A revista Archis não está mais sendo editada pelo NAi – Nederlands Architectuurinstituut. A empresa responsável agora pela edição é a Artimo. Archis está saindo em duas versões – uma em inglês, outra em holandês. No lançamento da versão em inglês, em Londres, o editor responsável Ole Bouman mostrou-se indignado com a política publicitária da atual arquitetura holandesa, provocando uma acalorada discussão sobre mídia e arquitetura. Bouman apresentou o novo formato da revista, que conta com páginas destacáveis e ao final de cada artigo para que o leitor possa fazer anotações e enviá-las por fax para o autor (no texto sempre consta o número de fax do arquiteto...). É um tanto literal, mas funciona como um respiro entre os textos. Alguns dos anúncios só são revelados se o leitor quiser (algo parecido com aquele antigo diagrama de pontinhos com números para ligar). São táticas a caminho da interatividade, tentando flexibilizar o meio tradicional (tanto na forma quanto no conteúdo). O maior problema entre a editoria de Archis e o NAi parece ter sido a aversão da instituição pelo caráter crítico da revista. O NAi põe em curso uma política de celebração da arquitetura holandesa, não abrindo muito espaço para o debate aberto, a crítica e a inovação, características marcantes de Archis. A discussão no lançamento da versão inglesa tratou, entre outras coisas, da especialização e aprofundamento dos temas tratados pelo jornalismo arquitetônico, da necessidade do debate sair do círculo fechado da arquitetura e atingir um público maior, do papel de uma publicação como a Archis (cara e freqüente), e a quantidade de publicações em arquitetura para atender o mesmo público (restrito ao mesmo circulo fechado da arquitetura).
notas
[publicação: junho 2001]
Ana Paula Baltazar, Londres Inglaterra