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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Ousadia do Ibracon 2005. Projetos, São Paulo, ano 06, n. 064.01, Vitruvius, mar. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/06.064/2633>.


Ponte João Cabral do Melo Neto: poesia com concreto

Do entorno

Cabe ao projeto, antes mesmo de situar ou descrever a ponte, discutir brevemente seu significado. A ponte é uma obra de arte, fator de ligação e integração não só do sistema viário, mas, sobretudo, dos seres humanos. Ao remeter-se às quatro funções urbanas básicas (1) habitar, trabalhar, recrear e circular - seria limitação considerar apenas uma delas, a de circular. Concebida também para recrear e trabalhar, compreende em suas bases um restaurante e uma estação hidroviária, caracterizados pela permeabilidade da visão e pela possibilidade de geração de renda.

Ao erguer o olhar para o entorno urbano, na tentativa de compreender a dinâmica social, econômica e cultural que ali se desenrola, percebem-se vocações, carências e oportunidades. Recife possui em si um tino para o turismo e por que não explorar esse potencial de forma não servil, por que não equipá-la com infra-estrutura urbana que atenda também ao turista, mas principalmente à população local?

Sob essa lógica, propõe-se a Ponte João Cabral de Melo Neto, situada na bacia do Pina, Recife, que se pretende seja marco urbano e pólo de fomento e desenvolvimento da região.

A presença de escadas “esculpidas” na superestrutura integra o passeio de pedestres do tabuleiro ao mezanino e a plataforma da estação hidroviária.

Da estrutura

Os vãos foram resolvidos numa intrínseca relação entre as solicitações estruturais e a plasticidade da superestrutura. Dessa forma, a composição estética e os aspectos estruturais foram estudados ao mesmo tempo, num processo de retroalimentação.

A fim de se reduzirem os elevados momentos fletores, e garantir uma composição esbelta, a geometria do arco foi traçada de acordo com a “linha das pressões”, resultando numa funicular assimétrica em função dos esforços que o tirante metálico do pilone introduz na mesma. Conseguiu-se, portanto, baixas tensões de tração na flexão que, somadas às tensões normais de compressão, resultam apenas em tensões de compressão ao longo de todo o arco (cerca de 70MPa na borda superior e 30MPa na borda inferior).

Quanto ao pilone, optou-se por utilizar armadura ativa para garantir somente tensões de compressão, uma vez que este apresenta momentos fletores de elevada magnitude (251.000 kNm). Essa protensão está sugerida na figura abaixo.

A solução em arco, porém, traz consigo o inconveniente causado pelas forças horizontais (empuxo), que foram parcialmente absorvidas pelo tirante metálico que acompanha a face inferior do tabuleiro da ponte. Isto porque, por se tratar de uma região de mangue, o solo não teria resistência capaz de absorvê-las.

Quanto à estabilidade global da estrutura, esta se faz, sobretudo, pelo par de apoios paralelos que atuam como contraventamento, garantindo resistência aos esforços transversais à ponte.

Da durabilidade

O ambiente onde a obra se insere é de macro-clima com alta umidade relativa do ar (em torno de 90%) e sua classificação quanto à agressividade é de pelo menos nível III (agressividade forte com grande risco de deterioração da estrutura) apresentando nível IV junto à zona de variação de maré.

Verifica-se que é muito mais barato tomar medidas que aumentem a durabilidade da estrutura na fase de projeto do que em qualquer outra etapa posterior.

Assim, o uso de concreto de alta resistência e a adição de material pozolânico na dosagem do concreto são recomendados para toda a estrutura e principalmente para os blocos de fundação, a fim de tornar o concreto mais denso dificultando a penetração de substâncias agressivas, como sulfatos e cloretos e, de forma geral, elevar a durabilidade da estrutura. Recomenda-se também o controle dos agregados para evitar o uso de agregados reativos no concreto, posto que já existe um caso de reação álcali-agregado em uma ponte da região. São estas as principais medidas diretamente ligadas à durabilidade dos elementos de concreto da estrutura, dentre outras previstas para seus demais elementos.

ficha técnica

Equipe
Dominique Giordano – FAU-POLI
Fábio Gallo Junior – FAU-POLI
Haydée Svab – FAU-POLI
Sayed Samir M. Gouveia – FAU-POLI

Orientador
Henrique Lindenberg Neto – POLI

Colaboradores
Isadora do Nascimento Giuntini e Marcelo H. Farias de Medeiros

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Equipe premiada
São Paulo SP Brasil

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064.01 Concurso
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original: português

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IAB-DF
Brasília DF Brasil

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