Cabuçu de Cima - the far north of São Paulo. SEHAB
direção Luiz Cesar Barata
fotografia Fabio Knoll
Assim que o projeto desenvolvido pela International Architecture Biennale Rotterdam – IABR e a Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB), sob a égide da 4ª IABR: Cidade Aberta para a favela de Paraisópolis, saiu da prancheta para a exibição – em seu ano sabático para implementação – as duas partes decidiram prolongar a colaboração. Seu objetivo primário, nas palavras de Elizabeth França, diretora da SEHAB, era ‘... colocar a ênfase na importância de projetos de urbanização para a “cidade informal”, mediante a qual este não deve ser visto como uma exceção, mas como uma área que deve ser integrada em todo o tecido urbano. Arquitetos e urbanistas são desafiados a engajar em um novo relacionamento com os habitantes dessas áreas menos favorecidas e a encontrar soluções criativas que atendam às demandas da cidade do século XXI.’
Uma perspectiva que se encaixa perfeitamente com as do IABR.
A IABR nomeou o arquiteto Fernando de Mello Franco, junto com seus sócios no MMBB Arquitetos, Marta Moreira e Milton Braga, curador local. O trabalho do Fernando foca na relação entre a maneira como a infraestrutura, primeiramente orientada para a produção industrial, se desenvolveu no ultimo século e o papel que desempenhou e desempenha na funcionalidade da cidade para os seus cidadãos. Na iniciativa de Fernando de Mello, a área de Cabuçu de Cima no lado norte de São Paulo, foi selecionada como Teste Site (local de teste). A área é representativa, no sentido que combina muitos dos típicos problemas e desafios urbanos – como o desenvolvimento urbano informal, sérios problemas de gestão da água, sistemas ecológicos ameaçados como a Serra da Cantareira, a maior floresta dentro de uma área urbana do mundo, e a deficiente rede de conexões – mesmo que esteja localizada na intersecção de futuros desenvolvimentos significativos. A Rodoanel e a sua estratégica posição próxima ao Aeroporto Internacional de Guarulhos significa que Cabuçu se tornará, ainda mais do que atualmente, um centro primário de distribuição para a zona nordeste de São Paulo, a zona que conecta essa potencia econômica com outros dois polos, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Como podem as ameaças, os problemas, os interesses dos habitantes e as oportunidades socioeconômicas serem traduzidos em uma única estratégia integral? Como podem as condicionantes existentes servirem de base para tal estratégia? Como coloca Elizabeth França: ‘A ideia de que soluções vêm da própria cidade está no âmago de cada intervenção.’
Os primeiros resultados desse projeto colaborativo foram apresentados em Rotterdam durante a exibição do Making City, e serão subsequentemente apresentados em uma segunda exibição, Fazendo Cidade, em São Paulo.
sobre os autores
Fernando de Mello Franco, arquiteto, foi – em conjunto com seus sócios no MMBB Arquitetos, Marta Moreira e Milton Braga – curador local (Brasil) da 5ª International Architecture Biennale Rotterdam – IABR.
George Brugmans é diretor da Bienal Internacional de Roterdã (IABR) e presidente da equipe de curadoria da 5ª IABR
notas
NE
Nina Dalla Bernardina, aluna da FAU Mackenzie, é a responsável pela edição especial da revista Projetos sobre a Holanda. Patrícia Oliveira Lima, aluna do curso de arquitetura do Senac, colaborou na edição. Ambas são estagiárias no portal Vitruvius.