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interview ISSN 2175-6708

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Em sua passagem pelo Brasil, Paul Oliver dá uma entrevista às arquitetas Ana Cristina Villaça e Rosana Soares Bertocco Parisi, na qual fala sobre arquitetura vernacular e o uso de seus materiais

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PARISI, Rosana S. B.; VILLAÇA, Ana Cristina . Paul Oliver. Entrevista, São Paulo, ano 09, n. 035.03, Vitruvius, jul. 2008 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/09.035/3285>.


Muro de adobe em Tiradentes com cerca de 250 anos de idade
Foto Rosana Parisi

Rosana Soares Bertocco Parisi e Ana Cristina Villaça: O senhor poderia nos dizer quais são as possibilidades para a Arquitetura com Terra como arquitetura sustentável? Como a arquitetura com terra resgata a identidade construtiva tradicional em muitos países e ao mesmo tempo reduz os impactos que a construção convencional tem causado por todo o mundo?

Paul Oliver: A terra é o material de construção mais largamente e naturalmente distribuído pelo mundo. Mas existem muitos tipos de solo e numerosas técnicas para usá-los, as quais sempre foram usadas espontaneamente, sem normas, durantes os séculos passados. Com a expansão da população mundial, o método tradicional de utilizar o tipo de terra prevalecente em cada região poderia e deveria ser resgatado. Esta prática poderia habilitar muitas culturas a construir de maneira econômica e encontrar o futuro potencial de suas respectivas identidades. Potencialmente, isto poderia reduzir o uso, culturalmente inapropriado, do concreto e do aço em todos os continentes.

RSB/ACV: Fale-nos sobre o papel do arquiteto em nossa sociedade e na difusão destas técnicas de construção com terra.

PO: Eu não acredito que arquitetos profissionais estejam interessados nas técnicas vernaculares ou em sua difusão. O que significa que se formos falar sobre o aspecto da difusão, é muito interessante, porque existem diferentes tipos de difusão, o que, em todo caso, é a transferência de tradições de uma cultura para outras culturas. Onde as tradições são criadas e o que elas são é tão importante quanto a difusão que não ocorre necessariamente. Para entender isto, há que se desenvolver, de certo modo, uma visão antropológica. O problema é que antropólogos, geralmente não se interessam por arquitetura, e eles usualmente evitam discuti-la. Então, sou sempre referenciado como um “antropólogo arquitetônico”, porque penso nas relações de uma arquitetura tradicional para a cultura que a cria, que é, fundamentalmente, importante. Mas não consigo passar esta mensagem para a maioria dos antropólogos. Ou, de fato, para muitos arquitetos, apesar de acreditar que eles possam trabalhar juntos para trazer a efetiva disseminação dos métodos construtivos que sejam apropriados para prevalecer as fontes e condições. E, mais que isto, para a natureza das culturas envolvidas.

RSB/ACV: Pela sua experiência, quais os possíveis caminhos para os arquitetos que projetam e constroem com terra?

PO: Ainda existem oportunidades para estes arquitetos, no uso da terra, madeira, e outros materiais, mas eles precisam estudar estas possibilidades com mais profundidade. Vejam, a construção com terra é o foco desta conferência, mas de fato, eu estava indo proferir uma palestra sobre construção com madeira, em uma conferência no México nestes mesmos dias em que estou aqui. Então, eu preferi estar aqui...

RSB/ACV: Sorte a nossa!

PO: ...Mas existem possibilidades de diálogo em qualquer estágio, e é por isso que estou aqui nesta conferência, para falar sobre a terra como material de construção. Na conferência a que vou em dezembro (IASTE 2006), em Bangkok, Thailândia, o tema será sobre as chamadas “hiper traditions”, ou seja, tradições que se tornaram exageradas ou fora de controle, qualquer coisa que se tenha tornado “extremo”, não necessariamente focado em um aspecto particular. A conferência será sobre muitas tradições extremas, o que difere de uma cultura para outra.

RSB/ACV: “Hiper materiais”?

PO: “Hiper tradições”: é o termo que eles usam para a conferência, mas não é um conceito estabelecido. Soa mais como uma tentativa de resumir o fato de que algumas tradições estão sendo extrapoladas. E neste ponto pode-se falar em “hiper-materiais”, se, por exemplo, tudo o que existe em uma edificação for feito de chapa de metal corrugado. A terra também pode ser tornar um hiper-material, se seu uso ou aplicação for desnecessário ou inapropriadamente aplicado. Se os arquitetos se informarem melhor sobre este e outros materiais, e técnicas nas quais as culturas estão envolvidas, frequentemente por séculos, eles podem usá-las com grandes vantagens. Aí, então, poderão festejar o resgate dos métodos vernaculares e sua aplicação no século atual.

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