta graves problemas de conservação.
ficha técnica
nome do projeto
Praça e ladeira da Barroquinha
arquitetura
Metro arquitetos associados
arquitetos
Martin Corullon, Gustavo Cedroni, Marcelo Macedo, Isadora Marchi , Miki Itabashi, Luis Tavares, Rafael De Sousa, Flavio Bragaia E Renata Mori.
local
Salvador, Bahia
data de início da obra
novembro 2013
data de conclusão
junho 2015
área construída
2.440m²
projeto de iluminação
Ricardo Heder
projeto de instalações elétricas
P.K.M.
projeto de instalações hidráulicas
Usina de projetos
projeto de paisagismo
Ricardo Vianna
fotos
Ilana Bessler