Todos os planos voltados para dentro são inteiramente envidraçados, todos os perímetros exteriores são mudos, mas simpáticos ao usuário. Um teto verde como denominador comum e topografia recriada artificialmente. Quatro outdoors "ancoram" as vastas rampas da Casa para o local e voltam-se para os fluxos de tráfego.
"Classificação" por cores é uma tentativa de lidar a arquitetura com critérios comuns, senão banais, - tamanho, cheiro, cor. Designando cor, como um termo com perfil de consumo aos projetos, nós estamos tentando resumir as múltiplas facetas e ambições secretas de cada uma a uma plataforma compreensível e comunicativa, mas também não nos limitarmos a alguns tamanhos. Pelo contrário, tonalidades diferentes de uma mesma cor poderiam transmitir mesmo sutis expectativas, com desenho singular.
Nós pensamos em uma casa na sua aparência natural: madeira é madeira, tijolo é tijolo, concreto é concreto. Mesmo as elevações envidraçadas do primeiro conceito de fachada explorava as propriedades da lã isolante como tal. Nós usamos o seu amarelo como parte da identidade associada ao Baumaxx, simplesmente unindo os logos vermelhos a ela e embaraçando-os levemente com folhas de policarbonato ondulado. Cor como estratégia de marketing. Na teoria de comunicações visuais amarelo e vermelho são consideradas como "baratas", cores de baixo orçamento. É por isso que tais mercados D-I-Y as usam.
Finalmente, o cliente rejeitou a solução em favor de painéis de concreto pré-fabricados. Para não perder o impacto das elevações "ativas", foi decidido permanecer no império dos feito-prontos ao se escolher colocar uma camada de refletores sinalizadores de tráfego feitos sob encomenda vermelho e prateado sobre o concreto. O efeito op-art é endereçado aos motoristas como maior força de circulação no local. Tal como uma experiência cinética do envelope – prateado do norte, vermelho do sul, neutro do oeste, mistura-se com as cores de identificação da firma. À noite a Casa transforma-se em pura Luz.
I/clientes/vitruvius/mediatamente após a conclusão, os eslovenos "descobriram" similaridade sem paralelo com a obras do Pai. O que apareceu por necessidade de resolver as tensões do local e objetivos do programa, de repente foi visto como um blasfemo "remake" de Plecnik (a Igreja do Sagrado Coração – Praga 1933). Deveria um projeto comparável – especialmente o layout e a formulação do revestimento, realmente ser perseguido? Apesar de nunca termos considerado aquele como um referencial para nosso projeto, as sugestões levantadas pelos padres superiores da religião Plecnik fez-nos pensar. Não é um templo do cristianismo o ancestral tipológico direto para a casa da religião contemporânea – aquela do consumismo?
O que são os paralelos – painel de entrada da Baumaxx / estátua de Santa Maria sobre as portas principais, ou campanário / "outdoor", a não ser um documento de preocupações sociais substituídas – uma transição do espiritual para o material?
Não poderiam as semióticas de Venturi comprovar o sistema similar de significantes, apropriados para as massas em geral? E finalmente, não é mais fácil para um não-esloveno terminar a relação edipiana e "liberar-se" da pesada carga da figura do pai? Além disso, abrir um debate público sobre a validade de conceitos arquiteturais na produção corrente, indica um alto nível de preocupação da cena cultural eslovena, assim como a capacidade desse mesmo edifício provocar tais reações.
notas
[tradução Maurício Masson]
sobre os autores
Helena Njiric (1963-) e Hrvoje Njiric (1960-) formaram-se na escola de arquitetura da Universidade de Zagreb e montaram o escritório em 1996. Atualmente são professores da Graz Architecture School, Áustria.