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drops ISSN 2175-6716

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As “Feiras da Boa Comida” (Good Food Market) foram inspiradas no Sacolão brasileiro. Nos últimos anos, desabrocharam em Toronto também as Feiras de Fazendeiros da Vizinhança

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DA SILVEIRA LOBO, Maria. A urbanidade começa na cozinha. Aprendendo empreendedorismo e empoderamento comunitário com Mary Lou Morgan (Pêmio Jane Jacobs 1999) e David Walsh (Prêmio Jane Jacobs 2001). Drops, São Paulo, ano 12, n. 051.01, Vitruvius, dez. 2011 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/12.051/4141>.


Terraço-Jardim do The Big Carrot


FoodShare: uma iniciativa inspirada no Sacolão brasileiro (2)

Mary Lou Morgan, ganhadora do Prêmio Jane Jacobs de 1999, era uma dona de casa e mãe de família, que morava numa fazenda no Canadá, cultivava sua horta, produzia mel e trabalhava nas horas extras numa loja de produtos naturais até que assistiu a uma conferência sobre a Mulher e a Pobreza que mudou sua vida.

Em 1992, Mary Lou criou “From Field to Table” (Do Campo para a Mesa), uma idéia para conectar fazendeiros com pessoas de baixa-renda vivendo na cidade para prover comida saudável e acessível para as comunidades, cuja “Caixa da Boa Comida” (Good Food Box) – cesta de frutas e vegetais frescos -  se tornou o modelo para serviços similares em 61 comunidades da província de Ontario, dentre os quais destacamos a Afri-Can Foodbasket. (3) A empresa ‘Do Campo para a Mesa’ ficou sob a guarda da FoodShare Toronto, uma organização voltada para justiça alimentar. FoodShare treina líderes locais para animar as Hortas Comunitárias, as Cozinhas de Crianças e as Feiras da Boa Comida (“Good Food Markets”)

Uma vez por semana, produtos de alta qualidade são comprados diretamente dos fazendeiros locais e acondicionados nas caixas por voluntários que as distribuem para aproximadamente 4.800 famílias da cidade de Toronto. As famílias pagam à vista pela Caixa no início do mês, isto é, são clientes que têm poder e controle sobre sua alimentação; não beneficiários que dependem da caridade. A Caixa grande custa $ 18 dólares; as pequenas e as dos idosos custam $ 13 dólares. A Caixa da Boa Comida é entregue duas vezes por mês e seu conteúdo é sempre uma surpresa acompanhada de receitas e dicas de alimentação saudável.

As “Feiras da Boa Comida” (Good Food Market) foram inspiradas no Sacolão brasileiro (4). Nos últimos anos, desabrocharam em Toronto também as Feiras de Fazendeiros da Vizinhança. Mas a “Feira da Boa Comida” não é uma Feira dos Fazendeiros, os quais precisam faturar no mínimo mil dólares para conseguirem arcar com os custos de transporte, de aluguel da barraca, entre outros, para entrar na cidade de Toronto. São feiras organizadas pelas comunidades e organizações locais que vendem alimentos que a FoodShare distribui, levando-os até elas. Assim, os membros das comunidades não só tem acesso à comida saudável mas também aprendem como desenvolver espaços comunitários, como vender e fazer dinheiro, como conectar o posto de saúde para fazer demonstrações e workshops e como envolver a biblioteca local para contar estórias, por exemplo. Eles aprendem também a cuidar da terra, seja esta uma fazenda particular ou uma propriedade pública. Em suma, a comida é um grande conectador e gerador de solidariedade. E a FoodShare acredita que a boa comida é um direito universal e deve ser acessível como o transporte público e as bibliotecas são.

Tendo em vista que alimentação saudável não é só um problema de distribuição, 10 mulheres da organização guarda-chuva FoodShare oferecem também programa de treinamento em assistência social, bem como em culinária, nutrição, horticultura, rótulos de produtos alimentícios e também em línguas, matemática e computação, tudo focado na alimentação. Angela ElzingaCheng, a coordenadora do programa de animadores ( Toronto Community Food Animators) explica:

Contamos com uma fazenda-escola de 1 acre em conexão com as escolas onde os alunos aprendem culinária, o sistema da chuva e de crescimento de sementes e plantas e são contratados durante as férias de verão. Os professores e alunos de ciência e matemática também freqüentam o programa “Da Fazenda ao Garfo” (From Farm to Fork). Tudo está conectado ao curriculum. Acreditamos que todos os alunos quando se formam devem ter aprendido nas hortas comunitárias e na fazenda-escola como plantar, cozinhar e comer comida saudável. Cerca de 20 escolas da Grande Toronto já participam do programa. Conectamos também todas as organizações que já estão trabalhando para o desenvolvimento econômico e a socialização e usamos a comida como catalisador destes programas. Um exemplo é o Centro para Doentes Mentais e Viciados onde trabalhamos a horta comunitária como terapêutica. Também temos uma Cooperativa de criação de Abelhas com 40 apiários urbanos.

A Companhia de Catering “Do Campo para a Mesa”, por sua vez, é administrada por 3 mulheres e atende a festas e eventos para 35 a 1000 pessoas. Os rendimentos desta companhia retornam para outros programas da FoodShare como, por exemplo, a Cozinha Incubadora, também inspirada na experiência brasileira.

A “Cozinha Incubadora” viabiliza pequenos negócios de comida que não tenham instalações próprias, pois podem operar numa cozinha licenciada. Além disto, está em estudo a implantação de um Café para jovens sem-tetos a ser desenvolvido por 14 jovens, dos quais 6 viviam nas ruas. A Cozinha Incubadora é um empreendimento comunitário que funciona em parceria com o Centro de Desenvolvimento de Negócios de Toronto, com a Cidade de Toronto e com a companhia de Gás.

Sobre a relação da FoodShare com as Hortas Comunitárias (Toronto Community Garden Network (TCGN), Angela ElzingaCheng explica que:

Atualmente, há 226 Hortas Comunitárias em Toronto e cerca de 120 comunidades residenciais subsidiadas de baixa-renda. Uma das metas da FoodShare é organizar eventos de formação de redes. Já fazemos treinamento anual para hortas de habitação comunitária e cerca de 80 pessoas participam. Mas não ensinamos a plantar, pois a maioria já sabe fazer isso. Nosso papel é capacitar lideranças ensinando a tomar decisões, a como lidar com assuntos comunitários conflituosos entre as pessoas, a como começar uma Horta Comunitária etc. Há centenas de acres de espaços públicos livres ao redor dos prédios e das escolas e nos estacionamentos apenas cobertos por grama. Precisamos também dar acesso à comida para as pessoas de baixa-renda que vivem nos novos bairros de renda mista.

Coerente com a filosofia de mudar o mundo uma refeição de cada vez, em 1983, Mary Lou Morgan e mais quatro amigos fundaram uma loja de comida natural em base cooperativista, a “Big Carrot”, que em uma década se tornou o maior supermercado canadense de comida natural e atualmente emprega 200 pessoas e fatura $ 18 milhões. (5) Há oito anos, quando esta cooperativa passou a dar lucros, Mary Lou se afastou da Carrot Commons e passou a se dedicar integralmente à administração do Carrot Cache, um fundo constituído por 50% dos lucros para apoiar projetos de justiça social, conforme havia se comprometido no contrato assinado com David Walsh para a construção e financiamento da cooperativa e supermercado Big Carrot. (6) 

Entre os projetos e pessoas que a Carrot Cache apóia destacamos um jovem inventor que cuida da estufa da FoodShare e que criou equipamentos como um painel de captação de energia solar feito a partir de latas de refrigerantes. O modo de fazer e usar o painel é democraticamente compartilhado no website da FoodShare para usufruto de qualquer pessoa. (7)

Da Tent City ao ChocoSol: a trajetória de um defensor dos direitos básicos da cidadania.

David Walsh, ganhador do prêmio Jane Jacobs de 2001, conheceu Mary Lou Morgan num trabalho de justiça social liderado por um jesuíta amigo. David  é um investidor do setor imobiliário que constrói comunidades, literalmente. Sua companhia Realco Property Limited vem investindo desde os anos 70 em imóveis nos centros de cidades das províncias de Ontario e Quebec, inicialmente em prédios históricos e mais tarde em prédios de comércio de varejo, como o do Carrot Common, e de iniciativas comunitárias como a casa St Joseph 6 e o ChocoSol.   

Comida e abrigo são direitos básicos que David Walsh defende desde o tempo em que participou do grupo de pesquisa para o Ano Internacional de Abrigo para Sem-Tetos (1989) que construiu 800 casas nas comunidades da província de Ontario. Não existe mais uma política nacional de habitação no Canadá e a política de habitação social em Ontario é dividida entre os setores de cooperativas, de moradia de comunidade de base sem fins lucrativos e a companhia pública Toronto Community Housing. David Walsh atua no setor de moradia de comunidade de base sem fins lucrativos.

Mais tarde, ele foi “advogado” da “Tent City” (Cidade de Tendas), um acampamento temporário que abrigou algumas dezenas de sem-tetos num terreno baldio da orla lacustre da cidade de Toronto. No Natal de 2000, os sem tetos ganharam duas casas pré-fabricadas e portáteis feitas de fibra de vidro para abrigar cada uma 10 pessoas, doadas por uma construtora e uma igreja e entregues pela Comissão de Assistência Emergencial a Desastres, da qual David é membro, junto com um pinheiro de natal e jantar para os 30 moradores da Cidade das Tendas. Este acampamento encontrava-se numa propriedade privada e foi desmontado pela polícia há cerca de 4 anos, mas sua história encontra-se registrada em livro. (8) David participou da negociação para o re-assentamento dos sem-tetos em  apartamentos.

Sobre a política liberal de cortes de subsídios para habitação social, David Walsh lamentou os juros altos e o imediatismo dos políticos:

Tem havido muitas pesquisas por aqui [Toronto] comparando o custo de produção de casas versus abrigos versus prisões versus hospitais. Os custos de hospitais, prisões e abrigos sobem muito quando não há suficiente moradia num intervalo de 10 ou 20 anos. Mas os políticos só pensam a curto prazo. Você pode googlar a revista New Yorker e procurar um artigo chamado Million Dollar Murray,onde é demonstrado que um sem-teto custa para a cidade 1 milhão de dólares versus 30 mil dólares, que é o custo de uma casa subsidiada. (9)

ChocoSol é um empreendimento social transnacional que beneficia cerca de 20 comunidades campesinas no México que plantam cacau além de estimular a agricultura urbana e as redes de “slow food” dentro de Toronto. ChocoSol participa também de pesquisas sobre plantas medicinais e flores comestíveis; técnicas de captação pluvial de baixa manutenção e irrigação por gotejamento; uso da bicicleta no processamento de comida e no transporte local, além de apoiar pessoas com muita iniciativa e pouco capital e projetos que respeitam o meio-ambiente.

A Cozinha de Convivência da ChocoSol localiza-se no centro financeiro de Toronto, numa casa vitoriana de 3 andares, adquirida com dinheiro do fundo Carrot Cache e retrofitada ecologicamente usando 70% de materiais restaurados e aplicados em novos usos. A 6 St Joseph House é um lugar de convivência para homens que freqüentam centros de reabilitação de alcoolismo e para sem-tetos onde são oferecidos cursos de arte, ioga, poesia, dança, nutrição e onde podem fazer contatos que abrem oportunidades de trabalho e aprendizado em projetos como o da revitalização das feiras de produtores rurais de Toronto, oficinas de redução de lixo e da própria produção de chocolate. (10) Como no bairro de renda-mista Regent Park (11), o conceito da 6 St Joseph House é não distinguir etnia, status social ou psicológico pela aparência a fim de oferecer as condições necessárias para ascensão ou reinserção social. Em meio às torres espelhadas, o imóvel altamente valorizado se destaca na paisagem da cidade global como um tradicional club inglês, só que em lugar de snobismo lá se encontra confraternização comunitária energizada à base de chocolate. “Todos somos vulneráveis. Fazemos as chocolatadas e pessoas de negócios que trabalham por aqui vem. Fica mais difícil rotular esse lugar como de doentes mentais porque temos a fábrica ChocoSol aqui.” diz David.

Michael Lorenzo, um jovem doutorando que faz trabalho voluntário para a ChocoSol conta o que faz a diferença neste tipo de empreendedorismo social:

Há muitos críticos explicando porque o sistema não funciona. Você pode consultar Gramsci, Marx, Foucault, Chomsky. Você pode ler Ivan Illich, talvez o maior deles no século XX. Há muitas críticas, mas sentimos falta de exemplos de alternativas, de estórias. Estórias nos dão duas coisas: a primeira é que elas dão esperança às pessoas, especialmente as estórias de pessoas comuns que fazem coisas extraordinárias, pois isso faz com que o povo acredite que ele também pode fazer. Em segundo lugar, as estórias com dicas práticas de iniciativas populares e não governamentais que, ao invés de  celebrarem instituições complexas, celebram uma coisa muito simples: a amizade. É o que faz Gustavo, em Chiapas. Ele é um contador de estórias nômade e trabalha diretamente com comunidades indígenas. ChocoSol é uma estória de amizade. É uma iniciativa que demonstra a possibilidade de um comércio horizontal e recíproco entre 20 comunidades indígenas do sul do México e 20 mercados comunitários aqui em Toronto, graças à solidariedade e a interculturalidade. A chocolatada que organizamos é um encontro que promove amizade, conhecimento das línguas e hospitalidade, seja celebrando a vinda de um intelectual ou de um ator brilhante da comunidade ou simplesmente celebrando alguém que está melhorando.

Pesquisas demonstraram que 90% dos ex-usuários de drogas e de álcool voltam ao vício quando desafiados pelas “encruzilhadas” da vida. Para ajudar estas pessoas foi criado um modelo de aprendizado comunitário pelo professor de políticas sociais da Universidade de Northwest em Chicago, John McKnight: o Centro de Aprendizado Porta Amarela (YDLC), que difere dos programas onde clientes ou consumidores são atendidos por funcionários públicos ou por “amigos pagos”.(12) Este modelo é adotado na 6 St Joseph House e em outras 5 Casas de Transição para ex-usuários de drogas, mulheres se recuperando de crises e agressões e para sem-tetos, que fazem parte da Fundação Seeds of Hope, co-fundada por David Walsh. Desde 2002, esta fundação vem mudando a vida de mais de 3000 pessoas, oferecendo cursos e mais de 5000 refeições comunitárias por ano. Contando com 200 voluntários e apenas 1 funcionário remunerado, a fundação é gerenciada de modo participativo e sua administração e captação de recursos é auditada. Eles não recebem subsídios do governo; as casas são alugadas. (13)

O intenso ativismo urbano de David Walsh se estende por inúmeras organizações: Conselho de Planejamento Social de Toronto; Comitê Independente de Cidadãos para Supervisão das Atividades Policiais; Sociedade para Financiamento de Habitação Social; Grupo de Combate à Pobreza; Conselho da Unidade Canadense; Centro Jesuíta de Fé e Justiça; Centro de Negócios Comunitários, Rotary Club; Conselho de Ontario para o “Ano Internacional de Abrigo para Sem-Tetos” e Conselho da Escola de Planejamento Urbano e Regional da Universidade de Ryerson, entre outros. (14)

Desenvolvimento comunitário versus dilaceramento da economia global

O desenvolvimento econômico comunitário não é apenas uma questão de compaixão cristã. Ele é entendido em Ontario como uma solução de planejamento urbano e regional e tem até uma Secretaria, também inspirada na revitalização levada a cabo pelos socialistas na cidade de Bologna, na Itália. As incubadoras de novos negócios fornecem equipamentos básicos  - escritório barato, serviços de consultoria e contabilidade, creche, treinamento em marketing e em computação – e criam inúmeros novos empregos. A Agricultura Compartilhada Comunitariamente (Community Shared Agriculture), por sua vez, está se espalhando pelo Canadá, apoiando os pequenos fazendeiros, permitindo que as pessoas possam experimentar diretamente como plantar sua comida e compartilhá-la com suas comunidades. Murray Macadam, secretário da Community Economic Development do governo de Ontario, acredita que “contra o dilaceramento da economia global é preciso reivindicar o ‘local’, os relacionamentos, a vida e o amor”. (15)  David Walsh analisa a crise da economia global:

O problema é que estamos sofrendo a polarização da renda. Você sabe, na América temos uma camada de imigrantes crescendo e isso afeta as comunidades cuja renda vem diminuindo a 10 anos. Na província de Ontario, que tem 4 milhões e meio de habitantes, há cerca de 850 mil pessoas que recebem assistência social. Entre 30 e 40%, aproximadamente, tem empregos de baixa renda. Então a inclusão social da nova geração é um desafio, sobretudo porque já não respeitam os valores tradicionais de seus pais e são vítimas dos valores de consumo das grandes corporações. Por isso, as comunidades são importantes. É como enxugar gelo, mas tentamos trazer a parte espiritual para nosso trabalho.Se as pessoas não se conectam com suas necessidades espirituais não tem muita chance de se recuperarem. É o que Ivan Illich dizia também. (16)

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman também nos alerta para o fato de que a busca da felicidade não pode ser atrelada a indicadores de riqueza, pois isto só resulta na erosão do espírito comunitário em prol da competição e do egoísmo. Bauman viu nos recentes distúrbios dos jovens de Londres uma aplicação prática de suas teorias sobre o papel do consumismo na sociedade pós-moderna. Segundo ele, não foi uma revolta de pessoas miseráveis e famintas ou de minorias étnicas e religiosas; mas sim um motim de consumidores excluídos e frustrados. (17)

Quando perguntado sobre quais programas de Toronto ele acreditava que poderiam ser transpostos para o Brasil, David Walsh enfatizou a importância da comida para os migrantes e imigrantes - pois isso todos sabem fazer - e de se prover espaços públicos para que as pessoas possam organizar eventos gastronômicos e culinários. Em áreas de revitalização devem ter serviços comunitários e não apenas serviços públicos. Empresários locais e executivos das corporações também devem fazer parte dos conselhos comunitários, pois trazem subsídios e doações. Precisa haver um equilíbrio entre pessoas que fazem negócios, professores, policiais etc. O importante é que as pessoas se conheçam pessoalmente, pois organizações comunitárias têm mais chances de dar certo. Há um abismo entre a cultura corporativa e a cultura dos movimentos de base e temos que encontrar meios de aproximá-los.

Ao tomar conhecimento da inexistência de grandes projetos inovadores de habitação social na região portuária do Rio de Janeiro onde 67% dos terrenos são públicos, David reagiu com humor e inteligência:

Talvez devamos pegar os navios de cruzeiros que estão fora de serviço e adaptá-los para moradia ! Imagino que o Queen Mary, por exemplo, vai parar de navegar em alguns anos.

notas

NE
Entrevista com Mary Lou Morgan e David Walsh e visitas ao FoodShare e ao St Joseph St 6, em junho  de 2011. Agradecimentos especiais a Chrissy e Ricardo Sternberg  e à Sarah Gledhill (Ideas that Matter) pela oportunidade de entrevistar seis ganhadores do Prêmio Jane Jacobs. O prêmio, instituído desde 1997, homenageia indivíduos que contribuíram para a vida urbana de Toronto, exemplificando as idéias de Jane Jacobs. http://ideasthatmatter.com/people/jj-prize.html

1
Depois desta experiência na FoodShare, Azada se formou na Universidade de Toronto e hoje trabalha na Associação dos Centros de Saúde de Ontario.

2
http://www.foodshare.net/index.htm

3
WWW.africanfoodbasket.com

4
Debbie Field, diretora executiva do FoodShare, fez viagens de pesquisa ao Brasil. 

5
http://www.thebigcarrot.ca/

6
http://www.carrotcache.com/

Neste período $65.000 já foram investidos em ações sem direito a voto de cooperativas de trabalhadores e a sociedades unipessoais e foram concedidos empréstimos totalizando $ 1 milhão a 165 organizações e indivíduos.

7
Ver Renewable Energy Pop Can Solar Heating IN http://www.foodshare.net/toolbox_roots-rooftops-Energy.htm

8
http://www.amazon.ca/gp/product/images/0679312285/ref=dp_image_text_0/177-6118953-7406835?ie=UTF8&n=916520&s=books

9
Entrevista com David Walsh gravada em junho de 2011.

Ver http://www.newyorker.com/archive/2006/02/13/060213fa_fact

10
http://www.6stjoseph.ca/

11
Ver artigo Lobo, Maria da Silveira - “Por uma arquitetura e um urbanismo de miscigenação social. Aprendendo com o Regent Park: o parque temático da habitação social e da cidadania universal, inspirado no Orçamento Participativo brasileiro.”

12
http://www.6stjoseph.ca/YellowDoorCalendar/YDLCBrochure/tabid/342/language/en-US/Default.aspx

13
http://www.6stjoseph.ca/SeedsofHopeFoundation/tabid/216/language/en-US/Default.aspx

14
http://ideasthatmatter.com/people/2001david.html

15
Murray Macadam – Community Economic Development: Earning a living can be neighbourly, planners insist.  

16
Ivan Illich (Viena, 1926 - Bremen, 2002), foi um pensador austríaco, autor de uma série de críticas às instituições da cultura moderna e da sociedade industrial. Escreveu sobre educação, medicina, trabalho, energia, ecologia e gênero. Estudou teologia e filosofia na Pontifícia Universidade Gregoriana do Vaticano, e trabalhou como padre em Nova Iorque. Em 1956 foi nomeado vice-reitor da Universidade Católica de Porto Rico e, em 1961, fundou o Centro Intercultural de Documentación (CIDOC) em Cuernavaca no México, centro de investigação que dava cursos aos missionários da América do Norte.Depois de 10 anos, as posturas do CIDOC entraram em conflito com o Vaticano, e em 1976 o centro foi fechado com o consentimento daqueles que dele faziam parte. Illich renunciou à vida de religioso no final dos anos 1960. A partir dos anos 1980, Illich viajou muito, repartindo seu tempo entre os Estados Unidos da América, México e Alemanha. Foi nomeado professor visitante de filosofia e ciência, tecnologia e sociedade na Universidade Estadual da Pensilvânia, e também professor visitante da Universidade de Bremen. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Illich

17
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/08/12/foi-um-motim-de-consumidores-excluidos-diz-sociologo-zygmunt-bauman-925126381.asp#ixzz1V0GnmgLk © 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

Ver também Bauman, Zygmunt – “Comunidade: a busca por segurança no mundo atual”; tradução Plínio Dentzien – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.

sobre a autora

Maria da Silveira Lobo é socióloga-urbanista, com graduação em sociologia e ciências políticas pela PUC-RJ, mestrado e doutorado em estruturas ambientais urbanas pela FAU-USP (Fapesp) e pós-doutorado pelo Prourb FAU-UFRJ (CNPq 2007-2008 e Faperj 2009). Vem pesquisando sobre participação comunitária em projetos urbanos e publicou recentemente o Guia do Cidadão do Porto do Rio de Janeiro. Além de participar do Forum Comunitário do Porto, é também membro do Docomomo-Rio, nacional e internacional.

Azada trabalhando numa horta comunitária (ver nota 1)

Mary Lou Morgan, de preto, no fundo à direita

Caixa da Boa Comida

Feira da Boa Comida com produtos locais

Empacotamento na FoodShare para distribuição

Horta comunitária

Voluntário empacotando alimentos na caixa da FoodShare

Opal Sparks, facilitadora para Comida Comunitária-FoodShare

Inventor do Painel de Energia Solar de estufa patrocinado pelo Carrot Cache

Entrada do supermercado The Big Carrot no prédio da Carrot Common

Entrada do supermercado The Big Carrot no prédio da Carrot Common

682 & 688 Broadview Ave

David Walsh

 

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