O projeto desenha de início o espaço público e as relações urbanas do conjunto arquitetônico, estabelecendo as condições de implantação do novo, suas características de construtibilidade por fases e a integral articulação funcional com o existente a ser preservado. A partir disto, o projeto se desenvolve como resposta direta aos limites físicos do território, determinações da legislação, orientações e demandas programáticas propostas no edital.
De fato, o projeto reconhece a qualidade das instalações do edifício sede do atual TRT e propõe sua ocupação nas condições atuais, preservando a configuração interna de lay out. As intervenções neste edifício são sempre de caráter epidérmico, no sentido de integrá-lo ao futuro conjunto arquitetônico sob uma nova ordem, a de um edifício com autonomia e expressão própria no que se refere ‘a forma e função.
O sítio do TRT desfruta de uma excepcional condição topográfica e urbana, oferecendo possibilidades de acesso em vários níveis a partir das ruas e oferecendo 4 grandes frentes públicas. O Partido Arquitetônico procura desfrutar ao extremo destas possibilidades, desenhando eixos, esplanadas, rampas e passarelas para acesso pedestrial e de veículos.
A porção do território destinada ‘a 1ª. Fase de construção é ocupada neste projeto por um edifício longitudinal paralelo ‘a rua T 51, de 10 pavimentos mais 1 subsolo de uso e 2 subsolos de garagens. Este edifício abriga o programa da primeira instância: varas, magistrados, advogados, servidores e áreas de apoio. O primeiro subsolo, o pavimento térreo e o mezanino possuem acessos em nível com as ruas.
Para a segunda fase de construção o restante do programa (setores da segunda instância e demais seções) se distribui em um edifício implantado em paralelo ao primeiro, abrigando presidência, gabinetes dos desembargadores, diretorias, setor médico-odontológico e fisioterápico e setores de apoio.
Entre os dois edifícios novos um grande saguão/ praça interna se configura a partir da construção de uma leve cobertura e fechamentos laterais com ventilação permanente que os conecta e funde em um único espaço.
O projeto ainda desenha um volume baixo no nível térreo, paralelo ‘a avenida T1, abrigando o auditório para 400 pessoas. O auditório maior (600 pessoas) localiza-se entre o atual edifício sede e os edifícios novos, seu acesso é dado pelo nível térreo e sua laje de cobertura se oferece como uma grande praça junto à rua Orestes Ribeiro.
Os edifícios novos estão projetados com as cotas de piso em coincidência com as do edifício sede, de modo a possibilitar o desenho das passarelas que interpenetram todo o conjunto arquitetônico provendo conexões múltiplas.
Edifício sede – intervenção
O edifício sede receberá o programa da área administrativa. O edifício receberá uma segunda pele metálica perfurada para proteger a fachada da radiação solar (os brises previstos no projeto não foram executados) e configurar uma nova geometria, a qual se integra ao conjunto volumétrica e funcionalmente. O pátio aos fundos do edifício, acessado pelo saguão atual esvaziado de suas funções atuais, nesta nova configuração se conecta ao foyer do auditório maior e sua lateral se destina à carga e descarga. O uso do subsolo como garagem se tornará desnecessário em face dos novos estacionamentos, o projeto propõe que este seja usado como setor de consumo.
Circulação
As circulações internas estão claramente definidas entre público, privado e privativo dos juizes.
A arquitetura dos pavimentos típicos se define a partir da necessidade de prover circulações horizontais e verticais privativas e públicas. Desta maneira um conjunto de elevadores e escadas de segurança servem as regiões periféricas dos andares servindo as salas dos juizes e salas de audiência. As circulações públicas servem o vazio central com outro conjunto de elevadores e escadas. O vazio central interno tem a altura integral dos edifícios e a circulação pública percorre todo o seu perímetro.
Estrutura
A estrutura dos edifícios foi projetada como um sistema de pilares, vigas e lajes em concreto armado e concreto moldado “in loco”. Os conjuntos de elevadores e escadas têm participação determinante no sistema estrutural. As lajes são nervuradas e protendidas para permitir bom espaço para instalações entre forro e laje. Sobre o mezanino há uma viga de transição destinada a proporcionar os grandes vãos necessários ao saguão nos níveis inferiores e aos balanços nas extremidades dos edifícios. A estrutura da cobertura do vazio central está projetada em vigas tipo "Vagão” em aço com cobertura de telhas termoacústicas e forro de madeira laminada.
Construção
Os edifícios foram projetados segundo os melhores conceitos de conforto ambiental, propondo espaços de trabalho e convivência providos de iluminação e ventilação naturais, e ar condicionado quando requerido. O projeto desenha estruturas de concreto em vãos econômicos e dimensionados para proporcionar espaços abertos e flexíveis. Todos os edifícios possuem aberturas generosas e proporcionam vistas panorâmicas da cidade de Goiânia.
O conjunto prevê 2 subsolos para estacionamentos com vagas hierarquizadas e privativas. Nos subsolos também se localiza o setor de arquivos e informática, além das áreas técnicas de zeladoria e manutenção.
O projeto prevê caixilhos de alumínio anodizado, vidros laminados, brises e elementos de proteção solar em alumínio, telas de aço, além de um grande elenco de materiais de acabamento de padrão elevado.
Instalações
As instalações prediais foram dispostas de forma a serem sempre facilmente acessadas e mantidas, prevendo um conjunto de shafts horizontais e verticais.
Eco Eficiência e Conforto Ambiental
O projeto define iluminação e ventilação natural para o saguão/vazio central e climatização artificial dos espaços de trabalho através do uso de ar condicionado no verão e possibilidade de aproveitar o clima natural no inverno e nas épocas de transição e noturnas. O sistema de ar condicionado proposto é Multi Split, com maquinário na cobertura.
Pele hermética de vidro seletivo com transmissão baixa de calor para aumentar a eficiência energética do ar condicionado.
Possibilidade de abrir as janelas para aproveitar a ventilação favorecida pela orientação nas épocas mais temperadas do ano e/ ou do dia.
As superfícies diminuídas nas elevações laterais (oeste e leste) evitam indesejáveis ganhos de calor matinal e vespertino no verão e inverno.
Brises soleis para proteção integral da fachada norte podem estar vinculados à geração de energia elétrica por painéis fotovoltaicos.
Águas
Coleta, filtragem, tratamento UV (luz ultravioleta) e armazenamento de águas pluviais e condensadas (do Ar Condicionado). Uso de água pluvial e condensada como água cinza para irrigação automática dos jardins e vasos sanitários. As águas pluviais serão coletadas em todas as coberturas e áreas impermeabilizadas. Ao redor da edificação escoamento natural das águas pluviais.
Geração de energias renováveis
A fachada norte dos edifícios está ‘a disposição para os efeitos cinergéticos de sombreamento e geração de energia elétrica e/ou água quente com um só elemento arquitetônico, que são os elementos de sombreamento.
O projeto concebe o Complexo Trabalhista da 18ª. Região como um Conjunto Arquitetônico de grande impacto visual e simbolismo buscando representar uma instituição identificada com a justiça e a ética, e notabilizada nacionalmente por sua eficiência. Em todos os elementos, desde o partido arquitetônico até os pormenores construtivos mais elementares, o projeto se serve dos melhores conceitos de criatividade, funcionalidade, economia, construtividade e contribuições tecnológicas, fundamentais para a definição de uma arquitetura ao mesmo tempo moderna e atemporal.
O paisagismo integra as áreas, ao longo dos eixos principais distribuídos nos eixos principais através de áreas de estar confortáveis e sombreadas por uma longa e abundante alameda arborizada e outra área com um grande jardim de arvores de grande porte formando uma agradável massa verde atendendo a um percentual acima de área p. Alem disto, na Esplanada da Justiça um grande espelho d’água pequenas quedas contribui para a umidificação da área e a melhoria da qualidade do ar. Na cobertura do edifício da segunda instancia dois grandes jardins estão integrados ao setor do gabinete do desembargador presidente.
ficha técnica
Autores
Mario Biselli e Artur Katchborian