Os habitantes de uma cidade percorrem todos os dias suas ruas, calçadas, praças e largos. Usam seus edifícios, mobiliários urbanos e equipamentos urbanos. Contemplam os monumentos, assistem os espetáculos e rezam nas igrejas. São eles que dão vida aos chamados espaços públicos, que não passam de objetos inanimados. São eles, os cidadãos, que conferem um caráter ao lugar, pois mantêm com os objetos urbanos uma simbiose específica.
O tipo físico, as expressões faciais, os trejeitos corporais, as roupas e adereços, o corte de cabelo, o olhar. Tristeza, felicidade, perplexidade, curiosidade, alegria, tédio, desesperança – tantos estados de espírito que em sua sobreposição resulta em uma legítima expressão da coletividade.
As fotos de Silvana Romano perscrutam os anônimos habitantes de Quito e, por um intencionado efeito metonímico, capturam também a cidade que habitam.
nota[texto de Abilio Guerra]
sobre o autor
Silvana Romano é arquiteta, editora do Portal Vitruvius e da Romano Guerra Editora