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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
O artigo apresenta a articulação entre tradição clássica e modernidade na formação do arquiteto Acácio Gil Borsoi incluindo a influência de seu pai, da cidade do Rio de Janeiro e da sua formação acadêmica na Faculdade Nacional de Arquitetura.

english
The article presents the relationship between classical tradition and modernity in the formation of Acacio Gil Borsoi architect including the influence of his father, the city of Rio de Janeiro and his academic training in the National School of Architect

español
El artículo presenta la relación entre la tradición y la modernidad clásica en la formación del arquitecto Gil Acacio Borsoi incluyendo la influencia de su padre, la ciudad de Río de Janeiro y su formación académica en la Escuela Nacional de Arquitectura.


how to quote

MONTEIRO, Amanda Rafaelly Casé. Acácio Gil Borsoi. A formação clássica do arquiteto moderno. Arquitextos, São Paulo, ano 17, n. 199.06, Vitruvius, dez. 2016 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/17.199/6353>.

O arquiteto Acácio Gil Borsoi foi uma figura importante na disseminação da arquitetura moderna no Nordeste. Trabalhou na proteção do patrimônio histórico, foi professor na Escola de Belas Artes de Pernambuco e responsável por um conjunto de obras residenciais, comerciais e institucionais que marcaram a produção moderna adaptada aos trópicos.

Suas obras residenciais relacionavam-se diretamente com a produção carioca adaptadas aos condicionantes climáticos do Nordeste por meio do uso de técnicas e materiais tradicionais. Nas obras institucionais produzidas a partir da década de 1970, o arquiteto exibiu um vocabulário moderno com forte tradição clássica. O repertório clássico na composição moderna, como já apontado por Comas (1987), não é uma surpresa, mas conhecer essa estratégia compositiva em uma produção marcada pelo regionalismo apresenta a diversidade do acervo modernista no país.

A fim de identificar a origem dos princípios clássicos que auxiliaram a composição das obras institucionais de Acácio Gil Borsoi, o artigo investigou sua formação. Possuindo como fontes primárias o currículo da Faculdade Nacional de Arquitetura – FNA no Núcleo de Pesquisa e Documentação da FAU UFRJ, as ementas das disciplinas cursadas pelo arquiteto no Museu Dom João VI, os livros estudados pelos alunos na ENBA FNA na Biblioteca da FAU UFRJ e documentos da fundação da FNA no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil – CPDOC apresenta-se a articulação entre tradição clássica e modernidade na formação do arquiteto Acácio Gil Borsoi, incluindo a influência de seu pai, da cidade do Rio de Janeiro e da sua formação acadêmica na FNA.

Acácio Gil Borsoi: entre a tradição e a modernidade

Acácio Gil Borsoi (1924-2009) desde muito cedo trabalhou como desenhista ajudando seu pai Antonio Borsoi, autor de projetos de reformas de interiores, sendo ele sua primeira referência. Seu pai que chega ao Brasil em 1880, na primeira leva de imigrantes italianos, se estabeleceu em São Paulo. Como formação, Antonio Giacomo Borsoi, estudou no Liceu de Artes e Ofícios, uma instituição que tinha por objetivo conceder formação aos profissionais italianos para atender as novas demandas industriais. Após casar com Inaiá Pinheiro, se transferiu para o Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar como desenhista de móveis para a Companhia Marcenaria Auler. São obras identificadas do artista ainda existentes os móveis e detalhes da Confeitaria Colombo, e as bilheterias, cadeiras e móveis do cinema Iris, sua autoria ainda é atribuída a divisória para a Biblioteca Nacional e o mobiliário do salão assírio do Teatro Nacional (1).

Interior da Confeitaria Colombo e espelho do salão assírio do Teatro Municipal
Foto Amanda Casé, 2012

Antonio Borsoi se diferenciava dos demais desenhistas da época, pois imprimia sua marca nos seus projetos. Por meio de livros e revistas europeias (2) como objetos de estudo, ele “tinha uma impulsão constante de transformar um trabalho estruturado [...] num outro”. Estudava diversas modificações para o mesmo desenho, apresentando dois ou três modelos em estilos e proporções diferentes para cada projeto, após a aprovação o projeto escolhido era refeito em escala 1:1 e entregue aos artesãos (3).

Entre meados dos anos 1930 e 1940, Borsoi e seu irmão Gerson auxiliavam o pai em seus desenhos. Não é estranho observar que exatamente nesse período surgiram nos desenhos de Antonio Borsoi o estilo art decó e moderno.

Convivendo com o pai artista, Borsoi aprendeu importantes lições que levou para sua arquitetura. José Wolf apontou como influência de seu pai a “paixão pelo ofício, a experimentação e o detalhamento” (4); ainda acrescentaria o valor dado a estudos de caso e a noção do projeto como um meio de se chegar ao produto.

A paixão pelo ofício advém do convívio desde a infância com a arte. No trabalho diário do pai de desenhar vários esboços com várias escalas e diferentes estilos, o arquiteto percebeu a importância da experimentação para o exercício de escolher a melhor solução do problema.

Através dos estudos do pai realizando o projeto em escala 1:1, Borsoi aplicou em sua obra o detalhe narrativo, aquele que explica para o operário em escala real como se constrói. A relação projeto e realização do objeto, artista-operário, o domínio e conhecimento do artista sobre o todo foram diretrizes para Borsoi, que afirmava que “quem quiser fazer um projeto correto deve conhecer todas as maneiras de construí-lo, procurando ser fiel a seu pensamento, não só no todo, mas nas partes” (5).

A cidade do Rio de Janeiro por meio de seus espaços e arquitetura também formaram o jovem Borsoi. O arquiteto sempre andou pelo centro do Rio e pela Cinelândia, quando criança conheceu os interiores art nouveau da Confeitaria Colombo, o mobiliário para o Salão Assírio do Teatro Nacional e as divisórias para a Biblioteca Nacional todos desenhados por seu pai. Quando adolescente e adulto bebericou no Bar Amarelinho, estudou no edifício da Escola de Belas Artes e conheceu o arvorecer de um Rio de Janeiro polivalente passando do ecletismo classicizante ao neocolonial, do art decó ao modernismo, como por obras de Archimedes Memória e de M.M. Roberto e Lúcio Costa.

Nesses edifícios do centro carioca, Borsoi pode compreender que independentemente de estilos, existe na arquitetura elementos e composições que possuem permanência e que declaram valores de civilidade, democracia e acima de tudo urbanidade, compreendo que o espaço e edifícios públicos educam e civilizam a sociedade. Acácio Gil Borsoi sempre entendeu que existia uma arquitetura transcendente e seguiu buscando-a em dois caminhos: a tradição e modernidade.

Com sua formação na FNA reforçou a sempre presente dualidade entre a tradição clássica, apreendida pelas aulas ainda acadêmicas da maioria dos seus professores, pelos autores e obras que estudou e pela constante ambiência e convivência com os corredores repletos de obras clássicas, e modernidade, compreendida nas novas disciplinas em que obteve o conhecimento do novo material e aprendeu a valorização do nacional presente na arquitetura moderna brasileira.

Faculdade Nacional de Arquitetura: currículo moderno, escola clássica

Acácio Gil Borsoi foi aluno da primeira turma da Faculdade Nacional de Arquitetura – FNA, a primeira a ser um curso autônomo de Arquitetura com uma grade curricular com referências modernas. O currículo da primeira turma de Arquitetura tomou forma a partir de 1940, quando o ministro Gustavo Capanema iniciou as consultas relacionadas ao ensino de Arquitetura. Participaram com sugestões a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, o Instituto de Arquitetos do Brasil, o Conselho Técnico Administrativo do Curso de Arquitetura da ENBA e Lúcio Costa.

Quando consultado, Lúcio Costa pronunciou-se contra a separação do curso de Arquitetura do de Pintura e Escultura, pois a Arquitetura, apesar de sua crescente complexidade, “ainda continua e continuará sendo, como no passado, fundamentalmente Artes Plásticas” (6). Costa acrescentou que a disciplina de Composição de Arquitetura deveria ser a espinha dorsal do curso.

A formalização da criação da FNA e seu currículo foram apresentados em agosto de 1945 pelo ministro Gustavo Capanema na “Exposição de Motivos”, documento que explicou as diretrizes da nova escola. Os objetivos definidos para o curso eram: formar o arquiteto integrando técnica e arte, possuir na disciplina de urbanismo um meio de planejar e construir a cidade, estudar e preservar os numerosos monumentos arquitetônicos do país por meio do Serviço de Patrimônio Histórico Nacional – Sphan e desenvolver projetos de obras públicas com notável valor.

Entres as novas cadeiras criadas nesse currículo estavam a de Mecânica Racional, Concreto Armado e Arquitetura do Brasil. A inserção dessas duas últimas disciplinas surgiu das circunstâncias da arquitetura moderna brasileira que, nesse momento, começava a se afirmar como um importante marco da cultural nacional e a explorar a potencialidade do concreto armado como expressão plástica.

Vitória de Samotracia, cópia em tamanho natural, Museu de Belas Artes
Foto Amanda Casé, 2012

O curso de Arquitetura iniciou seu funcionamento instalado no prédio da ENBA de 1945 a 1954, ou seja, durante todo seu período de estudo Borsoi esteve na escola. Essa convivência foi por ele considerada crucial em sua trajetória: “tive a felicidade de transitar durante os 5 anos nas galerias do hoje Museu de Belas Artes, convivi com esculturas como a Vitória de Samotracia e a Vênus de Milo, cópias em tamanho natural dos originais existentes no Louvre” (7). Com isso, percebe-se sempre no discurso de Borsoi seu vínculo com a tradição clássica pelos seus princípios e sua arte. Segundo ele, “essa convivência entra pelo ouvido, não entra só pelos olhos. Não é só o ambiente que ajuda, a participação com os artistas, com os pintores e a convivência é que era importante” (8).

Vênus de Milo, cópia em tamanho natural, Museu de Belas Artes
Foto Amanda Casé, 2012

A grade curricular do curso de Arquitetura da FNA tinha cadeiras básicas, para nivelar o conhecimento dos alunos ao entrar na Faculdade; as técnicas, disciplinas relacionadas com Engenharia; as de Arte, Arquitetura, e Urbanismo, as que definiam o corpo principal do curso e a de Exercício Profissional, que tratava de legislação e administração do atelier.

No primeiro ano, as disciplinas básicas incluíam Matemática Superior, Geometria Descritiva, História da Arte, Desenho Artístico e Arquitetura Analítica. No entanto, Borsoi não cursou todas essas disciplinas nessa ordem devido a criação da FNA ter se dado no segundo semestre do primeiro ano de seu curso. No seu primeiro período ainda cursou a grade de 1933.

O curso de Matemática Superior que preparava os alunos para o cálculo em concreto, era temido devido ao conteúdo e à exigência do professor Júlio Cesar Melo e Souza (9). Em Geometria Descritiva estudava-se o desenho técnico e composição. O professor Álvaro José Rodrigues utilizava o método europeu de ensinar Geometria Descritiva, no qual o aluno “gradualmente agrupava fatos particulares e adquiria ideias gerais da matéria com grande abstração dos processos matemáticos” (10).

Na disciplina de Desenho estudava-se representação gráfica de composição com o professor Quirino Campofiorito. Formado na ENBA, insatisfeito com a tradição da Missão Francesa ainda presente na Escola, Campofiorito uniu-se em 1930, ao grupo ‘Núcleo Bernardelli’ que advogava uma “liberdade de pesquisa e uma reformulação do ensino artístico na ENBA, reduto de professores reacionários, infensos às conquistas trazidas pelos modernos” (11). Apesar de sua formação tradicional, o professor Quirino desejava a modernidade e defendia que “o artista moderno deve voltar-se para a produção industrial” (12).

Modelagem, do professor João Zaco Paraná, tinha por objeto de estudo formas e volumes através de vários materiais. Também formado na ENBA, o professor João Zaco teve oportunidade de fazer várias viagens ao exterior, particularmente a Paris (13).

Ilustração da apostila de Arquitetura Analítica [Mayerhofer, L. (s/ano, p. 9)]

Arquitetura Analítica era ministrada pelo professor Lucas Mayerhofer (14).  A disciplina se dedicava ao estudo das formas e sistemas construtivos da cada estilo arquitetônico por meio de reprodução em desenho em escala dos principais monumentos arquitetônicos edificados desde a Antiguidade (15). Mayerhofer ministrava sua disciplina por meio de um conjunto de apostilas por ele mesmo criadas, que iniciava com uma citação do filósofo Anaxágoras: “Tudo estava em caos quando se levantou o Raciocínio e estabeleceu a ordem” (16).

Ilustração da apostila de Arquitetura Analítica, detalhe [Mayerhofer, L. (s/ano, p. 9)]

Constituído de 17 capítulos, o documento inicia com a definição das ordens, as técnicas da construção em abóbadas e perfazia o trajeto da História da Arquitetura até o Neoclássico. Ele procurava apresentar os estilos mostrando suas origens, proporções, métodos construtivos, sempre partindo das partes para o todo. Por exemplo, na arquitetura romana ensinou os tipos de arcos (arco pleno, em segmento, em asa de cesta, elíptico, ultrapassado e ogiva), as abóbadas (berço, cúpula, berço de lunetas, abóbada de arestas), em quais espaços e como poderiam ser utilizadas, suas desvantagens e apresentou exemplos. Apresentava desenhos para ilustrar o conteúdo, lembrando que a disciplina pressupunha o desenho como uma forma de apreender esses estilos.

Ilustração da apostila de Arquitetura Analítica [Mayerhofer, L. (s/ano, p. 11)]

No primeiro capítulo, definiu ordem a partir de J. F. Blondel, baseando-se no livro Livre Nouveau ou Règles des cinq ordres d’Architecture. Ainda apresentou o debate sobre a origem do templo grego, o qual ele não se posicionou, mas concluiu que: “Há, pois, que reconhecer um desses fenômenos de permanência, tão frequentes na história da linguagem e na vida orgânica ela própria: o tipo sobrevive a função” (17). Nessa frase percebe-se que o autor entendia que existem formas transcendentes que transmitem significados durante séculos formalizando um tipo, sendo esse muito mais forte que a função.

Ilustração da apostila de Arquitetura Analítica, detalhe [Mayerhofer, L. (s/ano, p. 11)]

Evidenciando um surpreendente domínio de fontes clássicas de Teoria da Arquitetura, Mayerhofer passeou com desenvoltura entre autores como Perrault, Boffrand, Briseux e Blondel. Deste último, adota a definição de caráter como “a harmonia entre finalidade do compartimento e sua ornamentação, [...] entre função e o desenho” (18). Em outro momento, apresentou os polêmicos posicionamentos racionalistas de Marc-Antoine Laugier em Essai sur L’Architecture e Observations sur l’architecture. Assim, constata-se que por meio das aulas de Lucas Mayerhofer o arquiteto Acácio Gil Borsoi esteve em contato com muitos teóricos que refletiram sobre a tradição clássica buscando sua verdadeira essência e entendo-a como tipo e não modelo a ser seguido (19).

As disciplinas técnicas, ensinadas no mesmo nível das de Engenharia, “tinham por objetivo permitir ao arquiteto realizar todas as funções, próprias também ao engenheiro” (20). Eram todas ministradas por engenheiros: Física Aplicada por Eugenio Hime; Materiais por Mario Roxo Sobrinho; Resistências dos Materiais por Felipe dos Santos Reis; Sistema de Detalhes de construções por José Furtado Simas e Higiene da Habitação de Mario Leite Leal.

Nas disciplinas de Arte e Arquitetura estavam as de Pequenas e Grandes Composições e Composição Decorativa, nas quais se praticava o projeto em Arquitetura, e Arquitetura Analítica, História das Artes, Teoria da Arquitetura e a Arquitetura no Brasil, dedicadas a teoria da disciplina.

A disciplina de Pequenas Composições, desenvolvida em dois anos, exercitava do projeto a partir de programas menores, em contraposição a de Grandes Composições que abordava projetos maiores e com maior complexidade. Pequenas Composições foi ministrada pelo professor Paulo Pires, formado na ENBA em 1926 e ganhador da Grande Medalha de Ouro (21).

Grandes Composições era ministrada por Archimedes Memória, ativo arquiteto formado na ENBA e autor do Palácio Tiradentes, uma referência para o jovem Borsoi (22). Memória aprendeu essa disciplina aos moldes Beaux-Arts entendendo a edificação como um todo tridimensional voltado a obedecer a um partido solicitado. O método consistia em projetar sobre a rede modular, na qual os espaços correspondiam a retângulos, o que possibilitava diversas combinações e também novas concepções, ou seja, era uma espécie de combinação entre o método compositivo da Beaux-Arts com o sistema de J. N. Durand (23).

Quanto a forma de ensinar a disciplina, sabe-se que era ministrada a partir de diversos temas de projeto e poderia ser realizada em 8 horas, 24 horas ou em cinco dias. As propostas eram sempre acompanhadas e revisadas pelo exigente professor. Não se tem informações se ele exigia a seus alunos o mesmo método de se projetar na rede modular, mas esse método foi utilizado por Borsoi o qual o denominou de Coordenação Modular onde empregou uma “técnica que permite relacionar as medidas do projeto com as medidas modulares por meio de um reticulado de referência” (24).

Nessa disciplina, Borsoi e um grupo constituído por Marcos Konder, Flávio Marinho Rego, Ulysses Burlamaqui e Almir Gadelha eram conhecidos por “melhores alunos da turma ‘na parte que interessava’: projeto” (25). Ou seja, Borsoi quando estudante era um dos melhores alunos em projeto, disciplina que ministrou na Escola de Belas Artes em Recife.

Em História da Arte estudava-se história e crítica da arte por meio do estudo evolutivo, com foco na pintura, escultura e artes menores, sendo a arquitetura relegada a segundo plano (26). Essa disciplina era ministrada por José Flexa Pinto Ribeiro formado pela Faculdade Nacional de Direito (27).

Teoria da Arquitetura visava o estudo da arquitetura “sob o ponto de vista mesológico, tecnicista e formal, realizado mediante exame de tipologias arquitetônicas” (28). O professor da disciplina era Wladimir Alves de Souza, formado na ENBA, em 1930, ganhador do prêmio da viagem a Paris em 1931 (29).

A nova disciplina, a de Arquitetura no Brasil, tinha por objetivo estudar a arquitetura do país desde a descoberta até aquele momento. Seu programa inicial continha as influências estrangeiras presentes na arquitetura no Brasil dos períodos colonial, imperial e republicano. Como método, estudavam-se as fases, os programas e as tipologias arquitetônicas da arquitetura religiosa, civil e militar. No entanto, o estudo da Arquitetura no Brasil não era como a Arquitetura Analítica, ou seja, com o objetivo de desenhar as formas no passado, como o professor da disciplina Paulo Santos explicou nós não vamos copiar o passado, mas, vamos aprender a apreciá-lo no seu justo significado, não pretendemos algemar o progresso. Temos a tradição, e podemos manter vivo o espírito do povo, mas não paralizar a forma porque esta evolue. O objetivo desta cadeira é pôr a descoberto o espírito do povo, seus defeitos e suas qualidades (sic) (30).

Paulo Santos apresentou a dualidade do próprio movimento moderno brasileiro na sua disciplina, pois ao mesmo tempo em que esclarecia ser o estudo dedicado a tradição presente no povo o relacionava com a ideia progressista da arquitetura em evolução e o espírito de época. Paulo Santos se formou na ENBA em 1926 na mesma turma que o professor de Pequenas Composições, Paulo Pires, os quais juntos formaram o escritório Pires e Santos S. A (31).

A matéria de Urbanismo dedicava-se as noções básicas dos principais exemplos de urbanismo e paisagismo clássicos. Segundo o arquiteto Pedro Teixeira Soares, a disciplina de urbanismo era “uma sucessão de nomes e coisas, como ‘cidade jardim’ etc.” a qual não contribuía em nada para entender o Rio de Janeiro (32). No entanto, contrariando a informação concedida pelo arquiteto, Rezende explicou que eram discutidos além de planos para cidades de países como Alemanha, França, Inglaterra, Rússia e para as cidades americanas Chicago, Nova York e Boston também eram estudadas intervenções realizadas no Brasil como o Plano de Agache, estudos de Saturnino de Brito, a Reforma Pereira Passos, o Plano de Avenidas de Prestes Maia, entre outros (33).

O professor que ministrava essa disciplina era o engenheiro José Otacílio Sabóia Ribeiro. Apesar de ser considerado por Konder um “acadêmico como os outros e totalmente contrário aos princípios da Carta de Athenas” (34), era de fato um exímio urbanista sintonizado com as propostas urbanísticas internacionais e autor de uma extensa obra (35).

No histórico escolar de Acácio Gil Borsoi, disponível no Núcleo de Pesquisa e Documentação da FAU-UFRJ, é possível perceber que o arquiteto foi um aluno com boas notas, ficando abaixo da média sete somente em cinco disciplinas. Nessas, três, em que não alcançou a média, eram do eixo de Engenharia, as demais foram a de História da Arte, Urbanismo e Paisagismo.

Histórico Escolar de Acácio Gil Borsoi [Acervo NPD/ FAU-UFRJ]

A arquitetura moderna entrou em sua formação pela ambiência carioca e pelos seus estágios. Segundo Koatz, era comum os alunos trabalharem durante a Faculdade e a localização no centro da cidade facilitava bastante (36). Em 1946, Borsoi estagiou com Reidy e Rocha Miranda desenhando os projetos do Teatro de Salvador e do Conjunto Residencial de Pedregulho. Esse último exerceu forte influência em suas obras. No ano seguinte, ainda na faculdade, abriu um escritório com Almir Gadelha e Arthur Coelho e realizaram desenhos para os arquitetos modernos já consolidados, outra importante fonte de aprendizado.

Histórico Escolar de Acácio Gil Borsoi, detalhe [Acervo NPD/ FAU-UFRJ]

A formação de Borsoi na Faculdade foi pouco ortodoxa. Como parte da primeira turma da FNA, o arquiteto cursou seu primeiro ano ainda na grade da ENBA, quando inserido na FNA a faculdade ainda não estava toda organizada e por conta disso as disciplinas foram cursadas em períodos diferentes dos da grade de 1945. A partir disso, tem-se que a turma do arquiteto foi a que teve mais íntima relação com as Belas Artes, pois estudou pelas mesmas disciplinas e dentro do seu prédio.

As disciplinas de Desenho e de Arquitetura Analítica reforçaram o método que Borsoi aprendeu com seu pai, o estudo dos detalhes nas obras do passado obtendo novas sínteses. Em Arquitetura Analítica, o arquiteto obteve contato com autores e obras importantes da divulgação e afirmação da tradição clássica e com obras como o Pantheon e a Galeria de Espelho de Versalhes.

Em Pequenas e Grandes Composições, como fora explicitado em entrevista por Konder, Borsoi figurava entre os melhores alunos das disciplinas ministradas por Paulo Pires e Archimedes Memória. Tem-se como hipótese que o último foi muito importante na sua formação tanto pelo seu ensino como pelas suas obras. No ensino, por meio do método de projetar Beaux-Arts-Durand de rede modular, o qual nomeou em suas obras de Coordenação Modular. Na prática, compreendeu valores transcendentes de monumentalidade presente nas obras públicas de Memória espalhadas pelo Rio de Janeiro.

Sobre as novas disciplinas, a cátedra de Concreto Armado confirma o papel desse material para a construção e expressão da arquitetura moderna brasileira. Arquitetura no Brasil tornou-se arcabouço para as intervenções e estudos do Sphan e reforçou o caráter nacionalista presente no movimento moderno.

Os professores, em sua maioria, eram profissionais formados pela ENBA no método Beaux-Arts, os quais continuaram difundindo o método mesmo nas novas disciplinas. Muitos deles ganharam prêmios para viajar a Paris e estudar as obras in loco, o que sedimentou a tradição. Os professores tinham formações diversas (direito, engenharia, pintura, escultura e arquitetura) demonstrando que a escola integrava as diversas áreas do conhecimento. Enquanto a maioria dos professores ensinava de forma tradicional, outros professores ansiavam por mudanças, como Paulo Santos, Quirino Campofiorito e Paulo Pires, esse último “era condescendente com a rebeldia dos alunos” (37).

Considerações finais

A partir do exposto apresentamos a formação do arquiteto Acácio Gil Borsoi, com a dualidade tradição e modernidade. Quando criança e adolescente teve a figura do pai como mestre, estando em contato com um modo de fazer artesanal, com atenção aos detalhes e grande experimentação.

Durante sua vida no Rio de Janeiro conviveu com um contexto urbano e arquitetônico de uma cidade pujante, relacionando-se com edifícios ecléticos e modernos aprendeu o caráter na arquitetura e que independentemente de estilos, existem elementos e composições que possuem permanência e que declaram valores de civilidade, democracia e acima de tudo urbanidade.

A formação acadêmica na Faculdade Nacional de Arquitetura foi composta por disciplinas com moldes tradicionais e com novos temas, mas ensinadas tradicionalmente. Os professores, formados pelo método Beaux-Arts, ensinavam da mesma maneira que aprenderam, sendo poucos os que lecionavam com didáticas contemporâneas. A modernidade advém das novas disciplinas e da integração com as demais artes por meio da formação ENBA-FNA.

Como aluno do currículo da FNA, Borsoi, em sua vida profissional, cumpriu bem o objetivo do curso citado por Capanema na abertura do Curso. Em sua obra há uma íntima relação da arte e da técnica sendo essa última responsável por criar a beleza da primeira. O arquiteto trabalhou no âmbito do urbanismo em Recife ajudando na elaboração do Código de Obras da cidade. O estudo e preservação dos monumentos arquitetônicos do país foram realizados quando recém-formado trabalhou no Sphan e como consultor no Sphan-PE. Responsabilizou-se por diversas obras públicas desde hospitais às assembleias. Além disso, sempre atuou com a responsabilidade de mudar o mundo, pois acreditava que “ser arquiteto era muito importante, que poder(iam) mudar as coisas” (38). Assim, ele pôs em prática sua função social de arquiteto nos projetos de Cajueiro Seco, do Banco Nacional de Habitação – BNH e do Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais – Inocoop.

Borsoi foi fruto dessa dualidade entre a modernidade e tradição. A modernidade advinda da ambiência do Rio de Janeiro e dos estágios realizados. A tradição apreendida pela permanência no prédio da ENBA e pelo convívio com os professores artistas, engenheiros, arquitetos ou advogados. Na saída da Faculdade, Borsoi encontrou trabalhos em que utilizou bastante de sua formação empírica (pai e Rio de Janeiro) e formal (FNA).

notas

NA – Artigo fruto da dissertação Monumentalidade e tradição clássica: a obra pública de Acácio Gil Borsoi. Dissertação em Projeto de Arquitetura e Cidade no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano, MDU/UFPE, 2013.

1
GRINBERG, Piedade. Antonio Borsoi: desenhista, artesão e decorador. Rio de Janeiro, PUC/RJ, 1986, p. 17.

2
As revistas mais lidas por Antonio Borsoi, segundo Grinberg, foram as italianas L’Artista Moderno, Modelli di Arte Decorativa, Moderno Decorado Interior, Per L’Arte, L’Archittetura Italiana, as francesas L’Illustration, Les Arts, Revue Mensuel des Musées, L’Art et Decoration e Mobilier et Decoration, além das norte-americanas Architectural Forum e Architectural Record. GRINBERG, Piedade, 1986, p.15.

3
GRINBERG, Piedade. Op. cit., p. 7-20.

4
WOLF, José. Um mestre ainda aprendiz. AU – Arquitetura e Urbanismo, n. 84, <www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/84/artigo24214-1.asp>, acesso em 06 mai. 2010.

5
MOURA, Éride. Arquitetura é construção, ARCOWEB, 2001 <www.arcoweb.com.br/entrevista/acacio-gil-borsoi-arquitetura-e-24-07-2001.html>, acesso em 06 mai. 2010.

6
COSTA, Lúcio, 1945. Apud KOATZ, Eduardo Grispun. O processo de criação da Faculdade Nacional de Arquitetura e de seu currículo. Dissertação de mestrado. Rio de Janeiro, FAU UFRJ, 1996, p. 52.

7
BORSOI, Marco Antonio; DANTAS, N. B. (Org.). Acácio Gil Borsoi: arquitetura como manifesto. Recife, 2006, p. 8.

8
BORSOI, Acacio Gil. Apud KOATZ, Eduardo Grispun. Op. cit., p. 85

9
Rocha Côrrea em entrevista concedida, em 1995, a Eduardo Koatz. KOATZ, Eduardo Grispun. O processo de Criação da Faculdade Nacional de Arquitetura e de seu currículo. Rio de Janeiro: Dissertação de mestrado da UFRJ, 1996. Apesar disso, era reconhecido como excelente professor e por musicar as equações fazendo os alunos cantá-las em coros para que as gravassem com maior facilidade. KONDER, Marcos. Entrevista. In FREIRE, A. e LIPPI, L. Novas Memórias do Urbanismo Carioca. Rio de Janeiro, Editoria FGV, 2008, p. 107.

10
RABELLO, Paulo Sérgio. Ensino de geometria descritiva no Brasil. Ciência Hoje, Niterói, v. 37, n. 221, nov. 2005, p. 49-51 <http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/dg2/artigo%20descritiva.pdf>, acesso em 21 out 2012.

11
CAMPOFIORITO, Quirino (1984). Sobre o salão de 31: excertos. Cadernos PROARQ, Rio de Janeiro, v. 12, 2008, p. 10 <www.proarq.fau.ufrj.br/novo/arquivos/anexos/cadernos_proarq/cadernos-proarq12.pdf>, acesso em 21 out. 2012.

12
MALTA, Marize. Unir o útil ao agradável: A arte decorativa na Academia de Belas Artes. Anais do XXII Colóquio Brasileiro de História da Arte <www.cbha.art.br/coloquios/2002/textos/texto33.pdf>, acesso em 21 out. 2012.

13
Verbete “Zaco Paraná”. Enciclopedia Itau Cultural <www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=519&cd_idioma=28555&cd_item=1>, acesso em 21 out.2012.

14
Lucas Mayerhofer é formado na ENBA em 1921, ganhador da medalha de ouro em 1927 e da viagem a Paris em 1930. GALVÃO, Alfredo. Subsídios para história da Academia Imperial e da Escola Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro, 1954, p.88.

15
SANCHES, Maria Ligia. Construções de Paulo Ferreira Santos: a fundação de uma historiografia da arquitetura e do urbanismo no Brasil. Rio de Janeiro, PUC, 2005, p. 152.

16
MAYERHOFER, Lucas. Arquitetura Analítica. s/ano, p. 1.

17
Idem, ibidem, p. 3. Grifo de Mayerhofer

18
Idem, ibidem, p. 67.

19
Segundo Argan, o modelo parte de um “objeto cuja forma pode ser imitada” e o tipo de uma “constante que se transmite através das mudanças históricas”, ou como um “esquema conceitual que pode se manifestar em muitas configurações diversas”. ARGAN, Giulio. Op. cit., p. 199.

20
KOATZ, Eduardo. Op. cit., p. 76.

21
GALVÃO, Alfredo. Subsídios para história da Academia Imperial e da Escola Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro, 1954, p. 81.

22
Memória migrou do Ceará para estudar Pintura na ENBA, mas se transferiu para Arquitetura logo depois de terminar as disciplinas básicas. Ainda estudante entrou no escritório de Heitor de Mello e depois de sua morte prematura assumiu seu escritório junto com o arquiteto Francisque Couchet, formado na École de Paris e responsável por consolidar a formação clássica de Memória. Eles projetaram muitos edifícios públicos que configuraram a imagem do novo e “moderno” no Rio de Janeiro, entre eles, o Palácio Tiradentes, o qual Borsoi visitou para compreender o ritual de um edifício público como uma Assembleia, à época do projeto da Assembleia do Piauí.Segundo Marco Antonio Borsoi, seu pai foi visitar o Palácio Tiradentes, Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a fim de entender o tipo que seria o mesmo a ser desenvolvido no Piauí. BORSOI, Marco Antonio. Entrevista, Recife (PE), ago. 2010.

23
ALENCAR, Aurélia. Archimedes Memória: o futuro ancorado no passado. Rio de Janeiro, UFRJ, 2010, p. 32.

24
BORSOI, Acacio Gil. In Acácio Gil Borsoi: arquitetura como manifesto. Recife, 2006, p. 51.

25
BARBOSA, Antônio Agenor; MATTOS, Juliana. Marcos Konder. Entrevista, São Paulo, ano 08, n. 029.02, Vitruvius, jan. 2007 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/08.029/3297>.

26
SANCHES, Maria. Op. cit., p.152.

27
Após viagens a Europa tornou-se secretário da Educação de sua cidade e prestou concurso para ensinar Pedagogia, na Escola Normal, e Historia da Arte, na ENBA. Lecionou a partir de 1918, tornou-se diretor da FNA no período de 1948 a 1952.

28
SANCHES, Maria. Op. cit., p. 152.

29
Wladimir Alves de Souza era, segundo Konder, um “arquiteto com grande cultura artística e que fazia bonitos desenhos a giz no quadro negro”. KONDER, Marcos. In FREIRE, Américo; OLIVEIRA, Lucia Lippi. Novas memórias do urbanismo carioca. Rio de Janeiro, Editoria FGV, 2008, p. 108.

30
SANTOS, Paulo. Apud SANCHES, Maria. Op. cit., p.168.

31
Para aprofundar o estudo sobre esse arquiteto ler dissertação de Sanches. SANCHES, Maria Ligia. Construções de Paulo Ferreira Santos: a fundação de uma historiografia da arquitetura e do urbanismo no Brasil. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro, PUC, 2005.

32
SOARES, Pedro Teixeira. Depoimento. In FREIRE, Américo; OLIVEIRA, Lucia Lippi (org). Capítulos da memória do urbanismo carioca: depoimentos ao CPDOC-FGV. Rio de Janeiro, Folha Seca, 2002, p. 144 <http://cpdoc.fgv.br/producao_intelectual/arq/1251.pdf>, acesso em 24 out. 2012.

33
REZENDE, Vera. Evolução da produção urbanística na cidade do Rio de Janeiro, 1900-1950-1965. In LEME, Maria Cristina (org.). Urbanismo no Brasil: 1895-1965. São Paulo, Studio Nobre, 1999, p. 57.

34
KONDER, Marcos. In FREIRE, Américo; OLIVEIRA, Lucia Lippi. Novas memórias do urbanismo carioca. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2008, p. 108.

35
Sabóia Ribeiro era engenheiro formado na Escola Politécnica do Rio de Janeiro (1930), fez parte da Comissão do Plano da Cidade (1935), foi prefeito de São Luis (MA) e professor da FNA (1937), participou da escolha da locação da Cidade Universitária e realizou desenho da Cidade Universitária na Praia Vermelha, ainda foi diretor do Departamento de Parques e Jardins de Brasília (1961) e da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil (1964-67), e também realizador de cidades-jardins em Osasco (SP) e Itaipu (Niterói). LEME, Maria Cristina. Evolução da produção urbanística na cidade do Rio de Janeiro, 1900-1950-1965. In LEME, Maria Cristina (org). Urbanismo no Brasil: 1895-1965. São Paulo: Studio Nobel, 1999, p. 489-490.

36
KOATZ, Eduardo, 1996, p. 82.

37
KONDER, Marcos. In FREIRE, Américo; OLIVEIRA, Lucia Lippi. Novas memórias do urbanismo carioca. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2008, p. 107.

38
MOURA, Éride. Arquitetura é construção, Arcoweb, 2001 <www.arcoweb.com.br/entrevista/acacio-gil-borsoi-arquitetura-e-24-07-2001.html>, acesso em 06 mai. 2010.

sobre a autora

Amanda Rafaelly Casé Monteiro é arquiteta e urbanista (UFPE, 2010), mestre em Desenvolvimento Urbano pela UFPE (2013). Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UNB.

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