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Equipe de pesquisa da FAU USP apresenta projeto desenvolvido pelo Labtri FAU USP que realizou modelagem eletrônica do centro histórico de São Paulo a partir de fotos do final do século 19 de autoria de Militão Augusto de Azevedo.
D'AGOSTINO, Mário; CALDEIRAS, Lucas Frech; BORBA, Ibrahim Massaru de. Largo São Francisco: modelagens de uma memória. Minha Cidade, São Paulo, ano 20, n. 239.07, Vitruvius, jun. 2020 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/20.239/7785>.
O projeto foi desenvolvido pelo Laboratório de Modelos Tridimensionais da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – Labtri FAU USP, em colaboração com o Núcleo de Apoio à Pesquisa “São Paulo: cidade, espaço, memória” – NAP-SP FAU USP, com o propósito de relacionar processos espaciais e sociais em curso na cidade de São Paulo a partir de finais do século 19, examinando-os consoante à presença de agentes que constituem, em suas práticas e redes de sociabilidade, a própria cidade.
Como ênfase o Laboratório prioriza exercícios de modelagem eletrônica com fins didáticos de modo a fomentar um olhar crítico sobre a cidade e seus processos de transformação. Os recursos computacionais propiciam meios mais amplos de aproximação e análise de obras edificadas no passado e no presente, viabilizando expressivo controle de dados e articulação de informações, de modo a melhor capacitar a visualização espacial e o domínio técnico da edilícia urbana.
A área escolhida foi o Largo São Francisco, tendo-se em conta a vasta documentação fotográfica propiciada por Militão Augusto de Azevedo na segunda metade do século 19, insumo para as reconstituições digitais que serviram de base para a confecção dos modelos e do vídeo.
O Largo São Francisco
Dos três núcleos que conformam a cidade desde sua fundação, quais sejam: Largo São Francisco, Páteo do Colégio e Mosteiro de São Bento, o primeiro é o único que preserva as construções religiosas originais e, igualmente, o que mais sofreu a extinção e descaracterização do patrimônio físico envoltório, não apenas suprimindo índices temporais da história da cidade, como tornando a região uma área altamente deteriorada, seja em relação ao conjunto edificado, seja em relação a sua articulação com o tecido urbano. Pelos registros fotográficos de Militão e mapas de época, sobretudo o da rede de água e esgoto de 1881, pode-se recompor com precisão as plantas, elevações e medidas individuais do casario envoltório do Largo e de suas quadras adjacentes.
Seguem algumas das fotos do “álbum” de Militão Augusto de Azevedo tiradas no período entre 1862 e 1887.
Desenvolvimento da confecção dos modelos e vídeo por mídia digital
O trabalho foi elaborado conforme as etapas descritas a seguir.
Inicialmente foram digitalizados os mapas históricos disponíveis, individualizando as edificações.
Para a reconstituição dos frontispícios, priorizou-se a identificação dos pontos de vista originais das fotografias de Militão Augusto de Azevedo, fonte documental primária para o método de reversão da perspectiva linear matemática às medidas verdadeiras em planta e elevação, segundo procedimentos estabelecidos desde o Renascimento Italiano, tais como os Ludi mathematici de Leon Batista Alberti.
Subsequentemente recorreu-se ao cotejo das reconstituições em elevação com os referidos mapas.
No caso das igrejas das Ordens Primeira e Terceira, bem como do convento, utilizou-se de fotogrametria digital para modelagem da arquitetura, revertendo as transformações posteriores ao século 19 com base nas fotografias de época.
Dada a impossibilidade de reconstituir as cores originais, a atribuição cromática respeitou conforme orientação de especialistas em restauro sobre os pigmentos, as cores empregadas nas construções da São Paulo oitocentista.
Na ausência de um levantamento topográfico de época, foi utilizada a topografia atual, ajustando-a ao levantamento realizado pela empresa Sara Brasil em 1930.
Os interiores da Capela da Ordem Terceira foram efetuados por levantamento métrico in loco com trena eletrônica.
Tais procedimentos permitiram uma modelagem completa da área que serviram de base para a confecção dos vídeos por mídia digital.
sobre os autores
Mário Henrique Simão D'Agostino, professor associado do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto, da Faculdade de Arquitetura e do Urbanismo da USP. Coordenador do Laboratório de Modelos Tridimensionais – Labtri FAU USP.
Lucas Frech Caldeira, arquiteto graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Pesquisador vinculado ao Laboratório de Modelos Tridimensionais – Labtri FAU USP.
Ibrahim Massaru de Borba, arquiteto graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Pesquisador vinculado ao Laboratório de Modelos Tridimensionais – Labtri FAU USP.