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interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
A entrevista tem como temas o trabalho atual do Prof. Frampton, a situação das escolas de arquitetura nos EUA, a arquitetura moderna e sua relevância atual, o trabalho das grandes empresas de arquitetura dos EUA e o crescimento urbano em Manhattan.

english
The interview focuses on the current work of Prof. Frampton, the state of schools of Architecture in the USA, Modern Architecture and its pertinence nowadays, the work of the main architectural firms in the USA and the urban growth of Manhattan.

español
La entrevista tiene como temas el trabajo actual del profesor Frampton, las escuelas de Arquitectura en los EE.UU., la arquitectura moderna y su pertinencia hoy, el trabajo de las firmas de arquitectura en los EE.UU. y el crecimiento urbano de Manhattan.

how to quote

PALERMO, Nicolás Sica. Kenneth Frampton. Entrevista, São Paulo, ano 13, n. 050.02, Vitruvius, maio 2012 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/13.050/4325>.


Edifício Seagram, arquiteto Mies Van der Rohe, 1954-1958
Foto Nicolás Sica Palermo

NS: Na sua opinião, a arquitetura moderna é um sistema formal, como o clássico? Por quê?

KF: A arquitetura moderna nunca se tornou um sistema formal consistente, comparável ao do classicismo europeu entre 1750 e 1925. Por mais que a arquitetura moderna tenha chegado a estar fora da vanguarda artística Europeia, sempre foi de alguma maneira pluralista no que diz respeito a essas lealdades formais primárias, como o purismo, neoplasticismo, construtivismo, expressionismo, etc. Inclusive se para alguns a arquitetura moderna poderia ser devidamente reconhecida como de cor branca mais ou menos unificada, cobertura plana, segundo as linhas do chamado estilo internacional canônico de Hitchcock e Johnson, que data de 1932, a obra dos arquitetos modernos europeus depois da Segunda Guerra Mundial nos anos 50 era invariavelmente muito diversa. Também pode ser citado o trabalho do pós-guerra da Alvar Aalto, que não tinha nada a ver com o estilo internacional, nem mesmo no período de sua canônica Biblioteca de Viipuri, de 1938-1939.

NS: Depois do pós-modernismo, o senhor acredita que a modernidade ainda é pertinente nos dias de hoje? Em caso afirmativo, quais são as diferenças entre a arquitetura e o urbanismo modernos realizados entre 50 e 70 e o que poderia ser construído hoje? Será que as paisagens e entornos - urbanos ou não, os programas e a tecnologia poderiam gerar progressos formais significativo para essa arquitetura?

KF: Talvez o último episódio de planejamento e renovação urbanos em grande escala verdadeiramente significativo foi o realizada em Barcelona entre 1980 e 1992, liderado em grande parte por Oriol Bohigas (7) e sob a administração neo-socialista de Pasqual Maragall. O avanço recente mais promissor foi, certamente, o crescimento do paisagismo/urbanismo como discurso ambiental, que tem sua origem no trabalho de Ian McHarg e James Corner na Filadélfia, e no de Manuel de Solà Morales e Joan Busquets em Barcelona. Embora existam outras escolas de paisagismo importantes da Europa, a escola de Versailles, de Corajoud Michel, da qual Michel Desvigne é um dos descendentes mais criativos, está um passo a frente. No que diz respeito à tecnologia, sem dúvida, uma das mais importantes linhas didáticas é aquela que deriva de Thomas Herzog, em Munique, em seu trabalho como professor pesquisador e também como profissional. Seu livro Architecture and Technology, de 2001, é uma resposta fundamental a esse respeito.

NS: Considerando que a arquitetura moderna é um importante tema de estudos, deve a pesquisa ser considerada apenas um registro historiográfico ou pode ser usada como base para futuras realizações, tais como edifícios e planejamentos urbanos?

KF: Na minha opinião, o cultivo da tradição é essencial, incluindo a tradição do novo. Estou convencido pelo argumento de que não existe tradição sem inovação e, por outro lado, não há inovação sem tradição. Quanto à tradição moderna, é provável que o legado mais fértil para o futuro da arquitetura seja o trabalho de Aalto.

nota

7
Frampton, Kenneth. Martorell, Bohigas, Mackay: trente ans d’architecture, 1954-1984. Paris: Electa Moniteur, 1985. 151 p.

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