No reveillon de 2003 cheguei à Nova Zelândia, pequena ilha inglesa do Pacífico onde passei dez meses conhecendo o povo, paisagens e trabalhando de "cadista" a ajudante de pedreiro. Juntei a meus olhos curiosos alguns kiwi dolars e parti para Ásia. Primeiro um mês na Indonésia com sua tradição artesanal vendida barata aos jovens e embriagados surfistas australianos. Das ilhas da pimenta fui para a Índia, colorida e miserável, onde comi a melhor culinária que já pude imaginar e vi tanta gente sem imaginar comer. Da sagrada Varanasi com corpos queimando a beira do rio segui por terra até a gigante Rússia com suas cidades de exuberante arquitetura e suas mulheres de exuberante maquiagem. No caminho tive a oportunidade de ver e enquadrar cenas das montanhas do Nepal com seu povo forte e amável, das crianças empoeiradas no planalto Tibetano triste e sufocado pela autoritária China, por onde passei logo em seguida. Depois de cidades encortiçadas e guerreiros deterracota, mais um trem e estava nas "infinitas" pradarias da Mongólia. Seu povo nômade e "primitivo" enfrenta temperaturas de -40º a +40º em suas casas de madeira lã e pele. Da Mongólia para a Rússia e de lá para a familiar Europa ocidental, de onde depois de 2 meses voei de volta ao Brasil completando uma volta ao globo em 20 meses e vários rolos de filme.
sobre o autor
Fabricio Fernandes, arquiteto formado pela FAU PUC-Campinas em 2002, é fotógrafo amador e está radicado na Nova Zelândia.