Adalberto da Silva Retto Júnior: Sabe-se que para quem quiser conhecer a trajetória de Heggeman, convém esclarecer, que a revisão de sua obra na historiografia do urbanismo começa em meados dos anos setenta, com a republicação na Itália de dois de seus textos principais: os catálogos das exposições de 1910 e 1911 (Werner Hegemann, Catalogo delle esposizioni internazinali di urbanística. Berlino 1910 e Düsseldorf 1911-12, Milano, Il Saggiatore, 1975). A esses, pode-se agregar o seu aporte que foi fundamental para complementar o perfil de uma figura tão complexa como se nota no seu ensaio “Hegemann and Peets: cartographers of an imaginary atlas”, sobre seu trabalho nos Estados Unidos e sua colaboração com Albert Peets publicado na introdução da reedição do The american Vitruvius: an architects’ handbook of civic art, 1988. Qual a contribuição de Hegemann para a cultura urbanística latino americana?
Christiane Crasemann Collins: Indubitavelmente, a publicação italiana (1975) de trabalho de Werner Hegemann sobre as exposições de 1910 em Berlim e Düsseldorf contribuiu a sua descoberta em muitos países, e também, até certo ponto na Alemanha. Surpreendentemente, o nome de Hegemann ainda hoje está na Alemanha, está ligado principalmente a Das steinerne Berlin. Nos EUA ele é conhecido por seu The American Vitruvius: Civic Art (1922), especialmente desde que foi re-publicado em 1988, que contribuiu para a re-descoberta de Hegemann pelo New Urbanism Movement.
O meu próprio conhecimento da importância de Hegemann na América Latina é limitado à Argentina e é discutido em meu artigo (1995), "Urban Interchange in the Southern Cone: Le Corbusier (1929) and Werner Hegemann (1931) in Argentina". O artigo foi traduzido em espanhol e publicado em ARQ 31,1995 (Santiago, Chile), e serviu como um alerta aos arquitetos Chilenos da importância de Hegemann.