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drops ISSN 2175-6716

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Leia o artigo de Alcimar Frazão sobre a exposição "Escadas" de Carmela Gross, em cartaz no Sesc Belenzinho, em São Paulo, de 25 de abril a 01 de junho de 2012

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FRAZÃO, Alcimar. Escadas, de Carmela Gross. Drops, São Paulo, ano 12, n. 056.04, Vitruvius, maio 2012 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/12.056/4346>.



O projeto Vão convida artistas cuja poética se constrói na experiência dos espaços e na criação para além do objeto; esses criadores são instados a investigar a pluralidade do ambiente do SESC Belenzinho e a partir desse diálogo propor uma intervenção que ocupará o átrio da torre.

A artista brasileira Carmela Gross inaugura a ação com uma obra concebida exclusivamente para o local. Sua formação, fortemente ligada ao desenho e à escultura, culminou numa produção que sempre se colocou nos limites da linguagem. É peculiar a seu trabalho um constante “redesenho” das fronteiras da arte: haja vista o “Projeto Para Construção De Um Céu”, as pinturas-objeto, ou ainda as instalações iluminadas de sua produção recente.

Em 2002, Carmela apresentou, na unidade provisória do SESC Belenzinho, a instalação “Eu Sou Dolores”. A frase luminosa ininterrupta, afirmativa, ligava a paisagem externa e interna do prédio articulando universos muito mais complexos e distantes do que a geografia supõe. Identidades e alteridades se aproximavam, confundiam-se e, sobretudo, compartilhavam sua autonomia no corpo da obra.

Dez anos após sua primeira ação no Belenzinho, Carmela propõe um novo desenho ao espaço: a obra Escadas. Nesse trabalho, a artista alia uma percepção fina das qualidades da paisagem e de seus usos, à inteligência dos materiais que utiliza para a reconstrução do átrio: escadas, cabos e lâmpadas. A escada é uma ferramenta que carrega em sua essência uma ambiguidade. Misto de acessório e instrumento bélico, uma escada móvel é sempre uma ferramenta de ligação, de ataque à grandes alturas, ao mesmo tempo em que é um signo de precariedade e improviso, sinal de um erro que precisa ser reparado. Numa palavra, é um remendo. E tal qual um operário efetuando um reparo, a artista utiliza este objeto para articular uma trama no abismo construído entre os quatro pavimentos da torre reaproximando virtualmente pontos antes desligados. Conexão esta tão precária quanto o signo que lhe dá corpo, com seus fios, lâmpadas e componentes honestamente visíveis, num elogio à gambiarra – essa invenção construtiva tão plena de poesia – e ao trabalho como ação humana, sem os polimentos que a forma mercadoria exige. Escadas materializa a sentença de Oswald de Andrade, fazendo arte com “a contribuição milionária de todos os erros”, imbricados no processo da criação e da reflexão histórica. Retrabalhar-se e não concluir-se nunca.

Da piscina ao terceiro andar, o desenho encurta distâncias. Limites fisicamente intransponíveis aproximam-se pela beleza do conceito e da forma. A força da ideia, do improviso, do reparo, se soma à sensualidade da linha luminosa. E na amplitude plenamente iluminada do átrio, Carmela Gross refaz a luz, a trama, o desenho. Refaz o espaço, refaz-se o vão.

nota

NE
Texto sobre a obra Escadas, de Carmela Gross. Projeto Vão, SESC Belenzinho, de 25 de abril a 01 de junho de 2012.

sobre o autor

Alcimar Frazão pertence ao Núcleo da Imagem e da Palavra do SESC Belenzinho.

Escadas, de Carmela Gross
Foto João Nitsche

 

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056.04
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