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drops ISSN 2175-6716

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O autor discorre sobre suas impressões da exposição Unexpected Collision, do bielorusso Andrei Loginov.

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BUENO, Guilherme. Arqueologia do futuro. A fotografia de Andrei Loginov. Drops, São Paulo, ano 13, n. 060.01, Vitruvius, set. 2012 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/13.060/4472>.


Sem título
foto Andrei Loginov


Um grande salão em ruínas, palco e cenário de um filme que hoje, ali, só pode ser representado por fantasmas. Ambientes atingidos por uma catástrofe, mas um cataclismo ainda por acontecer. Naturezas-mortas de um mundo tornado artificial, no qual a noção mesma de natureza se fez inviável. Retratos: novos heróis de um mundo menos desencantado do que sobrecarregado de uma beleza simulada. Apesar de todas as declarações triunfalistas de “fim da história” pronunciadas na alvorada do século XXI, o que fazer com seus vestígios, ainda espalhados em todos os cantos? Teriam eles se tornado as assombrações que habitam estas imagens?

Como indicou apropriadamente o crítico norte-americano Arthur C. Danto nos anos 1990, o 1984 profetizado nos anos 1940 pelo escritor inglês George Orwell não se concretizou no 1984 real. Mas tanto o 1984 fictício quanto o real deixaram seus resquícios e alguns de seus personagens perambulam por aí. Vestígios de um futuro, futuro do pretérito, futuro que seria ou deveria ter sido. Uma ironia ilustrada, por exemplo, quando em 2007 se desenterra em Baltimore (EUA) uma cápsula do tempo feita em 1939; projetada para durar séculos, aquele presente distante se tornara um conjunto de detritos quase irreconhecíveis.

Sem título
foto Andrei Loginov

Os trabalhos de Andrei Loginov lidam diretamente com o furor de história que levara a modernidade e seus sonhos a projetar uma arqueologia do futuro, isto é, a ambição vislumbrada do presente projetar para o futuro o seu passado. O caso, porém, foi de seu destino diferir daquele sonhado outrora, justamente por esses objetos acabarem por falar, senão de um tempo que não aconteceu, resultante no contrário do previsto. É esse desconcerto, cicatriz que une e separa modernidade e pós-modernidade, que se manifesta em suas obras. Objetos históricos – não por sua importância, mas porque existiram na História – agora, mais do que reconfigurados e reinterpretados, são passíveis de viverem à deriva no mundo da pós-história. Nesse sentido, figuram na estranha arqueologia a um só tempo de uma pré-história da pós-modernidade e de uma pós-história da modernidade.

nota

NE
Texto crítico sobre a exposição Unexpected Collision, do bielorusso Andrei Loginov. MAC de Niterói, de 11 de agosto a 23 de setembro de 2012

sobre o autor

Guilherme Bueno é curador e crítico de arte.

 

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