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Nesta resenha, a partir da demonstração da afinidade entre os poetas João Cabral de Melo Neto (1920 – 1999) e o mineiro Murilo Mendes (1901 – 1975), a autora busca dar vulto à participação da arquitetura na obra desses dois poetas.

english
This review, following the demonstration of the affinity between the Pernambuco poet João Cabral de Melo Neto (1920 – 1999) and the Minas Gerais poet Murilo Mendes (1901 – 1975), seeks to stress the participation of architecture in the work of both poets

how to quote

LORDELLO, Eliane. Dois poetas, dois livros, uma afinidade. Resenhas Online, São Paulo, ano 17, n. 196.03, Vitruvius, abr. 2018 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/17.196/6951>.


“A visão poética do mundo deve justificar nossa existência.”
Murilo Mendes

Há muito tempo atrás, eu ainda universitária, ouvi um sábio professor declarar que a coisa mais importante para um estudante de arquitetura era a leitura. Isso porque, justificava ele, toda atividade humana se especializa e, assim, na literatura se apreende e se aprende a arquitetura. Seja pela narrativa direta dos espaços, seja pela capacidade do leitor de imaginar espaços.

Na poesia, linguagem de síntese, essa apreensão e aprendizado ganham profundidade, pois em sua linguagem econômica, precisa, os elementos escolhidos para compor o poema são os mais intensos, essenciais. Nesta resenha, tentarei dar vulto a essa reflexão por meio de obras de dois poetas: o pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999) e o mineiro Murilo Mendes (1901-1975). Amigos de longa data, Mendes dedicou a João Cabral o seu livro Parábola (1946-1952). O poeta pernambucano, por sua vez, escreveu versos em que citava o amigo Murilo Mendes. Conheçamos, então, os poetas.

Os poetas

João Cabral de Melo Neto nasceu no Engenho do Poço do Aleixo, no município de São Lourenço da Mata, em 1920, onde passou a infância. Viveu no Recife, foi diplomata designado para a Espanha e passou seus últimos anos de vida no Rio de Janeiro, onde faleceu em 1999. Para definir a si mesmo, o poeta pernambucano dizia ter orgulho da definição que recebeu do escritor Mário Faustino (1930-1962): “O senhor João Cabral é um poeta para quem a história existe, a geografia existe e a sociologia existe” (1). Igualmente definindo a si mesmo, João Cabral nos informa quem é pelo recurso aos lugares de onde veio: principiando pelo Nordeste, seguindo por Pernambuco, e afinal chegando ao Recife.

A entrada de Pernambuco em sua literatura se deu em seu pujante poema "O cão sem plumas", de 1950 (2). O poeta justificou essa entrada de Pernambuco em sua poesia pela forte impressão que lhe causara a leitura, em Barcelona, de uma revista de economia que reportava que a expectativa de vida no Recife era de 28 anos, e, na Índia, 29. Vemos, nessa justificativa do poeta, algo que reforça a definição que lhe fora dada por Mário Faustino, citado no parágrafo acima.

No poema "O cão sem plumas", como em toda a poesia de João Cabral, a poética é conseguida pelo uso de termos concretos, dando exatidão à descrição, e visibilidade ao rio Capibaribe, sua espessura (no dizer de João Cabral) – sua consistência e relevância. Igualmente com os mesmos recursos, dá significado ao Recife, cidade grande que se alastra pelas margens desse rio espesso como a vida que em torno dele se faz. O rio Capibaribe, o cão sem plumas, o cão sem enfeites, o cão de que ninguém cuida.

Haverá, talvez, nesse alastrar da cidade, uma manifestação angustiada da consciência do crescimento urbano desordenado, já que o poeta admitia angustiar-se na cidade grande. Ele afirmava que sua preocupação era com o interior, o rural, o que deixa entrever a veemência, em seu imaginário, da infância passada no engenho na Zona da Mata. Aqui há que se mencionar também a sua predileção por uma cidade mais à escala do homem, predileção evidente nos poemas que dedicou à cidade de Sevilha. É o que se pode apreender nos versos abaixo, do poema justamente intitulado “Sevilha”:

A cidade mais bem cortada que vi, Sevilha;
Cidade que veste o homem sob medida (3).

Cidade onde a arquitetura se urbaniza, tal como a descreve o poeta em outro poema, "Viver Sevilha":

Mas só a arquitetura é total,
não virtual, ao corpo que a vive,
ainda mais se essa arquitetura
numa cidade se urbanize;

como em Sevilha, a mais regaço
de toda  cidade que existe,
pois nela vamos e nos vai,
num vai e vem que é ir-se e vir-se (4).

Apesar das escalas diferentes de Recife e Sevilha, as duas cidades em sua memória poética se aproximam. Isso se dá, por exemplo, pelo clima árido de Sevilha, que o remete às regiões áridas de seu Nordeste. O poeta chegou a afirmar que seria um diplomata inadaptado, queixoso se o houvessem designado para um país verdejante. Também se aproximam, as duas cidades, pela geografia de beira-rio, o Capibaribe no Recife, o Guadalquivir em Sevilha. Há ainda outros aspectos que as unem em sua memória, os quais o poema "Pratos rasos" traz à tona, com intensa visibilidade.

Pratos rasos

O prato raso que é o Recife
e o prato raso que é Sevilha.
Nela, a beirada do Alcor,
nele, Guararapes, Olinda.

Mais: ambos os pratos estão
desbeiçados do mesmo lado,
o que faz com que ambas existam
debaixo de um céu de ar lavado.

Ambas estão escancaradas
ao ar sanativo do mar:
nele, o mar está ao pé, e nela
chega em marisma, terra-mar (5).

É incessante a busca da exatidão e da visibilidade na poética cabralina, diga-se, busca essa que muito se aproxima do intuito clássico da arquitetura. Lado outro, o que dizer das ricas descrições urbanas e paisagísticas presentes na obra do poeta, que tão interessante se faz para os que se ocupam de arquitetura? É notável ainda, na poética cabralina uma aproximação da arquitetura pela busca da melhor forma para expressá-la e pelo melhor ritmo para compô-la. Trata-se de um ritmo silencioso que vincula poesia e arquitetura, tal como se lê nas palavras do próprio poeta:

“O ritmo não é só musical, existe um ritmo sintático. Você diante de uma obra de arquitetura, vê que ela tem um ritmo. Esse ritmo não é musical, porque a arquitetura é muda. Existe um ritmo intelectual que é um ritmo sintático” (6).

Faz parte do vocabulário do arquiteto esse ritmo que se manifesta nas relações entre cheios e vazios, elementos estruturais, composições paisagísticas entre uma vastidão de possíveis exemplos. Se tal ritmo é assim buscado pelo poeta, tem-se nisto também uma manifestação de seu gosto pela arquitetura moderna, em função de sua objetividade. Vale evocar a admissão por parte de João Cabral, do influxo que absorveu de Le Corbusier, cujas concepções o inspiraram a fazer de sua poesia o que chamou de uma “máquina de emocionar.”

“João Cabral: Para mim a poesia é uma construção, como uma casa. Isso eu aprendi com Le Corbusier. A poesia é uma composição. Quando digo composição, quero dizer uma coisa construída, planejada – de fora para dentro. Ninguém imagina que Picasso fez os quadros que fez porque estava inspirado. O problema dele era pegar a tela, estudar os espaços, os volumes. Eu só entendo o poético neste sentido. Vou fazer uma poesia de tal extensão, com tais e tais elementos, coisas que eu vou colocando como se fossem tijolos. É por isso que eu posso gastar anos fazendo um poema: porque existe planejamento” (7).

Vejamos, pois, o poema "O Engenheiro", sobre o qual disse Evaldo Cabral de Melo, irmão do poeta, tratar-se da transformação do prédio da Secretaria da Fazenda de Pernambuco em um poema-homenagem ao engenheiro Antônio Baltar, seu construtor (8).

O engenheiro
A Antonio B. Baltar

A luz, o sol, o ar livre
envolvem o sonho do engenheiro.
O engenheiro sonha coisas claras:
superfícies, tênis, um copo de água.

O lápis, o esquadro, o papel;
o desenho, o projeto, o número:
o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre.

(Em certas tardes, nós subíamos
ao edifício. A cidade diária,
como um jornal que todos liam,
ganhava um pulmão de cimento e vidro.)

A água, o vento, a claridade
de um lado o rio, no alto as nuvens,
situavam na natureza o edifício
crescendo de suas forças simples (9).

Por fim, após todas as considerações acima feitas sobre a afinidade da poesia de João Cabral com a arquitetura, resta dizer que o poeta chegou a afirmar seu desejo de ser arquiteto. João Cabral não foi arquiteto, mas seus preceitos para a profissão estão muito bem sintetizados no poema a seguir transcrito.

Fábula de um arquiteto

A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;

construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e teto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.

Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até refechar o homem: na capela útero,
com confortos de matriz, outra vez feto (10).

Essa vontade de ser arquiteto também foi expressa pelo poeta Murilo Mendes. Sendo esta afinidade apenas uma dos possíveis abeiramentos entre os dois poetas. Podemos citar outras, tais como: a influência primeira do surrealismo, abandonada por João Cabral, mas intensamente notável na poesia de Murilo Mendes, ainda que de modo diverso daquele que influenciou o poeta pernambucano. Em Murilo, o surrealismo se manifesta em sua essência utópica. Eram grandes amigos os dois poetas e, enquanto João Cabral dizia querer dar a ver com sua poesia, admitiu que foi Murilo o poeta brasileiro com quem mais aprendeu da importância do visual sobre o conceitual e do plástico sobre o musical, termos que, de novo, nos remetem à arquitetura. Conheçamos, portanto, Murilo Mendes.

Murilo Mendes

Nascido em 1901 em casa, no Alto dos Passos, então divisada a partir da Avenida Rio Branco, em Juiz de Fora, Murilo Mendes vê despontar sua poesia em 1910, quando da passagem do cometa Halley, que tanto nutriu o imaginário daquela época. Até sua chegada ao Rio de Janeiro, em 1920, foi diversificado o percurso da vida do poeta mineiro, senão vejamos: Murilo Mendes foi aluno da Escola de Farmácia de Juiz de Fora, telegrafista, prático de farmácia, guarda-livros, funcionário de cartório, professor de francês na cidade de Palmira (atual Santos Dumont). Mais ainda, já no Rio de Janeiro, foi arquivista do Ministério da Fazenda e funcionário do Banco Mercantil. Tal trajetória, por tantas vezes burocrática, jamais solapou o poeta e o anarquista presentes em Murilo Mendes, que dizia, de si mesmo: “dentro  de mim discutem um mineiro, um grego, um hebreu, um indiano, um cristão péssimo, relaxado, um socialista amador” (11).

Seu comportamento anarquista, tanto quanto seu gosto pela música é flagrante em sua poesia em diversas passagens de sua vida, tal como relata sua amiga Luciana Stegagno Picchio:

Toda a existência de Murilo até a ida para a Europa é assim, ou melhor, é vista assim como a de um ser bondoso e aluado, anarquista por natureza, impaciente com a autoridade e o autoritarismo, pronto em todos os momentos a dizer não à ditadura, a qualquer ditadura, mas impaciente também com a banalidade, a preguiça mental. E eis o Murilo que abre o guarda-chuva durante um recital de piano no Municipal – mudo – contra a convencionalidade da execução e do programa; Murilo que, quando da tomada de Salzburgo pelos alemães, telegrafa a Hitler o seu protesto em nome de Wolfgang Amadeus Mozart; Murilo persona-non-grata na Espanha Franquista” (12).

Assim se nos afigura o múltiplo Murilo: o anarquista gaiato que diariamente em sua chegada ao Banco Mercantil tirava o chapéu e fazia reverências ao cofre-forte, saudando-o como o seu verdadeiro patrão. O que, inimigo das ditaduras, se exila na Itália em 1956, casado com Maria da Saudade Cortesão, filha do historiador português Jaime Cortesão, líder do antifascismo exilado no Brasil nas décadas de 1940 e 1950. Murilo, que, surrealista, tem vínculos com poetas e artistas plásticos surrealistas como René Magritte, Max Ernst, Alberto Magnelli e de inteligência modernista e democrática como Albert Camus. Murilo que saudado por todos os amigos como excelente amigo, veio a admitir sobre si mesmo a poderosa influência que lhe exerceu seu amigo modernista Ismael Nery, pintor e poeta que o conduziu à religiosidade e ao catolicismo. Por fim, resta citar a apreciação de Murilo Mendes sobre o trabalho do arquiteto catalão Antoni Gaudi:

Gaudi

A força irracional do concreto
Suspende curvas com o valor de retas.
Aparece-nos o gênio da pedra espessa,
Não desbastada: talhada
No cerne mesmo da estrutura.

O anteontem da pedra
Descerra o espaço cifrado:
A mão de Gaudi sabendo criar elementos
Que extraem de Montserrat o gótico e o barroco,
Inspiram residência, igreja, parque
Onde montamos o Pégaso (13).

Traçado esse breve perfil, é tempo de conhecer outras poesias deste Murilo que Manuel Bandeira intitulou “conciliador de contrários.”

Assim como João Cabral, Murilo Mendes era capaz de projetar seus livros e poemas como um arquiteto projeta suas construções. O que em Murilo é revelado pelos esquemas básicos que traçava dos livros que iria escrever, e que em João Cabral encontramos sob a forma até de estruturas matemáticas. Este é o caso da obra cabralina intitulada Serial, livro todo construído a partir do número 4. O livro é dividido em quatro partes sob qualquer ângulo do qual seja visto, constando de dezesseis poemas de quatro partes, enfim, numa lógica projetiva que faz lembrar a dos arquitetos Alberti e Palladio, para ficar em apenas dois exemplos. Na poética muriliana, essa construção racional pode ser ilustrada claramente pelo poema "Formidável", abaixo reproduzido, tal como consta na sua obra completa, em caixa-alta:

FORMIDÁVEL

FORMIDÁVEL
FORMADÁVEL
FORMADOVE
FORMADOVO
FORMADOVEL
FORMODOVEL
FORMIDÁBLIU
FORMIDÁCTIL
FORMITÁCTIL
FORMIDANÇA
FORMADANÇA
FORMIDEDO
FORMIDENDO
FORMIDADO
FORMIDOIDO
FORMIDOÍDO
FORMIDONDO
FORMOFILO
FORMOFOBO
FORMIAUDÍVEL
FORMIVÁVEL
FORMIGÁVEL
FORMIDÁVEL (14).

Nota-se que todo o poema se estrutura a partir do radical FORM, do qual derivam todas as palavras, que, dispostas ao longo de um eixo vertical lhe conferem unidade, forma, ritmo. O resultado, a um só tempo visual e lírico, é melhor apreensível pela leitura oral do poema.

Para finalizar as aproximações entre poesia e arquitetura em João Cabral de Melo Neto e Murilo Mendes, cotejamos os poemas "A voz do canavial", de João Cabral e "O erre", de Murilo Mendes.

A voz do canavial

Voz sem saliva da cigarra,
do papel seco que se amassa,

de quando se dobra o jornal:
assim canta o canavial,

ao vento que por suas folhas,
de navalha a navalha, soa,

vento que o dia e a noite toda
o folheia, e nele se esfola (15).

O erre

Os erres do erro. O erre da culatra.
O erre do erpe. O erre do tambor.

Os erres da errata. Os erres do erradio.
Os erres da derrota. Os erros do esquimó.

Sem erre, na rota do rangífer
Rangendo os dentes de ferro, de frio, de terror (16).

Nota-se que em ambos a composição se estrutura na repetição de elementos que, no primeiro, dá visibilidade ao que produz a voz do canavial, e, no segundo, à própria forma diferenciada de palavras com a letra erre.

Por fim, acreditando ter exposto a afinidade dos dois poetas e sua admiração pela arquitetura, fechamos esta resenha com dois versos de Murilo Mendes que bem cabem à poética de João Cabral:

A matéria é forte e absoluta
Sem ela não há poesia (17).

notas

NA - A autora agradece à amiga Sonia Marques pela leitura prévia e crítica desta resenha.

1
Entrevista a Marília Martins, Jornal do Brasil, Caderno B, Rio de Janeiro, 31 ago. 1992. In Athayde, 1998, p.150.

2
Cf.LORDELLO, Eliane. Viagem ao Recife de "O cão sem plumas". Resenhas Online, São Paulo, ano 12, n. 135.01, Vitruvius, mar. 2013 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/12.135/4694>

3
MELO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1999, p. 252. 

4
Idem, ibidem, p. 125.

5
Idem, ibidem, p. 446.

6
O Estado de São Paulo
, São Paulo, 19 jan. 1986. In Athayde 1998, p. 87.

7
MELO NETO, João Cabral de. Considerações do poeta em vigília. Entrevista concedida a Rinaldo Gama. Cadernos de Literatura Brasileira, Rio de Janeiro, n. 1, mar. 1996, p. 21-31.

8
Jornal do Brasil
, Rio de Janeiro, 23 mar. 2001.

9
MELO NETO, João Cabral de. Obra completa p. cit.), nota iii, p. 69-70.

10
Idem, ibidem, p. 345-346.

11
MENDES, Murilo. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1995, p. 45.

12
PICCHIO, Luciana Stegagno. In MENDES, Murilo. Op. cit., p. 25.

13
MENDES, Murilo. Op.cit., nota xii, p. 615.

14
Idem, ibidem, p. 722-723.

15
MELO NETO, João Cabral de. Obra completa (op. cit.), nota iv, p. 419.

16
Idem, ibidem, p. 716.

17
Idem, ibidem, p. 297.

sobre a autora

Eliane Lordello é arquiteta e urbanista (UFES, 1991); mestre em Arquitetura, na área de Teoria e Projeto (UFRJ, 2003) e doutora em Desenvolvimento Urbano na área de Conservação Integrada (UFPE, 2008). É arquiteta e urbanista da Gerência de Memória e Patrimônio da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo.

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