As cidades importantes quase sempre têm uma ou mais obras de arte dentre seus cartões postais. As obras de arte em espaços públicos, algumas de grande porte, são símbolos poderosos a ponto de alterar a paisagem urbana, lhe conferindo personalidade. O nosso campeão de bilheteria, o Cristo Redentor, até concorre ao título de uma das 7 novas maravilhas do mundo. Em São Paulo, o Monumento às Bandeiras do escultor Victor Brecheret cumpre este papel de obra culta, mas quem não conhece o Borba Gato de Julio Guerra? Peças excepcionais ou de gosto discutível, elas acabam com o passar dos anos a habitar a memória e o afeto de habitantes e turistas. Mas nem sempre o kitsh tem uma relação orgânica com a comunidade e os marqueteiros do mandatário de plantão podem ter as idéias mais insensatas. Os piores casos são os ridículos portais de entrada de diversas cidades turísticas das nossas regiões montanhosas. Em todo o Brasil pululam estes portais grotescos, com alusões estilísticas exóticas, em geral alpinas. Uma curadoria artística seria sempre aconselhável para um critério mais apurado na criação de símbolos nas cidades, turísticas ou não. Mas não seria querer demais?