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architexts ISSN 1809-6298


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GUERRA, Abilio; ESPALLARGAS GIMENEZ, Luis. Por um urbanismo de situação. Arquitextos, São Paulo, ano 01, n. 003.00, Vitruvius, ago. 2000 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.003/987>.

O desajuste entre a situação atual das grandes cidades - no que diz respeito aos equipamentos, infra-estrutura, ocupação do solo, etc. - e as novas necessidades da vida contemporânea é flagrante em todo o mundo. Infelizmente, o que podemos constatar hoje é que quase sempre, tanto na academia como na realidade, as oportunidades vislumbradas pouco foram além da possibilidade de corrigir problemas, antecipar novos desenhos que substituíssem estruturas claramente obsoletas ou indagar sobre o destino de importantes áreas que por qualquer motivo estivessem disponíveis.

A tradição urbanística deste século engendrou a expectativa do controle e da forma urbana legível, em outros períodos históricos que estão presentes apenas na literatura, nas utopias e em poucos e pequenos centros urbanos. Quase sempre os desafios que lançou partiram de pressupostos tão otimistas quanto preconceituosos, pois consideravam implícitos em seus resultados um improvável controle do território e a confirmação de uma noção apriorística de qualidade na forma final da cidade.

Os diversos conceitos iniciados com o prefixo "re" - requalificar, revitalizar, reciclar, renovar... - que abundam os discursos urbanísticos atuais demonstram que se a noção de tábula rasa foi abandonada, o mesmo não pode se dizer acerca da noção de qualidade urbana sempre implícita nas diversas concepções, tanto no Plano do modernismo radical, como nos diversos revivals e regionalismos do pós-guerra.

Na verdade, o que as visões urbanísticas atuais tem em geral identificado como problema urbano é aquilo que não corresponde à imagem prévia desta noção de qualidade urbana. Como as ações corretivas de recuperação, reciclagem e revitalização não podem ser universais se levada sempre em conta esta noção prévia de qualidade urbana, diversos problemas são considerados precocemente como insolúveis ou irremediavelmente perdidos para o lado "ruim" da cidade.

Porém é difícil acreditar que as grandes metrópoles e suas rebeldes e inacabadas periferias possam, hoje, na sua totalidade, ser revestidas destes valores ou enquadradas como paisagens notáveis. Ao mesmo tempo que pareceria cínico e irracional se, movidos pelos vários ceticismos ou pela certeza do fracasso, as cidades fossem abandonadas à sua sorte, ao resultado de um crescimento caótico e à desumanização sem precedentes que suas imensas e crescentes infra-estruturas exigem.

Um novo urbanismo tem que ser verificado segundo novas alternativas de intervenção e segundo a expectativa de diferentes resultados. Alternativas independentes das imagens postais e aprazíveis da cidade ocidental, alternativas que possam enfrentar, com algum tipo de desenho sério e competente, a grande gama das diversidades urbanas, alternativas que prevejam atividades humanas no desenho das obrigatórias obras de infra-estrutura das metrópoles e que também sejam capazes de reintegrar o homem naquelas que foram executadas nos tempos em que prevalecia unicamente a razão dos números e da eficiência.

A saída, talvez, estaria em rever os pressupostos da tradição urbanística, compreendendo o quanto muitas de suas idéias são amparadas em noções nostálgicas e/ou utópicas sem nexo com a realidade urbana contemporânea, levando em consideração o vigor e o interesse que situações imprevisíveis e aleatórias, vistas sem prejuízo, possam apresentar. Não é mais possível pensar uma megalópole como São Paulo como cidade tradicional, com seu espaço físico controlado por um plano ou por uma visão unívoca de qualidade urbana. Mas seria possível intervir em situações adversas e delas extrair aspectos distintivos e adequados às novas modalidades de convívio de uma sensibilidade humana transformada. Tal atitude representaria a resistência do desenho, como método de organização do ambiente, por ser esta a única maneira conhecida que pode acrescentar atributos e forma aos lugares.

notas

NA
Este texto conceitua trabalho de equipe de TGI 4ª feira 2000 da FAU PUC-Campinas

sobre os autores

Abílio Guerra é professor da FAU PUC-Campinas, editor de Arquitextos e ex-editor da Óculum.

Luis Espallargas Gimenez é arquiteto e professor da FAU PUC-Campinas e FAU Unip. Entre outros projetos, é autor da Base de Lançamentos de Alcântara no Maranhão.

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