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projects ISSN 2595-4245


abstracts

português
A Biblioteca Pública de Amsterdam foi pensada rigorosamente na disposição do espaço interior e exterior para que, mesmo sem um porjeto urbano norteador, o edifício se adequasse da melhor maneira à cidade.

english
The Amsterdam Public Library was carefully designed on the provision of indoor and outdoor spaces so that, even without a guiding urban project, the building would fit the best in town.

how to quote

PORTAL VITRUVIUS. Biblioteca Pública de Amsterdam. Projetos, São Paulo, ano 12, n. 141.02, Vitruvius, set. 2012 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/12.141/4458>.


A Openbare Bibliotheek Amsterdam (Biblioteca Pública de Amsterdã) em Oosterdokseiland é um marco dentre os trabalhos de Jo Coenen, arquiteto. Junto com a delgada Vesteda Toren (Torre Vesteda) no centro de Eindhoven e o projeto do Markt-Maas no centro de Maastricht, consistindo em elegantes blocos de lojas, apartamentos, escritórios e uma nova câmara de conselho, a Openbare Bibliotheek Amsterdam (OBA) pode ser vista como uma rica produção dentre as construções de grande escala do escritório Jo Coenen & Co na primeira década do século XXI.


Biblioteca Pública de Amsterdã. Video Helena Guerra

A Vesteda Toren em Eindhoven, o Markt-Maas em Maastricht e a Biblioteca Pública de Amsterdã têm mais em comum do que o volume, suas significâncias para as respectivas cidades e o fato de que foram construídas na mesma época. Os três projetos são baseados em motivos relacionados, melhor ilustrados ao apresentar a Biblioteca como amostra principal.

Biblioteca Pública de Amsterdã, Holanda. Jo Coenen & Co Architekten. 2007
foto Arjen Schmitz

Tarefa

“Unir o crescente mundo aparte dos livros, que representa muitos séculos de cultura, e a tarefa de criar uma experiência de biblioteca?”

O desenho de uma Biblioteca é uma tarefa por excelência, que não é primeiramente focada na criação de uma composição exterior, a compilação de fachadas, mas que é especialmente focada no desenho do mundo interior.

“O edifício e o interior são indissoluvelmente interdependentes”

Essa é uma das razões porque o arquiteto prefere desenhar assim como o interior o exterior. O interior e o exterior dessa biblioteca são indissociáveis. A tarefa é uma sobreposição de programas de 28.500m² em um envelope urbano com volume de aproximadamente 40 metros de altura, 40 metros de largura e um comprimento de 120 metros.

Biblioteca Pública de Amsterdã, Holanda. Jo Coenen & Co Architekten. 2007
foto divulgação

Do planejamento Urbano ao edifício, uma escultura de-dentro

O desenho de uma biblioteca pública, com o dimensionamento independente de um plano urbano, só foi possível olhando através dos olhos de um escultor. O edifício é raspado e afiado como uma pedra monólito, para ter certeza de que a vida interior será tão confortável quanto possível. Em alguns lugares, o edifício está afastado das determinadas fronteiras urbanas. Como um resultado disso, um espaço interior que gera luz natural para o espaço interno é criado. Apesar do imenso programa, que era necessário ser cumprido, foi possível criar um edifício divergente, formado por múltiplos sub volumes aonde a intimidade assim como a visão geral e a orientação vêm juntas. O exterior é, em uma forma de falar, pensado a partir do interior. O principal objetivo foi “criar localidades” (spots), para vivenciar e criar valores que fazem você decidir ficar, apoiados em luz, espaço e cores. Pela diversidade de atividades, uma peça conjunta desses espaços é essencial. O edifício deve ser acessível e aberto em todos os sentidos. Diferentes localidades com atmosferas únicas faz com que o visitante crie uma afeição pelo prédio.

Biblioteca Pública de Amsterdã, Holanda. Jo Coenen & Co Architekten. 2007
foto divulgação

Manifesto para a Arquitetura

Também a contemplação é um importante aspecto do interior da biblioteca. Essa frase é também considerada como um manifesto da arquitetura em geral. É uma resposta para a crescente tendência para a atração, presunção e brevidade na arquitetura. Os edifícios públicos e especialmente os edifícios aonde livros são preservados, que representam nosso corpo cultural de muitos séculos, deveriam ser tratados com respeito. Isso é traduzido em qualidade e discrição.

Contraste

O contraste entre diferentes atmosferas podem ser encontradas na composição de prédios, no interior e no exterior. O edifício consiste em uma base - quadrangular como a de uma estátua (plinto)-, um meio e uma cobertura (topo).

A base de “plinto” representa a rapidez e a brevidade e tem um caráter público e urbano, enquanto o meio – aonde os livros são preservados – simboliza o resto. A cobertura, aonde o teatro e o restaurante se encontram, é o lugar aonde as pessoas se encontram, relaxam e interagem ou debatem. O topo também tem um caráter público assim com a base de plinto.

Biblioteca Pública de Amsterdã, Holanda. Jo Coenen & Co Architekten. 2007
foto Arjen Schmitz

O termo “experienciar a biblioteca” é traduzido como “identificação por característica”. Na arte, interior e luz, acentos foram criados e o edifício gerou então sua própria característica. A interpretação da “experiência” ganha um conteúdo único desse modo. Isso tornou possível unir o crescente mundo aparte da cultura e a tarefa.

Movimento

Movimento é essencial para o modo como a arquitetura é vivida através dos sentidos. A percepção dos materiais usados, os detalhes, a escala, o contraste entre claro e escuro, aberto e fechado, são todos intensificados pelo movimento dentro da estrutura. A arquitetura de um edifício pode estruturar esses movimentos, os dirigir e os acompanhar por uma variedade de tempi rápidos e devagar, de interruptos movimentos alternados com alguns contínuos, através de espaços de respiro e diferentes ritmos.

Biblioteca Pública de Amsterdã, Holanda. Jo Coenen & Co Architekten. 2007
foto Arjen Schmitz

A rota desde a Estação Central até a OBA percorre ao longo do lado curvilíneo de Oosterdokseiland. O prédio é introduzido por uma passagem para a entrada feita por pedra natural, incitando os visitantes a tomarem uma curva a esquerda.

Na chegada, é oferecida uma vista através do coração do edifício. Á direita tem uma praça viva, uma área aonde as pessoas podem se encontrar e relaxar, protegidas pela enorme cobertura.

O hall de entrada é uma área com teto baixo, uma transição para o próximo repertório de movimentos, através de um hall com teto alto, para o saguão principal com uma enorme área a esquerda, aonde se pode facil e gradativamente descer. À frente estão as escadas rolantes, oferecendo uma organizada subida de movimentos interruptos. À direita, estão vários terraços oferecendo acesso indireto à área expositiva e à seção multimídia da biblioteca um pouco além do piso intermediário.

Biblioteca Pública de Amsterdã, Holanda. Jo Coenen & Co Architekten. 2007
foto divulgação

Através das escadas rolantes a repetição de movimentos se segue e são contínuos, mas diferentes por causa da maneira como os vazios são situados. O penúltimo pavimento é diferente, no sentido em que anuncia as coisas que estão por vir. Através das amplas escadas se abre para o pavimento superior embaixo da grande cobertura, oferecendo uma extensa vista telescópica de Amsterdã.

A arquitetura da biblioteca como um todo também está, falando figurativamente, em movimento. Ao se libertar da base, abandonando os alinhamentos com a fachada côncava e a convexa, rotacionando e cedendo, projetando e ao fazer isso – a medida que isso é possível com a situação em mãos – se soltando de seus próprios limites, isso reforça o efeito dos diferentes movimentos que o visitantes pode vivenciar.

Biblioteca Pública de Amsterdã, Holanda. Jo Coenen & Co Architekten. 2007
foto Arjen Schmitz

Construção e técnica

Na arquitetura, todas as decisões pertinentes ao desenho de um prédio afetam numerosos aspectos da sua construção. Forma, função e técnica são inextricavelmente ligadas. A projeção acentuada da cobertura e a construção pendurada da parede lateral são dois componentes da biblioteca pública que exemplifica como as considerações formais e funcionais têm conseqüências de longo alcance para a construção.

A fim de alcançar flexibilidade e uma disposição clara da extensa e complexa construção da Biblioteca Pública, somente um número limitado de colunas foram usados e todos os espaços foram deixados o mais aberto possível, sem nenhum obstáculo. Regulamentações de segurança contra incêndio foram atendidas ao situar habilmente diferentes rotas de escape e instalando um sistema de extintor de incêndio por todo o edifício. Fazendo isso, os andares não tiveram que ser compartimentados.

Biblioteca Pública de Amsterdã, Holanda. Jo Coenen & Co Architekten. 2007
foto Arjen Schmitz

O condicionamento de ar foi resolvido de forma engenhosa tendo os espaços vazios funcionando como shafts, sendo assim não houve a necessidade de instalar qualquer tubo ou duto de ar. As instalações elétricas foram resolvidas sem piso elevado. Neste sentido, praticamente tudo que poderia possivelmente distrair o olhar da forma arquitetônica ou do espaço ficou escondido do campo de visão.

Por conta dos pisos não compartimentados, a biblioteca pode ser facilmente adaptável a outros layouts, se preciso. A atual divisão entre a biblioteca e o prédio de escritórios atrás também pode ser facilmente removível. Finalmente, todo o telhado é equipado com células solares, como parte do projeto piloto para energia durável.

Materiais

Biblioteca Pública de Amsterdã, Holanda. Jo Coenen & Co Architekten. 2007
foto Arjen Schmitz


Pedra natural foi usada para a construção dos edifícios públicos e áreas públicas das cidades européias desde tempos imemoriais. Com esse material, foi possível alcançar um detalhamento altamente sofisticado, e ao mesmo tempo aumentar os efeitos de longos contornos. Através dos séculos, a aplicação de pedra natural para pisos, paredes, domos e arcos, tanto no interior como no exterior, sempre foi comum.

Jo Coenen tem grande afinidade com pedra natural e tijolos – uma preferência que desenvolveu ao trabalhar no projeto Céramique em Maastricht – e simplesmente odeia materiais sintéticos. Devido a sua cor acinzentado quente, a concha de calcário, que é frequentemente empregada em Maastricht, harmoniza bem com o concreto e com a madeira.

Pedra natural acentua o aspecto durável da arquitetura e proporciona uma certa elegância. Também envelhece bem e quando as soleiras e as escadas estão desgastadas, isso só serve para realçar o edifício.

Biblioteca Pública de Amsterdã, Holanda. Jo Coenen & Co Architekten. 2007
foto Arjen Schmitz

Revestir um prédio com pedra natural pode produzir um potente efeito escultural, fazendo parecer ser feito em um só pedaço. O uso exclusivo desse material possibilitou a Biblioteca Pública a manter sua independência dentro do conjunto do qual faz parte, ao mesmo tempo, relacioná-la com as fachadas de pedra natural que costumava ser a Estação Central dos Correios.

Pedra natural é uma material excepcionalmente durável. Porque é usado somente de maneira marginalizada na Holanda, reforça a distinção entre os edifícios aonde é aplicado e neste caso particular destaca a importancia especial da biblioteca como um edifício público.

Biblioteca Pública de Amsterdã, Holanda. Jo Coenen & Co Architekten. 2007
foto Arjen Schmitz

Luz

Na arquitetura, luz é um fator de grande importância para garantir o funcionamento correto e uso de um edifício.

A luz, particularmente a luz natural, pode variar consideravelmente. No caso de um edifício do tamanho da Biblioteca Pública, com uma área de superfície correspondente ao tamanho de um campo de futebol e parcialmente coberto, trazer luz natural para dentro do prédio não foi tarefa fácil.

Croqui
divulgação

Jo Coenen se esforçou para fazer com que a luz natural penetrasse no coração do edifício ou para proporcionar vistas de luz natural aonde anteriormente não seria possível, por exemplo na parte posterior do prédio, aonde o prédio de escritórios adjacentes foi desconectado do OBA através de uma incisão na massa arquitetônica. Ao curvar as paredes laterais da biblioteca, a luz no lado concavo penetra mais fundo no edifício e o lado convexo funciona como uma bay window. Os vazios e as aberturas nos pisos também permitem a entrada da luz solar no edifício. As escadas rolantes, que também servem como objeto de luz, proporcionam um ponto de orientação luminoso no coração do edifício aonde a luz do dia não consegue acessar.

Planta nível 0
divulgação

Espaços de relaxamento

Edifícios, especialmente os grandes, merecem ter um determinado número de pontos agradáveis: parte do edifício que pode não ser funcional no sentido literal da palavra, mas são, no entanto, essenciais para o bom funcionamento da arquitetura. Isso também pode ser encontrado na Biblioteca Pública, começando na praça em frente ao edifício: uma área atraente para relaxar, para encontrar os amigos e fazer contato com outros visitantes.

Planta nível 2
divulgação

O amplo espaço aberto para o exterior do lado esquerdo do edifício e a cuidadosamente executada escada percorrendo do exterior para o interior, são também pontos agradáveis para diversão. O mesmo se aplica às bay windows, aonde se pode olhar a distância em duas direções diferentes para longe dos edifícios adjacentes, às áreas de sossego entre as estantes de livros, ao terraço e à área em torno do teatro no piso superior, todos os pontos aonde qualidades adicionais são proporcionadas pelas arquitetura da biblioteca.

notas

NE1
Helena Guerra participou do Mediatour Building and Design, ocorrido de 15 a 20 de abril de 2012, que visitou projetos de arquitetura e urbanismo em algumas cidades holandesas. O evento foi organizado pelo Ministério de Assuntos Econômicos, Agricultura e Inovação e o convite ao portal Vitruvius foi feito por Sara M. Cohen, chefe do Departamento de Assuntos Políticos, Diplomacia Pública e Cultura da Embaixada da Holanda em Brasília.

NE2
Nina Dalla Bernardina, aluna da FAU Mackenzie, é a responsável pela edição especial da revista Projetos sobre a Holanda. Patrícia Oliveira Lima, aluna do curso de arquitetura do Senac, colaborou na edição. Ambas são estagiárias no portal Vitruvius.

Ficha Técnica

Local
Amsterdã, Holanda

Data
Junho 2007

Área construída
28.500 m2 (biblioteca, restaurante, teatro, café)

Projeto
Jo Coenen & Co Architekten
Arq. Jo Coenen

Equipe
Jo Coenen, Geert Coenen, Iwert Bernakiewicz, Max Bachinov, Gerard Extra, Hans Schoot, Will Stokkermans, Bart Erens, Frans Wesseling (exterior)
Jo Coenen, Margriet de Zwart, Wil Ummels, Miriam Boot, Annebregje Snijders, Michela Barone, Ingrid Annokkee, Neeltje ten Westenend, Claudy Jongstra, Martijn Sandberg, NAT-architecten, Peter van Kempen, Gerard Extra, Will Stokkermans (interior)

Modelos e Apresentações
Bas Grimbergen, Changiz Tehrani, Hans Simons, Victor Schmidt, Hans Fransen, Cees van Griessen (Ciiid)

Cliente
Câmara Municipal de Amsterdã

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