Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

projects ISSN 2595-4245


abstracts

português
O presente trabalho especula intervenções destinadas à recuperação ambiental das principais minas dispostas no cordão de morros que determina o limite administrativo da cidade de Brumadinho.

english
This work speculates interventions aimed at the environmental recovery of the main mines located in the ridge of hills that determine the administrative limit of the city of Brumadinho.

español
Este trabajo especula intervenciones encaminadas a la recuperación ambiental de las principales minas dispuestas en el cordón de cerros que determinan el límite administrativo de la ciudad de Brumadinho.

how to quote

PORTAL VITRUVIUS. Nada será como antes. A paisagem e o projeto: Investigações sobre Brumadinho e a Mina Pau Branco. Projetos, São Paulo, ano 21, n. 246.01, Vitruvius, jun. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/21.246/8358>.


O que nos chama a atenção desta história e geografia?

Há um imenso interesse pelas nuances do relevo (sistema orográfico) composto pelas Serras da Calçada, da Moeda, do Rola Moça e Grande. Ali, a Serra da Calçada desenha a fronteira entre o Bioma de Mata Atlântica e do Cerrado. A vegetação e a presença de inúmeras espécies de aves, inclusive raras, são outros temas de atração para a investigação científica e para a visitação de interessados leigos. Há também um conjunto de cavernas de interesse espeleológico e de grande potencial turístico.

Nesta cena que se desenha, há ainda o Conjunto Histórico e Paisagístico da Serra da Calçada situado entre os municípios de Brumadinho e Nova Lima. Sua paisagem cultural é constituída pela memória histórica da mineração dos séculos 18 e 18, registrada pelas suas edificações e estruturas. Encontram-se na Serra caminhos pavimentados (origem de seu nome), que estão em ruínas, além da fábrica de São Caetano da Moeda Velha e o complexo minerário do Forte de Brumadinho. O tombamento estadual do Conjunto foi efetuado em 2008.

O nome do município se deve à formação constante de neblina ou brumas geradas pela intensa presença de água, da vegetação e do relevo. Brumadinho é banhada pelos rios Veloso, Águas Claras, Manso e Paraopeba, todos integrantes da bacia do rio São Francisco. O Parque da Serra do Rola Moça abriga importantes mananciais de água, declarados pelo Governo Estadual como Áreas de Proteção Especial, que garantem a qualidade dos recursos hídricos que abastecem parte da população da região metropolitana. Água mineral de alta qualidade (diversificada composição de sais minerais em baixa) é extraída dos grandes aquíferos existentes ali.

Além da mineração (que consideramos, por hipótese, como suspensa), o levantamento feito pelo Senac Minas Gerais relaciona e descreve as principais atividades desenvolvidas: a agropecuária praticada em pequenas e médias propriedades, com predominância de mão-de-obra familiar que se dedica principalmente à pecuária leiteira, fruticultura, olericultura e a produção de cachaça artesanal.

Potencialidades

Na fruticultura, destaca-se a produção de mexerica Ponkan, que continua sendo expressiva no município e no Estado. A olericultura (área da horticultura que abrange a exploração de hortaliças, raízes, bulbos, tubérculos, frutos diversos e partes comestíveis de plantas) tem aumentado significativamente sua participação no setor, em quantidade, qualidade e, principalmente, em diversidade, isso devido aos abundantes recursos hídricos e à proximidade e facilidade de acesso aos mercados consumidores da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A produção de cachaça artesanal é bastante significativa, com uma produção anual aproximada de 553 mil litros. Brumadinho é recordista mundial em Cachaça Artesanal com o selo da Associação Nacional de Produtores de Cachaça — Anpac. Possui marcas famosas como Brumado Velho, Saideira e Boa Vitória, além de ser pioneiro no lançamento da cachaça feminina Domina, da empresa Segredo do Patriarca. A Rota da Cachaça Veredas do Paraopeba são roteiros turísticos desenvolvidos e criados a partir de pesquisas e muita dedicação nas histórias, estórias, “causos” e contos de Brumadinho e seu entorno. Tendo a cachaça como indutor, os passeios foram criados agregando o que há de mais mineiro e vivencial, em contato direto com a comunidade.

Outra vocação do município, e que merece tratamento à parte, reside em sua potencialidade para desenvolver vários segmentos do turismo.

Na região destacam os sítios paisagísticos marcantes como o maciço rochoso têm estimulado a exploração turística no município, atividade muito promissora para o desenvolvimento da economia municipal. Atualmente há um expressivo fluxo turístico em direção às localidades mais próximas das encostas da Serra do Rola Moça e da Moeda, com acesso pela BR-040, principalmente nos finais de semana. Os visitantes para lá se dirigem para praticar o Turismo de Aventura, Ecoturismo, Turismo Rural, entre outros).

Outro segmento promissor é o do Turismo Cultural, representado pela oferta gastronômica, eventos e festas, que também tem sido motivo de deslocamentos para o município.

A geografia e o clima da região são muito convidativos e já atraem investidores do segmento de pousadas, restaurantes e a venda de derivados de leite, abrindo possibilidades de geração de emprego e renda, além de qualificação profissional para a população da região metropolitana de Belo Horizonte.

A criação do Inhotim Instituto Cultural, a Oeste do município com acesso pela BR 381, marcou o ingresso de Brumadinho na lista dos municípios de grande interesse turístico em Minas Gerais. Inhotim é um dos maiores museu do mundo no gênero, com seus jardins tropicais e os pavilhões de arte contemporânea e tem atraído aproximadamente 10 mil visitantes por mês.

Dentre os povoados rurais, merecem atenção os que se sobressaem no contexto histórico e religioso, como é o caso de Conceição de Itaguá (antigo Brumado do Paraopeba), São José do Paraopeba e Piedade do Paraopeba. Este último, também ao pé da Serra da Moeda, já se consagrou como um centro de romaria.

A potência latente dos dados expostos converge para as premissas de turismo de base comunitária — TBC: priorizar estratégias voltadas à divulgação em mercados regionais, realizar pesquisas de demanda periódicas e investir na disponibilização de informações de qualidade aos visitantes. O TBC baseia no reconhecimento e na valorização da relação integrada entre cultura e natureza e dos espaços de encontro e acolhimento entre visitante e visitado como elementos marcantes da experiência de vivida.

Problemática

O intercâmbio e a mescla de diferentes visões da proposta metodológica para o módulo Brasil intensifica o pensamento em direção à Brumadinho do futuro. A trama que arrematou a etapa de investigação territorial integra-se à afirmação “um dia o modelo extrativista vai se esgotar” e a ressignificação da ação antrópica (grupo 3), assume os pressupostos da “paisagem como recurso — pensando alternativas a modelo extrativista” (grupo 7) e vislumbra intervenções no interior e entre as f(ó)rmas e f(ô)rmas das minas (grupo 8) (1).

São o foco deste trabalho as 5 principais minas, que fazem parte do desenho do limite municipal de Brumadinho: a Norte Esperança — Emesa, Mineral do Brasil, Córrego do Feijão e da Jangada e a Leste, Pau Branco, situada próxima ao mirante “Topo do mundo”.

A paisagem da destruição, com as montanhas transformadas em pó (ou em lama) é o território desta proposta de intervenção.

Como encontrar soluções para contar a história da paisagem?

Como resposta, algumas iniciativas vêm à mente:

  • Utilizar as estruturas geológicas pré-existentes, locais vazios, prédios abandonados, lugares inóspitos remanescentes da atividade extrativista da mineração;
  • Identificar demanda por espaços de uso público para operar dinâmicas alternativas de desenvolvimento amplo — econômico de base comunitária, social como convivência e ambiental como territórios natural e construído.

E alguns desafios se colocam e como analogia, elegemos alguns critérios e elementos comparativos:

  • Escala: Plataforma do estádio Mineirão (670 x 390m;
  • Vocabulários: Elementos naturais e “a montanha pulverizada” (2);
  • Possibilidades: Usos previsíveis e imponderáveis.

Projeto para a Mina Pau Branco, sobreposição entre a mancha de extração da mina e unidades de dimensão com base no Estádio do Mineirão, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

O objetivo é intervir especificamente no contexto antrópico das minas com proposta de caminhos sinuosos e ondulantes até seu interior e suas instalações. Trazer para perto do olhar as faces ceifadas das montanhas, conectá-las visual e fisicamente e criar infraestruturas para atividades indeterminadas.

Iniciando-se a aproximação com os objetos de estudo, foi proposta uma delimitação de cada uma das minas a partir de um recorte territorial medindo 2 x 4,25 km, que serão apresentadas em ordem da esquerda para a direita, conforme identificação da imagem abaixo:

Identificação das manchas de extração das 5 minas estudadas, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

Mina Esperança (Emesa)
Latitude: 20˚6'33.26"S
Longitude: 44˚13'21.13"O
Cota máxima: 963m
Empresa proprietária: Vale S.A.
Início de operação: Anterior a 1984
Condição atual: Parada desde novembro de 2019

Mina Esperança, topografia e planta de nível com mancha de ocupação das atividades extrativistas e corte territorial, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

Mina: Mineral Brasil
Latitude: 20˚ 6'13.24"S
Longitude: 44˚ 9'42.10"O
Cota máxima: 1060m
Empresa proprietária: Mineral Brasil
Início de operação: Anterior a 1984
Condição atual: em 2018 a mina foi flagrada em ações irregulares — desmatamento, abertura de cava e contaminação de água.

Mina Mineral Brasil, topografia, planta de nível com mancha de ocupação das atividades extrativistas e corte territorial, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

Mina: Mina Córrego do Feijão
Latitude: 20˚5'51.73"S
Longitude: 44˚7'50.44"O
Cota máxima: 1320m
Empresa proprietária: Vale S.A.
Início de operação: Anterior a 1984
Condição atual: parada desde janeiro de 2019.

Mina Córrego do Feijão, topografia, planta de nível com mancha de ocupação das atividades extrativistas e corte territorial, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

Mina: Mina da Jangada
Latitude: 20˚5'57.10"S
Longitude: 44˚5'37.54"O
Cota máxima: 1258m
Empresa proprietária: Vale S.A.
Início de operação: Anterior a 1984
Condição atual: Em atividade.

Mina da Jangada, topografia, planta de nível com mancha de ocupação das atividades extrativistas e corte territorial, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

Mina: Mina Pau Branco
Latitude: 20˚8'48.39"S
Longitude: 43˚58'47.81"O
Cota máxima: 1498m
Empresa proprietária: Vallourec & Mannesmann
Início de operação: Anterior a 1984
Condição atual: em atividade.

Mina Pau Branco, topografia, planta de nível com mancha de ocupação das atividades extrativistas e corte territorial, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

Especulações

Como abordar esta imensidão devastada?

É neste contexto que se estrutura a proposta de projeto: criar condições infra estruturais para poder ir e/ou estar nas minas: “mirar em direção ao centro da Terra” e “ver o mundão”.

Como processo de leitura para futura proposição foram constituídos 3 núcleos com base nas relações de proximidade a lugares de interesse na cidade:

  • Núcleo 1: Mina Esperança, vizinha de Inhotim.
  • Núcleo 2: Mina Mineral Brasil, Córrego do Feijão e Jangada — interconectadas.
  • Núcleo 3: Mina Pau Branco, próxima às ruínas do forte de Brumadinho.

Identificação dos núcleos especulativos 1, 2 e 3, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino

A caracterização territorial de cada um dos núcleos baseou-se nos seguintes aspectos: contexto histórico-geográfico, contexto ambiental (desde 1984, data de registro do Google Earth), conexões viárias, zoneamento municipal e instalações existentes (maquinário e edificações).

A partir deste reconhecimento, são propostas diretrizes para o plano geral de intervenção para cada um dos núcleos, sendo que o foco para estudos de projeto se deteve no núcleo 3. As diretrizes de intervenção partem do pressuposto de que a descontaminação foi realizada pelas empresas exploradoras de minério quando do encerramento das atividades extrativistas. Restam “não- lugares”, ausentes de vida, que deformaram a paisagem maculando o tempo do planeta Terra.

E neste ponto, vem a pergunta: o que propor nesta imensidão devastada?

As ideias vêm e vão, confundem-se, duvidam, assustam e comovem. Até que em um momento convergem para a criação de percursos para que o “não-lugar” possa ser visto por dentro e para fora, como uma tomada de consciência para novas formas de ocupação: a Natureza, com todos os seres, precisa “retomar” o ambiente com ações que revertam a degradação da história, da paisagem e na escala do cidadão, da sua cultura (entendida como formação e responsabilidade).

Há urgência em deflagrar o processo de recuperação do solo, intensificando as espécies nativas e recuperando o habitat natural. E somam-se ações nos pontos identificados ao longo dos longos percursos assentados em cotas de nível confortáveis ao deslocamento e intervenções desenhadas para que possa surgir um “lugar”.

Desenhar o chão para criar a oportunidade.

Núcleo 1

Mina da Esperança, identificação da mancha evolutiva das atividades extrativistas, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Elaboração dos autores a partir da base do Google Earth

Mina da Esperança, mancha extrativista e elementos territoriais. Diretrizes para recuperação ambiental e novas conexões, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Elaboração dos autores a partir da base do Google Earth

Mina da Esperança, condição em 2020, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Elaboração dos autores a partir da base do Google Earth

Mina da Esperança, exercício especulativo de recuperação da paisagem e novos pontos de conexão — percursos, planícies e pontos nodais, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Elaboração dos autores a partir da base do Google Earth

Núcleo 2

Identificação da mancha evolutiva das atividades extrativistas no conjunto de 3 minas de formam o que chamamos de Núcleo 2, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Elaboração dos autores a partir da base do Google Earth

Mancha extrativista e elementos territoriais. Diretrizes para recuperação ambiental com novas zonas de proteção ambiental e conexões, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

Condição da paisagem, identificando a Mina Mineral Brasil, Córrego do Feijão e Jangada, em 2020, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

Exercício especulativo de recuperação da paisagem e novos pontos de conexão — percursos, planícies e pontos nodais, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

Núcleo 3

Mina Pau Branco, identificação da mancha evolutiva das atividades extrativistas, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

Mancha extrativista e elementos territoriais. Diretrizes para recuperação ambiental com novas zonas de proteção ambiental e conexões, Brumadinho MG. Arquitetos Lucas de Sousa, Mariana Alves Barbosa, Pedro Machado Meneghel, Renata Semin e Vitória Paulino
Acervo dos autores

Projeto

Mina Pau Branco

A mina Pau Branco, na condição hipotética de inoperante, é a protagonista no núcleo 3.

A aproximação às escavações, cortes, edificações remanescentes e caminhos a partir da cota 1420m, instrui o projeto para valorizar as vistas panorâmicas com passarelas, mirantes, pontos de parada e para promover o contato com os recursos naturais por meio de túneis, passagens, bacias de retenção de água entre outros.

Não foi pré-estabelecido nenhum programa porque as possibilidades são inúmeras e outras nem pensadas hoje. De toda forma, o conjunto estudado gostaria de:

  • Ativar os meios alternativos de produção local cultural e econômica como alimentação, bebidas, música, teatro, arte, circo, exposições e festivais (sazonais e temáticos);
  • Integrar tecnologia à produção artesanal a à produção cultural nos acontecimentos a programar;
  • Instalar pontos de monitoramento geológico e ambiental conectados à centros de operação e controle.

Seria muito promissor se boa parte deste projeto se realizasse e se delineassem programas com a sociedade de Brumadinho.

notas

NA — Trabalho desenvolvido em grupo, na ocasião do curso de pós-graduação Lato Sensu “América: Geografia, Cidade e Arquitetura”, da Escola da Cidade, durante o Módulo Brasil — entre março e junho de 2020. O presente artigo é inédito, porém, o exercício de projeto desenvolvido pelo grupo foi apresentado em aula para os demais alunos e professores do curso. Na ocasião, este trabalho foi orientado pelos professores Álvaro Puntoni, Fernando Viegas, Ana Castro e Carlos Alberto Maciel. Todo o trabalho foi desenvolvido durante o período de quarentena para enfrentamento da pandemia do coronavírus, causador da Covid-19.

1
A orientação do desenvolvimento de projeto aconteceu de forma coletiva, colaborativa e rotativa. A ideia aplicada à turma propôs uma leitura territorial dividida em três etapas. As etapas, denominadas de propostas conceituais de diagnóstico e de intervenção, eram conformadas essencialmente por leituras sobre o local, de modo que ao final de cada leitura, uma diretriz de intervenção era lançada. Após a entrega de cada etapa, os grupos renunciavam a seus trabalhos, e seguiam as diretrizes e leituras de outros grupos, conformando um novo olhar, partindo do olhar desenvolvido por outros. A experiência resultou em trabalhos consistentes, formados coletivamente por oito grupos, de forma interdependente e com leituras que exploravam e se potencializavam a partir de olhares distintos.

2
Referência ao poema “A montanha Pulverizada” de Carlos Drummond de Andrade.

sobre os autores

Lucas de Sousa é arquiteto e urbanista (FAU USJT, 2018) e pós-graduado em Geografia, Cidade e Arquitetura (Escola da Cidade, 2021). Atualmente colabora no desenvolvimento técnico e gráfico de projetos arquitetônicos residenciais na empresa sysHaus. Atua também, de forma autônoma, em projetos de branding e design gráfico.

Mariana Alves Barbosa é arquiteta e urbanista (FAU Mackenzie, 2017) e pós-graduada em Geografia, Cidade e Arquitetura (Escola da Cidade, 2021). Atualmente é mestranda do PPGAU Mackenzie, desenvolvendo pesquisa sobre arquitetura contemporânea latino-americana, através de estudos de projetos concebidos por arquitetas. De forma autônoma e colaborativa, atua no desenvolvimento de projetos arquitetônicos, incluindo participação em concursos de arquitetura.

Pedro Machado Meneghel é arquiteto e urbanista (IAU USP, 2014). Sua experiência na área contempla passagens e colaborações em escritórios, projetos de autoria própria e participações e prêmios em concursos nacionais de projetos de arquitetura. Atualmente trabalha de forma autônoma desenvolvendo projetos arquitetônicos de variadas escalas e programas.

Renata Semin é arquiteta e urbanista (FAU USP, 1982) e cursou 4 módulos no curso Geografia, Cidade e Arquitetura (2019-2020) da Escola da Cidade. Desde 1984, como uma das sócias da empresa Piratininga Arquitetos Associados, é responsável pela condução técnica de projetos de edifícios escolares, culturais, institucionais e habitacionais. Atua também em projetos para regeneração urbana, principalmente em áreas centrais de grandes centros urbanos brasileiros.

Vitória Paulino é arquiteta e urbanista (Faap, 2018) e pós-graduada em Geografia, Cidade e Arquitetura (Escola da Cidade, 2020). Atualmente colabora com projetos arquitetônicos e urbanos na empresa Piratininga Arquitetos Associados. Contribui para o Baú da Escola da Cidade, sendo monitora na pós-graduação Geografia, Cidade e Arquitetura. Desenvolve também, de forma autônoma, projetos arquitetônicos.

preâmbulo

O presente artigo faz parte de Preâmbulo, chamada aberta proposta pelo IABsp e portal Vitruvius como ação para alavancar a discussão em torno da 13ª edição da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, prevista para 2022. As colaborações para as revistas Arquitextos, Entrevista, Minha Cidade, Arquiteturismo, Resenhas Online e para a seção Rabiscos devem abordar o tema geral da bienal – a “Reconstrução” – e seus cinco eixos temáticos: democracia, corpos, memória, informação e ecologia. O conjunto de colaborações formará a Biblioteca Preâmbulo, a ser disponibilizada no portal Vitruvius. A equipe responsável pelo Preâmbulo é formada por Sabrina Fontenelle, Mariana Wilderom, Danilo Hideki e Karina Silva (IABsp); Abilio Guerra, Jennifer Cabral e Rafael Migliatti (portal Vitruvius).

comments

246.01 13ª Bienal + Vitruvius (Preâmbulo)
abstracts
how to quote

languages

original: português

source

share

246

246.02 13ª Bienal + Vitruvius (Preâmbulo)

H.O.M.E. — Housing and Office Modular Environment

246.03 13ª Bienal + Vitruvius (Preâmbulo)

Habitação social na Amazônia

246.04 13ª Bienal + Vitruvius (Preâmbulo)

Casa Vênus

246.05 13ª Bienal + Vitruvius (Preâmbulo)

Pontos urbanos

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided