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architectourism ISSN 1982-9930

Monumento às bandeiras, Parque do Ibirapuera, São Paulo. Foto Victor Hugo Mori

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O curador Giovanni Pirelli apresenta a obra de sua avó, a artista multidisciplinar Marinella Pirelli, falecida em 2009. A exposição no Museu de Arte Brasileira – MAB da FAAP traz algumas peças da diversificada atuação da artista italiana.


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PIRELLI, Giovanni. Marinella Pirelli. A obra multidisciplinar de uma artista italiana. Arquiteturismo, São Paulo, ano 10, n. 114.07, Vitruvius, set. 2016 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/10.114/6208>.


Ao ser convidado para ser curador de exposição sobre a obra de Marinella Pirelli (1), minha avó paterna, logo me deparei com o maior desafio da encomenda: como apresentar ao público estrangeiro a importância do trabalho da artista, tão evidente para seus familiares?

Marinella trabalhou por mais de cinquenta anos, trinta deles isolada do carrossel social que faz o mundo da arte girar, seja devido ao seu temperamento difícil e dos acasos da vida, seja por ter sido uma mulher em um mundo de homens. Se houvesse a oportunidade, faria uma grande exposição retrospectiva, mostrando a enorme extensão de sua produção, a evolução poética e teórica de seu trabalho, os grandes quadros, as muitas faces de sua vida e de seu caráter. E colocaria também em primeiro plano como, já a um passo do reconhecimento internacional, o destino a colocou em cheque e Marinella, contra a natureza de seu ser, fez o que a sociedade esperava da sua condição feminina: tomar conta da família.

A exposição do MAB em São Paulo apresenta um fragmento de uma longa vida dedicada à arte, que corresponde ao período que transcorre do fim da década de 1950 ao começo dos anos 1970. Marinella produziu nesse interim obras visionárias, à frente do seu tempo, antecipando pesquisas que aconteceriam no resto da Europa apenas nos anos seguintes. São tais trabalhos que, de forma mais eloquente, colocam a artista em uma posição de relevância dentro da história da arte.

A apresentação sumária da trajetória de Marinella e de alguns trechos escritos em suas memórias pode dar uma ideia da personalidade dessa mulher e artista extraordinária.

Cheios de entusiasmo, os primeiros momentos da formação pictórica de Marinella Pirelli ocorrem na pequena cidade de Belluno, norte da Itália, “em um isolamento que acentuava as dificuldades de informação, de relacionamento e de abertura cultural”. Correm os anos 1940, com a Itália em guerra, fechada às novidades artísticas e intelectuais do restante do mundo. O ritmo lento e contemplativo da Belluno isolada e a proximidade com a natureza permitiram que ela educasse com preciosismo o olhar e a paciência. Um olhar lento e atento ao presente, tão diferente de seu caráter dinâmico, rápido e voltado para o futuro.

Marinella Pirelli, 1944
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

As pinturas desse período expressam o protagonismo do meio natural, onde as primeiras experimentações com a cor estabelecem o solo onde se erguerá uma linguagem autoral que vai se manter em toda a sua produção:

“para mim isso era pintar: ter uma relação elementar e fulgurante com as paisagens, com o grande silêncio, sobretudo com as luzes, aquela luminosidade vasta e inapreensível”.

Em 1948, Marinella troca a frustrante paz de Belluno pelo clima enérgico de Milão. Expande seus horizontes artísticos trabalhando como figurinista, cenógrafa e, por vezes, atriz para a companhia de teatro Il Carrozzone, liderada por Fantasio Piccoli. Além dos estímulos que encontra em seu novo trabalho, as novas amizades e, sobretudo, a liberdade fomentam um novo ciclo de sua produção artística, logo reconhecido publicamente com o Prêmio Paris, recebido na pequena Cortina d’Ampezzo.

Marinella Pirelli, 1948
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Com a coragem renovada, Marinella se muda definitivamente para Roma – capital de uma Itália liberada do fascismo, que vive momento cultural fervilhante –, onde se torna extremamente ativa. Frequenta o mundo dos artistas, em especial do cinema, e inicia suas experimentações com as novas tecnologias. Quando trabalha para a Filmeco, produtora de filmes de animação, conhece e estuda as obras de Norman McLaren, gênio escocês da animação. São desse momento as primeiras reflexões sobre as imagens em movimento, passo decisivo na evolução de sua poética artística:

“É com seus trabalhos que compreendi que a qualidade conceitual e visual de um filme é o movimento, a transformação da luz”.

“Aprendi a filmar do primeiro passo, fotograma por fotograma, fotogramas por segundo: são milhares de desenhos!”

Na roda de amigos romanos conhece Giovanni Pirelli, filho de industrial – o “rei da borracha” –, que por coerência política tinha recusado herdar a indústria de família. Pouco depois, em 1953, os dois se casam. No mesmo ano, nasce o primogênito Francesco e, em 1954, o segundo filho, Pietro. Suas anotações registram o momento:

“Um passo, o casamento, difícil para mim, porque eu não previa as complicações que comportaria, com o meu jeito de levar a vida e as coisas que acontecem com leveza... o amor... a maternidade... Na época acontecia, e talvez aconteça ainda hoje, que a jovem noiva não é mais Marinella, é a esposa de... E se ainda por cima é a esposa de Giovanni Pirelli, ela é atropelada por complicações e implicações imprevistas, que mudam as relações com muitas pessoas, se não todas [...]. Em poucos meses a minha vida muda profundamente. A compartilho com um homem que começa a viver uma vida diversa daquela para a qual foi educado e criado: é uma escolha séria em tempos onde a tensão política tem peso enorme e determinante, que envolvem pensamentos, afeições, sentimentos e põem um individuo sempre diante de sua consciência.

Sou também duas vezes mãe. Para as mulheres da minha geração, amar significava também ter filhos. Talvez hoje isso pareça engraçado, pois é uma escolha. Não acho que a maternidade seja uma necessidade absoluta para uma mulher, para sua realização. Tenho a impressão de que sobre esse assunto haja muita retórica. Me parece que ter filhos não deveria ser considerado extraordinário e maravilhoso, não mais do quanto é extraordinário e maravilhoso viver.

De qualquer jeito, dar a luz é uma experiência indescritível: não há mulher que não pense, certeira e ao mesmo tempo resignada, de estar a um passo de morrer. Acho que o que acontece é tão próximo à raiz do ser que realmente vida e morte naquele momento coincidem”.

Marinella Pirelli, Varese, 1963
Foto de Ugo Mulas [Fondazione Marinella Pirelli]

Nos primeiros anos da nova vida familiar, Marinella se afasta de Roma para se dedicar às responsabilidades de esposa e mãe. Distante da energia e dos amigos de Roma, Marinella se refugia na pintura. Os quadros entre 1957 e 1960 se voltam para a abstração; a cor vira sujeito, domina o objeto representado e guia o olhar de Marinella sobre o mundo.

Marinella Pirelli em seu estúdio em Varese, 1968
Foto Gianni Berengo Gardin [Fondazione Marinella Pirelli]

Com Giovanni e as crianças, se muda antes para as Alpes, em Verrand, e, posteriormente, para Varese, a 50km de Milão. No estúdio na nova casa, construída no meio de um enorme jardim multicolorido que Marinella projeta e cultiva com cuidado, a artista encontra terreno fértil para a sua produção. Produz dois filmes de animação – Gioco di Dama e Pinca e Palonca –, momento fundamental de sua experiência artística. No escuro da sala de gravação Marinella tem controle absoluto sobre a iluminação. Pode brincar, ser dona desse elemento que, desde sempre, é a sua mais forte atração.

“Comecei a entender as qualidades puras das cores, sem suportes, etéreas, aquelas que Munari chama de cores da luz, porque as cores são fracções da luz”.

Marinella Pirelli, Inverno, 1956
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Diante das reflexões sobre a identidade das cores e das suas possíveis manipulações, Marinella se sente no dever de aprofundar os estudos de outras mídias para se expressar:

“A pintura me divertia, mas não era suficiente, e isso independentemente das minhas habilidades e dos resultados que alcançava. Sentia que, naquele caminho, era impossível ser totalmente eu mesma. Mais do que cristalizar uma imagem, um gesto ou um pensamento, mesmo feliz e positivo, me interessava mostrar o fazer-se de uma imagem, de um gesto, de um pensamento”.

Marinella Pirelli, 1968
Foto Gianni Berengo Gardin [Fondazione Marinella Pirelli]

São nesses anos que começa a se aproximar da câmera de filmagem, da 16mm, e a experimentar as múltiplas possibilidades da mídia. Como sempre, quando a artista encontra novos estímulos e formas de expressão, a produção é intensa. O jardim é o grande protagonista dos trabalhos desse período, com suas flores, luzes, folhas, o lago. Mas a pesquisa leva Marinella além. A luz é matéria, espaço, é um agente transformador, e o filme sozinho não consegue mostrar todas as possibilidades expressivas.

Das novas exigências nasce, em 1967, a obra mais complexa e que melhor sintetiza a trajetória artística de Marinella: o Filmambiente ou Environmental Screen, um paralelepípedo composto por telas flutuantes sobre as quais a artista projeta imagens. O espectador é convidado a atravessar o espaço, mergulhando dentro das cores e do mundo contido nas paredes de luz.

Marinella Pirelli montando o protótipo de Filmambiente, 1968
Foto Gianni Berengo Gardin [Fondazione Marinella Pirelli]

Tommaso Trini, em um artigo para a revista Domus de agosto 1969, explica: “Todo o espaço é dedicado à representação; todo o espaço é dedicado ao público. O axioma que Richard Schechner elaborou para seu environmental theatre vale igualmente para a avançada experiência de cinema ambiental proposta por Marinella Pirelli. Porém, com essa diferença: que o espaço real nesse caso se constitui como filme, é espaço fílmico”.

O Filmambiente catapulta Marinella de novo para o centro do mundo artístico. Em 1968, participa da importante exposição coletiva Al di là della pittura (“Além da pintura”), organizada por Gillo Dorfles, Luciano Marucci e Filiberto Menna. Entre 1968 e 1971 participa de exposições em Roma, Nápoles, Berlim e Düsseldorf. A artista volta a trabalhar em Roma, onde se dedica com entusiasmo à elaboração de novas obras e instalações. Seu estúdio se transforma em ponto de encontro da comunidade artística da capital italiana e é frequentado por Castellani, Mario Ceroli, Jannis Kounellis e Mario Merz, dentre outros.

Marinella Pirelli, 2007
Foto Lorenza Daverio [Fondazione Marinella Pirelli]

Os experimentos com as cores e a luz continuam intensamente no início dos anos 1970. Em paralelo ao estudo de novos ambientes luminosos, Marinella começa a construir máquinas tecnológicas que permitem a manipulação direta e controlada da luz – as Meteore (“os Meteoros”), molduras em alumínio que contém lâminas sobrepostas de metacrilato. Uma fonte luminosa fixada sobre trilhos se move para frente e para trás, projetando um feixe de luz perpendicular às lâminas. O resultado é uma imagem feita de cor pura, que se cria e se desfaz continuamente. É importante dizer que o elemento mecânico não é relevante para a essência do trabalho; o que importa para a artista é somente o resultado, a imagem. O mecanismo é apenas uma ferramenta necessária, tal como o pincel e a tinta.

A produção do período é tão intensa que se acumulam desenhos de projetos, de instalações. A relação com galeristas e curadores é incansável. Em uma carta à importante galerista parisiense Denise René, Marinella escreve, empolgada e, talvez, um pouco nervosa:

“Cara Senhora, terminei uma série de trabalhos que acredito possam lhe interessar. A essa altura só tem que escolher: Film Environment? Painéis com sequências circulares de luz? Ou os novos elementos cinéticos em alumínio e metacrilato?”

Contudo, os limites da vida familiar se impõem novamente. Poucos meses mais tarde, em abril de 1973, Giovanni Pirelli morre de forma repentina, devido a complicações após um acidente de automóvel.

“A morte de Giovanni me coloca diante de responsabilidades enormes, que me deixam sem fôlego. Tenho, dentre as outras coisas, que reorganizar minha vida com os meus filhos, entre Varese e Roma. Roma se afasta sempre mais: em 1975 abandonarei meu estúdio. Sinto, fortíssima, uma espécie de angústia de solidão, que a cada dia se faz mais clara. Se aproxima mais uma partida”.

Nos anos seguintes, Marinella se refugia na região agreste no interior de Verona para depois retornar à grande casa de Varese. São anos onde a pintura volta a ocupar um lugar fundamental em sua vida:

“Pintar é também uma forma de terapia. Um pintor, afinal, é uma pessoa que tem uma estranha obsessão e ao trabalhar pensa sobre ela, a identifica, convive com ela, a faz doce, fértil. Se os outros instrumentos servem para ter e produzir visões diferentes, é somente a pintura que permite essa concentração solitária, essa identificação”.

Marinella Pirelli, díptico Ortensia, Spazio Azzurro, 1980
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Talvez seja nessa frase que Marinella se explique de forma mais transparente. A luz é sua pesquisa, tecnologia e ferramenta para produzir sua verdade artística, mas a pintura é sua essência mais profunda.

Em boa parte dos anos 1980 e 1990 o isolamento da artista é quase total. Descontadas pequenas participações em exposições coletivas, trabalha na mais completa solidão, incansavelmente. Produz quadros, instalações, aperfeiçoa antigos trabalhos e cuida de seu jardim, que continua seu objeto predileto de representação.

O interesse institucional por sua obra retorna no final dos anos 1990, abrindo intenso ciclo de exposições e provocando a retomada da vida social de Marinella no mundo das artes, estimulada sobretudo pela figura fundamental do Conde Beppe Panza di Biumo, colecionador e promotor de artistas como Dan Flavin, James Turrell e Robert Irwin. Neste período de preparativos para as exposições e novos projetos, trabalha com entusiasmo renovado, até 2009, ano de seu falecimento repentino.

Marinella Pirelli, Meteora Doppio Tramonto, 1970-1972
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Recordo-me de quando retornei à casa de Varese nos dias posteriores a sua morte. Cruzava os quartos, cheios de quadros, desenhos, anotações. Sobre a grande mesa na sala ainda estavam os esboços de ideias, projetos, maquetes, sinais inequívocos de um trabalho constante e de uma morte inesperada. Lembro de sentir, pela primeira vez, o poder e a extensão do legado que Marinella tinha deixado dentro daqueles quartos, que foram o seu refugio e o seu laboratório nas três últimas décadas de vida.

Marinella Pirelli, fotograma de Gioco di Dama, 1961
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Marinella Pirelli, fotograma de Gioco di Dama, 1961
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Na seleção de trabalho expostos nessa mostra, me concentrei – como disse ao começar esse texto – naquele momento fundamental da vida de Marinella Pirelli onde a imagem inerte abre espaço para o movimento. Estão presentes os dois filmes de animação Gioco di Dama e Pinca e Palonca, frutos do estudo e do trabalho na Filmeco de Roma, e seis filmes gravados em 16mm ao longo do primeiro período em Varese, na segunda metade dos anos 1960. São experimentos fílmicos que tematizam a natureza e que envolvem uma fase intensa de estudo sobre as cores e a luz. A minha decisão foi de apresentá-los seguindo a técnica de projeção sobre fios, concebida por Marinella para as suas exposições nos últimos anos de vida, demonstrando como a relação com suas primeiras obras nunca se interrompeu.

Marinella Pirelli, fotograma de Appropriazione, 1967
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Marinella Pirelli, fotograma de Appropriazione, 1967
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Marinella Pirelli, fotograma de Bruciare, 1971
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Marinella Pirelli, fotograma de Bruciare, 1971
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Marinella Pirelli, Instalação Projeção sobre fios, 2007
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Marinella Pirelli, Instalação Projeção sobre fios, 2007
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Marinella Pirelli diante de sua instalação Projeção sobre fios, 2007
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

A sessão dedicada às obras de cinema experimental se completa com dois filmes que se destacam dentro da produção de Marinella – Narciso, Film Esperienza (1965) e Doppio Autoritratto (1974) –, para quem eu destino um pequeno espaço separado. Aqui, a atenção de Marinella se afasta dos estudos dedicados às cores e à luz e se concentra na experiência criativa em si, no ato de filmar a si mesma e na tentativa de registrar a própria essência. Filmes lindos e de grande intensidade, que acredito possam dar uma visão mais completa da personalidade de Marinella, de sua experiência de ser, além de artista, mulher.

Marinella Pirelli, fotograma de Narciso, 1966
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Marinella Pirelli, fotograma de Narciso, 1966
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Sua obra de maior fôlego – o Filmambiente, que por razões de espaço não pôde ser incluído nesta mostra – ganha algumas paredes onde estão afixados estudos, desenhos, projetos e fotos históricas maravilhosas, que se somam aos catálogos das exposições onde foi exposta a instalação entre o fim dos anos 1960 e o começos dos 1970. Como os desenhos e os projetos revelam a dedicação da artista e a profundidade de sua pesquisa, escolhi incluir também esboços e estudos produzidos no momento de máximo engajamento social, além de outros projetos, como os Pulsar. Cinco exemplares de Meteore, seus quadros de cor pura em movimento, completam a exposição.

Marinella Pirelli, Meteora Bianca, 1970
Foto divulgação [Fondazione Marinella Pirelli]

Fui movido pelo desejo de mostrar ao menos uma parte da complexidade da obra da artista, mesmo sabendo que, muito provavelmente, Marinella daria algum palpite sobre o trabalho de seu neto.

nota

NE – texto curatorial da exposição Marinella Pirelli, curadoria de Giovanni Pirelli, Museu de Arte Brasileira – FAAP, de 02 de outubro a 13 de novembro de 2016.

1
Marinella Pirelli nasceu em Verona em 1925. Após um período em Milão, se muda para Roma. Marinella participa dos cursos livres da Academia de Belas Artes e em 1951 começa a trabalhar para a produtora de filmes Filmeco. Em 1953 casa com Giovanni Pirelli e em 1963, junto com seus dois filhos, se mudam para Varese. Marinella manteve o estúdio em Roma, que se torna um ponto de encontro para a cena artística da capital italiana, com visitantes importantes como Enrico Castellani, Mario Ceroli, Mario Merz, Iannis Kounellis e Piero Dorazio. Nos anos 60 começa sua pesquisa sobre cinema de vanguarda e estudos sobre a luz, e dedica-se ao trabalho experimental, que a levariam a criar os trabalhos "Filmambiente – Environmental Screen" e a série "Meteore". Em 1973 Giovanni Pirelli morre em um acidente de carro e Marinella mergulha em um período de isolamento. Depois de alguns anos volta para Varese onde continua sua pesquisa poética e artística sobre a luz. Os últimos anos de sua vida são intensos, participa de 9 exposições coletivas e 6 individuais entre 2003 e 2009, ano de sua morte.

sobre o autor

Giovanni Pirelli, nascido em Milão, é curador, sócio da produtora cultural Cactus e co-diretor do centro multicultural Marieta.

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