Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Busca-se refletir sobre uma experiência fenomenológica, cuja articulação fundamenta-se em não sobrepor o aparato conceitual à experiência concreta, corpo-a-corpo e espírito diante da obra — a Casa de Cultura Korundi, de Juhani Pallasmaa.

english
We search to reflect on a phenomenological experience, whose articulation is based on not superimposing the conceptual apparatus on the concrete, body-to-body and spirit experience in front of the work — the Korundi House of Culture, by Juhani Pallasmaa.

español
Buscamos reflexionar sobre una experiencia fenomenológica, cuya articulación se basa en no superponer el aparato conceptual a la experiencia concreta, cuerpo a cuerpo y espíritu, frente a la obra: la Casa de Cultura Korundi, de Juhani Pallasmaa.


how to quote

GATTAROSA, Martha Schiavo; LUZ, Vera Santana. Memória corporificada. Casa de Cultura Korundi, Rovaniemi, Finlândia. Arquitextos, São Paulo, ano 24, n. 288.01, Vitruvius, maio 2024 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/24.288/8991>.

Arquitetura e memória

As camadas temporais encarnadas nos patrimônios nos mediam entre o passado e o presente e, por nossas memórias e presença, concretizam a história de uma dada época. Para Françoise Choay (1), o monumento (advertir, lembrar) é mediado pela natureza afetiva, posto que toca a memória de modo vital, de forma que o passado, como que encantado, vibre no presente e contribua para a identidade de uma comunidade étnica ou religiosa, nacional, tribal ou família (2). Assim, “o monumento assegura, acalma, tranquiliza, conjurando o ser do tempo. Ele constitui uma garantia das origens e dissipa a inquietação gerada pela incerteza dos começos” (3).

Pallasmaa (4) questiona: “por que motivo gostamos de estar em lugares antigos, como as cidades históricas da Europa? Não seria porque esses ambientes, com suas ricas camadas históricas, nos contam narrativas épicas da cultura humana e do desejo por ordem e beleza?” (5) O sentimento de pertencimento está vinculado às histórias e, ao olhar de Pallasmaa:

“A identidade cultural, o possuir raízes e pertencer se dá por vários contextos e identidades, sejam elas culturais, sociais, linguísticas ou arquitetônicas. As identidades não se associam a aspectos isolados, mas à continuidade da cultura e da vida; as verdadeiras identidades não constituem apenas vínculos momentâneos, mas histórias e continuidades” (6).

Um olhar sobre o patrimônio como experiência fenomenológica no presente

Nosso estudo de caso se refere à Casa de Cultura Korundi, último projeto do arquiteto Juhani Pallasmaa, em Rovaniemi, Finlândia. Partimos do pressuposto que o patrimônio encompassa um significado muito maior do que simplesmente o passado, mas sua presença no presente. Reconhecido como mensageiro de significados identitários de um determinado grupo social, representa a relação entre o universal e o individual, que está imbuído da realidade cultural de uma dada época e ecoa, presentificado. Para Retto Junior e Khül (7), os bens culturais são parte integrante da vida das pessoas, como referenciais ligados às formas de apropriação do espaço em que se vive, que contemplamos ao andar pela cidade, sejam eles arquitetônicos, urbanísticos, paisagísticos.

Em correspondência, o habitar essa arquitetura exerce um importante mecanismo de memória, na medida em que materializa e torna visível a passagem do tempo, dispõe de lugares arraigados de lembranças que inspiram a imaginação e a recordação. A arquitetura da memória, ou, em última instância, a própria constituição do lugar (8), através de processos coletivos e individuais, sensoriais, intelectivos e reflexivos, se dá pelo encontro com o lugar em que a materialidade e o ambiente contam uma história e expressam sua idade, “além de nos contar suas origens e seu histórico de uso pelos humanos” (9). Intempérie, erosão, são ações que o tempo marca em obras e paisagens, logo, são traços, cicatrizes que humanizam e tornam palpável um recorte histórico (10). Para Pallasmaa:

“Toda a matéria existe em um continuum temporal; a pátina do desgaste leva a experiência enriquecedora do tempo aos materiais de construção. Já os materiais industrializados atuais — chapas de vidro sem escala, metais esmaltados e plásticos sintéticos — tendem a apresentar suas superfícies inflexíveis aos nossos olhos sem transmitir sua essência material ou sua idade” (11).

Sob um viés fenomenológico, poder-se-ia dizer que o encontro do ser-aí e a coisa em si (12) ocorre pela experiência e unicidade desse momento que surge, situacionalmente, pelo sentimento que é subjetivo e é materializado pelas emoções vividas, encontros com tessituras de cultura, memória e imaginário (13). Logo, partir da percepção sensorial permeada pela consciência, o encontro fenomenológico com a coisa em si constrói o conhecimento a partir das relações internas e externas das essências. Perante esta premissa, o patrimônio representa a realidade concreta de um recorte que, corporificado no edifício, une relação individual e coletiva, abarcada pelos elementos reconhecidos como memória — ou seja, a percepção do ser-aí pactuada coletivamente no espaço e tempo.

De alguma maneira, uma certa corrente de visão cartesiana da modernidade propôs a estrita ruptura com o passado, com uma perfeição atemporal e imaterial que não permite criar raízes, uma ruptura na dimensão do espaço e tempo. Justificado pelo mecanicismo e observação absoluta da funcionalidade, neste imaginário da arquitetura, como colocado por Pallasmaa, “o foco redutivista resulta em uma sensação de autismo arquitetônico […] que não se baseia em nossa realidade existencial compartilhada” (14).

O poder gerado pelas emoções e sensações, através da espacialidade que permeia os elementos que compõem os lugares, pode evocar memórias e lembranças de acontecimentos passados, que solidificam nosso senso de identidade de ser um ser-no-mundo. Ao relacionarmos a matéria com o tempo, e traçar que ambos possuem uma relação estreita na identificação dos elementos construídos, poder-se-ia inferir que, nos mundos mentais do imaginário, a relação entre o vivenciado, o imaginado e o lembrado interferem na percepção espaço e tempo. Dessa maneira, poder-se-ia afirmar que o espaço apenas é possível de ser percebido naquilo que é captado pelos nossos sentidos, no decorrer da interação entre o corpo, o espaço e o tempo, para atingir estados de consciência indissociáveis. Compreende-se que o ato de habitar tem um valor coletivo, que permite, em um dado momento histórico, tornar visível sua dimensão temporal. Levando ao limite, Heidegger afirma que “habitar é o modo como os mortais estão na terra” e “pensar que ser homem consiste em habitar e, isso, no sentido do de-morar-se dos mortais sobre essa terra” (15), o que confere um sentido particular à condição humana no mundo — ou seja, nossa forma de ser-aí como habitantes e seres-no-mundo.

Pallasmaa afirma que “cada experiência vivida se dá na interface da lembrança e da intenção, percepção e fantasia, memória e desejo” (16). Cada espaço vivenciado se torna objeto e contexto, visto que projeta representações de realidades vividas e “somente as obras de arte e arquitetura que estabelecem um diálogo vital e respeitoso com seus antepassados possuem a força e a profundidade para sobreviverem ao tempo e estimularem os observadores, leitores e usuários do futuro” (17) e, levando ao limite, "a arquitetura é o nosso principal instrumento de orientação no mundo" (18).

O patrimônio cultural é memória, que proporciona no indivíduo e na coletividade um sentimento de pertencimento, de ressignificação em relação ao passado, que se insere no mundo espiritual, sendo corporificado por uma edificação impregnada de cultura. Um patrimônio reconhecido como tal, está sempre presente na experiência viva de um dado grupo, que organiza em pactos socioculturais um conjunto de bens materiais, naturais ou imateriais, reconhecidos por sua importância cultural. Logo, os monumentos, patrimônios culturais, prédios tombados ou reconhecidos coletivamente, são lares das memórias, histórias de uma civilização, posto que possuem marcas, significações e singularidades com valores arquitetônicos e urbanísticos.

Toda obra arquitetônica é, então, relacional, ao intuir os fenômenos perceptuais e mentais da imaginação e da memória. Logo, o resgate do passado com sua perpetuação no presente, se dá pela recriação do senso do lugar, pertencimento, através da história contada agora (19).

A preservação de um patrimônio resulta em discutir a preservação de elementos do passado com sua requalificação dentro de uma dimensão urbana e territorial, em que o diálogo entre o campo da preservação, na contemporaneidade, busque uma ação preservacionista da identidade patrimonial com sua autenticidade e legibilidade, e que esteja integrada com o planejamento e contexto urbano atual, ou seja, o presente histórico (20). Na trama social, a cidade representa o habitar de uma sociedade e seus bens patrimoniais reconhecidos coletivamente e, portanto, chancelados pela tradição (21). Nesse universo, a cidade, mais do que a casa, é um órgão de função metafísica, “um instrumento intricado, que estrutura poder e ação, mobilidade e troca, organizações sociais e estruturas culturais, identidade e memória” (22).

Trazer tal tessitura no estudo de caso Casa de Cultura Korundi, na cidade de Rovaniemi, na Lapônia, Finlândia, representou olhar para esse exemplar de restauro indissociável desta cidade como a totalidade de um território habitado, incinerado por um grande incêndio que destruiu a maior parte da cidade, que era construída principalmente em madeira. O dicelaramento do tecido urbano e as cicatrizes deixadas pela Segunda Guerra Mundial são marcas ora invisíveis, perante a reconstrução completa da cidade, desde o plano urbano até as edificações, a maior parte constituída de elementos pré-fabricados.

Imagem do incêndio que destruiu Rovaniemi, capital da Lapônia, Finlândia [Acervo SA-kuva / Creative Commons CC BY4.0]

Rovaniemi após destruição da cidade na Segunda Guerra Mundial [Acervo SA-kuva / Creative Commons CC BY4.0]

Rovaniemi: a resistência de um lugar

Korundi, o antigo edifício dos correios, representa uma das poucas edificações que remanesceu após a Segunda Guerra Mundial.

Korundi na função original de edifício dos correios. Vista do antigo pátio de caminhões, no pátio do edifício [Acervo I II Korundi, S.I]

Com o fim da guerra, em 1945, a Associação de Arquitetos da Finlândia foi encarregada de elaborar um plano de reconstrução da cidade. A tarefa foi entregue a Alvar Aalto, que realizou um projeto urbanístico, no qual as estruturas de fluxos lembravam os chifres de uma rena que, em composição com a topografia existente, destacou as formas naturais do terreno e o modo como as principais estradas e ferrovias se cruzavam. O estádio de futebol representou, simbolicamente, o olho da rena.

À esquerda, Alvar Aalto apresentando o projeto urbano de Rovaniemi; à direita, Plano urbano de reconstrução da cidade [Acervo City of Rovaniemi]

A destruição de uma cidade, como tantas outras que foram vítimas de um fato histórico desastroso como a Segunda Guerra Mundial, representa um desafio aos arquitetos. A reconstituição do conjunto da Casa de Cultura Korundi foi idealizada de modo que este patrimônio que restou pudesse ser incluído de forma integrada, “com instrumentos que permitam enxergá-lo como sistema e não como soma de objetos isolados” (23).

No reconhecimento das especificidades do local, o arquiteto Juhani Pallasmaa, na sua intervenção arquitetônica no depósito de vagões do correio, completando a obra entre 1984-1986. Essa eleição pressupôs a escolha, a imaginação, a lembrança, a presença de espírito. As ruínas fazem recordar que aquele lugar com elementos incompletos foi vivido em um dado momento sócio histórico. Como:

“Os assentamentos humanos cujas estruturas, unitárias ou fragmentárias, ainda que parcialmente transformadas ao longo do tempo, tenham sido feitas no passado; ou, entre aquelas sucessivas, as que por ventura tenham adquirido particular valor de testemunho histórico ou proeminentes qualidades urbanísticas ou arquitetônicas” (24).

O poder evocador dos fragmentos na arquitetura, como os vestígios que se apresentam sob a forma de ruínas, segundo Pallasmaa, expressam o mundo vivenciado que não se resume a matéria e fatos, mas são vestígios de um tempo, ou marcas que não devem se apagar ou camuflar, mesmo que dolorosas. Assim,

“As experiências tocantes da arquitetu­ra surgem de memórias e significados bioculturais secretos e pré-conscientes, bem como de encontros existenciais e ressonâncias, em vez de uma estética puramente visual. Essas características poderiam ser chamadas de ‘essências arquitetônicas’” (25).

Os edifícios evocam e representam significados existenciais que são como marcas corpóreas, cicatrizes e traços de vidas íntimas em um espaço de convívio coletivo, e que estão impressos nos patrimônios — impressões não somente das experiências vividas e armazenadas na mente, no individual, mas que são traduzidas nos espaços vividos em comum pelos habitantes, entre a mente e a matéria — ou, dito em outras palavras, o espaço construído que é vivido e sentido a nível perceptivo, sensorial permeado pelo intelecto, como fenômeno coletivo.

É o mundo psíquico representacional que se expande além dos limites físicos e possibilita a comunicação entre as pessoas e a arquitetura, como um encontro — o impacto arquitetônico emocional e de ordem identitária do habitante no seu recorte tectônico e espacial que o representa como cidadão e pertencimento. São representações que funcionam num espaço entre o consciente e inconsciente e terminam por construir o verdadeiro ambiente onde se desenvolve a vida cotidiana de cada um.

Mas, se são as memórias encarnadas que constituem um discurso entre o habitante e o lugar com que ele se relaciona — ou, mais precisamente, o lugar que este constitui e que o constitui — como realizar a experiencia em si, que é única, de modo individual e estrangeiro, à qual me propus?

Na constituição da obra de arte, Merleau-Ponty considera: “Que outra coisa o pintor ou o poeta poderia expressar senão seu encontro com o mundo? (26). Depreendo, com pistas de Martin Heidegger, Giancarlo Argan e do próprio Maurice Merleau-Ponty (27), que, para a relação corpo-a-corpo/espírito individual, minha, há como argumentar que, além de todo corpus teórico, é preciso enfrentar o mesmo encontro com o mundo que o artista expressa — agora como sujeito que se insere na obra e que a insere em si, o que seria uma forma de habitar, do ponto de vista fenomenológico, ou seja, a própria condição de existência no mundo.

Diante das lacerações no tecido urbano causadas pela guerra, o edifício do Korundi é uma relíquia remanescente, que mantém um testemunho histórico vivo, na contemporaneidade, como um bastião sobrevivente. Em especial, para mim, que busquei, por lentes fenomenológicas, viver a experiência em si, o edifício é guia para uma vivência arquitetônica paradoxalmente atemporal e transtemporal (28).

Como poder-se-ia então, a partir da fenomenologia, analisar o espaço? Talvez pressupondo que a fenomenologia fundamenta o conhecimento dos fenômenos na consciência, e, nessa perspectiva, todo conhecimento se dá a partir da vivência corpórea e como, na consciência, se dão os fenômenos. Essa compreensão do espaço e corpo da arquitetura, que busquei fazer, ressalta a importância dos aspectos intangíveis, que desempenham um papel fundamental na maneira como sentir e interagir com ela. Sendo o ser-aí um ser essencialmente espacial e corpóreo, pode-se conjecturar que a experiência corporal representa o ato de conhecer e conferir significados ou valores às coisas do mundo que se instalam de forma também corpórea e espacial. Aqui, faz-se então importante mencionar que as características imateriais se dão pela percepção das qualidades mais intangíveis do espaço, como a luz, o vento, a temperatura, e o silêncio, o cheiro, enquanto os materiais trazem as qualidades tangíveis, tais quais cores, texturas, pesos, transparências, opacidades e objetos que delineiam o ambiente. Na associação do material e imaterial na experiência corpórea, no ambiente em si, a experiência fenomênica media as vivências no lugar.

Estas foram as pistas às quais recorri para o mergulho nesta arquitetura. Munida por uma tessitura teórica prévia, da qual lanço mão de alguns pressupostos neste texto, com parcimônia, pois esquivando-se de que este se constitua como uma reflexão teórica anterior e autônoma; evitei, por coerência, construir um roteiro a ser conferido, por assim dizer um check-list a priori, mas sim, me entregar à experiência corpo a corpo com a obra, à qual me propus.

Importa dizer que a Casa de Cultura Korundi foi por nós previamente elegida, na investigação da obra e pensamento de Juhani Pallasmaa, por ele mesmo ter afirmado que nela teria atingido o ponto máximo do que se propusera, encerrando sua atividade projetual e passando a se dedicar a seus escritos e palestras. No âmbito do tempo e lugar, o estranhamento em estar em uma país longe e diverso, em uma cidade ainda mais estrangeira ao cotidiano conhecido, se constituiu, paradoxalmente, para esta escolha, como um grau de universalidade ímpar, dada sua circunstância perante a guerra mundial, que atinge toda experiência humana, desde então.

Como amparo, toda literatura escrita por Pallasmaa, bem como suas palestras e entrevistas, das quais recorremos a algumas (29), autorizam o entendimento simultâneo do mais particular — da casa humana — e universal, da arquitetura e sua razão de ser como o reflexo materializado da identidade individual do ser-aí, e o encontro fenomenológico.

A memória encarnada — o espaço em mim

Na Casa de Cultura Korundi busquei, em pura presença no lugar, vivenciar os aspectos espaciais e tangíveis simultaneamente a buscar alcançar aspectos intangíveis da arquitetura (ecoados em mim), como uma maneira de chegar a compreender significados, em um diálogo que os espaços, a luz, os materiais tiveram com meu corpo, meus sentidos e impactaram minha percepção — ou seja, viver a experiência multissensorial que, muito além da visão, representou o espaço em mim, por lentes fenomenológicas. Representou despir-me de conceitos pré-estabelecidos e mergulhar na experiência, que é única e essencialmente sensível e espiritual. Se tratou da vivência minha, como indivíduo, em relação aos espaços, de modo que, das características e qualidades sensíveis do lugar afloraram sentimentos, por meio de ativações multissensoriais, onde o corpo foi a primeira referência para sentir os espaços, os sentimentos e memórias evocados, sua ressonância, e a intuição e compreensão intelectiva seu desdobramento. Me ater a uma lista ou elenco metodológico a priori constituiria sua antítese, estandardizar a experiência fenomenológica. Dessa maneira, busquei, ao revés, acompanhar rastros intuídos para buscar alcançar a experiência fenomenológica em sua condição mais pura possível, ao entender que esta propõe colocar o ser-aí (nesse caso, eu), na posição de presença na e perante a coisa, em mútua transcendência.

De um modo um tanto ambíguo, este despir não se deu de modo absoluto. Ao mesmo tempo em que minha atitude se dava mediante os aspectos arquitetônicos que pulsavam no espaço e que chamavam a atenção na vivência do lugar, ao explorar o espaço exterior e interior e a força emocional que ele causou, me percebi desejando ser intérprete pela reflexão e atingir sua significação. Percebi que parti do pressuposto de que Korundi é uma obra com valor patrimonial e cultural relevante e, simultaneamente à pura percepção, meu impulso também vinha em refletir acerca do valor do bem imaterial além do físico, que o edifício transmitia a mim. Intencionava seguir, como um farol guia, a reflexão de Juhani Pallasmaa (30), que reforça a valorização do vivido, no sentido fenomenológico da experiência corporificada, vivenciada pela memória e imaginação — a percepção da atmosfera atribuída pela imagem corporificada.

O encontro com a obra — a coisa em si — foi o primeiro aspecto vivido. Mas despontou, na memória, a reverência a um edifício que resistiu a um momento histórico e, nesse contexto, o valor imaterial impregnado nas suas entranhas construídas já representaram o impacto de seu valor histórico entre espaço, tempo e corpo (o dele e o meu). Lá estavam, na parede de fora, um plano alto, de tijolos que remanesceram da guerra, integrados e reconhecíveis na pele do edifício — colagem de destroços que passaram a ser cicatrizes, memória incômoda, que não se quer dissimular. Ao mesmo tempo me imantava a grande e densa caixa metálica entre as alas de tijolos, como a anunciar algo novo. O que seria? Sim, a câmera de concerto, o elemento mais profundo do conjunto, mostrando sua face, sua forma.

Aquela marca de resistência àquele período histórico de guerra, que todos temos na consciência me inquietou; e hoje, ao mesmo tempo, os habitantes lá estavam, ao abrigo aconchegado, no ambiente tépido das salas de estar e exposições — pessoas comuns em seu dia a dia do qual agora faz parte aquele lugar, como um novo cotidiano pacífico e prosaico possível. Jovens, muitos idosos, senhoras conversando, algumas crianças. Para Pallasmaa,

“Um cenário sofisticado, com sua profundidade e autoridade histórica nos coloca em sintonia para perceber e compreender qualidades tanto na cultura quanto no caráter humano. A arquitetura significativa permite que nos sintamos como seres corporal e espiritualmente completos” (31).

Explorar o lugar com meu corpo foi o grande desafio. Representou experenciar o espaço não somente por estímulos visuais. Foi sentir a arquitetura do Korundi pela sua materialidade, textura, luz e tatilidade. Merleau-Ponty afirma que “"Nosso próprio corpo está no mundo, como o coração está em nosso organismo: ele mantém o espetáculo visível constantemente vivo, ele sopra vida para dentro e o sustenta de fora para dentro; juntos eles formam um sistema — ou seja, corpo-espírito” (32).

Reconhecer Korundi a partir de suas texturas, sombras, reflexos, cheiros, níveis, caminhos, sons, e luzes representou levar o meu corpo além do intelecto. Posto que, se o corpo, em um dado momento, é o condutor entre o sensorial e o intelecto, poder-se-ia afirmar que o corpo, ele mesmo, está sempre situado em um instante no tempo, que articula experiência vivida, memória e imaginação.

Na busca de interpretar o espaço a partir de um ou mais dos cinco sentidos: tato, olfato, audição, visão e paladar, na recusa de seguir uma linha racional de observar a forma e a função, procurei vincular o meu corpo com o lugar de forma perceptiva, na intenção de uma investigação corporal, para que eu pudesse interpretar, a partir da percepção, minha relação com espaço e o espaço em mim. Representou fazer um exercício em que seria necessário ter o meu corpo como instrumento mediador, na experiência em si com o lugar e na vivência a partir da minha sensibilidade corporal, no percorrer os espaços por outro prisma, outros ângulos — outros passos com outros sentidos.

Percorrer os espaços, sentir os materiais e a ambiência construiu a minha identificação com o espaço como uma experiência arquitetônica e silenciosa; de alguma maneira, me tocou algo profundo, descortinando um edifício cheio de significados, no desdobrar de espaços abertos e fechados, maiores e menores, sombras e luzes. É certo que o estudo do projeto da Casa de Cultura Korundi me deu pistas para experiência vivida; contudo, vale lembrar que, por ser uma experiência corpórea de pura presença, as impressões foram de ordem subjetiva e evocaram minha relação com o mundo e minha escuta interna perceptiva.

Percebi que o toque como um estímulo sensorial fez parte da vivência do Korundi. As maçanetas, como as escadas, são recortes arquitetônicos presentes em muitas obras de Pallasmaa. Para Pallasmaa a maçaneta representa o aperto de mão. A linguagem poética do arquiteto ao descrever a maçaneta, me levou a entender que, ao me confrontar com o sagrado — Korundi, como representante histórico —, eu precisei me apresentar em uma linguagem não verbal — onde o cumprimento seria um aperto de mão. Busquei, ao principiar, na maçaneta, o aperto de mãos e boas-vindas para que eu pudesse adentrar, depois explorar e interagir com o edifício em sua sacralidade. O tato e a textura foram o primeiro encontro fenomenológico — o espaço em mim. O toque da maçaneta de bronze fundido, sua temperatura e anatomia, foi um encontro e acolhimento com uma identidade que, como impressões digitais, é única. Ao atravessar a porta, cruzei a fronteira entre o exterior e interior.

Maçaneta da porta de acesso à Casa de Cultura Korundi
Foto Martha Gattarosa, 9 abr. 2022

A gradação de cores e texturas materiais, reveladas pela luz natural e pela artificial, sutilmente estabeleceu uma distinção entre espaços mais abertos e o encontro com os espaços fechados. A experiência em si uniu o passado ao presente com a presença da rusticidade e do industrializado, e o prédio, por si só, se apresentou como um museu vivo, uma vez que há o diálogo constante entre o passado e o presente.

Interior da Casa de Cultura e foyer da câmara de orquestra
Foto Martha Gattarosa, 9 abr. 2022

No interior do edifício, os claros e escuros foram experenciados como uma coreografia que mudava sua apresentação no decorrer do dia. As nuances de luz e sombra foram convites a percorrer vários caminhos na contemplação das obras de arte e esculturas dentro dos espaços. Dada a preservação da estrutura original da cobertura do edifício com a iluminação zenital, várias emoções e sensações foram experienciadas pela variação da luminosidade natural recebida e sua incidência na galeria de arte que, combinada com a luz artificial, representaram pontos focais a chamar minha atenção.

De todas as experiências vividas na Casa de Cultura Korundi, sinto que o ápice com a obra tenha sido a vivência na câmara de orquestra, o lar da música. Na implementação da sala de concerto, a idealização do novo em consonância com o velho criou, pela volumetria, uma colagem espacial. Percebi que, da união das duas alas originais, antigas, e da incrustação do volume da câmara de música, nova, velho e novo se envolveram. O volume anunciando a sua existência como habitat da música se posiciona, definitivo, ao olhar externo. O volume de aço patinável dialoga silenciosamente com os tijolos. Os materiais, a textura, o metal e a madeira acolheram a música com uma acústica única. No engajamento multissensorial com a música, a simplicidade e excelência uniram-se com a luz e a cor da câmera acústica e do palco. Na chegada à plateia, os delicados recortes de luz colorida nas laterais, com o objetivo de efeito acústico, também orientaram meu percorrer e despertaram minha sensação de bem-vinda.

Ao assistir a um ensaio de uma banda, arrisco dizer que o simples perfeito de acústica absoluta, em minha experiência com a música, consistiu em um diálogo entre mim e a obra — esta abrigou a ambos, música e eu, como uma ponte e um lugar, simultaneamente. Em mim se deu a suspensão de um conceito a priori acerca de uma sala de concerto.

No encontro com o espaço, o som, a luz e a atmosfera do lugar em si, meus sentidos se integraram a experienciar a música. Percebi meu movimento interno de memória, atenção e emoção, ativados pela excelência da coisa acontecendo, onde os reflexos sonoros nas paredes e teto, as nuances de cores e luzes que proliferavam agiram de modo que meu encontro entre o corpo e mente promoveu uma sensação de harmonia com o ambiente e de bem-estar. A visão e toda experiência corporal ocorreu em conjunto, o ouvir e o sentir reforçaram a importância do espaço em minha experiência multissensorial que impactaram meu corpo como um todo. O impacto desta arquitetura despertou minha emoção e meu corpo entrou em ressonância com o meu ser.

Sabe-se que o projeto da sala de concerto contempla uma acústica perfeita. Diz-se, na cidade, que a única interferência externa não passível de proteção é a passagem de aviões militares em sua rota próxima, motivo pelo qual há um pacto para que estes não sobrevoem o Korundi durante concertos.

Entendo agora por que o próprio Pallasmaa resolveu finalizar seu trabalho de projeto após a finalização do Korundi.

Resumo agora, em forma de texto, com certa dificuldade em me expor completamente. A experiência fenomenológica com a Casa Korundi ocorreu nas reverberações do meu corpo, em movimento, pelos sentidos e sensações. Meu corpo sentiu, escutou, falou, andou e interagiu com o espaço como um todo, com os cantos, recortes — a minha escala interior foi convocada, a cada lugar, de um determinado jeito — minha medida humana.

Câmara de orquestra
Foto Martha Gattarosa, 9 abr. 2022

Considerações finais: sobre encontros, fins e novos começos

Se a arquitetura, como arte, é uma linguagem de símbolos, significados e significantes, que podem ser identificados com nossa existência, as memórias sensoriais que vivem em meu subconsciente, com a experiência vivida no espaço, foram despertas. Nesse sentido, a forma como as pessoas ressignificam os lugares e as arquiteturas se desdobra de maneiras diferentes, mediante o espaço e o tempo — é a capacidade do ser-aí se comover, se emocionar, vivenciar o seu imaginário e expressão intelectual com a coisa em si, dentro de um recorte sócio-histórico e emocional. Evoco a fenomenologia da percepção de Merleau-Ponty, e a fenomenologia do lugar de Norberg-Schulz, em que a relação com a arquitetura e a habitar, em um sentido existencial, representa o espaço do qual nos apropriamos, um lugar vivido, o lugar onde cada ser-aí identifica e se relaciona como ser-no-mundo.

Vivi o lugar a partir de interrelações e subjetividades, interpretei símbolos e intui arquétipos que configuram aquele espaço arquitetônico. A visita ao Korundi com o objetivo da experiência fenomenológica, como possibilidade de compreensão dos espaços habitados pela arte, música e cultura, significou explorar o lugar de maneira silenciosa, visualizar os detalhes, buscar, pela experienciação da atmosfera, o lar das artes. O espaço, a matéria, a textura, cores luzes e sombras foram uma maneira de tocar, e, ao fazê-lo, a conexão, a comunicação e diálogo não verbais entre o Eu e a coisa, aconteceu. Mesmo que silencioso, o lugar expressou-se, me presenteando com as sensações que experienciei — encontro fenomenológico em si, puro e despido de pré-conceitos universais, à minha medida. Dialoguei por mensagens não verbais, os signos em cada parte da obra, uma vez que a arquitetura tem um papel mediador e dialógico para uma experiência existencial corporificada com um dado espaço e lugar. O habitar mediado pela vivência e o sentir da arquitetura que, corporificada, integra-se a toda nossa constituição corporal, imbrica-se em uma experiência sensorial e dialógica íntima e única. É identificar, no corpo, em uma espacialidade, em uma temporalidade, o nosso Eu e as relações de sentido que acompanham a aparição do mundo para nós, seres mortais entre o céu a terra e os deuses.

Arrisco afirmar que foi um caminho de interpretação importante, vivido naquele dado tempo e espaço. No entanto, acredito que, ao visitar o edifício novamente, ele apareceria de alguma forma sob uma nova luz, e quanto mais história tiver o edifício, poderia experimentá-lo por outras lentes temporais e culturais, uma vez que a arquitetura, como experiência fenomenológica, por meio das atmosferas, é uma contínua leitura sensível do lugar, que, através das percepções, media a comunicação entre pessoas e ambiente. Significa, como colocado por Pallasmaa, a internalização ao ponto do esquecimento, uma vez que o esquecimento é tão importante como a recordação, para a experiência fenomenológica em si. Logo, experimentar o este espaço com lentes fenomenológicas iguais seria o mesmo que formatar as emoções, sentimentos, memórias e percepção como uma visão estática de experimentar um tempo e espaço que está em um mundo em permanente movimento.

notas

NA — O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Brasil — Capes (código de financiamento 02).

1
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. 4ª edição. São Paulo, Unesp, 2016.

2
Idem, ibidem, p. 17.

3
Idem, ibidem, p. 18.

4
PALLASMA, Juhani. Habitar. São Paulo, Gustavo Gili, 2017, p. 60.

5
Idem, ibidem, p. 60.

6
Idem, ibidem, p. 60.

7
RETTO JÚNIOR, Adalberto da Silva; KÜHL, Beatriz Mugayar. O papel do patrimônio arquitetônico no projeto da cidade contemporânea. Tupã, Anap, 2019.

8
NORBERG-SCHULZ, Christian. Genius loci: towards a phenomenology of architecture. Londres, Academy Editions, 1980.

9
PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre, Bookman, 2011, p. 30.

10
Idem, ibidem, p. 60.

11
Idem, ibidem, p. 30.

12
HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. 8ª edição. Petrópolis/Bragança Paulista, Vozes, Editora Universitária São Francisco, 2002.

13
NORBERG-SCHULTZ, Christian [1983]. O pensamento de Heidegger sobre arquitetura. In NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica 1965-1995. São Paulo, Cosac & Naify, 2006, p. 443-461; HEIDEGGER, Martin. Op. cit.

14
PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos (op. cit.)., p. 32.

15
HEIDEGGER, Martin. Op. cit., p.128-129.

16
PALLASMAA, Juhani. Essências. São Paulo, Gustavo Gili, 2018, p. 24.

17
Idem, ibidem, p. 34.

18
PALLASMAA, Juhani. A imagem corporificada: imaginação e imaginário na arquitetura. Porto Alegre, Bookman, 2013, p. 121.

19
NORBERG-SCHULTZ, Christian [1983]. Op. cit.

20
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Carta de Veneza. Carta internacional sobre conservação e restauração de monumentos e sítios. Rio de Janeiro, Iphan, mai. 1964 <https://bit.ly/3Mwghul>.

21
ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. São Paulo, Martins Fontes, 1998.

22
PALLASMA, Juhani. Habitar (op. cit.), p. 4.

23
In: WATTS, Peter. The dark story of Santa’s city: how Rovaniemi rose from the ashes. The Guardian, Londres, 19 dez. 2018 <https://bit.ly/3Z2UUs0>.

24
BRANDI, Cesare. Op. cit., p. 256.

25
PALLASMAA, Juhani. Essências (op. cit.), p. 9.

26
MERLEAU-PONTY, Maurice. Apud PALLASMAA, JUHANI. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos (op. cit.), p. 13.

27
HEIDEGGER, Martin. Op. cit.; ARGAN, Giulio Carlo. A história da arte como história da cidade. São Paulo, WMF Martins Fontes, 1996; MERLEAU-PONTY, Maurice. O olho e o espírito. São Paulo, Cosac & Naify, 2013; MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. 2ª edição. São Paulo, Martins Fontes, 1999.

28
Este texto se apresenta em primeira pessoa do singular para manter o rigor da pesquisa do qual se originou, esta realizada sob orientação da coautora, motivo pelo qual este trabalho não utiliza o pronome pessoal no plural.

29
PALLASMAA, Juhani [1986]. A geometria do sentimento: um olhar sobre a fenomenologia da arquitetura. In NESBITT, Kate. Op. cit.; PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos (op. cit.); MACKEITH, Peter (org.). Encounters. Architectural essays, v. 1-2, Helsinki, Rakennustieto Publishing, 2012; PALLASMAA, Juhani. A imagem corporificada: imaginação e imaginário na arquitetura (op. cit.); PALLASMAA, Juhani. As mãos inteligentes: a sabedoria existencial e corporalizada na arquitetura. Porto Alegre, Bookman, 2013b; PALLASMA, Juhani. Habitar (op. cit.); PALLASMAA, Juhani. Essências (op. cit.); Juhani Pallasmaa — the complexity of simplicity: the inner structure of the artistic image. Simplicity Conference. YouTube, San Bruno, 25 abr. 2014 <https://bit.ly/3Xnj1jP>; The essence of architecture with Juhani Pallasmaa. New School of Architecture & Design. YouTube, San Bruno, 25 mar. 2014 <https://bit.ly/4e8DNtg>; Familiar spaces in conversation: Juhani Pallasmaa and Maria Gasparian — part 1. Finnish Institute in the UK and Ireland. YouTube, San Bruno, 1 de jun. de 2017 <https://bit.ly/3Z7T0WZ>; Juhani Pallasmaa Interview. Art and architecture. Louisiana Channel. YouTube, San Bruno, 17 mai. 2018 <https://bit.ly/3TcRBKS>; Peter Zumthor and Juhani Pallasmaa. Architecture speaks. Aalto University. YouTube, San Bruno, 18 jan. 2018 <https://bit.ly/3Z7jNTu>; Juhani Pallasmaa Interview. San Debartolo. YouTube, San Bruno, 27 out. 2019 <https://bit.ly/3TgxhZd>.

30
PALLASMAA, Juhani. A imagem corporificada: imaginação e imaginário na arquitetura (op. cit.).

31
PALLASMA, Juhani. Habitar (op. cit.), p. 62.

32
MERLEAU-PONTY, Maurice. Apud PALLASMAA, JUHANI. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos (op. cit.), p. 38.

sobre as autoras

Vera Santana Luz é graduada pela FAU Mackenzie, doutora pela FAU USP, professora da FAU PUC Campinas desde 1986, professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da PUC Campinas. Membro do Grupo de Estudos Espaço Urbano e Saúde do IEA USP. Autora de Ordem e origem em Lina Bo Bardi (São Paulo, Giostri, 2014).

Martha Schiavo Gattarosa é arquiteta e urbanista (PUC Campinas, 1986), mestre em Linguagem Aplicada (Westminster University, 2008), pós-graduada em Linguística Aplicada (Birmingham City University, 2012) e mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da PUC Campinas.

comments

288.01 fenomenologia
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

288

288.00 China

Fantasmas e viventes

Narrativas que assombram Kangbashi, China

Isabella Flach Gomes

288.02 agroecologia

Considerações sobre novas ruralidades em transição e agroecológicas

Bruno Pinheiro Balestrin Brizotti and Vera Santana Luz

288.03 História e patrimônio

As contribuições dos prefeitos do Rio de Janeiro na construção da avenida Atlântica

Teba Silva Yllana

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided