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PORTAL VITRUVIUS. Projetos de baixios de viadutos. Projetos, São Paulo, ano 14, n. 158.02, Vitruvius, fev. 2014 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.158/5046>.


Viaduto das Artes

O bairro Barreiro de Baixo, ou Centro do Barreiro, onde está localizado o Viaduto Engenheiro Andrade Pinto, tem como principal característica a diversidade de comércios e serviços, tais como agências bancárias, farmácias, lojas de varejo, instituições educacionais, bares e restaurantes, além de agregar o shopping da região, Viashopping Barreiro, com suas lojas e salas de cinema, e a Estação BHBUS, terminal de acesso entre os bairros da região e o restante da cidade, o que facilita a locomoção da população local, de passantes e trabalhadores.

O Viaduto Engenheiro Andrade Pinto, também é conhecido como ‘Viaduto das Artes’, graças ao atelier de artes do artista Leandro Gabriel, localizado debaixo do viaduto. O acervo do artista se dedica às obras oriundas da reciclagem de sucatas metálicas, que remetem à história do bairro que, no período de industrialização, foi marcado pela siderurgia.

A fim, então, de contemplar o atelier existente e de fortalecer a dinâmica da região, a proposta para o ‘Viaduto das Artes’ vem potencializar as atividades de arte, cultura e lazer, oferecendo em seu programa espaços flexíveis que possam ser utilizados, e também, visitados por um público diversificado, em períodos variados, agregando vida e valor ao baixio do viaduto e ao espaço público.

Programa

1. Exposição & Café (~190m²) – espaço de transição entre interior e exterior, destinado como acesso principal, irá contemplar exposições temporárias ou permanentes. O espaço conta com um quiosque que servirá de apoio aos frequentadores e também aos passantes que desejarem repor sua alimentação.

2. Atelier do artista (~255m²) – espaço destinado ao trabalho do artista existente no local. O atelier, dependendo da disposição e atividades do artista, pode estar mais reservado, ou aberto ao público, podendo-se utilizar ou não das entradas laterais. O espaço é flexível, podendo servir também como espaço para realização de oficinas e exposições do artista.

3. Salas multiuso (~250m²) – espaços destinados ao público. Podem servir como salas de estudo, oficinas, ensaios, apresentações e até mesmo exibições de mídias visuais. A proposta divide o espaço debaixo do viaduto em duas salas para possibilitar atividades simultâneas e variadas, porém podem contemplar uma mesma atividade ao abrir a divisória entre as salas. As atividades podem ser realizadas de forma mais reservada ou, também, aberta ao público, podendo-se utilizar ou não das entradas laterais.

4. Depósito (~55m²) – espaço para servir de apoio à dinâmica de montagem e desmontagem das atividades e à guarda de possíveis materiais excedentes dos espaços.

5. Sede de varrição (~40m²) – contemplando um uso já existente no baixio do viaduto, esse espaço servirá de apoio aos varredores de rua.

6. Toaletes (~65m²) – o programa conta com toaletes para o público masculino e feminino, ambos com cabines para pessoas com necessidades especiais.

7. Pátio e Jardim interno (~255m²) – área permeável para contemplação do espaço e pausa das atividades, além de contribuir com o microclima do espaço.

8. Praça de convivência (~1.170m²) – área de permanência, com equipamentos de ginástica e uso infantil, mobiliário personalizado para práticas esportivas, como skate e bicicleta, além de canteiros, nivelados ao piso, destinados à contemplação, escoamento e absorção de águas pluviais.

9. Quiosques multiuso (~12m²) – flexíveis às diversas possibilidades de uso comercial ao longo da área de intervenção, como: café, floricultura, jornaleiro, etc.

Materialidade

A fim de racionalizar e otimizar a logística da execução do projeto, na proposta é sugerida a utilização de materiais modulados e prefabricados, em aço e madeira.

Os fechamentos laterais, das ‘salas multiuso’, ‘atelier do artista’, ‘toaletes’, ‘depósito’ e ‘sede de varrição’, são modulados por montantes em aço, que estruturam venezianas verticais e portas camarão na parte inferior e chapas de aço perfuradas no fechamento superior. A utilização de venezianas e chapas perfuradas, permite que os espaços sejam beneficiados por luz e ventilação natural, além de possibilitar permeabilidade visual entre os ambientes.

Na entrada principal, área de ‘exposição & café’, foi proposto um espaço de transição entre o exterior e interior, representado por uma estrutura mais diluída em vergalhões e ripados de madeira, e cobertura translúcida em policarbonato, sobre pontaletes e cabos de aço, dando transparência e leveza ao ambiente, que pode ser observado por passantes e frequentadores a partir das áreas externas.

Fechamento lateral (atelier do artista, salas multiuso, depósito, toaletes e sede de varrição)
Montantes – perfis de aço, cor grafite
Venezianas e portas – madeira de reflorestamento, cor natural
Chapa perfurada – em aço, cor grafite

Entrada principal (exposição e café)
Estrutura de vigas e pilares – em aço, cor grafite
Vergalhões – em aço, cor grafite
Ripas – madeira de reflorestamento, cor natural
Cobertura – telhas translúcidas de policarbonato; treliças de tubos retan­gulares de aço, cor grafite
Portão basculante – requadro em aço e fechamento em madeira de reflo­restamento, cor natural

Paredes divisórias (atelier do artista, salas multiuso, depósito, toaletes e sede de varrição)
Estrutura – perfis de aço, cor grafite
Fechamento – chapas de aço lisa, cor grafite

Mobiliário
Bancos – em concreto armado, cor natural
Balizadores – em aço, cor grafite

Quiosques multiuso
Módulos de 5 x 2,5 x 2,5m (L.A.P.) em estrutura metálica. Fechamentos transversais flexíveis de chapa metálica e fechamentos longitudinais de báscula em madeira de reflorestamento, cor natural. 

Pavimentação

A fim de valorizar e incentivar o pedestre como o principal agente transformador do espaço, a pavimentação foi pensada para seu acesso ser prioritário e atrativo. Na proposta, os pisos estão nivelados à rua e estas, sinalizadas, como ‘trafic-calm’ para garantir a hierarquia do pedestre sobre o espaço.

Na área externa do ‘Viaduto das Artes’, foi proposta uma praça de convivência, para que esse espaço não seja apenas uma zona de passagem, mas sim de permanência com muitas atividades interativas, estimulando convivências e intercâmbios entre diversos nichos sociais. 

Assim, foram planejadas áreas com mobiliário interativo e atrativo para todas as idades, práticas esportivas, como skate e bicicletas, e espaços de contemplação natural, com solo permeável e bastante vegetação.

Pisos praça de convivência
Cacos de tijolo de barro, pedra portuguesa (branco e vermelho), cimento queimado (cinza claro), piso-grama, gramíneas

Piso via de tráfego e calçadas
Intertravado retangular (cinza claro e escuro)

Pisos internos
Salas multiuso, atelier do artista, depósito, sede de varrição e toaletes – cimento queimado, cor cinza claro
Exposição e café – pedra portuguesa (branco e vermelho)
Pátio e Jardim interno – pedra portuguesa (branco e vermelho), cacos de tijolo de barro, gramíneas e madeira de demolição

ficha técnica

Equipe
Natalia Parahyba
Priscila Marques

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158.02 concurso
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