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drops ISSN 2175-6716

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Construmat - com o intuito de reflexionar sobre a atual produção habitacional, extremamente obsoleta, este ano a feira trouxe como novidade o Projeto Casa Barcelona. Idealizado pelo arquiteto Ignacio Paricio

how to quote

ORCIUOLI, Affonso. Projeto Casa Barcelona 2001. Muita tecnologia e pouca arquitetura. Drops, São Paulo, ano 02, n. 003.06, Vitruvius, set. 2001 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/02.003/1580>.


Janela Berkel


Entre os dias 23 e 28 de abril celebrou-se em Barcelona a Construmat, Feira Internacional da construção civil. O evento acolhe diferentes empresas relacionadas com atividades industriais da construção, desde maquinaria pesada a empresas de desenvolvimento de software com aplicações para o setor. Apesar de suas dimensões (125.000 m² de exposição), o certame está muito voltado para a indústria da construção, onde a mesmice comercial tem imperado.

Com o intuito de reflexionar sobre a atual produção habitacional, extremamente obsoleta, este ano a feira trouxe como novidade o Projeto Casa Barcelona. Idealizado pelo arquiteto Ignacio Paricio e bem recebido pelo presidente do salão, Josep Blanchart, este projeto aproximou algumas empresas de destaque na indústria da construção civil a cinco equipes de arquitetos de prestígio internacional.

Dominique Perrault, Ben Van Berkel, David Chipperfield e Toyo Ito, além de uma equipe de arquitetos espanhóis: Ignacio Paricio e Lluís Clotet, propuseram uma rediscussão sobre cinco elementos de importância numa habitação, na opinião do comissariado: a janela, as paredes de divisão interna, o piso, a água (banheiro) e o fogo (cozinha). Participaram também da conferência Luís Fernandez Galiano (diretor da revista Arquitectura Viva de Madri) e Oriol Bohigas (arquiteto de importância destacada nas obras pré-olímpicas). O público assistente, superior ao da entrega dos prêmios Mies no dia anterior, demonstrou o interesse despertado.

Se por um lado a idéia do projeto queria refletir sobre as profundas transformações no ambiente doméstico, como as novas formas de vida observadas na contemporaneidade e a entrada da informática e de internet nos lares, os resultados não foram além de sofisticadas respostas tecnológicas.

O conjunto dos trabalhos apresentados não condiz com as premissas do texto de Parício. O que se apresentou foi uma série de artefatos e invenções de difícil aplicação e, sobretudo, destinadas a um público de alto poder aquisitivo. Uma reflexão sobre o futuro da habitação não deveria ser tão elitista e sim atender a um mercado mais "popular". Os projetos tampouco fazem referência a formas alternativas de energia ou ao uso de material reciclável.

As propostas do projeto Casa Barcelona sugerem que o conceito de habitação deva passar por uma "reforma", mas não discutem uma alteração significativa na gênese da habitação. Não será uma banheira que passeie pela casa, uma cozinha automatizada (e elétrica!) ou uma janela (com direito a ar condicionado e calefação) o que caracterizará a habitação do futuro. Sobrou tecnologia e faltou arquitetura.

notas

[publicação: maio 2001]

Affonso Orciuoli, Barcelona Espanha

Piso Paricio e Clotet

Divisoria Ito

Cozinha Perrault

 

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