O Resgate da Identidade
Toda organização, quer seja uma grande corporação comercial moderna ou uma instituição socialmente reconhecida, necessita fazer de seus produtos, atos e instalações uma afirmação de sua identidade. Será por meio de uma identidade clara e objetiva que as ações de uma corporação serão percebidas e avaliadas, e para tanto, esta deverá ser visível e palpável para que seus valores e padrões sejam de fácil reconhecimento. Nesse contexto, o papel desempenhado pelo edifício-sede de uma instituição será determinante na constituição de sua imagem corporativa.
Elevação rua T-1 / Corte A
Imagem dos autores do projeto
Tendo em vista que as atuais instalações do TRT – 18° Região em Goiania-GO encontram-se dispersas por edifícios de características variadas, precariamente interligados por espaços não projetados para esse fim, e que esta condição não contribui para a percepção de uma imagem íntegra e sólida, consideramos de extrema importância e urgência o estabelecimento de uma unidade arquitetônica para todo o conjunto, visando a humanização dos espaços e ampliando a percepção de confiabilidade e acessibilidade desta instituição para com seu público.
Partido
O partido estabelece como premissa a ocupação periférica da quadra com a massa construída e a liberação de seu interior para constituição de espaços livres com uso de praças. Os edifícios, divididos em 4 blocos (além do edifício existente a preservar), procuram reconstituir os limites da quadra, definindo um gabarito uniforme equivalente ao edifício existente nas testadas da rua Orestes Ribeiro, avenida T-1 e rua T-29 e verticalizando até o limite permitido na rua T-51.
Elevação Rua T-29/ Corte D
Imagem dos autores do projeto
Elevação Rua T-51/ Corte C
Imagem dos autores do projeto
A declividade do terreno sugeriu o desenho de duas praças em cotas distintas, viabilizando o acesso por todas as arestas da quadra. A praça mais alta na cota 102,50 (a mesma do térreo do edifício existente) terá acessibilidade livre ao público externo, onde se localizarão algumas posições de lojas destinadas a pequenos comércios como revistaria e café, e contará com a proximidade de uma densa massa de vegetação que se erguerá a partir do nível do 2° subsolo por um vazio que cortará todos os pavimentos intermediários.
Implantação
Imagem dos autores do projeto
A praça mais baixa, de acessibilidade controlada, conterá um espelho d’água que, assim como o jardim interno funcionará como elementos qualificadores do espaço, e terão papel fundamental também na qualidade do ar que circulará pelo conjunto. O espaço interno, semicoberto por uma estrutura em metal e vidro, funcionará como um pulmão de renovação do ar e como proteção indispensável às fachadas internas à incidência direta do sol, além de se constituir em uma paisagem de grande expressão e presença em todos os espaços do conjunto. Consideramos que esta pequena praça central, com suas lojas e jardins de frondosas árvores, típicas da região, contribuirá para a percepção de uma imagem de preocupação e atenção com o meio ambiente e com a população que poderá desfrutá-la.
Programa
O programa será distribuído em 5 blocos. A lamina de 10 pavimentos e 2 subsolos voltada para a rua T-51, compreenderá toda a 1° etapa do empreendimento estabelecida pelas bases do concurso, que corresponde à Sede do Fórum trabalhista de Goiânia e seus serviços correlatos. Neste edifício se localizarão as 20 varas distribuídas em sete pavimentos. Os demais blocos de 6 pavimentos cada e 2 subsolos para estacionamento e serviços compreendem o restante do programa que correspondem à Sede da Presidência, gabinetes, departamentos e às seções médicas, odontológicas, fisioterápicas e depósitos. O edifício existente a ser mantido terá seu layout adaptado para receber novas áreas administrativas. Suas fachadas receberão uma nova pele em estrutura metálica e chapa perfurada para compor-se à linguagem arquitetônica do conjunto.
Elevação Rua Orestes / Corte B
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Acessos e circulações
Os acessos ao conjunto se darão por meio de dois eixos perpendiculares que atravessam a quadra transversal e longitudinalmente, propiciando ampla permeabilidade de público.
Internamente, os blocos se interligam por conjuntos de passarelas voltadas ao vazio central que, além de prover total acessibilidade entre os blocos em todos os pavimentos, permitirão grande flexibilidade na reformulação de programas futuros. O controle de acesso aos blocos será concentrado em um único local de recepção situado junto à rua. T-1. Cada núcleo de elevadores e escadas terá bloqueios por cancelas eletrônicas, permitindo a circulação fluida da população interna e externa sem prejuízo da necessária segurança para os blocos. Todos os juízes poderão acessar seus andares de destino por meio de elevadores exclusivos para esse fim.
Estrutura
A estrutura dos blocos foi definida a partir de pilares e vigas de concreto armado moldado in loco com modulação aproximada a 7,50 x 12,00 m nos pavimentos e 7,50 x 7,50 m nos subsolos. As lajes e as vigas no sentido transversal dos blocos serão protendidas para maior otimização dos espaços requeridos para as instalações acima do forro. Os balanços na periferia dos pavimentos terão extensão de 3,00 m e serão resolvidos com lajes planas para permitir a distribuição dos dutos de ar condicionado longitudinalmente, sem a interferência das vigas transversais.
Esquema das fases de implantação e dos acessos, vista do acesso pela Rua T-1
Imagem dos autores do projeto
Instalações e conforto ambiental
Todos os ambientes serão providos de iluminação e ventilação naturais reduzindo significativamente a dependência dos recursos artificiais. As distâncias máximas entre fachadas de vidro não excedem 20 m, sendo que os caixilhos permitem abertura para aproveitamento da ventilação cruzada em períodos mais favoráveis do ano, embora esteja prevista climatização artificial em todas as área de trabalho.
Croqui do corte transversal
Imagem dos autores do projeto
O uso de peles de vidro de alta eficiência, associado à aplicação de painéis em chapa metálica perfurada protegerá as fachadas da insolação excessiva.
As instalações hidráulicas serão providas de coleta das águas pluviais para reuso em bacias e irrigação de jardins.
Planta do pavimento térreo
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Planta do pavimento intermediário (praça elevada)
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Planta dos pavimentos 1° e 2°
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Planta dos pavimentos 3° ao 5°
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Planta do 1° subsolo
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Setor ampliado das varas
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ficha técnica
Autores
Julio Luiz Vieira
Colaboradores
Rosana Martinez (designer), Arnaldo Razzante Ribeiro (arquiteto), Tiago Seneme Franco (arquiteto), Raquel Machado (estagiária)
Consultor
Américo Grieco Jr. (engenheiro calculista)
