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architectourism ISSN 1982-9930


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Guto Lacaz fala sobre Turismo na própria cabeça e cidades de sua predileção, em especial São Paulo, suporte urbano para diversas de suas instalações, como o grande "Periscópio" do Arte Cidade 2 e o "Auditório para questões delicadas" no Parque Ibirapuera


how to quote

LACAZ, Guto. Turismo na própria cabeça. Arquiteturismo, São Paulo, ano 01, n. 003.03, Vitruvius, maio 2007 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/01.003/1322>.


Andar de aviãozinho ou de submarino pelo apartamento é uma idéia sugestiva. É possível fazer turismo na própria casa?

Turismo, só fora de casa... Dá para fazer no quarteirão... Na casa vizinha...

Você expôs em São Paulo e outras cidades do Brasil e do Exterior. Qual a relação entre as exposições e as cidades?

Expus pouco fora de São Paulo – tenho boas lembranças de Belo Horizonte e Ouro Preto onde fiz sucesso e muitos amigos. No exterior fiz apenas 3 – duas legais Paris e Nova York mas sem saber o que o público achou pois voltei após a montagem.

A terceira em Kwangju, na Coréia – o maior mico de minha vida! Vinte e seis horas de vôo, perderam meu equipamento fiquei gripado e quebraram tudo! Perdi o encanto de expor no exterior. Também ninguém me convidou mais. Acho melhor assim.

Algumas obras suas, em especial o auditório no lago do Parque do Ibirapuera e o Periscópio do Arte/cidade 2, mudam de forma efêmera a paisagem urbana. Você poderia explicá-las?

Explicar é meio difícil pois são obras abertas – cada um faz sua própria leitura (ou espera-se que faça). O auditório nasceu de um convite da Prefeitura – Luiza Erundina e Marilena Chauí, um evento para homenagear os direitos humanos. Convidaram quatro artistas para aturem na escala urbana. Fiquei coma Zona Sul. Há muito tempo queria fazer um trabalho sobre a superfície da água. Escolhi o Ibirapuera por proximidade e por simpatia (tinha 6 anos em 1954 e fui na inauguração!). Pensei: “que objetos ficariam inusitados colocados sobre a superfície d’água?” e a cadeira ganhou. Fiquei dois meses indo diariamente ao lago para resolver a solução técnica. Nunca passei tanta vergonha em público. Mas, depois resolvi legal – hoje, nem sei como consegui.

O periscópio nasceu nas reuniões do Arte Cidade no prédio da Light. As reuniões eram no quinto andar onde seria parte da expo. Eu me perguntava como aquele mar de gente que passava na Rua Barão de Itapetininga poderia dar uma olhada na exposição?

A solução foi o Periscópio que funcionou super bem. Os próprios visitantes da exposição convidavam mais visitantes para subirem. Deu o maior medão pois às 4 da manhã içamos um espelho de 2 X 3 m a 35 metros de altura!

É amplamente conhecida a sedução que a parafernália tecnológica exerce sobre você. O quê ela significa em sua percepção artística?

(Gostei do amplamente). A tecnologia gosta de mim e eu gosto dela. Gostamos de conversar e ter idéias. Gosto de tudo o que se move e gostaria de movimentar tudo o que está parado. Uma obsessão.

Se pudesse escolher entre um dos irmãos Wright ou o Santos Dumont, quem você preferiria ser? Por quê?

Essa polêmica não me pega. Acho que ela não tem nada a ver. Ambos tem seus méritos. Cada um resolveu a sua maneira o problema. O Flyer é tão bonito quanto o 14 Bis ou o Demoiselle. O Demoiselle influenciou mais o desenho das aeronaves. A hélice do Flyer era a mais bonita. Mas, prefiro Santos Dumont, claro! sua obra é mais completa.

Viajando, quais são seus objetos do desejo?

Prefiro viajar de avião. Mas uma boa rodovia com paisagem também é legal – on the road! Hotel eu acho uma das maiores invenções da humanidade – roupa limpinha, café da manhã, vista... Cidade que eu gosto mesmo é de Nova York – fui seis vezes e gosto de andar e achar coisas por acaso.

Em uma nova cidade, quais suas predileções?

Já fui de comprar – hoje acho que tenho tudo o que preciso e apenas atualizo uma coisa ou outra. Gosto de andar e ver, parar para comer e continuar andando.

Você estudou em São José dos Campos, deu aulas em Campinas, expôs em Poços de Caldas... O que há de interessante nas cidades do interior?

As cidades do interior (Vale do Parahyba) eram o máximo – conheci muito Guaratinguetá e São José dos Campos. Eram paraísos – tudo era perto, toda noite tinha festa, tudo o que não podia em São Paulo fazíamos lá.

Hoje perderam o encanto – voltei para São José dos Campos e fiquei deprimido – virou uma cidade dormitório / shopping center. Viraram pequenas São Paulos.

Em “Graciosos gradis da garoa” e “Garoa modernista” você recorre à imagem nostálgica da garoa paulistana. Sua obra está umbilicalmente ligada a São Paulo?

Garoa Modernista nasceu durante um curso sobre Instalação na Oficina Cultural Oswald de Andrade – daí o título. Depois montei novamente de forma radical no Octógono da Pinacoteca. Vários problemas técnicos interessantes foram resolvidos como o comando eletrônico mecânico de sobe e desce.

Graciosos gradis da garoa é um registro da maravilhosa e anônima serralheria artística paulistana que está sendo jogada no lixo. A arquitetura que era um bem coletivo, sempre emoldurada por graciosos gradis, hoje se esconde atrás de altos muros agressivos e eletrificados.

sobre o entrevistado

Paulistano, arquiteto, Guto Lacaz é artista plástico e ilustrador. Autor de esculturas e instalações lúdicas, participou de diversos eventos exposições no Brasil e no exterior, dentre eles Modernidade (Paris, 1987) e Brazil Projects - P S1, (Nova York, 1988). Foi autor da concepção e montagem da exposição "Santos Dumont designer", comemorativa do centenário do vôo do 14 Bis, no Museu da Casa Brasileira.

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003.03 Entrevista
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