Ao mesmo tempo em que On the road de Jack Kerouac faz 60 anos, uma mania de percorrer rotas e caminhos se espalha pelo mundo. Andando, escalando, pedalando, correndo ou motocicletando, milhões de pessoas seguem rituais de prazer, fé, conhecimento, conquistas e desafios. Aos percursos consagrados, como as peregrinações a Meca, Jerusalém e o caminho de São Tiago, somaram-se rotas como a dos Incas no Peru, a 66 nos EUA, e os passos de Anchieta, no Brasil.
Um novo desafio esta sendo preparado, com obstáculos insólitos a serem vencidos, como fronteiras fechadas e percursos por países em beligerância constante: a redescoberta do Caminho da Abraão. É o roteiro por onde passou o patriarca das religiões monoteístas, que de acordo com os textos bíblicos, há 4 mil anos circulou por locais que hoje se encontram hoje na Turquia, Síria, Israel, Jordânia, Palestina, só para começar. A esperança dos empreendedores – cristãos, judeus e muçulmanos – é que ocorra algo similar ao “efeito Bilbao” e que o turismo se sobreponha ao terrorismo. Enfim, um percurso para se pisar lado a lado e não uns sobre os outros.