Este artigo, tendo por base a dissertação de mestrado em patrimônio cultural da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, foi realizado no intuito de valorizar e divulgar a presença da arquitetura moderna em Santa Maria entre as décadas de 1950 e 1960. Para tanto foram documentados vinte e seis prédios de uso coletivo – residencial, comercial e misto – e prédios de uso institucional. Assim o estudo começa com a análise dos prédios da Faculdade de Farmácia e da Medicina e do Taperinha, pioneiros e incontestes marcos visuais da cidade, finalizando com a apresentação dos primeiros prédios da UFSM.
Em relação à localização foram estabelecidos dois grupos. O primeiro localizado no centro da cidade, onde se concentra 70% da amostra. O segundo corresponde aos prédios da Cidade Universitária da UFSM, localizados no bairro Camobi, zona leste da cidade. Esta divisão, além de orientar e facilitar a visitação aponta para duas formas de manifestação da arquitetura moderna: uma adaptada à malha urbana consolidada no centro histórico de origem portuguesa. A outra, no campus de Camobi, inserida num espaço planificado concebido a partir dos conceitos do urbanismo moderno.
A significativa participação de arquitetos conterrâneos está relacionada aos projetos oriundos da iniciativa privada – sociedades imobiliárias, comerciais, clube esportivo ou grupo familiar – construídos no centro da cidade. Destaca-se o trabalho do arquiteto Claudio Machado Rizzato, responsável, em parceria com o arquiteto Battistino Anele, pelo projeto do edifício Taperinha e dos prédios da Cacism e do Augusto. Também é importante a atuação dos arquitetos Emil Bered e Salomão Kruchin, projetistas do imponente ginásio do Esporte Clube Corintians, e o arquiteto e professor Antônio José Brenner com o prédio comercial rio da Prata. Nos prédios funcionais se destaca a atuação dos arquitetos Oscar Valdetaro e Roberto Nadalutti responsáveis pelo projeto do Hospital de Tisiologia, depois Hospital Universitário e hoje Centro de Apoio da UFSM e de todos os prédios da UFSM, incluindo a urbanização, construídos na década de 1960 na cidade universitária. Destaca-se também o trabalho do professor e arquiteto, da então URGS, Fernando Petersen Lunardi com seu projeto do prédio da antiga reitoria.
Em alguns prédios não foi possível identificar o profissional responsável pelos projetos. No entanto é certo que estejam vinculados aos órgãos públicos federais localizados na cidade do Rio de Janeiro, então capital da República.
Na seleção dos prédios também foram observados outros requisitos, além dos elementos que os caracterizam como moderno, como as informações que indiquem sua denominação, localização e período de construção, cuja comprovação tanto pode ser documental como também por meio de registro fotográfico, com a devida indicação da fonte, e se possível com a identificação dos profissionais responsáveis pelo projeto e pela execução.
Também foram observados os critérios de conservação dos prédios, a partir das definições constantes na Carta de Burra (1). Assim os que necessitam de manutenção, isto é, precisam somente de inspeção regular e limpeza periódica, ou de preservação, quando for necessária a realização de pequenos reparos, foram apontados como aptos a serem publicados. A exceção a estes critérios fica por conta do ginásio do Corintians Esporte Clube e do prédio do Centro de Apoio da UFSM, ambos classificados na categoria de restauro, pois, para as suas recuperações se fazem necessários a remoção de partes acrescidas a posteriori ao projeto original, reconstrução e readaptação necessárias para a instalação de novas funções. Mesmo com estas restrições foram selecionados devido à singularidade formal do ginásio, marcante na paisagem urbana, e pela forma pioneira do hospital, inspirada nas ideias do arquiteto Lucio Costa, e por ser um representante da primeira etapa da instalação do ensino superior em Santa Maria.
Os registros fotográficos, atuais e exclusivos, foram realizados entre 2014 e 2015 pelo designer Pedro Machry Krum Ribeiro e fazem parte do acervo do autor. Já os desenhos que auxiliaram a análise dos prédios foram elaborados a partir de originais encontrados no arquivo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e nos desenhos em DWG fornecidos pela Pró-reitora de Infraestrutura – Proinfra da UFSM. As figuras foram montadas pela acadêmica do curso de arquitetura da UFSM Bruna Zambonato.
Antecedentes da arquitetura moderna em Santa Maria
A presença portuguesa é inerente ao surgimento do povoado, em 1797, predominando até o advento da República. Assim, o núcleo inicial do povoamento, a rua do Acampamento e o largo da Praça da Matriz, era constituído inicialmente por exemplares de Arquitetura Portuguesa com suas variantes e com seus alinhamentos determinando o espaço público.
O progresso implantado pelo positivismo comteano do início da República determinou intervenção pontual, a qual Leme (2) classifica como planos de melhoramento implantados a partir do início do século 20 nas áreas centrais das principais cidades brasileiras, e pela elaboração de uma legislação urbana específica, as quais tiveram como objeto principal o saneamento urbano.
Desta maneira, na virada do século passado notam-se as primeiras alterações que irão determinar a arquitetura portuguesa como passado também em Santa Maria. Estas intervenções começam ainda no século 19 quando da instalação do transporte ferroviário no município, em 1885, e com a realização de inúmeras obras no centro da cidade (3), com a implantação do Plano de Melhoramentos (5) e com a chegada dos imigrantes na região, principalmente os italianos em 1887 (4).
Estas intervenções urbanísticas determinaram algumas mudanças significativas junto à Praça da Matriz, hoje Saldanha Marinho, anotadas por Beltrão (6), como a demolição, ainda em 1888 da “velha igreja da matriz” e do cemitério que compunha o átrio da igreja, transferido-o para o Cemitério Ecumênico ainda existente na avenida Dois de Novembro, bairro Patronato. Com a remoção foi possível a ampliação da avenida Progresso, hoje rio Branco, em 1894, o calçamento da rua do Acampamento e de algumas quadras da rua do Comércio, hoje rua Dr. Bozano, em 1896, da elaboração do Código de Posturas em 1897, da instalação da eletricidade em 1898. O progresso também acontece com a instalação da telefonia em 1901 e com a criação da Secretaria de Obras Públicas e da Lei Orgânica Municipal em 1902.
Estes fatos determinaram a implantação marcante de uma paisagem urbana fundamentada no estilo eclético, a qual ficou praticamente inalterada até a década de 1940. A sua presença ainda está presente no neoclassicismo do Banco Nacional do Comércio, no neogótico da Igreja do Mediador, no art nouveau do Palacete do Dr. Astrogildo. No paisagismo se destacavam o canteiro central da avenida Rio Branco e a praça Saldanha Marinho cujo desenho simétrico lembra as praças cariocas implantadas pelo paisagista francês Auguste Glaziou.
O escopo sociocultural da década de 1940
Toda a manifestação arquitetônica está fundamentada, enquanto processo histórico, nas transformações desejadas e sonhadas pela sociedade, sendo que o espaço urbano atua no subconsciente do agente expressando um “desejo coletivo inalcançável que se configura material e imediatamente”, conforme afirma Guy Petitdemange (7).
Assim, a explanação concisa a seguir apresentada tem como objetivo a compreensão das transformações sociais e culturais que irão marcar a paisagem urbana da cidade. Desta maneira, após o período de influência da colonização portuguesa, onde se destaca a função militar, e colonização germânica, que desenvolveu a indústria de pequeno porte e o comércio (8), neste caso associada aos emigrantes judeus (9) a sociedade santamariense passa a se relacionar com as atividades pertinentes à Viação Férrea, cujo auge, enquanto principal centro ferroviário do estado, acontece entre 1905 a 1957, conforme explica Flôres (10), seguido da implantação do ensino superior, considerado como receptáculo da nova arquitetura em Santa Maria.
A questão ferroviária marcou a cidade de maneira significativa a partir da criação da Cooperativa dos Funcionários da Viação Férrea – Coopfer, em 1913, conforme aponta Flôres. No início da década de 1930 a Coopfer, já estabelecida em várias cidades do estado, incluindo Porto Alegre, desenvolve atividades nas áreas de educação, saúde e indústria, fazendo assim gravitacionar em seu entorno as atividades econômicas do município. Este protagonismo está gravado no imaginário de várias gerações de santa-marienses, pois tudo – clube social, clube de futebol, cooperativa, escolas – estava relacionado com o trem. Esta ambiência urbana ficou demarcada no que hoje se conhece como Mancha Ferroviária, isto é, ao longo da avenida Rio Branco e rua do Acampamento, com vários prédios residenciais e uma sólida rede hoteleira, cujos prédios foram construídos seguindo os preceitos da art déco.
Deste período, excluindo o conjunto residencial conhecido como “Vila Belga” (11), um conjunto habitacional para os funcionários da Viação Férrea, construída entre 1901 e 1903, destaca-se o prédio do Palácio Rosado, localizado na avenida Rio Branco com a rua Daudt, considerado por Flôres (12) como o lugar fundamental para as articulações e lutas dos ferroviários gaúchos, e o prédio da Escola de Artes e Ofícios construído pela Coopfer a partir de 1913 e inaugurado em 1922, conforme indicação de Foletto (13), ambos dentro dos fundamentos característicos do estilo eclético.
Em oposição a este estilo, e por isso é a exceção, foi a construção anterior a 1958, conforme explicitado na publicação do Álbum Ilustrado Comemorativo ao Centenário do Município (14), da sede da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários – C.A.A.P., localizada na rua Serafim Valandro com rua Silva Jardim, cujo estilo é marcadamente moderno.
Os primeiros sinais de que esta paisagem também estava destinada a se tornar passada aconteceu ainda na década de 1940 quando a Coopfer começa a diminuir suas ações devido a fatores organizacionais e financeiros. Flores (15) afirma ser o ano 1947 o mais difícil para a cooperativa. Já na década seguinte, apesar da ajuda financeira feita pelo no governo estadual de Ernesto Dorneles, a Viação Férrea do Rio Grande do Sul – VFRGS apresentava graves problemas de gestão.
O agora Colégio Hugo Taylor, a antiga Escola de Artes e Ofícios, ainda conforme relato de Flôres, devido a sucessivas crises administrativas e financeiras, implantou uma nova linha pedagógica em 1943, com a instalação de oficinas, das quais se destaca a fabricação de móveis, caracteriza-se como uma instituição de ensino técnico-industrial. Entretanto, estes novos objetivos não corresponderam às expectativas e o colégio encerra as suas atividades em 1986, sem antes sofrer, em 1954, um grande incêndio, sendo que em 1990 o prédio foi vendido a terceiros. Atualmente é um hipermercado.
O fechamento da escola foi considerado uma grande perda para a comunidade, apontando como um grande golpe, até mesmo uma traição, um desfalque no ensino de Santa Maria, conforme publicações da imprensa local (16), o que evidenciava a sua importância junto à sociedade santamariense.
Nesta época começa a ser definida uma mudança em relação às questões socioculturais que culminam com a implantação do ensino superior, cujo objetivo maior era a criação da Universidade de Santa Maria – USM.
A implantação do ensino superior, acalentada desde 1912, conforme relata Isaia (17), começa a se tornar realidade em 1932 quando da instalação da Faculdade de Farmácia. No entanto é com a criação, em 1948, da Associação Santamariense Pró-Ensino Superior – Aspes, entidade de caráter privado, com o objetivo de mobilizar a sociedade para a ampliação da implantação do ensino superior. Proposta materializada entre 1952 – 1957 com a consolidação da Faculdade de Farmácia e com a construção de um moderno prédio projetado pelo arquiteto Fernando Petersen Lunardi, professor da URGS, no qual foi incorporada, em 1954, a Faculdade de Medicina. Atualmente o prédio é mais conhecido como Antiga Reitoria.
Neste período outros prédios modernos foram construídos, conforme apontamentos encontrados na Prefeitura Municipal, tanto pela iniciativa privada como por instituições governamentais, cujas atividades ajudaram a consolidar a vocação de pólo regional comercial e de prestação de serviços do município. Do primeiro grupo se destacam os prédios do Taperinha (1955-1959), a Galeria do Comércio (1955-1956), o Edifício Imembuy (1957), Esporte Clube Corintians (1958) e o prédio da Câmera de Comércio de Santa Maria (1961). Dentre os prédios institucionais, se destacam o dos Correios e Telégrafos (1948-1953), Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários (1958) e o prédio de uso misto do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários – IAPB.
Tendo como base a relação entre o ensino superior e arquitetura moderna, Isaia (18) salienta a construção pelos Irmãos Maristas, em 1954, da Faculdade de Ciências Políticas e Econômica. O prédio, projetado e construído pelo construtor licenciado pelo CREA/RS João Lapitz, apresentava linhas típicas do art decó. Foi reformado, ainda quando de sua construção, a partir do projeto do Arq. Benito Fontaine, assumindo as qualidades de prédio proto-moderno.
Assim, com consolidação, pela Aspes, das Faculdades de Farmácia e de Medicina, associadas à Escola de Enfermagem Nossa Senhora Medianeira, das Irmãs Franciscanas, com a implantação da Faculdade de Economia, pelos Irmãos Maristas, e a instalação da Faculdade de Filosofia e Letras Imaculada Conceição – FIC, também das Irmãs Franciscanas, estava criada a base do que viria a ser, o embrião em 1960, da Universidade de Santa Maria – USM, federalizada em 1965.
É do período da USM a construção no centro da cidade do prédio da Casa do Estudante, cujo projeto e construção inicial foram de responsabilidade da equipe técnica da URGS. No entanto, a finalização das obras só aconteceu devido à iniciativa da USM. Ressalva-se, ainda neste período, a adaptação do Hospital de Tisiologia, cuja obra estava inacabada, realizada sob os auspícios da ASPES, passa a ser o Hospital Universitário.
Também nesta época foram implantados alguns significativos exemplares pré-modernos como o Hotel Piraju (construído antes de 1957, reformado na década de 1990), Edifício da Caixa Econômica Federal (1958-1960), o Edifício Pisani (1955) e o Edifício Mauá (1945-1950).
Esta transição não foi um fato isolado e sim contínuo, interligado. Assim é importante salientar que a Cidade Ferroviária estava empenhada na consolidação da Cidade Universitária, haja vista, por exemplo, sua participação, entre 1955 e 1957, junto com outras entidades, na campanha para equipar o laboratório dos cursos de farmácia e medicina com um microscópio eletrônico Philips (19).
Também a Cidade Universitária se relacionou com a Cidade Ferroviária quando em 1959 foi proposto junto à Coopfer que salas do Colégio Hugo Taylor fossem emprestadas para a universidade. Ainda nas dependências da escola, em 1960, foi realizada reunião que visava a criação da Universidade de Santa Maria. Este encontro teve a participação fundamental da Sociedade de Engenharia e Arquitetura – Seasm, conforme relata Isaia (20).
Por fim, verifica-se que a origem das atividades ferroviárias, do apogeu ao declínio, bem como a implantação da universidade, cujo auge foi a construção do campus de Camobi, possuem a mesma matriz de origem, isto é, governamental, tanto o estadual como o federal, os quais se foram algozes do sistema ferroviário, instituíram o ensino superior e foram os grandes mecenas da arquitetura moderna brasileira também em Santa Maria.
A sistematização da leitura da arquitetura moderna brasileira
A interpretação dos prédios está fundamentada nos conceitos básicos da nova arquitetura de Le Corbusier (21) e nos requisitos substanciados na vasta literatura sobre este tema, das quais se destacam as referências de Perez de Arce (22) e Comas (23).
Desta maneira, os elementos da arquitetura moderna são expressos por formas geométricas simples, determinando uma leitura volumétrica expressa por formas prismáticas, barras horizontais, prismas ou lâminas verticais, enquanto que suas transformações dimensionais são apontadas como aditivas e subtrativas em relação à forma geométrica básica.
A análise segue o estabelecido pelos conceitos corbusianos, a estrutura independente, laje de concreto armado, planta e fachada livre e pelo terraço-jardim, os quais, uma vez tomados em conjunto condicionam uma elevação tripartida correspondente à aplicação literal dos conceitos da arquitetura corbusiana baseada na tradição clássica, conforme indica Colquhoun (24). Assim se fez observações sobre o estrato superior, com ênfase no uso e tipo da proteção da cobertura. Sobre o corpo vertical, se faz referência sobre o tipo e a espessura do plano de proteção, bem como sobre suas variações de seus elementos compositivos e a hierarquia das fachadas. Por fim, sobre a base do prédio se aponta o sistema estrutural, a espessura do plano de proteção e sobre a sua divisão a partir da presença de marquises, separando ou integrando a sobre loja ou mezanino, considerada aqui como uma variação do piso nobile corbusiano.
Salienta-se que a exceção a estes parâmetros fica por conta do prédio do Planetário da UFSM, com sua forma parabólica, e do Ginásio do Corintians Esporte Clube, com sua cobertura cilíndrica, que se apresentam como formas especialmente singulares na paisagem arquitetônica santamariense.
A forma básica predominante dos prédios analisados é a barra prismática horizontal, como na quase totalidade dos prédios da UFSM, ou o predomínio da altura como nos prédios laminares da Administração Central da UFSM, Taperinha e Casa do Estudante – UFSM, no centro histórico. Em outras situações o que predomina é a altura, como no prédio Pampa e Imembui. No prédio da Antiga Reitoria é a forma planimétrica trapezoidal que se destaca. O volume prismático pode apresentar subtrações, como no edifício Taperinha e Antiga Reitoria.
A base do prédio quase sempre é marcada pela presença de pilotis, externos ou no plano da fachada, definindo a parte comercial – lojas, sobrelojas ou mezaninos. Às vezes a base se apresenta de maneira expandida em relação ao corpo vertical, como nos prédios do Hospital Universitário e Rio da Prata. Nos prédios da Cacism e ginásio do Corintians os pilotis servem para, ao acompanhar o desnível do terreno e nivelar o pavimento térreo permitindo a implantação de pavimentos inferiores, como no Centro de Apoio da UFSM (Antigo Hospital Universitário), Centro de Artes e IAPB. Na Galeria do Comércio a base é porosa, junto às lojas, e vazada na passagem pública e no acesso aos demais pavimentos. Também pode ser totalmente transparente, vazada, definindo única e exclusivamente a portaria e o acesso aos apartamentos, como nos edifícios da Base Aérea.
Ainda em relação à base, o plano de proteção se apresenta de maneira parcialmente transparente marcando o acesso principal e o vestíbulo interno, como no prédio da Administração Central e da Engenharia do Centro de Tecnologia, ou translúcida, devido à presença das vitrines das lojas, contrapondo a opacidade do aceso principal, como no prédio Pampa, Taperinha, Cacism e Augusto.
Já nos prédios da Cacism, do Corintians Esporte Clube e dos Correios e Telégrafo os pilotis se apresentam de maneira colossal, imponentes, dando um aspecto “monumental”. Por fim, a base ainda se apresenta, em alguns prédios, dividida por marquise fixa nos pilotis, como nos prédios da Cacism, Augusto, Pampa e Imembuí, ou fixa no plano da fachada, no caso do Taperinha, ou ainda não apresentar nenhum tipo de proteção, como na Galeria do Comércio, a qual é delimitada pela projeção do plano de proteção do corpo vertical.
Em relação à leitura da fachada significante, desenvolvida a partir do pavimento tipo, se constata a predominância da fachada livre projetada em relação ao plano da base. No entanto, em alguns casos se desenvolve no mesmo plano da base, como acontece na Unifra e no Centenário. A exceção fica por conta dos prédios Corintians Esporte Clube, Taperinha e da Cacism, por sua conotação palaciana, devido à presença de pilotis intermediários. Quanto ao tipo do plano de proteção, a predominância é da alvenaria com tijolos cerâmicos, quase sempre revestidas com pastilhas. A variante mais impactante é a fachada leste do prédio da Administração Central da UFSM, cuja vedação é feita com painéis leves industrializados.
A maioria dos prédios residenciais, e alguns institucionais, apresentam sacadas internas. A exceção fica por conta do Ginásio do Corintians cuja sacada é externa, valorizando a relação do clube com o espaço urbano (25).
Dos elementos de proteções solares, o brise soleil, salienta-se as lâminas de alvenaria verticais da Antiga Reitoria e na simplicidade dos elementos, também em alvenaria, existentes na Biblioteca Central da UFSM – elementos dispostos em ângulo e seccionados na intersecção com o plano da fachada. No prédio da Administração Central da UFSM, os elementos verticais móveis são de alumínio. Ainda é importante anotar a singularidade da proteção solar da fachada leste do prédio do Centro de Ciências Naturais e Exatas da UFSM, composta por placas metálicas vazadas e fixadas junto às vergas dos corredores externos, e também a proteção do Centro de Diagnóstico e Atenção Secundária – Cedas, cujas as usuais três laminas horizontais fixas, em fibrocimento, acentuam a volumetria horizontal do prédio.
Todavia, o que predomina como elementos de proteção solar são os cobogós, cuja aplicação acontece em três situações: proteção solar quando colocados junto às fachadas norte e oeste, como no Taperinha e no rio da Prata, na vedação parcial das áreas de serviço, independentemente da orientação solar, como no Centenário, ou ainda para marcar e proteger a circulação vertical, como no prédio dos Correios e Telégrafos e do Centro de Tecnologia. Desses elementos se destacam as peças em cerâmica esmaltada em amarelo utilizado na fachada Norte do salão de festas do condomínio da Galeria do Comércio.
Ainda em relação à proteção e demarcação das aberturas o uso de simples molduras, linhas que se destacam do plano das fachadas, como no caso da fachada Norte do prédio da Casa dos Estudantes ou a fachada sul do prédio da Antiga Reitoria, é um recurso bastante utilizado.
Por fim, a análise do estrato superior dos prédios indica a presença quase que total de fechamento horizontal, no mesmo plano da fachada, como proteção da cobertura. Novamente a exceção é o Taperinha que, devido à presença do terraço-jardim, onde estão o salão de festas, churrasqueira, capela e jardins cujas formas orgânicas lembram em muito os trabalhos de Burle Marx. (não construídos), lavanderia e casa de máquinas, a proteção é feita de maneira ímpar com tela metálica. De uma maneira mais simples o prédio do Correios e Telégrafos apresenta em sua cobertura, protegida com telhas de cimento-amianto e delimitada por platibanda de alvenaria, um apartamento funcional Atualmente a cobertura foi transformada em terraço, delimitado espacialmente por uma estrutura pergolada. Nos demais prédios a cobertura é reservada ás instalações de apoio ao prédio e incluindo apartamento da zeladoria e geralmente protegidas por telha de cimento amianto.
Quanto à localização dos prédios em relação ao quarteirão, na cidade tradicional, dos dezoitos prédios oito, estão em esquinas, fato que determina que duas de suas fachadas apresentem elementos significativos da arquitetura moderna, as demais são consideradas como fachadas utilitárias sem o mesmo tratamento das fachadas voltadas para as vias públicas, tal como Le Corbusier empregou nos prédios Maison Planeix e Immeuble Porte Molitor, inseridos na malha urbana consolidada de Paris (26).
Os demais prédios se localizam no meio da quadra, com uma única fachada significante. Destacam-se como exceções deste grupo os prédios da Galeria do Comércio, com duas fachadas, e os prédios da Casa de Estudante, do Centro de Apoio da UFSM e os prédios da Base Aérea que apresentam com quatro fachadas significativas. Na Cidade Universitária a implantação dos prédios permite a visualização das quatros fachadas, no entanto, apenas duas são consideradas como significantes.
A austeridade desta nova arquitetura é suavizada pela presença de obras de arte integradas na concepção arquitetônica. Uma característica marcante na arquitetura moderna brasileira que se faz presente no hall de entrada da Antiga Reitoria com uma escultura de Vasco Prado (27) juntamente com um mural de Silvestre Peciar (28), no hall do Centro Tecnológico com um painel de Eduardo Trevisan (29) e num imenso painel na fachada leste do anfiteatro do Centro de Artes, de autoria do artista plástico e professor Juan Amoretti (30).
Considerações finais
A justificativa mais incidente da presença da arquitetura moderna em Santa Maria é a sua relação com a instalação do ensino superior no município, a qual aconteceu em duas etapas.
A primeira aconteceu como uma consequência da criação e implantação da USM, na década de 1950 rompendo com o ecletismo arquitetônico dominante e relacionado com matriz econômica determinada pela atividade ferroviária, transformando a paisagem urbana para receber a nova realidade que se desenhava na sociedade santamariense. É deste período a construção dos primeiros prédios modernos, fortemente arraigados nos princípios fundantes de Lucio Costa, e materializados a partir da atuação dos arquitetos das instituições federais. Os edifícios Taperinha, Galeria do Comércio e da Cacism são os melhores exemplos desta fase. Segundo Marques (31) esta etapa também é o período da consolidação do movimento moderno em Porto Alegre. Assim se justifica a presença singular do prédio da Faculdade de Farmácia e Medicina, projetado pelos arquitetos da Universidade do Rio Grande do Sul – URGS, na época mais ligado a ideias dos Irmãos Roberto (32).
Os fundamentos da modernidade da arquitetura brasileira se fazem presentes nos prédios pesquisados, das quais se exemplifica na presença, junto ao prédio do IAPB, de aberturas tipo porta-sacada ou janela rasgada por inteiro e protegidas por peitoril horizontal, de inspiração no colonial mineiro, e no emprego do cobogó, demonstrando uma influência clara de Lucio Costa.
A arquitetura moderna começa a se consolidar na cidade a partir da contratação, pela Aspes, dos arquitetos mineiros Oscar Valdetaro e Roberto Nadalutti (33), profissionais com atuação em vários estados brasileiros, para a elaboração da Cidade Universitária da USM no campus de Camobi.
Ao todo foram elaborados cinco planos diretores, todos fundamentados nos preceitos do Urbanismo Moderno dos modelos de Le Corbusier e de Lucio Costa para a Cidade Universitária do Brasil no Rio de Janeiro.
Assim, no projeto inicial do campus de Camobi da USM, apresentado pelos arquitetos em 1961, o traçado viário axial é determinante para os demais planos, os quais apresentam variações apenas na localização dos prédios, seguindo, mais ou menos, as diretrizes estabelecidas pela Comissão de Professores criada pelo Governo Federal em 1935 com objetivo de conceber e estruturar um plano global para a universidade brasileira, conforme aponta Alberto em sua dissertação de mestrado (34).
No primeiro a orientação norte-sul dos prédios segue o modelo de Lucio, enquanto que nos demais apontam a orientação leste-oeste de Le Corbusier, tal como foram construídos. Também se destaca a busca da escala urbana, contrastando com a escala monumental do eixo principal, junto ao setor dos institutos e das faculdades isoladas (35), pois os prédios deste setor apresentam anfiteatros como anexos lembrando os “pátios” do modelo de Lucio Costa (36).
Desta maneira, apesar de sua excelência urbanística e arquitetônica a Cidade Universitária da agora UFSM foi fundamentada, conforme definição de Rogério de Castro Oliveira (2007), em
“partidos opostos para projetos cuja similitude figurativa parecia sugerir, numa visão apressada, simples variante [..], configuração marcada por sucessões moduladas de edifícios prismáticos, os primas puros do urbanismo corbusiano. Junto aos prismas, edificações monumentais” (37).
Quando à adoção de uma arquitetura que não procura resolver os problemas de maneira singular, inovativa, e sim visa soluções a partir da adoção e consolidação das ideias centrais da Arquitetura Moderna, em especial a Brasileira, que, conforme Marques (38), define um repertório gerado com base “na imitação de modelos existentes”, determina a exaustão conceitual e formal do modernismo arquitetônico.
Esta situação não só acontece nos prédios da UFSM como também nos prédios habitacionais da Base Aérea construídos no final da década de 1960 em Santa Maria. A exaustão se expressa de maneira exemplar e com tal intensidade que o repertório modernista passa por uma simplificação significativa, visando mais a otimização das técnicas construtivas do que da própria representação modernista.
Por fim, salienta-se a contemporaneidade da implantação dos prédios modernos em Santa Maria com o desenvolvimento da Arquitetura Moderna Brasileira, incluindo uma sobrevida, pois enquanto no Brasil na década de 1960 o movimento moderno está em crise, conforme esclarece Mahfuz (39), em Santa Maria a arquitetura moderna brasileira conhece o seu apogeu, com a implantação da USM.
Mesmo que não apresente nenhum elemento arquitetônico enquanto referência nacional, deve ser destacado que a aplicação dos preceitos modernos adaptados às necessidades do meio social e ambiental produzindo, conforme definição de Marques (40), uma “média arquitetônica qualitativamente elevada”.
Desta maneira, se assinala a importância histórica desses prédios na paisagem urbana local, bem como para a própria arquitetura moderna brasileira, pois corrobora a magnitude e a influência dos grandes mestres brasileiros modernos.
notas
1
Carta de Burra: documento produzido pelo ICOMOS da Austrália para a conservação dos sítios com significados cultural, em 1998, conforme versão constante no site do IPHAN.
2
LEME, Maria Cristina. A formação do pensamento urbanístico no Brasil, 1895 – 1965. In LEME, Maria Cristina (Org.). Urbanismo no Brasil: 1895-1965. São Paulo, Studio Nobel/FUPAM, 1999, p. 20-38.
3
BELTRÃO, Romeu. Cronologia histórica de Santa Maria e do extinto município de São Martinho: 1787-1930. Santa Maria, La Salle, 1979, p. 328.
4
KARSBURG, Alexandre de Oliveira. Sobre as ruínas da Velha Matriz. Religião e política em tempos de ferrovia (Santa Maria – Rio Grande do Sul – 1880-1900). Santa Maria, UFSM, 2007.
5
SANTINI, Silvio. A imigração esquecida. Porto Alegre, EST/EDUS, 1986.
6
BELTRÃO, Romeu. Op. cit., p. 318-431.
7
PETITDEMANGE, Guy. Avant ale monumental, les passages: Walter Benjamin. In BAUDRILLARD, Jean; LIPOVETSKY, Gilles; PERROT, Michelle; PIERRE-YVES, Pétillon; PETITDEMANGE, Guy; ROMAN, Joël; THIBAUD, Paul; TOURAINE, Alain. Citoyennité et Urnbanité. Paris, Esprit, 1991. Apud PESAVENTO, Sandra Jatahy. O Imaginário da Cidade. Visões Literárias do Urbano. Paris, Rio de Janeiro, Porto Alegre. Porto Alegre, UFRGS, 2002, p. 15.
8
BRENNER, José Antonio. Os Cassel de Santa Maria desde o glantal. Santa Maria, UFSM, 2010.
9
GUTFREIND, Ieda. Comunidades Judaica no interior do RS: Santa Maria. Santa Maria, UFSM, 2010.
10
FLORÊS, João Rodolpho Amaral. Os trabalhadores da V.F.R.G.S. Profissão, mutualismo, cooperativismo. Santa Maria, Pallotti, 2008, p. 150.
11
Vila Belga: conjunto habitacional construído entre 1901 a 1903 para os funcionários da “Compagnie Auxiliare des Chemins de Fer au Brésil”, então responsável pela implantação da estrada de ferro Porto Alegre – Uruguaiana. LOPES, Caryl Eduardo Jovanocivh. A Compagnie Auxiliare de Chemins de Fer au Brésil e a cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul, Brasil. Tese de Doutorado. Barcelona, Universidade Politécnica da Catalunha, 2002
12
FLORÊS, João Rodolpho Amaral. Op. cit., p. 172.
13
FOLETTO, Vani Terezinha (Org.); KESSLER, Janes; JACKS, Nilda Aparecida; BISOGNIN, Edir Lúcia. Apontamentos sobre a história da arquitetura de Santa Maria. Santa Maria, Pallotti, 2008, p. 82-83.
14
BELTRÃO, Romeu (Org.). Síntese Histórica de Santa Maria. In: Álbum Ilustrado Comemorativo do 1º Centenário de Santa Maria, 17 de maio de 1858 – 17 de maio de 1958. Santa Maria, 1958, p. 143.
15
FLORÊS, João Rodolpho Amaral. Op. cit., p. 232.
16
A Razão, Santa Maria, 23, 24 e 25 mar. 1950.
17
ISAIA, Luiz Gonzaga. USM Memórias. Santa Maria, Pallotti, 2006.
18
Idem, ibidem.
19
Idem, ibidem, p. 75 e p. 123.
20
Idem, ibidem, p. 125-127
21
LE CORBUSIER, Charles-Edouard Jeanneret-Gris. Por Uma Arquitetura. São Paulo, Perspectiva, 2002.
22
PEREZ DE ARCE, Rodrigo. As faces do moderno: o interior e a idéia da fachada. Porto Alegre, PROPAR/UFRGS, 1977.
23
COMAS, Carlos Eduardo. Precisões Brasileiras sobre um passado da arquitetura e urbanismo modernos. Tese de doutorado, Universidade de Paris VII, Saint Denis, 2002.
24
COLQUHOUN, Alan. Essays in Architectural Criticism. New York, MIT Press, 1986, p. 51. In BAHIMA, Carlos Fernando Silva. Edifício moderno brasileiro: A urbanização dos cinco pontos de Le Corbusier 1936-57. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
25
PEREZ DE ARCE, Rodrigo. Op. cit.
26
BAHIMA, Carlos Fernando Silva. Edifício moderno brasileiro: a urbanização dos cinco pontos de Le Corbusier 1936/57. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
27
Vasco Prado: (1914-1998) escultor e gravador uruguaianense. Desenvolveu temas da história e tradição gaúcha, das quais se destaca as inúmeras versões do “Negrinho do Pastoreio”.
28
Silvestre Peciar: escultor uruguaio, professor aposentado do curso de Artes Visuais da UFSM. Atualmente radicado em Montevidéu e atuando junto a comunidade anarquista “Comunidad del Sur”. Fonte: <http://www.revistaovies.com/entrevistas/2010/11/silvestre-peciar-el-periodista/>.
29
Eduardo Trevisan: (1920-1982), considerado o mais exponente pintor de Santa Maria. Sua obra também pode ser encontrada em inúmeros prédio da cidade.
30
Juan Humberto Torres Amoretti: artista peruano radicado em Santa Maria. Com obras expostas em vários países, também se destaca por sua atuação como professor. Atualmente, aposentado da UFSM, leciona no Centro Universitário Franciscano – UNIFRA.
31
MARQUES, Sergio Moacir. A Revisão do Movimento Moderno? Arquitetura no Rio Grande do Sul dos anos 80. Porto Alegre, Ritter dos Reis, 2002, p. 83.
32
Entre os estudos realizados pelos arquitetos vinculados a URGS e o projeto desenvolvido pelo professor e arquiteto Fernando Petersen Lunardi fica evidente a inspiração nos trabalhos dos arquitetos cariocas, mais especificamente no prédio da Associação Brasileira de Imprensa – ABI, 1936-1938. Ver: SPALDING, Walter. Gênese do Brasil Sul. Porto Alegre, Sulina, 1953; BRUAND, Yves. Arquitetura contemporânea no Brasil. São Paulo, Perspectiva, 2010, p. 94-96.
33
Foram contemporâneos dos arquitetos Rino Levi, Jorge Machado Moreira, Roberto Cerqueira César, quando do curso de Planejamento Hospitalar promovido em 1953 pelo IAB/SP, o qual teve por aluno o arquiteto Aldary Toledo, ligado na época ao Instituto de Aposentadoria e Pensões do Bancários, fato que possibilita sua participação no prédio do IAPB de Santa Maria. COSTA, Renato Gama-Rosa. Apontamentos para a arquitetura hospitalar no Brasil: entre o tradicional e o moderno. História, Ciências, Saúde, v. 18, supl. 1, dez. 2011, p. 53-66.
34
“essa ideia de pátio é uma coisa até muito ligada à nossa tradição mediterrânea, embora Portugal não seja um país mediterrâneo, mas é um país do Império filiado à tradição mediterrânea. De modo que essa ideia de criar para cada escola uma área murada, fechada e tendo o corpo da escola solto, atravessado, e ao longo desses muros [...], construções térreas para uma série de comodidades e de conveniências dos alunos e de interesse de cada escola, [...] eu acho que isso é uma coisa bem mentalmente filiada à nossa tradição”. GOROVITZ, Mateus. Os riscos do projeto: Universidade do Brasil, 1936. Orientador Júlio Roberto Katinsky. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 1989, p. 12.
35
Faculdades Isoladas: são as faculdades de origem particular que seriam agregadas a UFSM quando de sua federalização – Faculdade de Filosofia – FIC e Faculdade de Enfermagem – FACEM administradas pelas Irmãs Franciscana, e a Faculdade de Direito e Economia, doa Sociedade Meridional de Educação – Some dos Irmãos Maristas. Todas estabelecidas no centro histórico de Santa Maria. ZAMPIERI, Renata Venturini. Campus da Universidade Federal de Santa Maria: um testemunho, um fragmento. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do rio Grande do Sul, 2011.
36
ALBERTO, Klaus Chaves. Os projetos para a universidade do Brasil na década de 30 debates e contribuições para a formação do pensamento urbanístico no Brasil. In: Seminário de História da Cidade e do Urbanismo, Natal, PROURB, 2012, p. 1-17.
37
OLIVEIRA, Rogério de Castro. Horizontes e cerramentos na cidade dos prismas. Rio de Janeiro, Universidade do Rio de Janeiro, 1936. In COMAS, Carlos Eduardo Dias, MARQUES, Sergio (orgs.). A segunda idade do vidro. Transparência e sombra. Porto Alegre, UniRitter, 2007, p. 33-47.
38
MARQUES, Sergio Moacir. Op. cit., p. 34
39
MAHFUZ, Edson. A arquitetura consumida na fogueira das vaidades. In MAHFUZ, Edson. O clássico, o poético e o erótico e outros ensaios. Porto Alegre, Ritter dos Reis, 2002, p. 113-120.
40
MARQUES, Sergio Moacir. Op. cit., p. 270
sobre o autor
Arquiteto (Unisinos, 1981), especialista em Conservação do Patrimônio Histórico (UFSM); e mestre em Patrimônio pelo Programa de Pós-Graduação Profissionalizante em Patrimônio Cultural, Centro de Ciências Sociais e Humanas (UFSM). Professor (2002 a 2008) no Centro Universitário Franciscano nos cursos de Design, Turismo e Arquitetura. Autor do Guia da Arquiteura Moderna em Santa Maria 1950-1960.