A área Strijp S, que a primeira vista parece ter se instalado como uma ilha independente dentro da estrutura urbana de Eindhoven, receberá uma nova interpretação funcional. A Philips está saindo!
A Strijp S, onde radios, barbeadores e televisores eram desenvolvidos, se tornou uma semi prudutora. Ela conta a história da fabricante de eletronicos nesta cidade no curso do tempo. O residente, o transeunte, o empresário irão tomar posse firmemente deste lugar. A cidade está sendo moldada aos trancos e barrancos.
Com a significância socio-cultural desse lugar no fundo de nossas mentes, um desafio pode ser encontrado aqui e pode reforçar e complementar a estrutura urbana de Eindhoven, como as diversas ligações em diferentes níveis indicam.
Situação
Considerando a escala de Eindhoven, a área está situada no eixo que percorre do centro em direção à propriedade rural de Frits Philips. Essa rota passa pelo Estádio Philips, a área Strijp S, em volta da área Strijp T, com destinação final na zona verde recreacional De Wielewaal. Para garantir a qualidade de Eindhoven, o West 8 fez um plano que fornece à estrutura verde papel principal em toda a extensão do percurso. Essa qualidade é o resultado do design que Frans Fontaine realizou para a cidade de Eindhoven.
A estrutura verde atravessa Strijp S ao sul do Hoge Rug fornecendo a este lado a estrutura espacial do triângulo. No lado Norte do triângulo está o Philitelaan e a oeste o Beukenlaan. Estas fronteiras têm diferentes significâncias espaciais e determinam o contexto urbano do triângulo. O Beukenlaan, que é parte da rodovia circular entorno de Eindhoven, junto com a Estação de Trem Beukenlaan, proporciona ao triângulo uma característica periférica. O Philitelaan forma a rota de acesso principal da área, aonde companhias e residentes acharão suas casas. Essa é a entrada para a área. Ao sul do Triângulo, no Torenallee, terá um reunido de árvores de carvalho, onde os pedestres urbanos acharão seu caminho.
O Torenallee está situado ao longo da linha que conecta a casa de campo de Frits Philips com a Torre de Luz no centro. A estrutura ortogonal, característica da área Strijp S, corre paralela a essa linha. Essa estrutura ortogonal é unica dentro da escala de Eindhoven.
Triângulo
O Hoge Rug, o edifício Veem e as galerias obedecem a essa estrutura ortogonal. A escala desses edifícios contrasta enormemente com as casas da classe trabalhadora no entorno e eles são parte da nossa herança industrial. A escala e orientação desses blocos referem-se à função industrial que eles exerceram até hoje. Aqui está a qualidade assim como o desafio da área, onde aspectos culturais serão combinados com a moradia, comércio e trabalho. A redução de escala que é esperada dentro do presente tecido urbano deve gerar uma intimidade para os futuros usuários de Strijp S, sem afetar e negar a herança industrial e característica da área.
Diferente do lado sul de Hoge Rug, nós gostaríamos de criar um ambiente urbano altamente dinâmico, onde uma grande quantidade de atividades podem ter lugar no espaço público no lado Norte. Com o intuito de projetar uma “malha urbana” em pequena escala logo em frente da estrutura de grande escala do Hoge Rug, nós queremos reduzir a estrutura ao nível do solo para as diferentes redes dos edifícios existentes. Essas redes representam nosso sistema de organização, que gera uma sensação de liberdade. Um labirinto onde cada indivíduo acha seu caminho para as diferentes atividades em lugares específicos (domínios fechados) poderia originar-se aqui. Ao posicionar um volume ao lado norte das galerias, paralelo ao Hoge Rug, um tubo surge onde o centro das dinâmicas será incorporado e várias estradas se estendem para fora por debaixo dos diferentes volumes.
A conservação das galerias se tornou um componente essencial da nova organização do triângulo no Strijp S. Com sua característica aberta, consistindo meramente de uma rede de colunas com estrutura de aço e preenchidas com vidro e pedra não estruturais, eles formam uma estrutura ideal para organizar uma divisão flexível.
O labirinto desemboca em estradas arteriais que levam a lugares onde se pode ir para descansar. Esses lugares de calmaria contrastam com o ambiente dinâmico do centro. Entre outras coisas, tem o Ketelhuisplein, o Torenallee, o campo, o lugar na esquina. O Ketelhuisplein é um lugar de encontro, onde debates públicos têm lugar. Aqui se pode sentar ao sol até às 5 p.m.
Installatiestraat
Do outro lado da Strijp S, segue a Installatiestraat (rua da instalação), um elemento de ligação essencial entre a Strijp S, T e R. Esse elemento “rural” não somente reforça a característica industrial como também a percepção espacial da área. Além disso, oferece a oportunidade de introduzir uma superfície elevada em alguns lugares, com expressivas conexões, escadas, etc., onde podem ser feitas ligações que diminuem gradualmente a área e seus edifícios. Piet Oudolf foi contratado para fazer um jardim vertical ao longo do percurso.
Edifícios arranha-céu
Para criar a densidade urbana necessária para fazer o coração dessa área bater mais rápido, um programa para a construção de edifícios arranha-céu será adicionado. A configuração das torres adotará como referência as linhas visuais da área circundante, os edifícios existentes, os estudos de insolação e o modo que se relacionam um com o outro. A possível adição de Torres no Hoge Rug é um suplemento ao conjunto existente, que ao mesmo tempo revela a necessidade dos prédios de Hoge Rug funcionarem todos juntos como uma cidade.
notas
NE1
Helena Guerra participou do Mediatour Building and Design, ocorrido de 15 a 20 de abril de 2012, que visitou projetos de arquitetura e urbanismo em algumas cidades holandesas. O evento foi organizado pelo Ministério de Assuntos Econômicos, Agricultura e Inovação e o convite ao portal Vitruvius foi feito por Sara M. Cohen, chefe do Departamento de Assuntos Políticos, Diplomacia Pública e Cultura da Embaixada da Holanda em Brasília.
NE2
Nina Dalla Bernardina, aluna da FAU Mackenzie, é a responsável pela edição especial da revista Projetos sobre a Holanda. Patrícia Oliveira Lima, aluna do curso de arquitetura do Senac, colaborou na edição. Ambas são estagiárias no portal Vitruvius.