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A Galeria, situada em Inhotim, tem o objetivo de criar um espaço expositivo especialmente para receber as obras do artista Miguel Rio Branco e complementar as atrações do Instituto de Arte contemporânea e jardim botânico.

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PORTAL VITRUVIUS. Galeria Miguel Rio Branco. Projetos, São Paulo, ano 12, n. 135.03, Vitruvius, mar. 2012 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/12.135/4298>.


Inhotim é um lugar em formação, onde arte contemporânea e natureza se relacionam de forma especial. O Centro de Arte Contemporânea é uma instituição comprometida com a educação e o desenvolvimento cultural da comunidade.

Situado no município de Brumadinho, Minas Gerais, Inhotim ocupa uma área de 35 hectares de jardins – parte deles criada pelo paisagista Roberto Burle Marx – e abriga extensa coleção botânica de espécies tropicais, bem como um acervo artístico. Além da arquitetura dos museus convencionais e dos parques de escultura, Inhotim oferece aos artistas a oportunidade de sonhar e produzir obras de realização complexa. Inhotim é um lugar para educação, meditação e deleite.

O projeto desta nova galeria tem por propósito integrar e ampliar o conjunto de espaços expositivos do museu, acrescentando-lhe um edifício especialmente projetado para receber a obra do artista Miguel Rio Branco, ampliando as possibilidades de exposição da sua obra em variadas montagens.

A Galeria Miguel Rio Branco está implantada em um terreno localizado em uma confluência de duas vias, com acentuada declividade inicial e um platô elevado na parte posterior. A área disponível para implantação do edifício é delimitada por duas massas arbóreas significativas que conformam uma clareira na qual se ergue a massa edificada principal do edifício.

Vista fachada norte
Foto Leonardo Finotti

O novo edifício se organiza em três níveis, sendo o acesso pelo nível intermediário, que abriga uma praça coberta e espaços de apoio - sanitários e lanchonete. Deste nível, escadas e elevador dão acesso a um espaço expositivo no pavimento inferior conformado por uma sala quadrada de 11,7 por 11,7 metros e altura de 6,5 metros. Esta sala integra-se visualmente com o nível de chegada através de um plano transparente que permite visadas elevadas em relação ao plano expositivo. Também do nível de chegada se acede ao pavimento superior, abrigado em um bloco fechado, com amplo espaço expositivo flexível, com capacidade de acomodação de grande variedade de conformações de salas. Enquanto a sala inferior possibilita uma interação visual com o pavimento de chegada e com a paisagem através da transparência de seu trecho superior, as salas superiores definem uma ambiência introspectiva, com fechamento total para o exterior e uso de iluminação zenital, com luz natural indireta em 3 dos quatro lados do grande salão. No acesso a esse andar, a escada é também iluminada naturalmente de maneira a reforçar sua presença e a ampliar a convite à visitação deste pavimento.

Completam o conjunto área para carga e descarga com acesso ao pavimento superior, central de utilidades com subestação e reservatório para água de consumo, reservatório para prevenção e combate a incêndio, casa de bombas e depósito de material de limpeza.

Escada que leva à sala de exposição do subsolo
Foto Leonardo Finotti

Em resposta à imagem proposta pelo artista, a maior massa construída do edifício se assenta sobre a paisagem como uma pedra esculpida pousada sobre o lugar. Para isso, apenas o volume superior se conforma como volume aparente, e a sala inferior e o pavimento de chegada se definem a partir da intervenção na topografia. Para isso, um volume de aterro existente no terreno foi redesenhado, de maneira a construir uma nova topografia que constitui um dos apoios do volume principal. Enquanto a sala inferior se localiza semi-enterrada, a praça de chegada se conforma como um vazio, intervalo entre chão e construção.

A fim de reforçar o caráter mineral do bloco principal, pretendido pelo artista que dá nome à galeria, sua construção utiliza estrutura metálica com vedação em aço Usisac com acabamento patinado natural. A pátina favorece sutis variações de cor e textura das superfícies, acentuadas pela ação do tempo e das intempéries. Para reforçar tal característica, o projeto procurou reduzir ao mínimo a presença de atributos arquitetônicos tradicionais, tais como portas, janelas, paredes, telhados, tratando a volumetria com intencional abstração e aplicando sobre o volume principal uma sutil deformação através de inclinações variadas dos planos de vedação.

Vista exterior sudeste
Foto Leonardo Finotti

Ficha técnica

Local
Brumadinho, MG

projeto
2008

construção
2008 - 2010

área construída
1.540  m2

Arquitetos
Alexandre Brasil, André Prado, Bruno Santa Cecília, Carlos Alberto Maciel, Paula Zasnicoff

Colaboração
Manoela Campolina

Projeto de Cálculo Estrutural
Marcello Cláudio Teixeira e Sigefredo Fiúza Saldanha

Projeto de Instalações
Projeta

Consultoria Acústica
Marco Antônio Vecci

Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio
Projeta

Projeto Luminotécnico
Ceilux

Projeto de Ar Condicionado
Tuma

Consultoria de esquadrias
BM Consultoria

Construção
Felipe Salim

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