Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Este texto, extraído da introdução à tese de doutoramento da autora, defendida em outubro de 2005 no PROPAR-UFRGS, pretende discutir o que é, ou o que foi, a arquitetura da Escola Paulista Brutalista no âmbito da arquitetura moderna brasileira


how to quote

ZEIN, Ruth Verde. Breve introdução à Arquitetura da Escola Paulista Brutalista. Arquitextos, São Paulo, ano 06, n. 069.01, Vitruvius, fev. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.069/375>.

O que é, ou o que foi, a arquitetura da Escola Paulista Brutalista? Trata-se talvez, dentro do panorama recente de debates sobre a arquitetura brasileira moderna e contemporânea, de um dos assuntos mais ventilados e menos conhecidos, mais citados e menos bem estudados de que se tem notícia. Trata-se, também, de um tema que deixou subitamente, há cerca de uma década, de ser um assunto tabu, problemático e enfaticamente negado por seus criadores e epígonos, para ganhar foros de afirmação corriqueira, banalizada e vagamente inconsistente, mas assumida também enfaticamente por uma nova geração de arquitetos que busca se identificar com essa arquitetura; tendo essa reviravolta ocorrido sem que nunca se tenha chegado a claramente definir ou corretamente estudar essa arquitetura. Em suma, crê-se vagamente saber do que é que se trata quando se faz referência à Escola Paulista Brutalista e, no entanto, não há quaisquer estudos amplos e sistemáticos que a definam de maneira clara, tal situação dando vazão a confusas, apressadas e levianas afirmações sobre o tema que povoam publicações não acadêmicas e mesmo debates no seio das universidades, e que pouco tem ajudado a valorizar corretamente ou a compreender efetivamente essa arquitetura.

Esse evidente deslize, essa superficialidade com que se aborda o tema da arquitetura da Escola Paulista Brutalista, essa pretensão que paira no ar de imaginá-la sabida e conhecida, quando ela apenas foi apressadamente reduzida a ícone genérico com data de validade indeterminada, sem jamais ter sido seguramente verificada e definida, acentua a oportunidade e mesmo a necessidade de abordá-la de maneira sistemática, de reconhecê-la pelo cabedal de obras que criou e pelo conjunto de conceitos e idéias que preferiu valorizar; e, muito especialmente, para datá-la, inserindo-a no momento histórico que a fundamentou e marcou, e cujas peculiaridades não repetíveis parcialmente a justificaram – e que, não mais vigendo, ou tendo-se alterado profundamente, obsta a que ela possa seguir sendo considerada como plenamente vigente, embora talvez permita que ela seja indebitamente revivida, freqüentemente de maneira secundária e imagética.

O necessário, indispensável e ainda original – no sentido de não ter sido ainda realizado – estudo sistemático dessa arquitetura não pretende nem entronizar um mito, nem derrubá-lo, mas para dar-lhe seu devido valor, superando uma visão estagnada dessa arquitetura. Valorização que visa estabelecer sua abrangência e seus limites, conceituais e temporais, de maneira a escapar de uma falsa definição que vem marcando, desde sempre e ainda, o tema: nem tudo que é paulista, nem tudo que é de concreto, nem tudo o que foi feito naquele momento (anos 1950-1970), nem tudo o que arroga o desejo de filiar-se hoje em dia à lição dos mestres que a caracterizaram é, foi ou será parte integrante da arquitetura da Escola Paulista Brutalista, nem necessita sê-lo; e saltando à outra ponta desse mesmo processo, tampouco se pode afirmar, sempre e quando se estuda de maneira atenta os fatos, que tal arquitetura e que tal escola jamais tenham existido – muito ao contrário.

De fato, o primeiro óbice a superar quando se pretende estudar a arquitetura da Escola Paulista Brutalista é a própria legitimidade da afirmação de sua existência. Até porque, para complicar exponencialmente a situação, a maioria dos autores que poderia ter as suas obras englobadas, em algum momento histórico, sob essa rubrica, freqüentemente tende a negar mais ou menos peremptoriamente sua eventual filiação ou aproximação; e boa parte dos comentaristas que se debruça sobre essas obras e esses arquitetos têm preferido até o momento manter acesa essa intolerante negativa, em parte por restringirem seus estudos às afirmações primárias de alguns de seus autores, tomadas como fontes quase únicas e insuperáveis de pesquisa – numa desesperada busca de autenticidade que freqüentemente não se coaduna com os meros fatos à vista.

Entretanto, a pesquisa em arte – e em arquitetura também certamente – não necessita em absoluto, nem deve ser sua prioridade, restringir-se à opinião dos próprios artistas ou de seus repetidores; e embora até o momento hajam predominado as opiniões contrárias, há seguramente outras evidências a favor de uma interpretação apoiando a existência de um fenômeno, no seio da arquitetura brasileira, que bem pode ser denominado de Escola Paulista Brutalista (2); e assim tais opiniões discordantes não chegam a ser suficientes para invalidar a priori o estudo e afirmação da existência e importância da arquitetura da Escola Paulista Brutalista. Mesmo assim, a atitude francamente antipática de uma parte de seus autores e comentadores orgânicos lançou na rota de pesquisa de quem deseja dedicar-se ao tema uma barreira de escolhos que, de alguma maneira, é necessário remover antes liberar e prosseguir no caminho (3).

Desde uma visão pluralista da arquitetura brasileira

Mesmo hoje, ou até muito recentemente, qualquer afirmação colocando em questão, direta ou indiretamente, a pretensão à existência de uma unidade formal, conceitual e histórica da arquitetura moderna brasileira segue sendo problemática – e a vontade de estudar, compreender e postular a relativa autonomia da Escola Paulista Brutalista e de sua arquitetura resulta, mesmo que assim não se deseje, em não ortodoxa, por contrariar tal visão canônica. Mesmo levando em conta vários estudos recentes de diferentes autores seguindo caminhos favorecendo uma abertura contrária a essa interpretação unicista, ainda não é tão simples nem tranqüilo postular quaisquer tentativas em prol de uma visão pluralista da arquitetura moderna e contemporânea brasileira. Principalmente, quando se pretenda fazê-lo de maneira equilibrada, ou seja: não visando em absoluto negar ou desvalorizar a arquitetura moderna brasileira “clássica” do período imediatamente anterior ao surgimento e afirmação da Escola Paulista Brutalista (a primeira metade do século XX até a inauguração de Brasília, em 1960); não pretendendo restringir a arquitetura paulista apenas à sua tendência brutalista; nem pretendendo (o que seria erro ainda mais grave) imaginar a Escola Paulista Brutalista como fato a-histórico emblemático, miraculosamente eternizado, ainda presente de pleno direito e sem solução de continuidade já agora em pleno século XXI, meio século depois de sua afirmação inicial.

Embora seja imprescindível postulá-la como afirmação básica, a autonomia a arquitetura da Escola Paulista Brutalista é, enquanto fato cultural (e como não podia deixar de ser) apenas parcial e relativa. Para a ampla compreensão da arquitetura da Escola Paulista Brutalista é indispensável tanto a análise e afirmação de sua distinção quanto o reconhecimento de suas semelhanças vis a vis outras tendências em jogo na arquitetura paulista, brasileira e internacional daquele momento. Para distinguir melhor os detalhes do panorama nesse jogo muito entrelaçado de referências e dissonâncias, parece ser necessário também se deter, com certo vagar, nos seus “precedentes notáveis”: ou seja, no estudo dos exemplos paradigmáticos significativos que alimentaram no berço essa arquitetura, advindos maiormente da obra dos grandes mestres da modernidade, tanto brasileiros quanto internacionais – até porque tais referências terminam sendo marcos inescapáveis na análise de toda e qualquer obra de arquitetura do século XX em toda e qualquer parte do planeta. Essa complexa matriz de referências aceita e negada, aproveitada e descartada, é moldura indispensável para um reconhecimento aprofundado das diferenças e peculiaridades da arquitetura da Escola Paulista Brutalista – que só dessa maneira pode ter legitimamente valorizado seu status de tendência original, de alto interesse cultural no âmbito paulista, brasileiro, e possivelmente internacional.

Situar a Escola Paulista Brutalista e sua arquitetura no seu tempo histórico resulta, quase como conseqüência inevitável, em sua relativização e na necessidade de compará-la com outras tendências e caminhos que a precedem, justapõem, sucedem. Se esse conjunto bastante variado de tendências, que pode ser e está sendo estudado por muitos autores, configurando relevantes aspectos do amplo caldo cultural arquitetônico brasileiro do último século, chegará alguma vez a “recuperar” um sentido de unidade, que aparentemente a arquitetura brasileira já teve e que, com essa ampla licença de pesquisa e análise parece estar se arriscando a perder – é questão parcialmente em aberto. Ou talvez seja apenas uma pergunta mal colocada: seria essa unidade uma característica efetiva ou apenas o resultado de uma extrema seleção excludente?

Por esse caminho chegar-se-ia certamente a outros temas, possivelmente tão relevantes quanto a tarefa de estudar a arquitetura da escola paulista brutalista, temas que se filiariam nem tanto a questões propriamente arquitetônico-projetuais – relacionadas à forma, programa, tecnologia, construção – mas a temas de ordem social e política: basicamente, à problemática da caracterização de nossa identidade cultural. Embora esse não tenha sido o alvo neste trabalho, torna-se inevitável que, ao se assumir uma visão pluralista da arquitetura brasileira do século XX (como decorrência inapelável da vontade de efetuar um estudo arquitetônico da Escola Paulista Brutalista como contribuição cultural brasileira da maior relevância num certo momento desse período) venha-se a não apenas questionar uma visão histórico-arquitetônica possivelmente já estabelecida e cristalizada em torno de uma “unidade” da arquitetura brasileira, como também a questionar mais amplamente a “identidade” da arquitetura e, por extensão, da cultura brasileira.

É preciso, porém, levar-se em conta que, de fato, não será o presente e limitado esforço de reconhecimento da relativa autonomia e das peculiaridades da arquitetura da Escola Paulista Brutalista que irá estilhaçar a “unidade” ou questionar a “identidade” da arquitetura brasileira ao longo do século passado: ambas já estavam de fato questionadas no momento em que essa Escola se afirma, pelo próprio processo de sua afirmação, a despeito dela – e o que resta é apenas constatá-lo. Não é a pluralidade o conceito problemático e disruptivo, mas sua indébita supressão até o momento que causa esse tardio estranhamento.

Por outro lado, o reconhecimento da autonomia relativa da arquitetura da Escola Paulista Brutalista só poderá fazer naufragar uma possível “identidade” emblemática e cristalizada da arquitetura brasileira se esta for entendida de maneira essencialista, como fato dado e inquestionável, inato e a priori, que subjaceria motu proprio e autonomamente à nossa cultura – quase que uma enteléquia espiritual essencial; enquanto, mais provavelmente, o conceito de “identidade” seja menos uma essência e mais uma construção, a ser inventada e renovada pelo menos uma vez, ou mais, a cada geração que passa: a identidade cultural não é nem pode ser unívoca, não é nem pode ser atemporal. Uma visão pluralista da arquitetura brasileira resulta portanto ser, também, não essencialista, construtivista, atenta ao particular e à diferença. Não nega a possível existência de uma “identidade” de cunho regional e/ou nacional, mas aposta na possibilidade de que ela seja um constructo, passível de ser revisado e atualizado de diversas maneiras ao longo de um período temporal relativamente amplo; e que no âmbito da arquitetura essas diversas construções conceituais, muitas vezes superpostas e parcialmente conflitantes, resultaram em distintas aproximações à idéia de identidade nacional brasileira – que pelo teve na Arquitetura, menos até meados do século XX, um importante fator para a sua caracterização.

De qualquer maneira, seria improdutivo e insustentável negar ou minimizar a importância da contribuição da arquitetura da escola carioca e de seus principais autores e obras na formulação dos paradigmas formais e conceituais da arquitetura brasileira, e evidentemente, da própria arquitetura da Escola Paulista Brutalista. Como seria, igualmente, inconsistente negar a importância da contribuição dos grandes mestres da arquitetura moderna do século XX na configuração de ambas. As influências, em ambos os casos, não são impostas, mas escolhidas, selecionadas por seus protagonistas nem tanto aleatoriamente e muito mais por lhe serem atribuídas pertinência e relevância; são assumidas nunca de forma literal, mas sempre mixadas, descartadas e recriadas de maneira livre e aberta. E, quando se estudam mais pormenorizadamente os resultados desse caldo fervilhante – inclusive, as arquiteturas da Escola Paulista Brutalista –, tais precedentes notáveis, nacionais ou internacionais, estarão sempre embasando, mas jamais serão totalmente suficientes para explicá-las: contribuem, mas não necessariamente tolhem, organizam marcos mas não impedem a criatividade, nem sequer a originalidade. Esta, afinal, só pode afirmar-se reconhecendo, e não negando, esse jogo permanente de trocas e intercâmbios.

Há que se ir às coisas: revendo as obras

Quando se pretende estudar a arquitetura da Escola Paulista Brutalista, embora seja necessário, a cada momento, lidar com conceitos e idéias mais ou menos abstratos, totalmente ou lateralmente pertinentes ao tema – realizando assim um sem número de interfaces com uma ampla gama de disciplinas paralelas e de conhecimentos adjacentes, sem os quais seria impossível qualificar e compreender corretamente a ampla complexidade dessa arquitetura – o foco principal do estudo realizado, por livre definição e escolha, é o arquitetônico. Com isso se pretende indicar que suas hipóteses, análises e conclusões nasceram e foram alimentadas pelo conhecimento das obras de arquitetura que se pretende reconhecer e valorizar, através de parâmetros de conhecimento que são essencialmente baseados no saber propriamente arquitetônico.

Entretanto, nunca é possível ver uma obra de arte ou de arquitetura que já não esteja envolta em sua aura, que seja puro objeto em si destituído de quantas camadas de significados ali foram superpostas; ou, mesmo quando se tratasse de algo jamais visto, das camadas de significação que conformam nosso olhar, nunca inocente. Assim sendo, o esforço do estudo realizado, enquanto proposição metodológica, não foi o de eliminar radicalmente as crostas que se foram agregando às obras ao longo do tempo por seus autores, usuários, comentadores; mas em ser intransigentemente favorável a revê-las em sua concepção de essencialidade arquitetônica. Ou seja, buscou-se privilegiar a leitura e a análise das obras desde um ângulo preciso, resultante das diversas forças internas e externas que ajudam a moldar quaisquer arquiteturas: programa a atender/geometria dos espaços; sítio geográfico e cultural onde se situam/ relação com o lugar e com o entorno; materiais e técnicas passíveis de serem empregados/ resultados construtivos e tecnológicos; e por último, mas não menos importante, precedentes arquitetônicos que se deseja aceitar ou negar/ ênfases formais que se escolhe privilegiar – afinal, os elementos mais relevantes na descrição e compreensão de uma obra de arquitetura. Principalmente quando se deseja filiá-la a uma determinada corrente, tendência ou escola, a um certo modus operandi, a um possível “estilo” - aqui entendido em sentido estrito, como conjunto de caracteres que diferenciam das outras uma determinada forma expressiva.

A ampla revisão da arquitetura da Escola Paulista Brutalista tomou por base o levantamento de todas as obras da arquitetura paulista brutalista do período estudado (4); de organizá-las de maneira sistemática numa linha do tempo coerente; de propor um método para seu estudo e reconhecimento; e de aplicação esse método, demonstrando claramente os resultados. O levantamento de obras, por si só, já seria um trabalho exaustivo de certa importância e valor. Mas, embora tenha sido fundamental não é o foco principal do trabalho, que não trata apenas de listar obras, mas de analisar de maneira abrangente e ao mesmo tempo cuidadosa, o panorama que cada uma individualmente, e todas elas, entre si, configuram e qualificam, buscando prioritariamente distinguir quais dessas obras podem ser, legitimamente consideradas como apresentando uma proximidade e congruência, total ou ampla, com as características dessa determinada e peculiar organização formal, espacial, construtiva e plástica, conforme discriminadas ordenadamente nas premissas da tese (5).

A amplitude desse levantamento só foi conceitualmente possível por se ter postulado, como requisição básica do estudo, o status de relativa autonomia, ou ao menos de não superposição congruente, entre a Arquitetura Paulista Brutalista e a Escola Paulista Brutalista. Mesmo quando ambos os conjuntos em grande medida se superponham, convém separá-los para deixar claras algumas questões: as mesmas que, por nunca terem sido devidamente consideradas e iluminadas, com muita freqüência obscureceram o entendimento dessa arquitetura brasileira paulista.

O motivo fundamental que anima essa distinção é didático: postula-se a necessidade de distinguir entre a arquitetura e seu discurso, entre a obra e seu criador, entre posturas arquitetônicas e posturas políticas. Que essas dicotomias sejam de difícil separação e, no limite, indissociáveis, não significa que não possam ser tomadas uma a uma, com as devidas cautelas. Esse cuidado permitiu realizar um amplo e não-alinhado reconhecimento dessa arquitetura, que certamente inclui, mas não necessariamente se esgota na obra de um grupo limitado de excelentes criadores. Essa amplitude de visão não tinha sido possível até o momento justamente por que o entendimento da arquitetura da Escola Paulista Brutalista seguia sendo vinculado, exclusivamente, a um ou outro grupo político, a este ou aquele “discurso”, a este ou aquele “dogma” filosófico ou sociológico, ou sendo atrelado a esta ou aquela “história oral” de alguns de seus criadores; com tais limitações essa arquitetura jamais chegava a ser vista em si mesma, e sim sempre a partir da cor da lente, extra-arquitetônica, que a focava; jamais chegava a ser vista em sua importância própria, e sim apenas como mero “reflexo” de outros interesses não arquitetônicos.

Evidentemente, a arquitetura não prescinde, para sua realização, das âncoras na realidade política, social e histórica, nem sua compreensão é possível isolada de onde, quando e pelas mãos de quem nasceu. Mas, se bem seja criatura de um contexto, a arquitetura segue existindo como fato artístico, parcialmente transcendendo seu berço; segue existindo em si mesma, mesmo quando esse pano de fundo de origem lhe é tirado ou é naturalmente modificado pelo suceder dos tempos.

Meio século depois de seu surgimento, a arquitetura da Escola Paulista Brutalista pode e deve ser finalmente vista desde um olhar com foco arquitetônico – embora não desinteressado do mundo. Também a Arquitetura Paulista Brutalista precisa ser reconhecida por seus valores universais, e ser liberada das amarras conceituais que até hoje limitaram seu estudo; as quais, a rigor, até agora mais ajudaram a esquecê-la do que a celebrá-la, a confundi-la do que a esclarecê-la.

notas

1
Este texto foi extraído da introdução à tese de doutoramento da autora, “A Arquitetura da Escola Paulista Brutalista 1953-1973”, realizada no âmbito do PROPAR-UFRS, orientada pelo Prof.Dr.Carlos Eduardo Dias Comas, apresentada e aprovada em outubro de 2005 em Porto Alegre por banca formada pelos professores doutores Josep Maria Montaner (ETSAB/Barcelona), Paulo Bruna (FAU-USP/São Paulo), Carlos Guilherme Mota (Mackenzie/São Paulo), Edson da Cunha Mahfuz e Caludio Calovi (PROPAR/Porto Alegre).


2

As razões para a escolha desses termos denominativos foram também minuciosamente analisadas na referida tese, na Parte II (Premissas, bases conceituais, definição dos termos, delimitação temporal).


3

Essa tarefa também foi realizada na tese – nem tanto para a demonstração de seu corolário, e muito mais para aplainar as dúvidas que precedem a própria possibilidade de estabelecer a sua hipótese inicial.


4

Para dar maior abrangência e precisão à caracterização da Arquitetura Paulista Brutalista foi realizado um amplo reconhecimento sistemático da arquitetura brasileira em geral, paulista em particular, realizada nas décadas de 1950 até meados dos anos 1970, de maneira a encontrar e listar quais e quantas são as obras que podem ser corretamente englobadas no marco das realizações da Arquitetura Paulista Brutalista. A releitura atenta, crítica e anotada da inteira totalidade das publicações brasileiras especializadas de época (entre 1950 e 1975), bem como de várias dentre as principais publicações especializadas internacionais foi sua fonte principal, complementada pelos arquivos de obras de arquitetos disponíveis ao acesso público, principalmente aqueles depositados na biblioteca da FAU-USP, e de alguns arquivos pessoais a que a autora teve acesso. No banco de dados assim conformado constam quase 600 obras, relativas ao período 1950-1975.


5
Cf. Indicado no capítulo 2 da referida tese.

sobre o autor

Ruth Verde Zein é arquiteta FAU-USP (1977), Mestre (2000) e Doutora (2005) em Teoria, História e Crítica da Arquitetura, Professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie

comments

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided