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research

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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
O estudo analisa o processo de dispersão urbana na avenida Paraguassú RS, via que conecta balneários turísticos no litoral, que se assemelha à uma rua-estrada, tipo identificado por Domingues em Portugal, que impacta na urbanidade da cidade.

english
The study analyzes the process of urban dispersion on avenida Paraguassú RS, a route that connects tourist resorts on the coast, resembles a street-road, a type identified by Domingues in Portugal, which impacts the city's urbanity.

español
El estudio analiza el proceso de dispersión urbana sobre la avenida Paraguassú RS, ruta que conecta polos turísticos de la costa, como una calle-carretera, tipo identificado por Domingues en Portugal, que impacta en la urbanidad de la ciudad.


how to quote

AMARO, Alice Francisco; LOPES, Eduardo Baptista; DOMARESKI-RUIZ, Thays Cristina. Dispersão no litoral brasileiro. O caso da rua-estrada avenida Paraguassú RS. Arquitextos, São Paulo, ano 24, n. 287.01, Vitruvius, abr. 2024 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/24.287/8981>.

O crescimento urbano é um fenômeno global que se manifesta através de várias formas e dinâmicas espaciais, sendo condicionante e condicionada por processos formais, sociais, econômicos, políticos e de suas relações. Atualmente, este crescimento está seguindo lógicas de dispersão sobre o território, um fenômeno próprio da chamada terceira fase da modernidade (1).

Para Nestor Goulart Reis (2), a dispersão urbana caracteriza-se pelo esgaçamento do tecido urbano, com a urbanização se estendendo por um vasto território, com núcleos urbanos separados no espaço por vazios intersticiais, mantendo vínculos estreitos entre si e configurando um único sistema urbano. Em consequência deste fato, surgem diversos núcleos urbanos de diferentes dimensões, integrados às aglomerações urbanas metropolitanas e submetropolitanas, com o sistema de vias de transporte inter-regionais utilizado como apoio ao transporte diário.

Ou seja, o fenômeno de dispersão urbana é um processo recente e muito acelerado de descentralização de atividades sobre o território, não estando mais relacionado necessariamente à aglomeração física das edificações, do emprego e da própria população. Tradicionalmente, o crescimento de cidades e territórios urbanos se dava através de características de continuidade, coesão e compacidade. Agora, essa nova urbanização ocorre de maneira dispersa, onde o território urbano pode ser conformado por peças separadas, cada vez mais auto-organizadas e independentes, de forma descontínua, que se associam a elementos de grande força na articulação dos territórios, como as infraestruturas arteriais de comunicação e mobilidade (3).

A cidade dispersa cria espaços vazios entre as áreas ocupadas que causam descontinuidades no espaço público, favorecendo a separação entre os núcleos entrópicos de iguais, criando guetos socialmente marcados. Esses vazios podem ser caracterizados meramente como lugares não-edificados, enquanto na cidade compacta o vazio simbolicamente representa o espaço cívico, de encontros (4).

A dispersão urbana é um fenômeno que alcançou tamanho porte que, para o urbanismo, tornou-se um tema tão ou mais importante que as próprias questões sobre a cidade compacta, e têm tido inúmeras consequências espaciais, econômicas e sociais (5). É um processo de crescimento que vem ganhando força na construção de destinos turísticos em diversos locais do mundo, devido às influências da própria atividade turística.

O turismo interfere no processo de urbanização contemporânea, uma vez que reforça as transformações funcionais, técnicas, estruturais, formais e estéticas da cidade. Dessa forma, impulsiona mudanças importantes no espaço, não encontrando limites para a sua penetração, já que influencia na escala territorial, regional e urbana, transformando também a paisagem do lugar (6). A urbanização turística é o processo de transformação e desenvolvimento de cidades em destinos turísticos, por meio da construção de infraestrutura e serviços voltados para os turistas (7).

Quando combinadas ao desenvolvimento turístico, essas dinâmicas fortalecem ocupações urbanas mais dispersas sobre o território, que agregam diversas características sociais, de acessibilidade de bens e de serviços, que diferem das ocupações tradicionais, mais compactas (8).

A presença da dispersão urbana também é resultado de dinâmicas recentes, principalmente como resposta aos processos de diferenciação social (9) e ao desenvolvimento da mobilidade pelo território, através da construção de novas vias rápidas, o melhoramento das vias antigas e, além disso, a mudança para um uso extensivo do território urbano, que influenciam para que as atividades encontrem novas vantagens de localização ao longo da infraestrutura (10).

Alvaro Domingues (11), ao estudar a dispersão urbana em Portugal, caracteriza uma nova forma de urbanização — como a rua-estrada, que por definição é uma forma de crescimento urbano disperso no território, ao longo de uma via que possui características de local de comércio, rua, e de passagem, estrada.

A dispersão pode ser percebida, de forma abrangente, em todo o litoral brasileiro, onde as segundas residências (um meio de hospedagem particular utilizado em momentos de férias e lazer por pessoas que tem seu domicílio permanente em outro lugar (12), estão se popularizando nas últimas décadas, como é o caso do litoral nordestino, onde a urbanização dispersa vinculada ao desenvolvimento do turismo começa a dar sinais de consolidação (13); no Litoral Sudeste, onde está em curso um processo de urbanização do território voltado para o desenvolvimento turístico por meio domicílios de uso ocasional (14); e na Região Sul, onde é possível destacar o caso do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, que também apresenta características de dispersão urbana (15), sobretudo na avenida Paraguassú.

A avenida Paraguassú, eixo de mobilidade com aproximadamente 43 km de extensão, conecta seis municípios litorâneos: Imbé, Osório, Xangri-Lá, Capão da Canoa, Terra de Areia e Arroio do Sal, configurando um importante canal de passagem entre eles. As novas lógicas de produção do espaço sugerem novas dinâmicas também nesta via, que se tornou um local de comercialização de bens e serviços, vinculados também ao desenvolvimento turístico e de infraestrutura da área. Dessa forma, é possível classificar a avenida Paraguassú como uma rua-estrada, tal qual Domingues caracterizou vias portuguesas?

Avenida Paraguassú e o Litoral Norte do Rio Grande do Sul
Elaboração dos autores, 2023

A pesquisa tem como objetivo principal analisar o processo de dispersão urbana verificado na avenida Paraguassú, tendo como aporte teórico-metodológico as categorias de análise de Domingues (16), que tratam do fenômeno de dispersão urbana em vias portuguesas, mas cujos padrões também parecem ser encontrados em vias brasileiras. Destacam-se, nesse trabalho, três trechos da avenida Paraguassú que elucidam os distintos padrões de ocupação ao longo da via.

Essa pesquisa justifica-se pois os novos processos de crescimento urbano, baseados em lógicas de infraestrutura, como citado por Lorena Vesclir Peri (17), e a valorização da mobilidade privada causam diversos impactos negativos na urbanidade e na mobilidade urbana (18) assim como a forma urbana dispersa em si, e seus exemplares, fortalecem os mesmos problemas. Luiz Octávio de Lima Camargo ainda diz que a mobilidade da cidade moderna destrói “nossos lugares, assim chamados antropologicamente os espaços de intimidade, sobretudo a vizinhança” (19), pois os espaços públicos voltados às pessoas dão lugar às massivas infraestruturas de mobilidade, como faixas de rolagem e estacionamentos. Além disso, o turismo de segunda residência gera um aumento de demanda por habitação, o que pode levar ao aumento dos preços de imóveis e à gentrificação, bem como ao aumento da demanda por serviços, como o transporte, às mudanças culturais e também aos impactos ambientais, sobretudo no esgotamento dos recursos naturais e na degradação do meio ambiente (20).

A pesquisa caracteriza-se em um estudo exploratório de abordagem qualitativa, configurando-se em um estudo de caso aplicado na avenida Paraguassú, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. O estudo de caso seguiu três etapas, utilizando como referência Domingues (21), que elenca as categorias de ocupação e de padrões espaciais que caracterizam uma rua-estrada.

Resumo da Metodologia de Pesquisa
Elaboração dos autores, 2023

Dispersão urbana, infraestrutura e mobilidade

A urbanização das cidades já não está mais diretamente ligada à aglomeração e a proximidade física entre atividades e pessoas, pois os avanços atuais permitem que as infraestruturas percorram vastas extensões do território, tornando possíveis novos padrões de localização e formas de organização social (22).

Maria Encarnação Beltrão Sposito (23) cita que espaços urbanos de diferentes tamanhos demográficos e diversidade de papéis, atentam para mudanças consideráveis nas formas de assentamento, indicando novas formas de se produzir e se apropriar do espaço. Fatores como o aumento da mobilidade privada, avanços decorrentes das novas tecnologias de informação e comunicação e o desenvolvimento da infraestrutura através da construção de novas vias rápidas e o melhoramento de vias antigas, modificam a organização e funcionamento das aglomerações urbanas, gerando espaços urbanos cada vez mais extensos, descontínuos e distintos, que objetivam priorizar atributos como alta acessibilidade e mobilidade, exposição visual e valores de grandes terras relativamente baixos (24).

Para Beatriz Helena Nogueira Diógenes (25), as novas configurações espaciais das aglomerações urbanas decorrem também das transformações na esfera do consumo e da vida cotidiana da população, que adotou novos modos de vida, permitida inclusive pelo avanço das tecnologias de comunicação e o incremento da mobilidade.

A dispersão urbana também é uma condição que permite e fortalece a forma de vida contemporânea priorizando os ‘encontros’ entre pessoas de maneira digital, seja através de trabalho e educação remotos, palestras, lives e chats, por exemplo, além do comércio de marketplace. Ou seja, as pessoas não precisam mais, necessariamente, morar próximas do trabalho, da família, amigos, comércio ou educação para suprir certas atividades. A mobilidade, quando necessária, utiliza meios privados de locomoção.

Domingues (26), ao explicitar o fenômeno da dispersão em vias portuguesas, caracteriza essa nova lógica de urbanização como a “rua da estrada”, que por definição é uma forma de crescimento urbano disperso no território, ao longo de uma via que possui traços comerciais como uma rua, e funciona para passagem rápida como uma estrada.

A semelhança, Peri (27), também caracteriza essa nova forma de crescimento dispersa como “rodovia do mercado”, como resultado de uma pluralidade de atividades e opções de localização, sendo composta por elementos do passado, assim como por urbanizações recentes; e também Eloisa Carvalho de Araújo e Werther Holzer (28), que cunham o termo chamado de “estrada-mercado”, que serve para designar as novas formas de assentamento urbano, permeados pela dispersão e descontinuidade, que configuram um mosaico que agrega diversos usos distintos, bem como áreas vazias.

Portando, a rodovia do mercado, a rua-estrada e a estrada-mercado podem se tornar um ponto de referência nessa urbanização difusa como um local dotado de efeitos de centralidade (mas linear) de encontro e de lazer, que estão diretamente associadas, não só as redes de transportes, mas também ao conjunto de tecnologias e sistemas de comunicação, que possibilitam que os setores de serviços estejam tecnicamente relacionados em termos de transmissão de informações, sem necessidade de proximidade geográfica, favorecendo a realocação funcional das atividades.

Consequentemente ao acúmulo de serviços, comércios e habitação nas infraestruturas, combinados ao aumento da mobilidade privada e ao desenvolvimento das vias rápidas, tornam a rua-estrada um centro em linha que agrega uma grande variedade de problemas (29).

Um dos principais é a carência de espaços públicos qualificados, um problema perceptível na rua-estrada. Para Jan Gehl (30), o espaço público qualificado, geralmente inserido em urbanizações mais compactas, é importante porque convida as pessoas a caminharem e a permanecerem, uma vez que possuem curtas distâncias a pé, com atrações e variedade de funções urbanas, e fornecem um bom deslocamento, seja caminhando, ou por meio de transporte público.

Além disso, a ocupação dispersa induz e é induzida pela maior utilização do automóvel. Para Domingues (31), o automóvel tem grande parcela de responsabilidade por esta dispersão urbana linear na rua-estrada, pois com a facilidade de deslocamentos longos as diferentes ocupações se aglomeram entre residências, restaurantes, lojas, serviços e fábricas, permeados por vazios sem apropriação. Nesse sentido, a dispersão urbana pode ser responsável pela diminuição da qualidade do espaço público e, portanto, na perda de urbanidade da cidade.

A estruturação da rua-estrada de Domingues

De acordo com Domingues (32), a rua-estrada é uma forma de urbanização híbrida que tem sua identidade cruzada e manipulada, ou transgênica, que transgride aquilo que o originou, combinando códigos, linguagens arquitetônicas, funções, usos, e formas distintas entre si.

Para Domingues (33), e corroborado por outros autores (34), houve uma recente metamorfose nas formas de organização espacial, passando de centrípeta, limitada e legível, a centrífuga, fragmentada e organizada de acordo com as novas mobilidades e espacialidades. As novas lógicas de organização espacial são resultados da alta mobilidade proporcionada pelo investimento em infraestruturas, aliada a democratização do automóvel e avanços decorrentes das novas tecnologias de informação e comunicação, que juntos facilitam o deslocamento de pessoas e bens na cidade. Dessa forma, existe a possibilidade de percorrer superfícies mais amplas, gerando espaços urbanos cada vez mais extensos, descontínuos e distintos. Nesse sentido, a rua-estrada se trata de uma urbanização linear, que é composta pelo acúmulo de serviços, comércios e habitação nas vias de transição, o que resulta na perda do caráter de ligação da via e agrega a função de permanência e habitação (35).

Na rua-estrada a forma é versátil e adaptável aos desejos dos indivíduos, acompanha os pensamentos da época e se molda com facilidade à atualidade, entretanto é efêmera em relação ao seu uso. Desse modo, a rua-estrada influencia diretamente na adaptação constante das suas edificações lindeiras, ou seja, as edificações nunca estão finalizadas, já que sempre há uma busca por mais clientes e publicidade, seguindo a lógica da concorrência comercial. Domingues (36) identifica e organiza as ocupações urbanas de uma rua-estrada através de diversas categorias e subcategorias.

Categorias de análise de Domingues
Elaboração dos autores a partir de Alvaro Domingues, A rua da estrada [1ª edição, Porto, Dafne, 2009]

Essas são as categorias de Domingues (37), cuja presença podem revelar uma via que se assemelhe à uma rua-estrada. Nessa pesquisa, essas são as categorias observadas na avenida Paraguassú, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.

A urbanização turística na avenida Paraguassú

O Litoral Norte do Rio Grande do Sul é uma região com crescente expansão urbana, vinculada principalmente à consolidação da urbanização permanente de alguns municípios, como Capão da Canoa e Osório, bem como pela vocação em lazer, turismo e veraneio de seus balneários, que possuem temperaturas mais quentes que o restante do litoral gaúcho. A sua proximidade com áreas mais populosas do Estado, como Porto Alegre, a capital, e sua região metropolitana, bem como Caxias do Sul, também influencia na apropriação dessa região (38).

Seu crescimento urbano também está ligado às diversas características geográficas que formam a paisagem do Litoral Norte, pois abriga os dois biomas encontrados no Rio Grande do Sul, o Bioma Pampa e o Bioma Mata Atlântica. Além disso, o cordão de lagoas que cruza o Norte do Estado sempre foi extensamente utilizado para o veraneio. Atualmente existem muitos sítios, chácaras e condomínios fechados voltados para as lagoas.

De acordo com Tânia Marques Strohaecker (39), a ocupação da Zona Costeira, no Sul do Brasil, ocorreu a partir do século 18 com a chegada dos primeiros colonizadores de origem portuguesa e açoriana. Contudo, sua ocupação mais efetiva vai adquirir notabilidade a partir do século 20.

Com a gradativa valorização da orla marítima, ocasionada pela divulgação das propriedades terapêuticas dos banhos de mar e pela instalação de pequenos chalés e pousadas por pequenos empresários, se deu início as transformações da paisagem litorânea do Rio Grande do Sul, onde surgiram novas edificações, atrativos turísticos e infraestrutura de suporte com a apropriação dessa região como balneário (40), evidenciando o turismo local.

A partir da década de 1940 os incrementos à infraestrutura dos balneários, tanto na rede hoteleira quanto na instalação de infraestruturas de transporte continuaram a progredir. Antigas fazendas começaram a ser parceladas e convertidas em loteamentos e novas melhorias nos acessos permitiram que outros agentes econômicos passassem a investir no Litoral Norte. É na década de 1940, a partir do loteamento que deu origem ao Município de Capão da Canoa, que surgiu a avenida Paraguassú (41), e que atualmente conecta os principais municípios litorâneos do Norte do Estado. É através dessa avenida que os loteamentos cresceram inicialmente, atingindo uma conurbação quase total nos dias de hoje (42).

A avenida Paraguassú é importante porque é a principal via de ligação urbana entre os municípios do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, e articula as diversas centralidades dessas cidades. É a partir dela que se dá boa parte da mobilidade entre esses municípios e onde instala-se boa parte das ocupações urbanas. Atualmente, abriga em suas margens uma série de usos: residenciais unifamiliares e multifamiliares; sítios; lojas de móveis; edifícios comerciais; floriculturas; hotéis; colégios; condomínios fechados; revenda de veículos; motéis; cemitérios; oficinas veiculares. Além disso, é uma via importante para o intenso trânsito de trabalhadores, turistas e estudantes que fazem o trajeto entre as praias do Litoral Norte gaúcho.

Dessa forma, os edifícios da avenida Paraguassú estão dispostos em uma via de trânsito relativamente devagar para quem apenas passa — 50km/h, mas muito rápida para quem quer utilizar os usos que se instalam ali, apesar das tentativas de redução de velocidade com faixas elevadas e fiscalização eletrônica. Assemelha-se ao fenômeno descrito por Domingues, quando cita “o conflito permanente entre caminhões e peões, carros e autocarros, motorizadas e patins em linha, cruzamentos com outras estradas” (43).

A avenida Paraguassú é uma larga via, apresentando, na maior parte de sua extensão, duas pistas de rolagem para cada sentido, faixas de estacionamento, canteiro central e passeios largos. Os passeios, contudo, são por vezes descontínuos. Sua presença é mais frequente em nós viários, mas inexistentes em trechos pouco ocupados. A via transpassa áreas de fragilidade ambiental, mas que mesmo assim recebem investimentos imobiliários de baixa densidade que contornam legislações e reforçam as características de uma urbanização dispersa, com descontinuidades constantes.

Corte típico na avenida Paraguassú
Elaboração dos autores, 2023

A partir da construção da Estrada do Mar, na década de 1980, surgiram novos acessos aos municípios litorâneos, que alavancaram o crescimento dessas cidades. Na interseção dos novos acessos com a avenida Paraguassú concentram-se, em maior intensidade, as centralidades urbanas dos municípios. Com o aumento de mobilidade proveniente da consolidação destes acessos, essas dinamizaram-se, e passaram a concentrar as maiores densidades de ocupação, bem como abrigar os principais edifícios administrativos dos municípios, além de concentrar estabelecimentos de consumo, como shoppings centers, redes de lojas de eletrodomésticos e móveis, entre outros (44).

A avenida Paraguassú é a principal via estruturante e indutora do crescimento dos municípios do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, tendo papel importante na dinamização de seu crescimento urbano e turístico. Destaca-se, também, que sua presença alavanca o desenvolvimento do turismo de segunda residência na área de estudo, com a construção de habitações e comércios voltados ao veraneio.

É a partir das dinâmicas encontradas no desenvolvimento dos municípios por onde passa a avenida Paraguassu, com seu intenso fluxo de moradores e turistas, que as categorias elencadas por Domingues (45) em vias portuguesas também podem ser percebidas, com profundas mudanças e adaptações de edificações particulares e espaços públicos.

Casas e Casa Kitadas

Como forma de elucidar a ocupação da avenida Paraguassú pelas categorias Casas e Casas Kitadas, foi demonstrado o trecho onde sua concentração é mais marcante. Destaca-se que, nesse trecho, existe grande heterogeneidade das categorias de ocupação, e ocorrem sobretudo nas áreas da avenida Paraguassú mais próximas dos centros das cidades, onde existem as articulações viárias com a Estrada do Mar.

Mapeamento das categorias de Domingues no Centro de Xangri-lá
Elaboração dos autores a partir de imagem Google Earth, 2023

Inicialmente, destaca-se a Casa na Rotunda, um tipo de ocupação que utiliza de elementos clássicos exagerados, mesclados ao estilo contemporâneo, na tentativa de chamar atenção de quem passa. No exemplo encontrado na avenida Paraguassú, sobrepõem-se estilos distintos nas colunatas e cobertura, bem como no paisagismo adotado com espécies silvestres.

Também é possível identificar a presença da Casa do Brasileiro com Loja,categoria com tom preconceituoso de Domingues (46), que cita o brasileiro que volta das viagens do exterior e tenta trazer e misturar diversos estilos arquitetônicos. Nota-se a hibridização de casa e comércio e, consequentemente, a falta de uma linguagem arquitetônica específica entre seus elementos e o todo. No estudo de caso, percebe-se a dissonância entre materiais e composição dos elementos arquitetônicos empregados, por exemplo, e a presença da comunicação visual delimitando a separação entre as funções.

Outra categoria encontrada é a Casa com Loja, onde um comércio familiar ou negócio pode ser montado no térreo, de forma que a proximidade com a habitação proporcione uma melhor organização para o grupo familiar. No exemplo encontrado na avenida Paraguassu, há separação das funções da habitação e do comércio através da adoção de níveis distintos.

Há também a Casa Atropelada, um tipo de ocupação onde transparece a falta de preocupação com o exterior, tornando-se assustadora, ou sinistra. Há falta de cuidado com o exterior da edificação, que se torna estranha para quem passa. Nesse caso, a madeira está desgastada e o telhado, abaulado, apesar da adoção de elementos de vegetação que contrapõem a sensação sinistra.

Outra categoria destacada é a Casa com Comércio, que exige visibilidade e relação direta com a estrada. Por isso, utiliza muitas vitrines no estabelecimento para expor seus produtos aos passantes. Nota-se a falta de clareza e definição no limite do lote, muros ou portões.

Há também a Casa com Vão da Escada, categoria que chama atenção por conta do improviso, precariedade e pequena dimensão, no entanto, a suposta habitação apresenta outros usos além de habitar. Nesse contexto, não existe uma separação nítida entre o ambiente doméstico e o comércio, que coexistem em um mesmo lugar.

A Casa Teatro foi “kitada” com o intuito de se tornar o palco da dramatização do seu produto ou serviço. Nesse caso, foram adicionados banners de identidade visual na cerca frontal, atraindo clientes, com o intuito de se tornar o palco da dramatização do seu produto ou serviço.

A Loja Cuidadosa, uma ocupação onde transparece o cuidado e a clareza com a exposição de seus produtos, também pode ser encontrada na avenida Paraguassu. Ela não utiliza de táticas de luz e som, exibicionismo e propagandas exageradas para atrair clientes. Destaca-se o exemplo ilustrado na figura, onde são criados espaços apropriados para venda do produto e áreas de permanência para o consumo, com clara separação entre funções.

A Casa Duas trata-se da casa e de um anexo voltado para o comércio. Os ambientes são separados para que a vida doméstica não seja perturbada, tal qual nota-se no anexo mais a esquerda, onde um comércio foi adicionado, funcionando de forma independente da casa.

Por fim, tem-se A Casa com Prótese, uma categoria onde um anexo é criado junto a uma residência, já que o espaço não atende mais às necessidades comerciais. Dessa forma, o volume estendido em direção à estrada esconde a fachada antiga da casa e amplia o espaço para uso mais eficiente do comércio.

Casas e Casas Kitadas
Elaboração dos autores a partir de imagem Google Earth, 2023

Montras

A categoria Montra, citada por Domingues (47), é a mais aparente em toda extensão da avenida Paraguassú, apresentando variações entre suas subcategorias, sendo elas: a Serialidade, o Agigantamento, a Saturação e o Edifício Montra.

Importante destacar que a Serialidade, Agigantamento e Saturação costumam estar localizados principalmente nas regiões menos consolidadas da avenida Paraguassú, longe dos centros urbanos e dos principais acessos advindos da Estrada do Mar. Isso ocorre, em diversos casos, pois esses exemplares necessitam de espaços relativamente grandes, com capacidade de exposição maior que as construções categorizadas somente como Edifício Montra, mas que permitam reduções significativas no custo dos lotes.

Mapeamento das categorias de Domingues em Capão da Canoa
Elaboração dos autores a partir de imagem Google Earth, 2023

Na subcategoria Serialidade, onde a visibilidade é exaltada através da repetição dos diversos produtos comercializados, é possível apontar o grande número de empresas de materiais de construção encontrados à beira da avenida Paraguassú, entre as Cidades de Xangri-lá e Capão da Canoa. Nestes comércios, são encontradas diversas opções de telhas, blocos cerâmicos, de concreto e ferragens, que quando armazenados juntos, formam pilhas relativamente grandes, ocupando espaços maiores, pois, como cita Domingues (48), quando o objeto é pequeno, a serialidade amplifica o efeito de presença.

Assim como alguns casos de Agigantamento, onde o comércio ganha maior visibilidade através de produtos com cores vibrantes e com grandes proporções. Na avenida Paraguassú são normalmente representados por lojas de piscinas expostos em seu pátio.

Já na subcategoria Saturação, o lojista expõe uma grande quantidade de produtos, sem uma lógica aparente entre si e em um mesmo lugar, gerando desordem visual e aguçando a curiosidade dos pedestres e automobilistas.

Serialidade, agigantamento e saturação
Elaboração dos autores a partir de imagem Google Earth, 2023

Por fim, os Edifícios Montra localizam-se sobretudo nos centros das cidades conectadas pela avenida Paraguassú, devido ao grande fluxo de pessoas e veículos presentes diariamente nestas aglomerações. Além disso, tendem a ser edificações com comércios mais formalizados e de maior nível de renda.

Mapeamento das categorias de Domingues em Xangri-Lá
Elaboração dos autores a partir de imagem Google Earth, 2023

Os Edifícios Montra presentes na avenida Paraguassú dispõem de vitrines que tomam conta de praticamente todo o edifício, objetivando atrair principalmente os motoristas através de atrações exageradas, colocadas de forma a captar diferentes ângulos visuais. No caso dos pedestres, a atração acontece através do exibicionismo, detalhes na decoração, artifícios de luz e publicidade. Neste caso abaixo, o edifício transforma-se por completo em uma grande montra, visando maiores exposições e boa visibilidade para quem se desloca em automóvel.

Edifício Montra
Elaboração dos autores a partir de imagem Google Earth, 2023

 

Lugares comuns

O espaço público é uma infraestrutura necessária à vida urbana, porém ao longo da avenida Paraguassú existe uma insuficiência de espaços que refletem o caráter do lugar público, acessível e agradável.

Lugares comuns
Adaptado da Base do Google Earth, 2023

Essa insuficiência de lugares públicos é causada pela dispersão urbana, característica de uma rua-estrada, o que dificulta a vida urbana. A praça Flávio Boianovski, localizada no município de Capão da Canoa, está disposta entre o mar e a avenida Paraguassú, sendo uma das únicas praças que oferece diversidade, acessibilidade, segurança e espaços de permanência, diferente da praça central de Remanso, que é diretamente influenciada pelo entorno pouco diversificado, causando pouca vitalidade e maior insegurança para quem por ali passa.

Códigos da Estrada, Arte na Estrada e Arquitetura Erudita

Por fim, são demonstradas outras três categorias encontradas na avenida Paraguassú, distribuídas ao longo de toda a sua extensão, denominadas Códigos da Estrada, Arte na Estrada e Arquitetura Erudita, conforme.

Códigos da estrada, arte na estrada e arquitetura erudita
Adaptado da Base do Google Earth, 2023

A avenida Paraguassú apresenta muitos cartazes publicitários que, juntamente com a dispersão de edifícios e a carência de espaços públicos, constituem cidades ilegíveis. Os Códigos da Estrada não se concentram somente em comércios e outdoors, pelo contrário, também se fazem presente nos meios de transporte, como as traseiras dos ônibus, que em muitos casos tiram a atenção dos motoristas com propagandas apelativas. Em paralelo, a poluição visual pode colocar em risco a vida das pessoas, já que muitas faixas e propagandas são colocados em cruzamentos de avenidas, dificultando a visibilidade da sinalização de trânsito.

Arte na Estrada pode acontecer de forma aleatória e improvisada, como é o caso deste comércio. Não é uma grande estrutura, com mesas e cadeiras para acomodar muitas pessoas e, sobretudo, não condiz em nada com o seu entorno. O proprietário desta ocupação buscou a inspiração para a forma em um morango, tornando evidente para os passantes o que é vendido neste estabelecimento.

Já a Arquitetura Erudita pode ser ilustrada pelo ginásio de estrutura metálica que fica localizado à beira da avenida Paraguassú. Apresenta uma forma parabólica assimétrica e utiliza o vermelho como cor predominante. O mesmo não traduz uma forma convidativa e espaços pensados para permanência de pessoas no local, pelo contrário, passa a impressão de lugar abandonado e sem cuidados específicos.

Por fim, diante desse cenário, é possível perceber que as dinâmicas de transformação das formas de crescimento urbano identificadas neste trabalho através da categorização das ocupações urbanas dispersas, são resultado do desenvolvimento turístico da região, corroborando com Lenilton Francisco de Assis (49), quando afirma que as atividades turísticas exercem influência nos espaços onde se instalam, principalmente na maneira que dinamizam as paisagens.

Considerações finais

A urbanização turística na avenida Paraguassú responde a um atual processo de dispersão urbana, abrigando diversas características elencadas por Domingues (50). Tal qual nas vias portuguesas, a urbanização dispersa na avenida Paraguassú, alavancada pelo desenvolvimento das infraestruturas de mobilidade, resultou no surgimento ou adaptação dos edifícios que respondem às lógicas de uma rua-estrada.

A valorização da mobilidade privada, as altas velocidades aplicadas na via e o desenvolvimento turístico da região estimulam a transformação das ocupações urbanas tradicionais do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, como é o caso das edificações mais antigas, sobretudo antigas casas de veraneio, que se adaptam para atender às novas demandas comerciais, configurando categorias como as Casas Teatro e as Casas com Prótese, por exemplo. Além disso, essas novas dinâmicas estimulam o surgimento de edifícios capazes de atrair compradores por meio de suas características formais, como é o caso dos Edifícios Montra, com suas grandes extensões de vitrines, bem como pelas formas de exposição de produto, como é o caso da Serialidade e do Agigantamento, que ocupam áreas menos consolidadas urbanisticamente.

Caracterizado como um fenômeno de escala global, não específico de apenas um país (51), a dispersão da ocupação urbana ao longo do território parece ser um movimento difícil de frear, pois é a resposta para diversos avanços tecnológicos, sobretudo no transporte e nas telecomunicações. Contudo, traz consigo uma série de problemas, pois, paradoxalmente, é a própria valorização da mobilidade privada que causa problemas para a mobilidade em geral.

Além disso, o desenvolvimento do fenômeno da rua-estrada na avenida Paraguassú também acentua problemas na qualidade do espaço público ao longo da via, que se torna enfraquecido e esvaziado, já que as distâncias são sempre muito longas e os trajetos são feitos prioritariamente de carro. É nesse sentido que a compreensão dos impactos da dispersão urbana nas cidades por onde passa a avenida precisam ser avaliados, ou seja, é preciso que sejam criadas políticas públicas capazes de regular essa forma de expansão, ao mesmo tempo que valorizem as áreas centrais e a urbanidade nos municípios. Como uma rede de cidades conurbadas, também é necessário que as políticas públicas sejam de caráter regional, articuladas e compatibilizadas, como forma de gerar continuidade urbana.

Esse controle mostra-se necessário, inclusive, para o desenvolvimento turístico sustentável do destino, pois a forma urbana, compacta ou dispersa, tem relação com a hospitalidade — ou urbanidade — do lugar, desestimulando, portanto, a permanência dos turistas, repelindo-os fora da alta temporada, contribuindo diretamente na sazonalidade turística do destino, já bastante marcada pelo turismo de Sol e Praia. Essa característica faz com que, em diversas épocas do ano, o espaço público fique desertificado, desvalorizado e, portanto, inseguro (52). Ainda assim, mesmo que aos olhos da sociedade essa característica remete ao abandono, insegurança e utilização, esses espaços também podem ser interpretados como lugares de espera e de possibilidades, espaços democráticos passíveis de novas atividades e significados (53).

Ou seja, ainda que carreguem consigo as “desvantagens”, como cita Domingues (54), os espaços criados pela dispersão urbana ainda são lugares disponíveis para gerar urbanidade. Mostra-se necessário reagir à dispersão através de projetos e políticas públicas urbanas e turísticas que quebrem sua condição estática, devolvendo à cidade as dinâmicas que são próprias à ela, tanto para moradores quanto para turistas.

notas

1
ASCHER, François. Los nuevos principios del urbanismo. Madrid, Alianza Editorial, 2004.

2
REIS. Nestor Goulart. Sobre a dispersão em São Paulo. In REIS, Nestor Goulart; PORTAS, Nuno; TANAKA, Marta Soban (org.). Dispersão Urbana — diálogos sobre pesquisas no Brasil-Europa 49-58. São Paulo, FAU USP, 2007.

3
PERI, Lorena Vesclir. Paisajes de la nueva centralidad: Infraestructuras arteliares y polarización Del crescimiento em la región metropolitana de Barcelona. Tese de doutorado. Barcelona, Universidad Politécnica de Cataluña, 2005; DOMINGUES, Alvaro. A rua da estrada. 1ª edição. Porto, Dafne, 2009; DEMATTEIS, Giuseppe. Contraurbanização, periurbanização, cidade dispersa e rede de cidades na Itália. Revista Cidades, v. 12, n. 21, 2015, p. 14-34.

4
LASSANCE, Guilherme et al. Cidade Pós-compacta-Post-compact city: Estratégias de projeto a partir de Brasília-Drawing out design strategies from Brasilia. Rio de Janeiro, Rio Books, 2023.

5
COELHO, Leonardo Loyolla. Os conceitos de dispersão e fragmentação urbana sob a abordagem da paisagem. Anais do IV Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós- Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Porto Alegre, IV Enanparq, 2016.

6
PAIVA, Ricardo Alexandre. Sobre a relação turismo e urbanização. PosFAUUSP, v. 20, n. 33, 2013, p. 126-145; PAIVA, Ricardo Alexandre. Turismo, produção e consumo do espaço. Turismo, arquitetura e cidade, 2016, p. 33-54.

7
HALL, C. M. Tourism and politics: Policy, power and place. Hoboken, John Wiley & Sons, 1994; URRY, John. O olhar do turista: lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. 2ª edição. São Paulo, Studio Nobel/Sesc, 1999;

8
LOPES, Eduardo Baptista et al. A ocupação urbana no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Brasil, e suas implicações no turismo de segunda residência. Urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, v. 6, n. 3, 2018, p. 275-287 <https://bit.ly/3YN8FuN>.

9
ASCHER, François. Op. cit.

10
MONCLÚS, Francisco Javier. Suburbanización y nuevas periferias. Perspectivas geográfico-urbanísticas. Introducción. In MONCLÚS, Francisco Javier (org.). La ciudad dispersa. Barcelona, Centre de Cultura Contemporània de Barcelona, 1988; PERI, Lorena Vesclir. Op. cit.; ASCHER, François. Op. cit.; DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.; REIS, Nestor Goulart. Dispersão Urbana e Modernização Capitalista. Revista Cidades, v. 12, n. 21, 2015, p. 91-107 <https://bit.ly/3X18gCC>.

11
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

12
PEARCE, Douglas G. et al. Tourism today. A geographical analysis. Harlow, Longman Scientific & Technical, 1987.

13
VILAR, José Wellington Carvalho; SANTOS, Priscila Pereira. O crescimento da segunda residência no Litoral Nordestino: uma análise da expressão territorial do fenômeno. Anais do XVII Encontro Nacional de Geógrafos, Belo Horizonte, VXII Eng, 2012.

14
SABINO, André Luiz. Turismo e expansão de domicílios particulares de uso ocasional no Litoral Sudeste do Brasil. Tese de doutorado. São Paulo, FFLCH USP, 2012.

15
LOPES, Eduardo Baptista et al. Op. cit.

16
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

17
PERI, Lorena Vesclir. Op. cit.

18
GEHL, Jan. Cidades para pessoas. São Paulo, Perspectiva, 2013.

19
CAMARGO, Luiz Octávio de Lima. As leis da hospitalidade. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, v. 15, 2021 <https://bit.ly/4cAVosD>.

20
ASSIS, Lenilton Francisco de. Turismo de segunda residência: a expressão espacial do fenômeno e as possibilidades de análise geográfica. Revista Território, v. 7, n. 11-13, 2003, p. 107-122.

21
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

22
PERI, Lorena Vesclir. Op. cit.; DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.; SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Urbanização difusa e cidades dispersas: perspectivas espaço-temporais contemporâneas, 2010. In REIS, Nestor Goulart (org.). Sobre dispersão urbana. São Paulo, Via das Artes, 2009, p. 35-54; ARAUJO, Eloisa Carvalho de; HOLZER, Werther. Dispersão Urbana e Planejamento Urbano-Regional: Inquietações. In OJIMA, Ricardo; MARANDOLA JR., Eduardo (org). Dispersão Urbana e Mobilidade Populacional. São Paulo, Blucher, 2016, p. 35-50 <https://bit.ly/4czkpnX>.

23
SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Op. cit.

24
MONCLÚS, Francisco Javier. Op. cit.; ASCHER, François. Op. cit.; PERI, Lorena Vesclir. Op. cit.; DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.; REIS, Nestor Goulart. Op. cit.

25
DIÓGENES, Beatriz Helena Nogueira. Transformações recentes na área metropolitana de Fortaleza- a expansão no eixo sudeste. Revista Cidades, v. 12, n. 21, 2015, p. 400-440.

26
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

27
PERI, Lorena Vesclir. Op. cit.

28
ARAUJO, Eloisa Carvalho de; HOLZER, Werther. Op. cit.

29
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

30
GEHL, Jan. Op. cit.

31
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

32
Idem, ibidem.

33
Idem, ibidem.

34
ASCHER, François. Op. cit.; PERI, Lorena Vesclir. Op. cit.; SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Op. cit.; ARAUJO, Eloisa Carvalho de; HOLZER, Werther. Op. cit.; REIS, Nestor Goulart. Op. cit.

35
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

36
Idem, ibidem.

37
Idem, ibidem.

38
LOPES, Eduardo Baptista et al. Op. cit.

39
STROHAECKER, Tânia Marques. A urbanização no litoral Norte do Rio Grande do Sul: contribuição para a gestão urbana ambiental do município de Capão da Canoa. Tese de doutorado. Porto Alegre, PPGGEO UFRGS, 2007.

40
CORREA, Sílvio Marcus de Souza. Germanidade e banhos medicinais nos primórdios dos balneários no Rio Grande do Sul. História, Ciências, Saúde — Manguinhos. Rio de Janeiro, v. 17, 2010, p. 165-184 <https://bit.ly/4fPTrv7>.

41
STROHAECKER, Tânia Marques. Op. cit.

42
LOPES, Eduardo Baptista et al. Op. cit.

43
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

44
LOPES, Eduardo Baptista et al. Op. cit.

45
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

46
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

47
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

48
Idem, ibidem.

49
ASSIS, Lenilton Francisco de (2003). Turismo de segunda residência: a expressão espacial do fenômeno e as possibilidades de análise geográfica. Revista Território. Rio de Janeiro, 2003, ano 7, n. 11-13, p. 107-122 <https://bit.ly/3WQ6V1j>.

50
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

51
REIS, Nestor Goulart. Op. cit.

52
LOPES, Eduardo Baptista; ROSSINI, Diva de Mello. Apropriação sazonal dos espaços públicos: dispersão urbana e hospitalidade em destinos turísticos litorâneos brasileiros. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, v. 16, p. e-2633, 2023 <https://bit.ly/3SSUnVO>.

53
GRUB, Julian; SILVA, André de Souza; NECKEL, Alcindo; JUNGES, Rodrigo. Hospitalidade. Um recorte da cidade New Babylon sobre a percepção das obras de infraestrutura. Arquitextos, São Paulo, ano 23, n. 265.05, Vitruvius, jun. 2022 <https://bit.ly/3MbjCyG>.

54
DOMINGUES, Alvaro. Op. cit.

sobre os autores

Alice Francisco Amaro é estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Itajaí.

Eduardo Baptista Lopes é arquiteto urbanista (Univali, 2011), mestre (UFSC, 2014), doutor (Univali, 2021) e professor da Universidade do Vale do Itajaí. Vencedor por duas vezes do Prêmio Professor do CAU SC (2020 e 2022).

Thays Cristina Domareski-Ruiz é turismóloga (2006), mestre (Univali, 2011), doutora (UFPR, 2015) e professora da Universidade Federal do Paraná.

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