
Praça das Artes, acesso avenida São João, São Paulo. Arquitetos Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Marcos Cartum
Foto Nelson Kon
Alunos FAU Mackenzie: Por que você escolheu fazer a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo?
Marcos Cartum: Desde criança eu gostava de desenhar e, na escola, era o aluno que se distinguia por isso. Assim, as pessoas que me conheciam diziam sempre que eu seria arquiteto, o que acabou virando uma espécie de destino natural. Além disso, sempre tive interesses variados e no momento de escolher a faculdade, a de Arquitetura me pareceu a que possibilitaria o campo mais amplo de possibilidades por reunir humanidades, exatas e principalmente criação.
AFM: É verdade que seu primeiro choque estético foi aos 9 anos quando viu o Minhocão? Se sim, o que passou pela sua mente?
MC: Penso que um verdadeiro choque estético se dá de forma positiva, quando somos impactados por uma obra de arte que nos marca profundamente, como experiência transformadora. No caso do Minhocão foi o contrário. Na infância eu morava em um prédio da rua Amaral Gurgel e, de repente, um monstro destruiu a paisagem em frente a janela do meu quarto. Foi um trauma, e pode ser que tenha contribuído para, muitos anos depois, eu ter escolhido uma profissão e uma carreira capazes de fazer o contrário: melhorar a cidade.

Praça das Artes, acesso Vale do Anhangabaú, São Paulo. Arquitetos Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Marcos Cartum
Foto Equipe FAU Mackenzie
Foto Nelson Kon
AFM: Como é para um arquiteto trabalhar na Secretaria de Cultura? O que você faz nesse setor?
MC: Hoje em dia sou diretor do Museu da Cidade de São Paulo, mas ao longo dos muitos anos na Prefeitura de São Paulo trabalhei como arquiteto em diversas Secretarias Municipais: com urbanização de favelas e projetos de conjuntos habitacionais na Habitação, coordenando a elaboração do Plano Diretor do Parque Ibirapuera no Verde e Meio Ambiente e, na Cultura, no Patrimônio Histórico e na coordenação de um Núcleo de Projetos. Trabalhar com espaços públicos sempre foi um interesse muito grande, e conciliar isso com a função cultural dos equipamentos me permitiu atuar como arquiteto e urbanista na área com a qual mais me identifico, a cultura.

Praça das Artes, acesso Rua Conselheiro Crispiniano, São Paulo. Arquitetos Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Marcos Cartum
Foto Nelson Kon