As Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC constituem um conjunto de recursos integrados por meio dos quais é possível reunir, distribuir e compartilhar informações, correspondendo, portanto, às tecnologias que interferem e mediam os processos informacionais e comunicativos da população. Já estão presentes no cotidiano das pessoas, sobretudo das crianças e jovens e têm um papel importante na formação de sua identidade, ocupação do tempo e na comunicação pessoal e profissional.
Neil Postman (1) compara a introdução das novas tecnologias no cotidiano com a “ecologia”, ressaltando que ela não deve ser aditiva e nem subtrativa, mas encarada como uma mudança total de paradigma:
“Se você retira as lagartas de um dado habitat, você não fica com o mesmo meio ambiente menos as lagartas, mas com um novo ambiente que terá reconstituído as condições de sobrevivência; o mesmo acontece se você acrescenta lagartas a um ambiente que não tinha nenhuma. É assim que a ecologia do meio ambiente funciona. Uma nova tecnologia não acrescenta ou subtrai coisa alguma. Ela muda tudo” (1).
Segundo Ludmila de Lima Brandão, “novas atividades e novas máquinas combinam-se produzindo novos espaços domésticos” (2), e a residência contemporânea se abre a outras possibilidades além daquelas consideradas tradicionais, permitindo que os cômodos adquiram várias funções ao longo do dia a partir do “vai-e-vem” do usuário em seu lar. Assim, o morador vem conquistando novos espaços, tanto físicos quanto virtuais, potencializados com a introdução constante de novas TIC e do advento da internet wi-fi que permite conexão sem fio e dados sincronizados através de diversos aparelhos eletrônicos. Carlos Augusto Requena (3) diz que essa crescente popularização da internet é o que faz com que partes do habitar das pessoas aconteçam em espaços virtuais como extensões de espaços físicos, criando os espaços híbridos, a junção do espaço arquitetônico e do espaço virtual. Sociabilidade sem necessidade de encontros físicos e compras através de lojas virtuais são exemplos de atividades realizadas nestes espaços. Dormitórios, salas, cozinhas e até banheiros estão propícios a usos antes nunca imaginados, diferenciados mais pelas atividades exercidas do que pela função que ocupam dentro do lar, fato corroborado por Marcelo Tramontano e Varlete Benevente (4), que afirmam que o número de atividades realizadas nos interiores domésticos têm aumentado com os usos dos cômodos que vão além dos tradicionais “quartos para dormir”, “cozinha para cozinhar” ou “banheiro para higiene”, hábitos reforçados pelo uso constante das TIC, que induzem à simultaneidade.
De acordo com Pierre Lévy, “a palavra virtual vem do latim medieval virtualis, derivado por sua vez de virtus, força, potência” (5), sendo então aquilo que existe em potência, oposto à noção de “atual” e não de “real”; diferente do sentido corriqueiro, considerado como algo falso, ilusório, irreal. Ainda segundo o autor, ao se virtualizar, o corpo se multiplica e conquista outros espaços. A noção de virtualidade vem se fortalecendo a partir do século 21, já que a socialização – seja em relação aos estudos, ao trabalho ou ao lazer – já não depende mais de um espaço físico para acontecer. Além disso, segundo Manuel Castells (6), o desenvolvimento da internet cria um suporte material que permite a difusão do individualismo em rede como forma dominante de sociabilidade, desvinculando-se da localidade e criando múltiplos padrões de interação social.
Também devem ser consideradas as transformações ocorridas na estrutura familiar: a escolha por não ter filhos ou reduzir seu número induz à constituição de famílias com rendas capazes de suprir seus anseios – e de seus filhos – com melhores condições de moradia, estudos e carreiras profissionais, bem como elevar o nível de consumo. Além disso, o surgimento de novos grupos domésticos e o enfraquecimento da autoridade dos pais vão fazendo com que atividades tradicionalmente feitas em família sejam constantemente realizadas individualmente e em locais diferentes da residência.
Percebe-se, então, que a dinâmica da sociedade contemporânea vem se transformando em grande velocidade, interferindo, consequentemente, nos modos de morar. O início da dissolução da setorização dos espaços domésticos indica que esses ambientes precisam ser reformulados para atender a um novo tipo de morador que, para executar determinadas ações não precisa mais se prender a um único espaço, havendo gradativa ruptura de certos ritos tradicionais que existiram por muito tempo nos interiores domésticos.
As modificações espaciais promovidas pelas Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC através dos aspectos já explicitados foram analisadas na pesquisa de dissertação da autora (7) em relação à cidade de Maceió AL e trazidas mais suscintamente para este artigo. A cidade onde a pesquisa se desenvolveu, situada no Nordeste brasileiro, apresenta geralmente baixos índices de utilização dos equipamentos relacionados às TIC quando comparados à média nacional e aos grandes polos de desenvolvimento do país. A maior concentração de estudos nessa área é realizada na região Sudeste, cujos índices de utilização destes mesmos equipamentos estão, geralmente, acima da média nacional, como por exemplo, os relacionados à posse de tablets e microcomputadores. Portanto, a realização da pesquisa em espaços domésticos de uma cidade fora desse eixo é importante para averiguação acerca de possíveis aspectos em comum em relação a outros essencialmente regionais.
A composição familiar de Maceió e a oferta habitacional multifamiliar
De acordo com dados do Censo 2010 (8), mais de metade das famílias residentes em Maceió eram compostas por dois ou três moradores (60,9%) e, em 81,5% dos domicílios, cada cômodo abrigava até dois moradores. Considerando que a tipologia de edifícios multifamiliares mais vendida na capital entre os anos de 2010 e 2014 foi a de três dormitórios, segundo dados do Sinduscon-AL (9), há a indicação de que, na maioria dos casos, um ou até dois dormitórios vem sendo subutilizados, utilizados para outros fins que não tenham o “dormir” como uso principal ou ainda agrupados a outros cômodos por meio de reformas. Por outro lado, para o ano de 2015 o Sinduscon-AL apontou que, considerando apenas os meses de janeiro e fevereiro, houve crescimento nas vendas de apartamentos de um dormitório já com valores superiores ao dobro dos vendidos em 2010, 2011 e 2012 e maiores que o triplo dos vendidos em todo ano de 2014.
Na ocasião do Censo 2010, 43,1% da população de Maceió vivia em união consensual e 31,7% eram casados, ou seja, quase 75% de sua população era formada por casais que decidiram ficar juntos. Além disso, a partir de mais de um salário mínimo de renda mensal per capita, havia o predomínio de casais sem filhos em oposição aos que os têm, que podem se constituir por casais que não pensam em ter ou que já não moram mais com seus filhos, podendo indicar maior procura por apartamentos de um dormitório; já os casais que pensam em tê-los podem preferir outras tipologias quando se refere à compra de imóveis, enquanto o aluguel destes apartamentos pode acontecer de maneira temporária. Os elevados índices de vendas de apartamentos de um dormitório (10) indicam que Maceió está preenchendo atualmente esse nicho de mercado, seja por mudanças nos modos de vida ou por investimento – e deve ser considerado neste caso o fato de Maceió ser uma capital litorânea e turística. Porém deve-se salientar que, mesmo que o número de pessoas que compra imóveis para alugar por longas ou curtas estadias seja maior do que aqueles que os adquirem para morar, o número alto de vendas e ofertas mostra que o mercado tem interesse na comercialização de apartamentos compactos. Além disso, Eliane Monetti (11) lembra que mesmo que o investidor adquira os imóveis para fins especulativos, ele pode passá-los adiante para alguém que pretenda morar.
A posse dos equipamentos eletrônicos em Maceió e Alagoas
Apesar do potencial turístico e imobiliário, o estado de Alagoas possuía, em 2013, um dos piores índices de analfabetismo do Brasil, com 21,6% de sua população acima de 15 anos de idade sem saber ler ou escrever, bem superior à média nacional de 8,5% (dado corrigido pelo IBGE), segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD divulgados em 2014 (12). Além disso, de acordo com o Censo 2010, 66,4% da população de Alagoas economicamente ativa recebia até um salário mínimo per capita. Esses dados refletem os baixos índices de posse de equipamentos eletrônicos como microcomputadores e tablets e até à recepção de sinal digital de TV aberta. A pesquisa da PNAD, que em 2013 (13), quantificou o “acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal” mostra os seguintes números:
- domicílios que possuíam microcomputador (14) ou tablet: Brasil (49,9%), Alagoas (30,4%);
- domicílios que possuíam apenas tablet: Brasil (10,8%), Alagoas (5,3%);
- domicílios com recepção de sinal digital de TV aberta: Brasil (31,2%), Alagoas (13,7%);
- domicílios com utilização de internet somente através do microcomputador: Brasil (42,2%), Alagoas (38,2%);
- domicílios com uso de internet apenas por smartphone ou tablet: Brasil (11%), Alagoas (17,7%);
- posse de smartphone para uso pessoal: Brasil (75,2%), Alagoas (63,7%).
Ainda segundo dados da PNAD 2013, em 2011, no Brasil, a utilização de internet apenas pelo microcomputador alcançou 46,5%, enquanto em 2013 esse número caiu para 45,3%. Porém, para 2013, o IBGE também apurou dados relativos ao uso de internet somente através de outros equipamentos (como tablet ou smartphone) alcançando 4,1%, ou seja, 49,5% da população na ocasião da pesquisa utilizava internet através de quaisquer meios eletrônicos. O percentual de domicílios que acessa internet através de microcomputadores ainda é maioria no Brasil, mas os números relativos ao acesso de internet pelo smartphone ou tablet é bem considerável, inclusive em regiões como Norte e Nordeste, onde se encontram as rendas mais baixas do Brasil e que veem em aparelhos mais baratos uma oportunidade de acessá-la mais facilmente.
Com relação aos bens duráveis ligados às TIC, de acordo com o Censo 2010, a televisão era o bem durável mais presente nos lares do Brasil (95,4%) e de Maceió (97,5%), seguido do telefone celular e do rádio, em ambos. Quanto ao uso de telefone celular e telefone fixo, são grandes as diferenças percentuais, tanto no Brasil quanto em Maceió: enquanto existe telefone celular em 84,6% dos domicílios brasileiros, apenas 40% deles possuem telefone fixo; em Maceió, o telefone celular está em 91% dos domicílios e em 31,6% existem telefone fixo.
O objeto empírico
Visando constatar se as mudanças nos modos de vida impulsionadas pelo uso crescente das TIC estão se refletindo nos projetos arquitetônicos que vem sendo construídos ou se estes projetos apenas seguem o mercado imobiliário sem levar em conta as necessidades reais dos usuários, foi constituída uma base empírica formada de: a) questionários sobre os modos de vida e hábitos de morar em Maceió considerando o uso de TIC; b) análise de 12 plantas de apartamentos (ver abaixo) disponibilizadas em sites de construtoras, escolhidas dentre aquelas que correspondem às tipologias mais vendidas entre os anos de 2010 e 2014 segundo o Sinduscon-AL, que vai de um a três dormitórios (15). A escolha pelo estudo de plantas de apartamentos neste momento deveu-se ao fato de os apartamentos corresponderem à grande maioria do modelo habitacional que é vendido atualmente em Maceió, sobretudo por meio do programa social federal de financiamento imobiliário “Minha Casa Minha Vida”. Além disso, geralmente as casas possuem um maior número de cômodos em relação aos apartamentos, sendo mais fácil ocorrerem mudanças de funções ou reformas.
Começando pelo questionário, este foi restrito ao público de estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (16), levando em consideração o fato de terem idades, rendas, grupos familiares distintos e fazerem uso contínuo das TIC. É importante ressaltar que embora os dados obtidos não correspondam necessariamente à opinião da maioria da população residente em Maceió e sim a uma amostragem específica – com idade, estado civil e outros aspectos semelhantes - , a escolha deste grupo deveu-se ao fato de consistir de pessoas que apresentam um olhar mais apurado sobre as questões que envolvem o projeto residencial, pois seus estudos se voltam para o habitar humano e para as reflexões sobre os espaços. Divulgado por meio de redes sociais, o questionário foi aplicado através do Google Forms durante o mês de outubro de 2015 e atingiu 82 respondentes. Sucintamente, as 67 questões foram divididas em:
- questões 01 a 08: perfil dos moradores, a fim de saber a qual tipo de arranjo familiar pertence o morador avaliado;
- questões 09 a 23: residência e hábitos de morar, visando identificar seus hábitos cotidianos, como se apropriam de cada cômodo da residência e para que fins;
- questões 24 a 67: uso das TIC no espaço doméstico, contribuindo para a identificação de locais onde ocorrem desses novos processos comunicativos; se o espaço interfere no uso das TIC ou se estas interferem no espaço.
Entre os entrevistados, 47,8% pertencem a famílias compostas por duas ou três pessoas e 43,9% possuem famílias com rendas mensais de 4 a 10 salários mínimos, indicando que, dependendo da composição familiar, a maioria possui condições de adquirir bens eletrônicos ligados às Tecnologias de Informação e Comunicação.
Sobre suas residências e hábitos de morar, ainda que a maioria dos respondentes habitem uma casa (56%) e a menor parte (43,9%) resida em apartamentos, as características dos imóveis e forma de utilização se assemelham: 50,0% dos domicílios possuem três dormitórios, 23,2% possuem dois dormitórios, em 62,2% inexiste escritório e 59,8% não possuem dependência de empregados; além disso, em 31,7% dos domicílios que possuem dependência de empregados, este cômodo não é utilizado para tal função. Assim, os respondentes costumam estudar ou trabalhar em seus dormitórios (respectivamente 43,9% e 36,6%) e utilizar a dependência de empregados como despensa ou depósito (23,5%). Quanto à alimentação, ainda é recorrente que seja feita na sala de jantar (37,8%), mas, 30,5% dos respondentes preferem fazer refeições na cozinha e 22,0% na sala de estar/TV.
Quanto ao uso das TIC no espaço doméstico, deve ser ressaltado o fato de que, na amostra, o percentual de domicílios que possui tablet (61,0%) é superior ao percentual dos que possuem microcomputador fixo (41,5%). Cerca de 70% da população da amostra ainda possui telefones fixos, mesmo que também utilize smartphones. O rádio, presente em 75,2% dos domicílios de Maceió na ocasião do Censo 2010, para parcela da população analisada, se faz presente em apenas 43,9% dos domicílios, cuja principal forma de ouvir música é on-line, já que todo conteúdo do rádio pode também ser acessado pela internet. É também on-line que a maioria dos respondentes prefere assistir a filmes ou vídeos, utilizando preferivelmente o notebook (54,9%) ou a SmartTV (32,8%), confirmando a tendência de que o usuário não precisa necessariamente da televisão para este tipo de entretenimento – embora este eletrônico seja bem requisitado para tais fins. Assim, dentre as principais atividades de lazer na residência, “navegar na internet” (87,8%) e assistir televisão (80,5%) foram as mais citadas. Observa-se que “se comunicar por mensagens de texto” (69,3%) é apontada como uma das principais atividades de lazer, mais recorrente do que ouvir música (65,9%), ler (64,6%) e receber amigos ou familiares (52,4%).
Quanto ao armazenamento de arquivos, referente ao trabalho/estudo é feito principalmente através de rede ou nuvens (69,5%), e quanto ao lazer, através do HD do notebook ou microcomputador (70,7%) confirmando que não são mais necessários mobiliários específicos para armazenamento de arquivos e/ou dados.
O local de maior utilização de aparelhos de TV, DVD, Blu-Ray, videogame e aparelho de som é na sala de estar/TV. Os altos percentuais de respondentes que não possuem ou não utilizam videogame (67,1%), home-theater (68,3%) e Blu-Ray (73,2%) confirmam a preferência do uso do notebook em detrimento da televisão, já que o uso do home-theater e do Blu-Ray são equipamentos adicionais ao uso da TV e, no caso de videogames, preferem jogar em outras plataformas disponíveis.
Foi constatado que o uso de tablets e smartphones também acontece na cozinha e no banheiro (ambos, com 64,4%), confirmando que quaisquer locais da residência estão propícios a diversas finalidades. A utilização destes aparelhos no banheiro, por ser um local estritamente individual, pode induzir o usuário a levá-los a este ambiente quando não quer correr o risco de compartilhar conversas ou segredos com outros membros da família.
Corroborando a ideia de Pierre Lévy (17), a maioria (96,4%) dos respondentes se encontra com quem se comunica virtualmente, afirmando que a comunicação por meio de aparelhos eletrônicos não substitui os encontros, mas é um adicional. Também é maioria (81,7%) o total de respondentes que afirmam que não existem conflitos familiares pelo uso excessivo dos aparelhos eletrônicos conectados à internet sendo que, no caso de respostas afirmativas, eles acontecem principalmente durante as refeições ou na hora de acordar ou dormir. Para 87,8% dos respondentes, dormir é a principal forma de descanso, porém, é constante o uso de aparelhos eletrônicos em momentos de relaxamento, como assistir televisão, navegar na internet ou ouvir música. Apenas 19,5% se afastam destes aparelhos nesses momentos.
Após analisados os modos de vida dos entrevistados, partiu-se para a análise das 12 plantas de Maceió, AL, segundo as categorias:
- espaços que incitam a privacidade, principalmente os que possibilitam a realização de atividades individuais e permitem isolamento em relação aos outros membros da residência ou visitantes;
- espaços de convívio, onde normalmente ocorre a convivência familiar no interior da residência;
- espaços com algum grau de flexibilidade, potenciais na mudança de funções dos cômodos;
- espaços integrados, onde a comunicação entre dois ou mais cômodos estimulam o convívio e onde ocorre a dissolução entre setores.
Sucintamente, as plantas mostram que não há cômodos exclusivos para estudo ou trabalho mas há a indicação de local para este fim nos dormitórios, há também indicação de banheiros opcionais, a presença de dormitório de empregada ou “quarto reversível” em apartamentos maiores que 80m², não há despensa ou depósito, não há possibilidade de flexibilidade dos espaços a partir do processo construtivo e do sistema estrutural, há integração entre sala de jantar e estar/TV ou entre cozinha e salas (jantar/estar/TV).
Foi verificada a constante adaptação dos moradores aos seus domicílios os quais, muitas vezes, não possuem cômodos suficientes (tanto com relação à quantidade ou às dimensões) para atender às suas necessidades, fazendo com que os proprietários muitas vezes recorram às reformas e/ou adaptações. Apesar de 57,3% dos domicílios da amostra (entre casas e apartamentos) terem sido projetados ou adequados às necessidades dos moradores, destes, 40% sofreram modificações de funções dos cômodos originais, principalmente nos que foram adequados. Dentre todos os respondentes, em 58% dos domicílios houve ou há modificações de funções dos ambientes, o que sugere que a planta padrão de empreendimentos uni ou multifamiliares vem sendo ajustada de acordo com as necessidades.
Quanto à flexibilidade, nenhum dos apartamentos selecionados permite reorganizações internas sem a quebra de paredes, pois eles exigem pelo menos a abertura de um vão e fechamento de outro. Dessa forma, se limitam a mudar as funções de certos cômodos, e não ao rearranjo interno da planta. Por fim, verificou-se que os apartamentos compactos geralmente não apresentam cômodos para armazenamento, sendo que esta função é cumprida pelo mobiliário da cozinha, área de serviço e do dormitório.
A máquina de comunicar
Considerando-se os modos de vida com o uso das TIC em Maceió (à parcela da população deste estudo) pode-se concluir que o lar vem se consolidando como local inerente ao desenvolvimento de processos informativos e comunicacionais mediados pela internet. Vem à tona, então, o lar híbrido, ocupado por moradores e por inúmeras conexões virtuais que permitem a inserção de uma comunidade alheia à vida familiar. Os ritos tradicionais ainda presentes, como fazer refeições à mesa de jantar ou na cozinha ainda são comuns para a maioria dos respondentes do questionário, porém, coexistem com novos hábitos sendo vários deles influenciados pelo uso das TIC, como a utilização de aparelhos eletrônicos móveis durante as refeições ou o sentar-se à mesa sem a presença de todos os familiares, por exemplo.
Nota-se, então, o início de uma reorganização das funções de cada cômodo, sobretudo no que se refere à privacidade. O setor íntimo, antes reservado aos dormitórios, pode perfeitamente ser representado pela sala de estar, jantar, cozinha ou qualquer lugar da moradia, uma vez que o morador pode estar presente fisicamente e na companhia de pessoas no ambiente mas virtualmente interagindo com outra pessoa ou grupo. Por outro lado, o dormitório, que outrora tinha como função exclusiva o isolamento seja para dormir ou exercer as diversas formas de intimidades que emergiram com a burguesia e a sociedade de consumo capitalista, pode abrigar a função de entretenimento individual ou coletivo, como no caso de jogos eletrônicos, redes sociais ou outros. Em ambos os casos – da função “íntima” e “social” da residência serem exercidas em setores diferentes daqueles designados para isso, nota-se um hibridismo possibilitado pelo uso das TIC, sobretudo pela internet wi-fi, que não prende o aparelho comunicador ao aparelho de transmissão de sinal. Portanto, esses espaços híbridos decorrentes dos espaços físicos e virtuais permitem o convívio - virtual - a partir das várias telas disponíveis em aparelhos conectáveis à internet.
Além disso, dormitórios, varandas e salas de estar podem exercer funções de descanso, desde que algo prazeroso seja feito em oposição às atividades que requerem atenção ou concentração; essas atividades vão desde dormir, assistir TV, deitar-se na rede ou sofá, ouvir música, navegar na internet, até a comunicação com outras pessoas. Varandas e salas (principalmente as de estar) são geralmente espaços de lazer coletivo, ligados ou não à recepção de visitas e o lazer promovido nestes ambientes ocorre também pelo uso de aparelhos eletrônicos.
A redução do mobiliário da sala de estar vem ocorrendo principalmente devido à diminuição dos aparelhos de televisão, além de que os conteúdos antes disponibilizados por mídias como fitas cassetes, CDs, DVDs ou jogos de videogame, estão disponibilizados muitas vezes on-line, sem a necessidade de armazenamento destes dispositivos. Mesmo diante dessa redução, os moradores podem precisar de cômodos para armazenamento, muitas vezes inexistentes, seja em casas ou apartamentos. Em residências com mais cômodos do que a capacidade total de moradores, pode haver subutilização de alguns ou mesmo mudanças de funções relacionadas aos modos de vida individuais de cada família, e a dependência de empregada (ou “quarto reversível”) é o mais propício para este fim, para a maioria dos respondentes. Quando a residência não possui este “cômodo extra” os moradores recorrem principalmente aos armários, podendo então superutilizar algum(ns) ambiente(s).
Residências onde a sala e a cozinha são integradas são mais propícias a promover uma concomitância entre o “alimentar-se” e o “assistir ou ouvir televisão”. A proximidade com este aparelho pode fazer com que o usuário se desloque para o sofá, fazendo nele sua refeição. Se o áudio já for suficiente ou se o morador tiver o hábito de alimentar-se à mesa, este será o espaço escolhido e a televisão servirá como um pano de fundo para as refeições. Entretanto, observa-se que o mercado imobiliário vem oferecendo plantas cuja cozinha e salas são integradas não necessariamente pelos hábitos dos moradores, mas pela diminuição de custos com paredes e pela resultante ilusão de amplitude dos espaços (que são reduzidos).
A fim de sintetizar os aspectos explicitados neste artigo, foram feitos dois esquemas de plantas-padrões com três setores bem definidos (social, íntimo e serviços), três dormitórios, uma suíte, um banheiro, salas integradas e cozinha/lavanderia pertencendo a um único ambiente. Foi escolhida a tipologia de três dormitórios por ser a mais vendida na cidade de Maceió e considerou-se dois dormitórios da família devido ao número de moradores mais recorrentes na cidade (3 moradores). Um dos dormitórios foi considerado como “escritório” pois uma das plantas corresponde ao momento anterior à popularização da rede wi-fi, quando a utilização deste espaço era mais usual. A outra planta corresponde às funções da moradia a partir do uso da rede wi-fi.
O esquema da primeira planta permite perceber que já existia a interpenetração de funções na maioria dos cômodos, porém, não necessariamente referente aos processos comunicativos. A maior mobilidade quanto à comunicação se dava principalmente através dos telefones e/ou celulares. O uso do microcomputador ocorria mais frequentemente no escritório, concomitante com atividades como comunicar-se ao telefone ou estudar. A alimentação era mais habitual na sala de jantar ou na cozinha, e o “assistir televisão” na sala de estar e dormitórios.
Para a segunda planta foi feito um outro esquema gráfico, buscando ilustrar que as atividades ocorrem todas juntas ou ao mesmo tempo, sem uma definição exata do momento em que elas se sobrepõem. As diferenças mais significativas ocorrem quanto ao uso dos aparelhos eletrônicos móveis em qualquer ambiente, inclusive sendo o meio através do qual várias atividades são realizadas, como trabalhar/estudar, assistir a vídeos, ouvir músicas ou jogar. Outro aspecto importante é quanto à alimentação, realizada também em outros cômodos além da cozinha e sala de jantar, estimulada tanto pelo uso concomitante com aparelhos eletrônicos móveis quanto por mudanças familiares e de hábitos, referentes à diminuição da autoridade dos pais e aos horários de refeições individuais. Quanto ao “receber visitas”, esta atividade ainda se restringe às salas e eventualmente a cozinha (sobretudo se for integrada).
Apesar de os formatos residenciais tradicionais tripartites (setores social, íntimo e serviços) ainda serem os mais repetidos em Maceió e no Brasil, a apropriação do espaço pelo morador, seja através do uso das TIC e/ou das modificações na estrutura familiar é o que os diferencia de décadas passadas.
Com o advento da internet wi-fi e o surgimento de outros tipos de microcomputadores e/ou aparelhos eletrônicos móveis, como netbooks, notebooks, tablets e smartphones, aconteceu a desvinculação do cômodo específico em relação às atividades antes confinadas a ele. Desde então, qualquer espaço residencial pode servir de suporte para as mais variadas atividades, seja de trabalho, estudo, lazer ou descanso relacionadas às Tecnologias de Informação e Comunicação.
Assim, a imposição ou opção de possuir residências compartimentadas em oposição aos espaços unificados e integrados onde há uma maior dissolução dos setores íntimo, social e de serviço, não quer dizer, necessariamente, que essa dissolução também não aconteça. Nos dois casos, em qualquer espaço residencial, as funções são diferenciadas ao longo do dia e o tempo é o elemento principal em detrimento do espaço. Também, em ambos os casos, a dinâmica do morador se sobressai a qualquer rotulação dos cômodos, e a presença ou a falta de paredes não o impede de utilizar seus aparelhos eletrônicos de maneira eficaz.
Considerando estes fatos, as respostas do questionário e a análise dos espaços domésticos multifamiliares revelaram que, para parcela da população de Maceió, as maiores influências percebidas pelo uso contínuo das TIC em suas residências são a separação entre cômodos privativos e de convívio e os processos comunicacionais que se interpenetram por todos os ambientes, tornando-os híbridos.
Diante do exposto, fica claro que os processos comunicativos dos moradores se sobressaem quanto ao uso dos espaços da residência. A comunicação realizada através de aparelhos conectáveis à internet vem percorrendo todos os setores da vida, como o descanso, o lazer e o estudo/trabalho. Apenas o isolamento nos dormitórios não permite que o indivíduo fique só; ao invés disso, a única forma de estar só é se desligando destes aparelhos. Assim, o isolamento físico permite apenas a obtenção de privacidade.
A partir das respostas do questionário aplicado para esta dissertação que foram rebatidas nos espaços disponibilizados pelo mercado imobiliário, chegou-se a um tipo de habitação baseada na bipartição privacidade-convívio. O mercado imobiliário vem oferecendo plantas cuja cozinha e salas são integradas (não necessariamente pelos hábitos dos moradores, mas pela diminuição de custos com paredes e pela resultante ilusão de amplitude dos espaços), sendo estes também os principais espaços de alimentação dos respondentes e de utilização compartilhada de aparelhos eletrônicos móveis. Assim, pensa-se que a integração destes espaços seja eficiente, sendo constituída em espaços de convívio, com planta livre. Por outro lado, há o uso dos dormitórios como locais de descanso, isolamento, lazer individual, além do trabalho/estudo, firmando-se em espaços privativos e bem delimitados. Porém, entre estes dois espaços, é conveniente uma área de apoio, que sirva tanto ao setor privativo quanto ao setor de convivência, sendo então o espaço de armazenamento juntamente com a lavanderia. Estes dois locais, suprimidos ou reduzidos das residências, são bem utilitários e não devem nem estar expostos na área de convivência, nem ocupar espaço da área privativa; ele não seria agregado a outros espaços, mas o reforço entre os dois setores da residência.
Esse tipo de bipartição é semelhante à bipartição dia/noite de Le Corbusier, porém, não se restringe aos cômodos de uso diurno e noturno, mas em espaços privativos e de convivência, mesmo que os cômodos de uso noturno correspondam aos de uso privativo e os de uso diurno, aos de convívio. Optou-se por essas nomenclaturas pois na sociedade atual, os dormitórios não se limitam ao uso noturno, assim como salas e cozinhas também não se limitam ao uso diurno, devido principalmente às consequências dos espaços híbridos sobre a digitalização da vida.
Conclusões
Os dados apontados pelo presente estudo revelam que a produção atual da moradia em Maceió não vem respondendo às necessidades dos usuários, ainda que o discurso empregado pelas construtoras e imobiliárias seja o de projetos funcionais, flexíveis e adequados à vida atual, entre outras propagandas. No que se refere à flexibilização dos espaços, este aspecto não passa de arranjo de leiaute, já que o projeto estrutural não permite grandes modificações após a finalização da obra, exceto pequenas alterações de paredes, as quais acontecem na maior parte das vezes, ainda no período de construção. A insatisfação com os espaços domésticos sobretudo no que se refere às dimensões reflete a atitude do mercado imobiliário de redução de custos e aproveitamento máximo do terreno. Comparando-se a momentos históricos do século anterior, como por exemplo, de pós-guerras, onde também havia grande demanda habitacional e necessidade de redução de custos, verificou-se, naquele momento, que arquitetos e poder público ofereceram projetos criativos visando propiciar condições adequadas de habitação em mínimos espaços. As residências do Movimento Moderno, a Casa Farnsworth, os apartamentos em Weissenhof ou a Unidade de Habitação de Marselha foram pensados como espaços delimitados por meio de divisórias ou mobiliário, assim como os estudos propostos através da casa ampliável de Gropius. Na Cozinha de Frankfurt, os estudos de racionalização e funcionalidade foram postos em prática, confirmando que os mínimos espaços, quando bem aproveitados, podem ser extremamente eficientes. Nesses casos, além de pensar na construção, os arquitetos também refletiram sobre os interiores, criando todo o mobiliário e prevendo as atividades que ali seriam realizadas, gerando e difundindo espaços capazes de atender aos anseios dos moradores.
De forma oposta, os respondentes demonstraram que é constante adaptação dos moradores aos seus domicílios que, muitas vezes, não possuem cômodos suficientes (tanto com relação à quantidade ou às dimensões) para atender às suas necessidades, levando-os a reformas e/ou adaptações. Ao se observar as ofertas do mercado imobiliário, desde as mais “tradicionais” até as que são vendidas como “inovadoras”, muitas reflexões devem ser feitas: em apartamentos praticamente sem nenhuma delimitação interna, com exceção da cozinha e do banheiro, estará o arquiteto refletindo sobre os possíveis usos do espaço? Os moradores irão escolher uma tipologia entre as que são disponibilizadas como possíveis formas de habitar ou escolherão comprar um apartamento sem paredes? E ainda, o que leva à compra de um apartamento que oferece tipologia “padronizada” quando a busca era pela flexibilidade e personalização? Se escolherem a planta livre, voltarão à matriz convencional tripartite?
As constantes substituições de equipamentos eletrônicos potencializam a praticidade, e os moradores se acostumam a, cada vez mais, terem espaços reduzidos. O tipo ideal de habitação que contemple os moradores da era digital deve ser um lar que se adeque às necessidades individuais do morador ou da família, onde cada um possa exercer seus hábitos sem interferências e sem amarras espaciais, mas que isso se efetive na obra e não seja apenas um discurso de marketing para vender.
notas
1
POSTMAN, Neil. Tecnopólio: A rendição da cultura à tecnologia. São Paulo, Nobel, 1994, p. 24.
2
BRANDÃO, Ludmila de Lima. A casa subjetiva: matérias, afectos e espaços domésticos. Coleção Estudos n. 181. São Paulo, Perspectiva, 2008, p. 24.
3
REQUENA, Carlos Augusto. Habitar híbrido. Interatividade e experiência na era da cibercultura. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 2007.
4
TRAMONTANO, Marcelo; BENEVENTE, Varlete. Comportamentos & espaços de morar: leituras preliminares das e-pesquisas Nomads. In: Anais X Entac 2004, São Paulo, 2004. Disponível em: <www.nomads.usp.br/documentos/livraria/A20-CompEspacosMorarLeiturasPrelE_P.pdf> Acesso em 19 jul. 2011.
5
LÉVY, Pierre. O que é o virtual? Coleção TRANS, 1ª edição, 2ª reimpressão. Tradução de Paulo Neves. São Paulo, Editora 34, 1996, p. 15.
6
CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Tradução Maria Luiza X. de A. Borges. Revisão técnica Paulo Vaz. Rio de Janeiro, Jorge Zahan, 2003.
7
DUARTE, Alana Tenório Carnaúba Guimarães. A influência do uso das tecnologias de informação e comunicação nos espaços domésticos contemporâneos: Uma abordagem em Maceió, AL. Dissertação de mestrado. Orientação Adriana Capretz Borges da Silva Manhas. Maceió, UFAL, 2016.
8
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010. Nupcialidade, fecundidade e migração. resultados da amostra. Rio de Janeiro, IBGE, 2010. Disponível em: <www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/familias_e_domicilios/default_familias_e_domicilios.shtm> Acesso em 23 abr. 2014;
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010. Famílias e domicílios. Resultados da amostra. Rio de Janeiro, IBGE, 2010. Disponível em: <www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/nupcialidade_fecundidade_migracao/default_nupcialidade_fecundidade_migracao.shtm> Acesso em 23 abr. 2014.
9
Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Alagoas. Para a pesquisa, foram colhidos dados do Sinduscon-AL entre os anos de 2010 e 2014 e nos meses de janeiro e fevereiro de 2015.
10
144 apartamentos vendidos apenas nos meses de janeiro e fevereiro de 2015, contra 64 em 2010, 37 em 2011, 66 em 2012 e 42 em 2014. Em 2013, foram 221 apartamentos de 01 dormitório vendidos na capital.
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MONETTI, Eliane. O ponto de vista do empreendedor. In: VARGAS, Heliana Comin; ARAUJO Cristina Pereira de (Org.). Arquitetura e mercado imobiliário. Barueri, Manole, 2014.
12
Divulgados em: SANCHES, Carolina. Analfabetismo cai em Alagoas, mas é maior que a média do país, diz Pnad. Maceió, portal G1, 18 set. 2014 <http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2014/09/analfabetismo-cai-em-alagoas-mas-e-aquem-da-media-do-pais-aponta-pnad.html>. Dados corrigidos disponíveis em: MELLO, Káthia. IBGE admite 'erros graves' na Pnad e diz que desigualdade caiu Dado equivocado também mudou resultado sobre analfabetismo. Diretor de pesquisas nega que tenha havido interferência política. Rio de Janeiro, portal G1, 19 set. 2014 <http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/09/ibge-diz-que-pnad-tem-erros-extremamente-graves.html> Acesso em 04 abr. 2015.
13
PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel para uso pessoal: 2013. In: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Coordenação de trabalho e rendimento. Rio de Janeiro, IBGE, 2015. Disponível em: <http://loja.ibge.gov.br/pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-pnad-2013-acesso-a-internet-e-a-televis-o-e-posse-de.html> Acesso em 25 abr. 2015.
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Em sua pesquisa, o IBGE considera microcomputador como “computador de mesa ou portátil (laptop, notebook, ultrabook, netbook)”.
15
As quantidades de dormitórios dos apartamentos selecionados se basearam nas tipologias mais vendidas por ano, segundo o Sinduscon AL. Para os anos de 2010, 2011, 2012 e 2014 foram escolhidos apartamentos de três dormitórios; para o ano de 2013, de dois dormitórios; e para o ano de 2015, de um dormitório.
16
Os estudantes referem-se à graduação dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Design, e pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (Mestrado em Dinâmicas do Espaço Habitado e Doutorado em Cidades).
17
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Coleção TRANS. Tradução Carlos Irineu da Costa. São Paulo, Editora 34, 1999.
sobre as autoras
Alana Tenório Carnaúba Guimarães Duarte possui graduação em Arquitetura e Urbanismo (2011) e mestrado em Arquitetura e Urbanismo (2016) pela Universidade Federal de Alagoas, na Área de Concentração em Dinâmicas do Espaço Habitado (PPGAU DEHA UFAL), atuante na Linha de Pesquisa 1: Conceituação, Percepção e Representação do Espaço Habitado. Integrante do Grupo de Estudos de Representações de Lugar (RELU).
Adriana Capretz Borges da Silva Manhas possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Moura Lacerda (1998), mestrado em Engenharia Urbana (2002) e doutorado em Ciências Sociais (2007) pela Universidade Federal de São Carlos. Professora Adjunta Nível 4 da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), nos cursos de Mestrado em Dinâmicas do Espaço Habitado e Doutorado Cidades. Atua nas áreas de História da Arte, da Arquitetura e do Urbanismo e Meios de Expressão. Líder do RELU - Representações do Lugar (UFAL), onde desenvolve pesquisas sobre História da Arquitetura e da Cidade e Análise e Representação da Forma.