Introdução
Italiano nascido em Siena, Cesare Brandi era formado em Direito e Ciências Humanas. Em 1930 iniciou seus trabalhos como supervisor de monumentos e galerias e na Administração das Antiguidades e Belas Artes em sua cidade natal. Por volta de 1934 Brandi atuou também na Universidade de Roma, bem como em outras instituições como escritor, critico e palestrante, sempre envolvido com a arte, história e restauração, assunto que o fascinava desde a infância. Posteriormente foi convidado por Giulio Carlo Argan, inspetor da direção geral de Belas Artes e Professor de Historia da Arte Moderna que desejava implantar em Roma um instituto para conservação de obras de arte. Assim, em 1938 Brandi ficou a cargo de organizar o Instituto Central de Restauro (ICR), em Roma. Em 1939 ele passou a ser o diretor do ICR, permanecendo até o ano de 1960 (1).
O ICR foi criado em um contexto histórico onde se fazia necessária novas soluções praticas para resolver a ampla destruição do patrimônio histórico europeu, produzida pela segunda guerra mundial. Para ser possível recuperar a identidade da população, destruída no pós-guerra, diversos debates foram realizados. Na Itália uma importante corrente, apoiada por teóricos como Cesare Brandi, Roberto Pane, Pietro Gazzola e Renato Bonelli, abriu caminho para uma nova teoria cuja busca era simplificar a recuperação do cenário, com menor dispêndio de tempo e recursos (2). Em pouco tempo o instituto se tornou referência obrigatória em técnicas de restauração, proteção, salvaguarda e restauro em toda a Itália. As práticas do instituto tiveram forte influência na formação de profissionais da área, principalmente os “funcionários historiadores de arte (ou arqueólogos) em início de carreira” (3).
A partir do ano de 1948, Brandi iniciou seus trabalhos junto à Unesco como especialista. Realizou varias viagens ao exterior e ainda lecionou na Universidade de Palermo. Nessa época ele também começou a produzir inúmeras obras relacionadas a sua área de conhecimento e à sua vasta experiência prática e reflexiva acumulada no IRC (4). Após deixar a direção do ICR, Brandi passou a se dedicar às “reflexões sobre a arte, a literatura das obras e monumentos de arte”. “Eram os temas de sempre” só que “conduzidos às formulações mais articuladas e complexas” (5). Foi neste contexto que Brandi desenvolveu as linhas gerais de sua principal contribuição para a área, denominada de teoria do restauro crítico (6).
Como consequência, este esforço culminou com a publicação de seu livro Teoria da Restauração, em 1963, que sintetiza suas experiências práticas e teóricas sobre o restauro, desenvolvidas desde a década de 1940 no ICR. Posteriormente esta obra veio a ter grande influência sobre a elaboração da Carta de Restauro Italiana de 1972 (7). O seu pensamento e pesquisa contribuíram para a formulação das atuais filosofias relacionadas a restauração (8).
É evidente que as atuais teorias acerca da preservação do patrimônio “são fundamentadas em pelo menos dois séculos acumulados de experiências e de reflexões”. Contudo, os trabalhos derivados das ideias de Brandi se destacam no contexto contemporâneo, inclusive nas abordagens de Carbonara que possuem uma “posição conservativa, de forma prudente, que não significa de modo algum congelamento”, propondo quando necessário “o uso de recursos criativos para tratar questões relacionadas ao restauro” como as subtrações, as adições e o restabelecimento de lacunas (9).
O próprio Brandi reconhecia que sua inspiração vinha dos trabalhos de grandes filósofos Europeus que vão de Platão a Kant, passando por Benedetto Croce, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre, Bergson e principalmente, Edmund Husserl e Hegel (10). Tal inspiração remete ao universo da fenomenologia, uma filosofia descritiva não experimental, e que esteve em pleno desenvolvimento na época de Cesare Brandi. Diante desta influência, o presente esforço de pesquisa tem como objetivo realizar uma releitura da teoria do restauro critico de Cesare Brandi, por meio dos princípios da fenomenologia de Edmund Husserl, visando estabelecer princípios fenomenológicos para a prática do restauro.
Método de análise
O procedimento de pesquisa adotado para o trabalho foi baseado em uma reflexão teórica, estruturada a partir de uma pesquisa bibliográfica acerca do tema. Conforme lembra Eco (11) as pesquisas baseadas em compilações teóricas devem trazer algo novo, se basear em uma pesquisa crítica da literatura existente e serem capazes de expor “de modo claro, buscando harmonizar os vários pontos de vista e oferecendo assim uma visão panorâmica e inteligente”. Além de respeitar estas premissas, o problema de pesquisa também se refere às contribuições do pensamento de um determinado autor para a área de estudo.
Vale evidenciar que em um trabalho científico a bibliografia pode atuar tanto como fonte quanto como simples revisão da literatura, dependendo da abordagem utilizada (12). Portanto, o uso apropriado da pesquisa bibliográfica como meio de coleta de dados, depende do claro entendimento desta distinção (13).
Cooper e Schindler (14) ressaltam que na pesquisa bibliográfica há uma grande importância em se estabelecer previamente as declarações de buscas iniciais. Para atender a este requisito, os termos Brandi e restauro crítico foram utilizados para buscas nas bases do Google Scholar, JSTOR e Proquest. Mas também foi considerado que a pesquisa bibliográfica tem um caráter dinâmico, no qual a construção de uma nova visão, proporcionada pela leitura, pode levar a uma nova necessidade de informações acerca da problemática estudada (15).
Visando atender às sugestões de Goldenberg (2007) também foram realizados fichamentos das obras para permitir a fácil recuperação posterior das informações lidas. Para tal foi utilizado o software Endnote X5.
De acordo com Eco (16) os trabalhos baseados compilações teóricas devem conter um profundo e estruturado processo reflexivo, para assim carregarem o grau necessário de ineditismo requerido para que um trabalho científico traga uma nova luz sobre os problemas analisados. Desta forma a pesquisa de compilação torna-se “cientificamente útil na medida em que o compilador reun[a] e relacion[e] de modo orgânico as opiniões já expressas por outros sobre o tema.” (17).
Para atender a esta afirmação, as considerações finais desta obra foram submetidas aos critérios de validação de uma teoria, abordados por Sampieri, Collado e Lucio (18). São eles:
- capacidade de descrição, explicitação e predição;
- coerência lógica: as proposições devem estar apropriadamente inter-relacionadas;
- perspectiva: a teoria deve possuir considerável capacidade de generalização;
- frutificação (heurística): a teoria deve ser capaz de produzir novas descobertas;
- parcimônia: a teoria deve ser o mais simples possível.
Com base nestes critérios, verificou-se que as considerações desenvolvidas por meio do processo cognitivo exposto, possuem condições para serem tratada como hipóteses coerentes que, conforme propõem Sampieri, Collado e Lucio (19), possuem potencial para serem aprofundadas em trabalhos futuros.
A fenomenologia como instrumento de apreensão da realidade
O primeiro filósofo a dar passos importantes no sentido da sistematização do pensamento fenomenológico moderno, foi o matemático Edmund Husserl. Husserl teria iniciado suas pesquisas a partir de angústias acerca da busca pelo “ideal de uma ciência verdadeiramente fundamentada em bases últimas e absolutas” (20). Para tal, Husserl partiu da premissa que os fenômenos são “as formas de estar consciente de algo e todos os seus constituintes” (21). Nesta concepção, os fenômenos não se tratam dos objetos em si e sim da forma com a qual estes são percebidos pela consciência do observador, forma esta que não se constitui em uma mera aparência e possui natureza própria (22).
A adoção desta abordagem levou Husserl (23) à conclusão de que só seria possível ter acesso às descrições dos fenômenos a partir do acesso direto aos conteúdos da consciência do observador, por meio de um método denominado por ele de redução eidética. Como exemplo desta metodologia pode-se tomar uma xícara. Sua cor ou desenhos nela estampados, não modificam o objeto xícara em sua essência. Ao remover tais atributos ela ainda se revela ao observador como uma xícara. Porém, ao remover a imagem da asa, a xícara assume a essência de um copo. Portanto, o processo de redução eidética revela que características como cor ou desenhos, não são componentes da essência primeira de uma xícara, enquanto a asa é um aspecto descritivo importante para que ela seja reconhecida como tal. É possível afirmar, então, que na evidência eidética a descrição do fenômeno é obtida por meio das relações internas e externas das essências dos fenômenos (24).
Desta forma, pode-se dizer que o método fenomenológico busca entender o mundo de acordo com o que ele revela à consciência do pesquisador e assim construir o conhecimento a partir das relações internas e externas das essências (25). Porém Husserl admitira que era impossível estudar os conteúdos da consciência, sem que para isso fosse explicitado “o funcionamento do fluxo intencional que abarca toda a vida consciente do ego e do cogito.” (26).
Husserl (27) propôs, então, que o juízo fenomenológico deveria ser precedido de um processo de desconexão do pesquisador com suas perspectivas prévias acerca da existência de um universo externo, até a fonte última dos sentidos e valores possíveis a serem atribuídos a um objeto. Para tal o pesquisador precisaria ignorar as concepções que possui do objeto, mesmo aquelas tidas como verdades evidentes. Husserl (28) denominou este processo de epoché. A epoché, como subjetividade reduzida, trata-se de um critério essencial para os estudos da esfera fenomenológica (29) e de acordo com Husserl (30) seria o único caminho para a fundamentação rigorosa, na qual a apodicidade – tida pelo autor não como a evidência, mas como a auto-evidencia – ofereceria o máximo grau de certeza.
Contudo, Merleau-Ponty (31) destaca que o processo de busca pelo desligamento, proposto pela epoché, esbarra em sérias dificuldades práticas, já que a própria consciência do pesquisador atua como ruído na busca por uma evidência final. Para lidar com este problema o autor propõe que a evidência fenomenológica requer o reconhecimento da intencionalidade do ser, pois só assim é possível reconhecer a evidência em meio ao ruído provocado pelos conteúdos da consciência (32). Tal perspectiva está de acordo com as concepções de Devlin (33) para quem o observador não consegue lidar com uma situação prática de forma desconexa de suas experiências, já que a “experiência prévia se trata de uma condição necessária para interpretarmos o mundo como um todo" (34).
Uma vez que a percepção sensorial se encontra permeada do ruído da consciência, o método fenomenológico assume uma postura onde o que se manifesta aos sentidos não pode ser tratado como uma expressão dos fatos, conforme proposto pelas abordagens de origem cartesiana. Para a fenomenologia, é somente na intuição que se encontra a representação direta e imediata do objeto. Assim, as lacunas de um ato de juízo intencional devem ser preenchidas por meio dela e não pelo que é percebido pelos sentidos. Em outras palavras, a evidência fenomenológica emerge a partir do preenchimento intuitivo de lacunas nos conteúdos da consciência. “No dinamismo da intencionalidade [...], a evidência desponta como um tipo especial de juízo” (35).
Assim, a única forma de se alcançar os objetivos da fenomenologia, oriunda do pensamento de Husserl, seria através do reconhecimento da intencionalidade e dos limites da consciência do próprio ser, que em última instância seriam fruto de sua realidade social. Desta forma a fenomenologia carrega em seu cerne o reconhecimento da “intencionalidade da consciência” e por consequência o reconhecimento das dificuldades inerentes à busca pela verdade absoluta, uma vez que o homem passa a ser incluído como agente reflexivo no processo (36). Percebe-se então, um revolucionário caráter ontológico na fenomenologia, já que os aspectos transitórios da consciência poderiam levar à própria transitoriedade da consciência do existir.
Destarte, a fenomenologia reconhece na transitoriedade do ser a transitoriedade da própria realidade, uma vez que os limites na redutibilidade da intencionalidade, se colocam como fronteiras para o próprio alcance dos fatos por trás da realidade percebida. Portanto, a fenomenologia de Husserl carrega em seu cerne um revolucionário caráter ontológico e epistemológico, onde os aspectos transitórios da consciência levam à transitoriedade do objeto reconhecido e a uma impossibilidade de se alcançar o conhecimento verdadeiro.
A fenomenologia e a teoria do restauro crítico de Cesare Brandi
Conforme a Carta de Veneza (37) a restauração é um procedimento de “caráter excepcional” e tem o objetivo de “conservar e revelar os valores estéticos e históricos” bem como a sua materialidade, por isso a necessidade de ser cauteloso na busca por documentos fidedignos para conseguir o resultado desejado neste tipo de atividade. Entretanto, em alguns casos se fazem necessárias alterações destes aspectos, por “razões estéticas ou técnicas” a modo que a solução arquitetônica proposta para resolver esses problemas devem ser utilizadas a favor da “obra e não em detrimento dela”, devendo assim “ostentar a marca do nosso tempo”, mas compatíveis com a obra, deixando evidente a diferença entre a alteração e o original.
Também é tratada nesse método a importância da preservação e manutenção dos monumentos para que não seja necessária a restauração, pois por mais restrita que seja, é um ato cirúrgico. Dessa maneira a sua utilização é o melhor meio para garantir a sobrevivência do monumento por séculos, por isso a reutilização após uma intervenção é indispensável, mas, devem ser devidamente “analisadas as características a serem respeitadas e conservadas” e somente depois deve-se definir qual a vocação que será compatível, pois o contrário alterará sim a “configuração espacial do edifício”. (38) Dessa forma, entendemos que dar um uso diferente daquele originalmente estabelecido é possível, mas este deverá ser compatível com o monumento e não interferir na esfera urbanística do seu entorno.
Diferentemente das teorias anteriores acerca do restauro, que são pré-concebidas por normas fixas ou dogmas fragmentadores que generalizam os monumentos, Brandi sugere um “método para se chegar ao conhecimento” onde a percepção do objeto estudado se dá em sua totalidade e a formulação do juízo de valor que é determinante nas escolhas para a preservação (39).
Para Brandi (40) a restauração é “o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na sua consistência física e na sua dúplice polaridade estética e histórica, com vistas à sua transmissão ao futuro.” Para o autor, o reconhecimento da obra de arte deve ser fundamentado em análises sobre a totalidade da obra em seus aspectos físicos, da imagem figurada, da transformação ao longo do tempo, através de instrumentos de reflexão oferecidos pela historiografia da arte, a estética, a filosofia e a fenomenologia, buscando reconhecer a sua unidade potencial – a realidade ontológica ou imagem configurada que trata-se do estudo do ser e do existir e remete à qualidade de natureza comum e essencial que é encontrada em cada um dos edifícios – necessária para resgatar a identidade artística original do objeto. Essa lógica é contrária àquela encontrada nas abordagens empiristas, fruto do pensamento positivista. Como será visto a seguir, esta perspectiva remete aos processos inerentes à razão fenomenológica e esta assume especial importância na análise e percepção da identidade de um edifício.
Brandi (41), sustenta que o ato do restauro exige que o objeto seja reconhecido pelo observador como obra de arte. A partir dessa consciência e de uma ação crítica perante a percepção do objeto em suas instâncias física e material, o restaurador precisa agir buscando resgatar a sua unidade potencial, sem que produza falsificações ou que elimine a patina característica das passagem do tempo na obra. Em uma relação direta com a fenomenologia de Husserl (42), percebe-se que este princípio do pensamento brandiano apresenta, uma clara referência ao conceito de busca pela essência primeira do objeto em análise que no caso a obra de arte abrange sua inserção dentro do contexto ao qual pertence. Esta perspectiva ontológica acerca da identidade da obra de arte foi denominada pelo autor de “Astanza”.
Em circunstâncias onde haja “elementos destinados a substituir as partes faltantes” o pensamento brandiano defende que o mesmo deverá “integrar-se harmoniosamente ao conjunto”, no caso dos “acréscimos só poderão ser tolerados na medida em que se respeitem todas as partes [...] do edifício, seu esquema tradicional, o equilíbrio de sua composição”. Brandi também recomenda o “respeito absoluto pela matéria original” e “pelas marcas da passagem do tempo nas varias fases da obra”, pois os considera como parte da essência primeira da mesma. Desta forma, o autor contesta o uso indiscriminado de repristinações – ato de fazer voltar ao antigo, ao que se usava outrora – e de subtrações, que exigem a solução por meio do recurso do juízo de valor para “conservar ou remover essas adições”. (43) Neste contexto, observa-se na obra de Brandi (44) uma tentativa de se evitar intervenções onde as contaminações oriundas do juízo de valor da equipe de restauro, alterem de maneira irreversível as características que lhes dão identidade. Princípio que também mostra-se diretamente relacionados com os ideais epistemológicos da fenomenologia de Husserl e suas tentativas de reduzir o impacto do juízo de valor sobre a percepção da realidade.
A princípio, Brandi estabelece um método para se chegar ao conhecimento dos valores materiais, históricos e estéticos individuais de cada obra de arte de forma a preservá-los mantendo suas singularidades para sua transmissão para o futuro. Assim pode-se encontrar diversas formas corretas para praticar o restauro, das mais simples até as mais profundas, desde que preserve a essência primeira do objeto ou, como denominou o autor, sua Astanza (45).
O fato de cada caso ser um caso na restauração, movido por suas particularidades e seus significados adquiridos no decorrer do tempo, não implica que a intervenção seja feita sem critérios ou discernimento (46). Portanto, na visão brandiana, o restauro é um ato crítico no qual se expõe o valor de uma ideia, de uma apreciação, sendo decisivo na escolha do que deve ser preservado, o que no caso da arquitetura é a solução arquitetônica alicerçada na solução estética e histórica. Diante de tal perspectiva Carbonara (47) esclarece que, sendo o restauro uma ação crítica voltada ao reconhecimento da obra de arte, se faz necessário a superação da dialética em suas instâncias histórica e estética. Como intervém sobre uma obra de arte, o restauro pode apenas privilegiar a instância estética constituindo o valor básico da artisticidade que confere a obra seu caráter de arte. Sendo assim, a intervenção só é qualificada quando há o seu completo entendimento e este encontra-se incidido sobre a matéria.
Assim, o pensamento de Brandi defende que a composição para a intervenção deve se aplicar de maneira única, ou seja, cada caso é um caso a ser analisado. Conforme suas características particulares, deve-se perceber a essência do objeto e afastar a ação do empirismo. Neste contexto, a redução eidética, proposta por Husserl (48), se transforma em uma importante ferramenta para a construção de uma imagem essencial de cada edifício que se pretende estudar. Sob esta abordagem, um restaurador precisa se preocupar, principalmente, com aqueles elementos que apresentem influência sobre a construção da essência primeira do edifício ou obra de arte, que na perspectiva de Brandi (49) representa sua identidade artística. Portanto, cabe ao restaurador garantir que qualquer inserção externa recupere e não altere tais componentes que tornam a obra de arte reconhecível como unidade potencial.
Cabe ressaltar que tal abordagem conduz a uma condição onde se deve levar em consideração o estado do monumento a ser restaurado. Neste sentido Brandi (50), ressalta que a obra não poderia se apresentar como ruína. Isso porque, diante deste cenário o produto da atividade humana, reconhecida como obra de arte, não seria passível de restabelecimento, por não ser mais possível a compreensão de sua essência e por não ser possível reconduzi-lo à sua unidade potencial, devido ao fato de esta se apresentar apenas em resíduos materiais de um “ponto mais remoto a que poderíamos remontar”. De tal modo, Brandi entende que a ruína constituirá a obra de arte com feições distintas “e quase irreconhecível em relação àquele de que se revestia antes”. Neste caso caberia somente a sua conservação e consolidação dos detritos remanescentes. Logo, enquanto houver “vestígios de artisticidade em um produto da atividade humana, por mais que esteja mutilado, não se deve falar de ruína” (51).
Tal abordagem conduz o pensamento brandiano aos mesmos tipos de dificuldades encontradas pela fenomenologia moderna, ao lidar com as questões relativas à percepção do observador. Para lidar com tal problemática Brandi (52) argumenta que a restauração tem que se fundamentar na análise da obra, nos seus aspectos físicos, nas suas particularidades formais e também no seu transcorrer na historia, sendo que somente através do ato crítico se pode “contemporizar as instâncias estéticas e históricas e intervir respeitando seus elementos característicos”. Neste contexto, a preservação sempre se fará de forma conjunta com diferentes profissionais, ou seja, a interdisciplinaridade é um fator importante na intervenção, desde a coleta inicial de documentos, fotos, plantas, projetos, até na escolha das técnicas a serem aplicadas de maneira a não reproduzir suposições ou repristinações (53). Deste modo, Brandi pretendia minimizar os atos arbitrários, através de um trabalho multidisciplinar e de acordo com uma consolidada deontologia profissional.
Em essência, este processo tenta se apresentar como uma forma particular de aplicação do conceito de epoché, proposto por Husserl (54). Nele Brandi (55) tenta se utilizar de múltiplas perspectivas e de um enfoque totalmente direcionado ao objeto e os fatos que o cercam, para determinar aquilo que corresponde ao objeto e aquilo que corresponde às percepções particulares dos profissionais envolvidos no processo. A presença de tal conceito também aparece em outras colocações relevantes a teoria brandiana, como aquela que se refere à importância de se levar em consideração os aspectos culturais dos países onde se encontram as obras de arte devendo, quando necessário aplicar a intervenção, que esta se faça de acordo com a sua cultura (56).
Neste contexto, cabe lembrar que Merleau-Ponty (57), em um refinado trabalho lógico, demonstrou que os ideais da subjetividade reduzida tratam-se de uma busca utópica, já que o ser humano é incapaz de se desligar completamente de toda a sua intencionalidade. Portanto, apesar dos esforços realizados por Husserl, a epoché, como subjetividade reduzida, não se mostra como uma possibilidade realista (58).
A obra de Brandi (59) demonstra uma sólida compreensão das limitações desta abordagem. O pensamento brandiano reconhece que a subjetividade trata-se de um fator primordial de toda e qualquer análise na esfera fenomenológica, mesmo quando se tenta aplicar a epoché como elemento de redução de tal subjetividade. Neste sentido, a teoria do restauro crítico se vale de princípios do pensamento fenomenológico, subsequentes a Husserl, ao sugerir em uma significativa contribuição de sua obra, que o restauro deve se pautar por princípios de reversibilidade (60). Isso porque, um restaurador munido de sua subjetividade pode criar intervenções que modifiquem a essência primeira do objeto que podem ser passíveis de contestações futuras, já que a intervenção feita hoje, pode não ser a melhor solução ou compreensão no futuro (61).
Considerações finais
Percebe-se na obra de Cesare Brandi uma grande influência dos ideais fenomenológicos de Husserl e mesmo de ideias derivadas de seu pensamento. Dentre eles, os mais evidentes na obra do autor italiano são os conceitos de essência primeira, incorporado por Brandi sob a perspectiva da “astanza”, e os instrumentos utilizados para a análise da razão fenomenológica. O conceito de essência primeira consiste na premissa filosófica fundamental do pensamento brandiano e permite ao autor sustentar a ideia de que restaurador deve se concentrar naquilo que torna o objeto reconhecível como obra de arte e nos valores históricos a ele ligados.
Diante desta perspectiva, torna-se fundamental para a teoria do restauro crítico, a adoção de adaptações de ferramentas de redução fenomenológica, especialmente relacionadas aos conceitos de redução eidética e epoché. Contudo, mesmo Brandi reconhece que tais conceitos padecem das fragilidades referentes às concepções que o restaurador possui acerca do objeto, inclusive aquelas tidas como verdades evidentes. O autor propõe, então, soluções aderentes a desenvolvimentos mais recentes da fenomenologia, como o reconhecimento da intencionalidade, apresentado na obra do filósofo Merleau-Ponty. Diante da intencionalidade do restaurador, Brandi reconhece na reversibilidade um elemento crucial para garantir que a obra não seja desvirtuada de maneira irreversível e sejam permitidas novas intervenções no sentido de restaurar sua potencialidade original.
Em última instância, este contexto leva a uma condição na qual a aplicação adequada dos conceitos propostos pela teoria do restauro crítico, exige um denso conhecimento dos fundamentos epistemológicos da fenomenologia. Isto porque, diante da teoria do restauro crítico, são estes os fundamentos que permitem àqueles que se propõem a avaliar uma determinada obra de arte, o reconhecimento de sua potencialidade e sua eventual proteção para que nenhuma intervenção venha a prejudicar a manifestação de sua identidade.
notas
1
BASILE, Giuseppe. Breve Perfil de Cesare Brandi. Desígnio. Revista de História da Arquitetura e do Urbanismo, n.6, São Paulo: Annablume, Set./2006.
JOKILEHTO, J. I., A History of architectural Conservation: The contribution of english, french, german and italian Thought towards an international approach to the conservation of cultural property. The University of York, 1986. Disponível em: <http://www.iccrom.org/pdf/ICCROM_05_HistoryofConservation00_en.pdf>, acesso em: 15/04/2012.
2
BASILE, Giuseppe. Breve Perfil de Cesare Brandi. Desígnio. Revista de História da Arquitetura e do Urbanismo, n.6, São Paulo: Annablume, Set./2006.
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ZEIN, R. V., DI MARCO, A. A rosa por outro nome tão doce...seria? in: Anais do 7 seminário DO.CO.MO.MO Brasil. Porto Alegre, 2007. Disponivel em: <http://www.docomomo.org.br/seminario%207%20pdfs/049.pdf>, acesso em: 15/04/2012.
3
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4
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CARBONARA, G. Apresentação. In: Teoria do Restauro. Tradução de KÜHL, B. M. Cotia: Ateliê Editorial, 2004. p.9-18.
5
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6
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JOKILEHTO, J. I., A History of architectural Conservation: The contribution of english, french, german and italian Thought towards an international approach to the conservation of cultural property. The University of York, 1986. Disponível em: <http://www.iccrom.org/pdf/ICCROM_05_HistoryofConservation00_en.pdf>, acesso em: 15/04/2012.
7
BASILE, Giuseppe. Breve Perfil de Cesare Brandi. Desígnio. Revista de História da Arquitetura e do Urbanismo, n.6, São Paulo: Annablume, Set./2006.
8
JOKILEHTO, J. I., A History of architectural Conservation: The contribution of english, french, german and italian Thought towards an international approach to the conservation of cultural property. The University of York, 1986. Disponível em: <http://www.iccrom.org/pdf/ICCROM_05_HistoryofConservation00_en.pdf>, acesso em: 15/04/2012.
CARBONARA, G. Apresentação. In: Teoria do Restauro. Tradução de KÜHL, B. M. Cotia: Ateliê Editorial, 2004. p.9-18.
9
KÜLH, B. M. História e Ética na Conservação e na Restauração de Monumentos Históricos, Revista CPC, Vol. 1, N.1, São Paulo, Nov./2005 – Abr./2006, p. 16-40. Disponível em: <http://www.usp.br/cpc/v1/imagem/conteudo_revista_arti_arquivo_pdf/kuhl_pdf.pdf>, acesso em: 15/04/2012.
10
JOKILEHTO, J. I., A History of architectural Conservation: The contribution of english, french, german and italian Thought towards an international approach to the conservation of cultural property. The University of York, 1986. Disponível em: <http://www.iccrom.org/pdf/ICCROM_05_HistoryofConservation00_en.pdf>, acesso em: 15/04/2012.
CARBONARA, G. Apresentação. In: Teoria do Restauro. Tradução de KÜHL, B. M. Cotia: Ateliê Editorial, 2004. p.9-18.
11
ECO, U. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1983. 170.
12
CERVO, A. L.; BERVIAN, A. Metodologia científica. 5. São Paulo: Prentice Hall, 2002. 242.
13
LIMA, T. C. S. D.; MIOTO, R. C. T. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: A pesquisa bibliográfica. Revista Katálysis, v. 10, n. esp, p. 37-45, 2007.
14
COOPER, D. R.; SCHINDLER, P. S. Métodos de pesquisa em administração. 7. Porto Alegre: Bookman, 2003. 640.
15
LIMA, T. C. S. D.; MIOTO, R. C. T. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: A pesquisa bibliográfica. Revista Katálysis, v. 10, n. esp, p. 37-45, 2007.
16
ECO, U. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1983. 170.
17
Idem, p. 22.
18
SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. H.; LUCIO, P. B. Metodologia de pesquisa. 3. São Paulo: McGraw-Hill, 2006, p. 73.
19
Idem
20
ZITKOSKI, J. J. O método fenomenológico de Husserl. Porto Alegre: Edipucrs, 1994.
21
HUSSERL, E. Meditações cartesianas: introdução à fenomenologia. Tradução de OLIVEIRA, F. D. São Paulo: Madras, 2001.
MOREIRA, D. A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002, p. 64.
22
Idem
23
HUSSERL, E. Meditações cartesianas: introdução à fenomenologia. Tradução de OLIVEIRA, F. D. São Paulo: Madras, 2001.
24
GILES, T. R. História do existencialismo e da fenomenologia. São Paulo: EPU, 1989.
ZITKOSKI, J. J. O método fenomenológico de Husserl. Porto Alegre: Edipucrs, 1994.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. Tradução de DE MOURA, C. A. R. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
MOREIRA, D. A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. p. 64.
25
Idem
26
ZITKOSKI, J. J. O método fenomenológico de Husserl. Porto Alegre: Edipucrs, 1994, p. 55.
27
HUSSERL, E. Meditações cartesianas: introdução à fenomenologia. Tradução de OLIVEIRA, F. D. São Paulo: Madras, 2001.
28
Idem
29
ZITKOSKI, J. J. O método fenomenológico de Husserl. Porto Alegre: Edipucrs, 1994, p. 55.
30
HUSSERL, E. Meditações cartesianas: introdução à fenomenologia. Tradução de OLIVEIRA, F. D. São Paulo: Madras, 2001.
31
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. Tradução de DE MOURA, C. A. R. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
32
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. Tradução de DE MOURA, C. A. R. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
MOREIRA, D. A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. p. 64.
33
DEVLIN, 1996
34
Idem (tradução nossa)
35
ZITKOSKI, J. J. O método fenomenológico de Husserl. Porto Alegre: Edipucrs, 1994, p. 22.
36
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Idem
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Idem
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56
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Idem
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60
Idem
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sobre os autores
Fernanda Heloísa do Carmo é pós-graduanda no Centro Universitário Barão de Mauá.
Henrique Telles Vichnewskiraduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Moura Lacerda e mestre em história na área de cultura, memória e cidade pela UNICAMP. Professor adjunto no Centro Universitário Barão de Mauá
João Luiz Passadoroutor em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Professor livre-docente na Universidade de São Paulo
Leonardo Augusto Amaral Terraestre e Doutor em Ciências no programa de Administração de Organizações da Universidade de São Paulo. Professor substituto na Universidade Federal de São Carlos