El proyecto del Centro de Formación de Herne Sodigen es una propuesta global de construcción ecológica y de integración de parámetros ambientales. Él se inscribe, en el marco del IBA Emscher Park que, con una estrategia amplia y a largo plazo, prevé la transformación de parte del distrito del Ruhr, la zona más industrializada de Alemania. A una escala más acotada, el Centro de Herne es el catalizador de un plan de revitalización urbana de los terrenos de una mina de carbón abandonada, del distrito de Sodingen.
El programa del concurso para el Centro, establecía la construcción de un centro de formación continua, con alojamientos, restaurante, sala de gimnasia y espacios deportivos externos. Posteriormente se le añaden una biblioteca pública, una sala polivalente, y el centro administrativo del distrito.
El rasgo distintivo de esta obra es que se encuentra entre las pocas que plantean la construcción ecológica como un proceso de concepción global. En ella están implícitas las iniciativas que van desde la planificación urbana, la rehabilitación de los terrenos de una mina abandonada, el ahorro energético y la reducción de emisiones de CO2, el reaprovechamiento del agua de lluvia para riego y limpieza, la utilización de energía solar pasiva, activa, y de energías disponibles in situ (metano), la ventilación y la luz natural, la utilización de materiales naturales locales.
El principio de la arquitectura es sencillo. Está basado en la idea de la creación de un “sobre microclimático” o sea, de una envolvente de vidrio que alberga dos bloques de edificios internos y es, a la vez, un recipiente de luz comparable al de un invernadero. El paisaje protegido que conforma, crea un espacio semipúblico con condiciones climáticas excepcionales, donde se puede pasar más tiempo “fuera” al ofrecerse un exterior al interior.
En vez de modificar la arquitectura para hacerla económica en energía e incorporar parámetros ecológicos, sus autores proponen la creación de un microclima, una traslación equiparable a la de Niza en la latitud de Dortmund, con inviernos a 0°C y veranos entre 25° y 30°C (1). Su arquitectura se concibe, como una especie de “manteau”, con lo cual hará frío en invierno, pero menos que fuera e inversamente en verano (2). Implícito en ello está la apuesta por la convivencia con el clima antes que la construcción de un abrigo estéril, térmicamente aislado. Para ello se construye un edificio que abre y cierra su piel para adaptar las condiciones climáticas interiores a las exteriores.
De entre las iniciativas emblemáticas del edificio está la integración de un “campo solar” de células fotovoltaicas en el techo del invernadero y en su fachada oeste, la mayor central de este tipo en el mundo (13.0000 m2). La energía así producida excede ampliamente las necesidades propias del edificio (750.000 Kw/h.)
El “campo solar” es comparable al “cielo” del microclima, y sirve también como protección solar del Centro. Se concibe como un conjunto de nubes cuya densidad fue simulada en función de la opacidad o luminosidad deseada (hombres, plantas, actividades, etc). Así su geometría, o combinación de densidades de paneles, procura optimizar la iluminación natural en todos los puntos del edificio. Las aperturas de los edificios internos a su vez, se equipan con reflectores de luz para aumentar la claridad de las habitaciones.
Otro ejemplo relevante de la mirada hacia la ecología es la utilización de las energías disponibles in situ. Los antiguos pozos de la mina lanzan más de un millón de m3 de gases a la atmósfera al año. El 60% de estos gases son metano, que se reutilizan en las unidades de cogeneración energética para producción de energía y calor. Tal iniciativa reduce la emisión de CO2 a la atmósfera en 2.000 T/año.
La visión global de la construcción ecológica trae como resultado un edificio, energéticamente autónomo, con emisión mínima de CO2 a la atmósfera, que utiliza los recursos naturales (viento, sol, agua de lluvia, gases), en suma, un prototipo de la arquitectura ecológica que se preocupa desde el “tapiz de algodón hasta del medio social” (3). En ese sentido parece pertinente la evocación del proyecto de Herne por parte de sus autores en cuanto “manifiesto” (4). Aquí la incorporación de parámetros ecológicos a la arquitectura es llevada hasta sus extremos, todos los aspectos implicados son abordados.
ficha técnica
Projecte Centre de Formació a Herne-Sodigen, Alemanya
Arquitectes: Jourda & Perraudin, Lyon
Concurs: 1989-1991
Projecte i construcció: 1994-1998
Enginyeria i estructura: Ove Arup & Partners
Col·laboradors: HHS, Kassel
notas
1
“Liberté, egalité, frugalité”. Entrevista con Françoise-Hélêne Jourda. Technique et architecture, nº 434, Noviembre 1997, p. 40-45.
2
Id. ib, p. 40-45.
3
Id. ib, p. 40-45.
4
Id. ib, p. 40-45.
sobre el autorAna Rosa de Oliveira é professora e pesquisadora do PROPAR-UFRGS e bolsista recém-dr CNPq
projeto do Centro de Formação de Herne Sodigen é uma proposta global de construção ecológica e de integração de parâmetros ambientais. Ele faz parte do grande projeto territorial IBA Emscher Park que, com uma estratégia ampla e a longo prazo, prevê a transformação de parte do distrito do Ruhr, a zona mais industrializada da Alemanha. Numa escala mais específica, o Centro de Herne é o catalisador de um plano de revitalização urbana dos terrenos de uma mina de carvão abandonada, do distrito de Sodingen.
O programa do concurso para o Centro, estabelecia a construção de um centro de formação continua, com alojamentos, restaurante, sala de ginástica e espaços esportivos externos. Posteriormente foram incluídos uma biblioteca pública, uma sala polivalente e o centro administrativo do distrito.
O traço particular desta obra é que se encontra entre as poucas que colocam a construção ecológica como um processo de concepção global. Nela estão implícitas as iniciativas que vão desde a planificação urbana, a reabilitação dos terrenos de uma mina abandonada, a economia energética e a redução de emissões de CO2, o reaproveitamento da água de chuva para regar plantas e limpeza, a utilização de energia solar passiva e ativa, além de energias disponíveis no local (metano), a ventilação e a luz natural, a utilização de materiais naturais locais.
O princípio da arquitetura é simples. Está baseado na idéia da criação de um “espaço microclimático” ou seja, de um envolvente de vidro que abriga dois blocos de edifícios internos, uma espécie de recipiente de luz, semelhante a uma estufa gigante. A paisagem protegida que dá forma cria um espaço semipúblico com condições climáticas excepcionais, aonde se pode passar mais tempo “fora” ao oferecer-se um exterior ao interior.
Ao invés de modificar a arquitetura para fazê-la econômica no consumo de energia e incorporar parâmetros ecológicos, seus autores propõem a criação de um microclima equiparável ao de Niza, na latitude de Dortmund, com invernos de 0°C e verões entre 25° e 30°C (1). Sua arquitetura se concebe como uma espécie de manta de cobertura, com a qual se obterá frio no inverno, mas com menos rigor do que o lado externo, ocorrendo o inverso no verão (2). Nesta decisão está implícita uma aposta na convivência climática em detrimento da construção de um abrigo estéril, termicamente isolado. Com essa finalidade se constrói um edifício que abre e fecha sua pele para adaptar as condições climáticas interiores às exteriores.
Dentre as iniciativas emblemáticas do edifício está a integração de um “campo solar” de células fotovoltaicas no teto da estufa gigante e em sua fachada oeste, a maior central deste tipo já construída no mundo (13.0000 m2). A energia assim produzida excede amplamente as necessidades próprias do edifício (750.000 Kw/h.)
O “campo solar” é comparável ao “céu” do microclima, e serve também como proteção solar do Centro. É concebido como um conjunto de nuvens cuja densidade foi simulada em função da opacidade ou luminosidade desejada (homens, plantas, atividades, etc). Assim sua geometria – ou combinação de densidades de painéis, procura otimizar a iluminação natural em todos os pontos do edifício. As aberturas dos edifícios internos, por sua vez, se equipam com refletores de luz para aumentar a claridade das habitações.
Outro exemplo relevante da preocupação ecológica é a utilização das energias disponíveis no local. Os antigos poços da mina lançam mais de um milhão de m3 de gases na atmosfera ao ano. Cerca de 60% destes gases são metano, que são reutilizados nas unidades de regeneração energética para produção de energia e calor. Tal iniciativa reduz a emissão de CO2 na atmosfera em 2.000 toneladas/ano.
A visão global da construção ecológica traz como resultado um edifício energeticamente autônomo, com emissão mínima de CO2 na atmosfera, que utiliza os recursos naturais (vento, sol, água de chuva, gases), em suma, um protótipo da arquitetura ecológica que se preocupa desde o “tecido de algodão até do meio social” (3). Nesse sentido, parece pertinente a evocação do projeto de Herne por parte de seus autores como um “manifesto” (4). Aqui a incorporação de parâmetros ecológicos à arquitetura é levada até seus extremos, onde todos os aspectos significativos são abordados.
Ficha técnica
Projeto: Centro de Formação em Herne-Sodigen, AlemanhArquitetos: Jourda & Perraudin, LyonConcurso: 1989-1991Projecto e construção: 1994-1998Engenharia e estrutura: Ove Arup & PartnersColaboradores: HHS, Kassel
notas
1
“Liberté, egalité, frugalité”. Entrevista con Françoise-Hélêne Jourda. Technique et architecture, nº 434, Noviembre 1997, p. 40-45.
2
Id. ib, p. 40-45.
3
Id. ib, p. 40-45.
4
Id. ib, p. 40-45.
sobre o autor
Ana Rosa de Oliveira é professora e pesquisadora do PROPAR-UFRGS e bolsista recém-dr CNPq