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architectourism ISSN 1982-9930


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O maior Zoológico da América Latina é tão cosmopolita como a cidade de São Paulo e abriga com grande conforto animais nativos, imigrantes e turistas em uma reserva urbana de mata atlântica


how to quote

DOMINICHELLI, Guilherme. Animais nativos, imigrantes e turistas. Arquiteturismo, São Paulo, ano 01, n. 004.04, Vitruvius, jun. 2007 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/01.004/1332>.


O comportamento, as formas e as cores dos animais sempre fascinaram as pessoas. Observando a história, veremos as primeiras coleções na Grécia antiga, no Egito e no Império Romano. A captura na natureza, infelizmente, se estendeu até o começo do século 20, quando animais exóticos eram levados para parques e zoológicos de vários países.

Hoje, graças ao trabalho de informação e conscientização desenvolvido por profissionais sérios e zoológicos idôneos, essa história tomou outro rumo. Os objetivos de quem trabalha com animais em cativeiro são a reprodução de espécies ameaçadas de extinção, a pesquisa científica e a educação ambiental.

Algumas espécies nascidas em cativeiro retornaram a ambientes onde foram exterminadas no passado. É o caso do lobo em algumas regiões da América do Norte, o bisão europeu e o antílope órix da Arábia.

Existe, então, um intercâmbio muito bom entre zoológicos do Brasil e do mundo.

Entre as novas atrações do Zoológico de São Paulo, estão os tigres-brancos que vieram de um zoológico da França, que em troca, recebeu pequenos felinos brasileiros.

Já os mais recentes moradores do Zôo SP são os chimpanzés. Uma família completa de 8 indivíduos, o macho adulto Xico, as fêmeas adultas Tina, Maria Pia, Rita, Faustina e os filhotes Pipa, Pepe e Cuca.

Todos vieram do zoológico de Lisboa e há 2 meses nasceu mais um bebê, seu nome é Vitória, uma brasileirinha na família portuguesa.

Sendo assim, a maioria dos animais que estão nos zoológicos hoje são nascidos em cativeiro e bastante adaptados. Só chegam ao zôo animais nascidos na natureza quando a polícia realiza alguma apreensão de traficantes de animais.

Um ótimo exemplo de intercâmbio é nosso animal mais velho, a "vovó" Tetéia, um hipopótamo fêmea que chegou do zoológico de Córdoba, Argentina, em 1964.

Durante toda a sua vida em São Paulo, Tetéia teve 10 filhotes, inclusive um fato raro o nascimento de gêmeos. A maioria foi transferida para outros zoológicos.

E agora, o público do Zôo Safári têm uma nova atração, um jovem hipopótamo de 11 meses, vindo de um parque no Ceará.

Então teremos a mais velha e um dos mais jovens animais do zôo bem representados por essa simpática espécie.

Sempre que se planeja a chegada de um animal, todo o ambiente do seu novo lar deve ser muito bem estudado. Os hipopótamos precisam de um lago grande, afinal, passam a maior parte do dia dentro da água, saindo para pastar durante a noite, evitando assim os fortes raios de sol.

Já uma espécie tímida como os lobos-guará, que em determinadas horas do dia preferem se esconder, necessitam em seu recinto uma vegetação parecida com o seu habitat natural, o cerrado.

Imaginem o lobo-guará em um recinto gramado como a planície africana? Ou os mais altos animais terrestres, as girafas, com uma casa menor que sua altura, 5 metros?

Certamente nossos hóspedes ficariam incomodados e estressados. Por isso a construção e ambientação dos recintos deve ser planejada para que fique parecida com o habitat natural de cada espécie animal.

Assim, os 3.500 animais do Zoológico de São Paulo, recebem toda atenção e cuidados necessários para o seu bem estar.

Não podemos esquecer dos animais que já habitavam as matas ao redor, antes mesmo do Zôo ser construído. São macacos-bugio, bichos-preguiça, lagartos-teiú, cobras, tucanos, etc.

São “paulistanos” que certamente estão muito bem ambientados e sempre que possível arranjam um jeitinho de pegar algum alimento que sobrou dos animais nos recintos.

Vale destacar também algumas espécies que são verdadeiros visitantes, animais que passam apenas alguns períodos do ano no Zôo de São Paulo.

Os “turistas” mais presentes são os marrecos chamados irerê. Todos os anos durante o inverno essas aves migram do Rio Grande do Sul, fugindo do frio e retornam no início da primavera.

Até 3.000 aves são esperadas durante este período. Nossos visitantes são muito bem tratados, a alimentação das aves nos lagos triplica durante esta época, só para melhor atender os irerês.

Independente da origem ou da história de cada animal no Zoológico de São Paulo, eles são muito bem recebidos e tratados. Afinal, o maior zoológico da América Latina se preocupa muito com seus hóspedes.

Semelhante ao que São Paulo, uma das maiores cidades do mundo, faz com seus turistas e moradores.

sobre o autor

Guilherme Augusto Domenichelli, biólogo do Núcleo de Educação Ambiental e Divulgação da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Atividades como Passeios Noturnos, Visitas Monitoradas, Apresentações didáticas com animais treinados, etc. Consultoria e entrevistas para diversos programas de rádio e televisão: Cultura, Globo, Record, SBT, Gazeta, Band e Rede TV (Programa Late Show). Escreve para os jornais Vale News e Jornal da Tarde (Opinião). Ministra palestras em congressos, universidades públicas e particulares.

 

 

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