O Palacete Bolonha e a Belém dos Ecletismos
Em Belém, o Ecletismo foi a linguagem estética associada ao movimento social e econômico da exportação da borracha na região amazônica, tendo em vista que esta atividade proporcionou o enriquecimento de segmentos da sociedade local. Tal circulação e acumulação de capital acompanhou-se de novas feições urbanas e domésticas, uma vez que o crescimento econômico pode financiar a importação de materiais, móveis e mão-de-obra para Belém e este contato com as culturas americana e europeia proporcionou mudanças no gosto dos habitantes da cidade (1). Assim, a compreensão da relação entre o repertório decorativo circulante em Belém, tendo como tema de estudo os estuques do Palacete Bolonha, servem para caracterizar a sociedade produzida pela Belle Époque da capital paraense, a partir da leitura dos signos iconográficos e dos padrões decorativos.
O requinte e nobreza dos ambientes interiores do Palacete Bolonha são resultantes de um dos programas ornamentais mais representativos da Belle Époque belemense. Produzidos a partir das orientações de seu proprietário, o engenheiro Francisco Bolonha, simbolizam o auge do Romantismo enquanto linguagem e, ao mesmo tempo, é citado como representativo do amor deste por sua esposa, a soprano Alice Tem-Brink, compondo o enredo de uma das histórias que compõem o imaginário deste período representativo de poder e pujança da elite burguesa local. Dentre os estudos sobre o Palacete Bolonha, destaca-se o livro Palacete Bolonha, uma promessa de amor (2), cujo início explana sobre a vida profissional do engenheiro Francisco Bolonha, além de abordar a vida pessoal para justificar a construção do Palacete (início da construção: 1905 – término: por volta de 1908). O termo “uma promessa de amor” advém da tentativa de convencer sua esposa carioca, Alice Tem-Brink Bolonha, a mudar-se para Belém, e em troca ele construiria um Palacete dedicado a ela.
O Palacete Bolonha é um prédio de predominante verticalidade, sendo composto por térreo mais quatro pavimentos, cada qual sendo ocupado por setores distintos da residência. Assim, o térreo foi destinado às acomodações dos empregados e setor de serviços, enquanto o primeiro pavimento é destinado às áreas sociais, segundo e terceiro pavimentos sendo ocupados pelo setor íntimo, recebendo decoração distinta na fachada. O quarto pavimento é formado por um salão e um mirante (3).
É possível identificar claramente a divisão das funções de cada pavimento a partir da fachada, uma vez que o térreo e o primeiro pavimento são revestidos com texturas mais rústicas, sendo o térreo trabalhado com simulação de pedras à semelhança dos desenhos serlianos, e o primeiro pavimento adornado com massa sulcada e rusticação nas quinas, enquanto os pavimentos acima apresentam revestimento liso, sendo os vãos ornados com delicados elementos fitomorfos.
Um material muito utilizado foi o ferro fundido, empregado nos dutos de água pluviais, grades e balcões, apresentando sempre formas trabalhadas. Outro elemento decorativo foi o estuque no revestimento das paredes internas e externas, apresentando elementos como molduras, guirlandas de flores, painéis com ninfas e anjos, frisos, cabeça de leão entre outros.
Quanto ao piso, são aplicados materiais como o mármore, lajotas hexagonais, pastilhas, placas de vidro e piso em madeira de lei. Conforme o ambiente, a ornamentação das paredes também varia, podendo ser em reboco liso, azulejos branco ou decorado, madeira, ladrilho e até painel cerâmico, enquanto os forros são executados em sua maioria em estuque, sendo em certos ambientes adotadas pinturas fingindo madeira, bem como utilizam-se tetos revestidos com azulejos decorados, ou placas metálicas. A cobertura é feita com três tipos de telhas: a francesa, ardósia e telhas de vidro.
Ademais, o Palacete é considerado eclético e que junta várias referências de estilos vigentes na Europa, como pode-se detectar no portão da entrada em estilo art-nouveau, as guirlandas românticas e os pináculos de inspiração gótica (4).
Ornamentação fixa – estuque
O estuque é uma técnica de ornamentação utilizada tanto em interiores quanto exteriores de edificações. O gesso por sua vez, é componente fundamental dos estuques, permitindo diversas possibilidades de modelagem, criando uma variação rica em ornamentação, sendo historicamente o elemento que caracterizava e “hierarquizava os edifícios” (5). Além de suas propriedades estéticas são atribuídas características de resistência ao fogo e capacidade de isolamento térmico e acústico, sobre o estuque Maria Pereira explica:
“O estuque é constituído por uma massa branca ou policromática, constituída por cal, areia fina, pó de mármore e gesso, incluindo uma maior ou menor percentagem de cal e gesso, consoante as utilizações. Consiste no revestimento de paredes, tectos e outras superfícies rebocadas de estruturas de edifícios feito com pastas de gesso para estuque [...] e ao qual se adicionaram outros materiais convenientes como por exemplo, gelatina ou cola forte. O estuque é colado entre e sobre fasquias de madeira dispostas de modo a permitir melhor aderência“ (6).
Materiais como o “pó de mármore, a cal, o gesso, areia bem fina, pigmentos naturais e o uso do cimento tipo Portland” (7), foram incrementados ao estuque por volta do século 19. No final do século 19 ainda há uma discussão em torno do estuque de cal e o estuque de gesso, porém é possível perceber a prevalência e as inovações das técnicas em gesso pela indústria ornamental.
A técnica da estucagem caiu em desuso atualmente, devido a carência de mão de obra especializada e às mudanças nos padrões de gosto, embora permaneça como marca de época em edifícios antigos, sendo necessário avançar no conhecimento e reconhecimento dos profissionais responsáveis por sua execução. Segundo Cristina Jeannes Rozisky, Fabio Galli e Carlos Alberto Ávila Santos, os ornamentos em estuque “eram modelados in loco, ou executados através de moldes/formas e fixados posteriormente a sua secagem” (8). Os forros em relevo eram desenvolvidos no próprio local, sobre suporte de madeira, com barrotes e fasquias pregadas, onde eram preenchidos com argamassa e após a secagem poderiam alguma decoração. Eram diversos os tipos decoração em estuques, desde as executadas em relevo até as pictóricas, dentre as quais podem-se destacar técnicas como a escaiola, o estêncil, pinturas a mão livre, marmoreado (9).
Quanto ao Palacete Bolonha, Rosa Arraes faz uma descrição destacando os estuques ornamentais, que apresentam “elementos decorativos de toda forma: emoldurando as janelas com guirlandas de flores, figuras humanas, orgânicas de diferentes tipos e em forma de painéis, onde se observa a presença de anjos e ninfas projetando um cenário mitológico, além das composições de frisos, cornijas, fitas, cariátide, cabeça de leão, volutas e balaustradas” (10).
Cristina Jeannes Rozisky, Fabio Galli e Carlos Alberto Ávila Santos acrescentam ainda que os estuques de uma residência demonstravam o uso do ambiente em que estão inseridos, tal qual percebe-se no Palacete Bolonha, tendo em sua Sala de Música painéis com imagens de instrumentos musicais ou a Sala de Vestir com imagens que simulam espelhos. Além disso, quanto mais requintadas eram as decorações, maior prestígio tinham os donos da residência, até porque esses trabalhos eram mais caros (11).
Novas formas de utilizar o estuque foram surgindo, tendo em vista que o poder aquisitivo de setores mais abastados da sociedade podia proporcionar o uso de inovações técnicas nas edificações, como foi o caso do engenheiro Bolonha, o qual angariou recursos a partir de atividades comerciais como a administração dos quiosques da cidade e a criação da Fábrica de Gelo. Ademais, a forma de observar e interpretar essas ornamentações também foram influenciados pelo momento vivido na cidade de Belém, no qual as referências europeias eram adotadas por meio da importação de modelos e objetos, sendo as fachadas e interiores das residências burguesas diferenciadas pelos padrões estéticos eruditos e materiais sofisticados.
Utilização de temas clássicos e da mitologia greco-romana
Seleção dos ambientes
O enobrecimento da residência do casal Bolonha é construído a partir de uma paleta cromática baseada fundamentalmente na composição do branco com elementos dourados em destaque, sendo presentes nos revestimentos azulejares e principalmente as ornamentações em estuque.
A entrada social situa-se no primeiro pavimento do Palacete, por meio do Pátio de entrada, sendo seguido pelo Vestíbulo, Sala de música, Sala de jantar, Sala de almoço, Área de serviço e Hall das escadas. O segundo pavimento é formado pelo Terraço, Quarto de vestir, Sacadas coberta e descoberta, Roupeiros, Sala de banhos, Varanda e Hall de escadas. O terceiro e penúltimo pavimento é composto pelo Terraço, dois Quartos do casal, Quarto, Varanda, Sanitário, Capela particular, Hall da escada social e Biblioteca com mezanino. Dentre estes ambientes, foram selecionados para estudo (12) a Sala de Música, a Sala de Almoço e o Quarto de Vestir da Senhora.
A Sala de Música apresenta ornamentação em estuque evocativa a temas musicais, sendo um ambiente adequado aos saraus em que Alice Tem-Brink poderia expor seus dotes vocais. Os estuques são em alto relevo e trazem uma harmonia entre motivos florais, mitológicos, célticos, angelicais e referentes à realeza, tornando o ambiente um dos mais nobres do Palacete.
O acesso à Sala de música pelo interior do Palacete permite visualizar as duas figuras femininas localizadas simetricamente em relação à abertura central que conduz ao balcão frontal. Estas figuras estão em movimento de dança e despidas, além de um estar portando um pandeiro e outra segura uma lira, indicando serem duas Musas (13): Érato, a musa da poesia lírica, amorosa ou erótica; e Terpsícore, a musa da dança. Geralmente Érato é representada com uma lira ou com uma coroa de rosas enquanto Terpsícore é representada com uma lira ou viola.
O nudismo reforça a ideia do erotismo, mas também o deleite de estar naquele ambiente, no qual a esposa de Bolonha tocava piano e cantava para seus convidados. As musas ocupam paredes que ladeiam um vão central, o qual é coroado por profusa decoração floral centrada por concha, sendo este atributo da deusa romana Vênus (14).
A parte inferior das paredes da sala de música é revestida por barras, na qual pilastras clássicas delimitam painéis em madeira com rosto feminino esculpido e ornamentos em branco e dourado com representações de festejo e celebração.
No mesmo ambiente encontramos os painéis cuja decoração concilia elementos vegetais com figuras mitológicas e inscrições em hebraico, o que se relaciona com o Jardim do Éden. Os elementos encontrados são a tocha, que simboliza a iluminação do local e a sabedoria; os feixes de trigo indicam a fartura presente no local e Instrumentos musicais, que associam a música com o amor. Acima destes, temos o coroamento com detalhes florais, rematados por uma concha. Na parte inferior, o que seria a flecha do arco é uma tocha, seguida de por instrumentos musicais, o rosto de um dragão, feixes de trigo, algumas flores e uma tocha, formando uma única composição.
Percebe-se que o programa de ornamentação foi claramente estruturado nos temas que enlaçam música e amor, numa clara alusão à moradora do Palacete.
Sala de Almoço
A sala de almoço possui três painéis com os mesmos motivos, afixados na porção superior das paredes do ambiente, sendo um painel idêntico afixado na barra de uma das paredes da área de serviço, que era utilizada pelos funcionários do Palacete, e um painel com os mesmos motivos dos anteriores.
Os relevos da sala de almoço estão divididos em cinco placas, cuja temática principal remete ao deus Baco (15) e suas celebrações: neles destacam-se jovens portando flauta e clarinete, sendo a flauta de siringe consagrada ao deus Fauno (16), cachos de uvas, Mênades ou Bacantes (17), Baco e criança segurando um címbalo (18), símbolo de festejo. O acabamento brilhante do painel e a divisão em placas sugere se tratar de material cerâmico, embora adotando as referências mitológicas empregadas nos ornamentos estucados.
Quarto de Vestir
O quarto de vestir de Alice Tem-Brink é um dos ambientes com maior número de painéis em estuque: o teto estucado é intensamente ornado, sendo contornado por delicados relevos florais e com texturas de influência rococó, em cujo centro situam-se dois círculos concêntricos, formado por oito anjos no círculo maior, e três anjos compondo o círculo menor. O número oito significa concretização da beleza, além de os putti (19) serem mensageiros divinos, retratados como jovens com asas e auréolas.
Destacam-se no ambiente dois relevos com molduras ovais ou forma de camafeu, que simulam espelhos localizados na parte superior de duas paredes do Quarto de vestir, com Rosas de Vênus ao redor. O primeiro ilustra a imagem de Marte (20) segurando um capacete e uma lança, além de estar em frente a um espelho e perto de um Onfálo (21), indicativo de masculinidade.
A lança e o capacete significam força, domínio e poder, enquanto o espelho demonstra a beleza presente em todo o ambiente. O fato de Marte não estar usando seu capacete significa que ele não está presente para lutar, segundo a mitologia, quando Marte encontrava Vênus, este retirava sua armadura e deixava de lado, para descansar ao lado dela. Além disso, sua posição pode representar a prestação de culto a Vênus, já que está no seu recinto.
O segundo espelho está localizado próximo a outro painel junto de duas figuras femininas nuas. O estuque dentro da moldura demonstra uma mulher segurando uma coroa, acompanhada de um anjo que está na mesma posição que ela. Esta figura lembra Lasa (22) e a coroação da primavera.
Comentários finais
O conhecimento sobre os profissionais e a procedência dos materiais e modelos utilizados nos interiores dos palacetes de Belém ainda propõe muitas dúvidas. A partir de informações esparsas em jornais do século 20 sabe-se de viagens frequentes de Francisco Bolonha a Nova York, bem como do recebimento de diversas mercadorias chegadas ao Porto de Belém provenientes daquela cidade americana (23) (uma das viagens, é relatada como ida em 18 de março de 1896 e retorno em 25 de maio do mesmo ano). Imagens do mobiliário existente no Palacete, provenientes do leilão efetuado, demonstram um gosto que abrange as variadas linguagens ecléticas, sendo os móveis executados em madeira escura, com desenho austero com linhas góticas.
Bolonha materializou em seu palacete a síntese das alegorias da modernidade identificadas por Fábio Castro (24): a melancolia expressa no gosto pelos temas florais e pelo enobrecimento que caracterizou a modernidade periférica amazônica. Os motivos exaltados nas arquiteturas do ferro são elevados aos requintes de erudição nos estuques do Palacete Bolonha, em tons que remetem a um Palácio de Versalhes belemense, a outrora Paris n’América, cujos temas mitológicos clássicos propõem uma narrativa assaz complexa, que comporta ainda outras investigações que possam correlacionar seu programa decorativo às ideias e experiências de seu proprietário e idealizador.
notas
1
DERENJI, Jussara. Arquitetura Eclética no Pará no período correspondente ao ciclo econômico da borracha: 1870-1912 In FABRIS, Annateresa. Ecletismo na Arquitetura Brasileira. São Paulo, Nobel/Edusp, 1987.
2
LOBATO, Célio; ARRUDA, Euler; RAMOS, Áurea. Palacete Bolonha, uma promessa de amor. Belém, Editora UFPA, 2007.
3
Idem, ibidem.
4
LOBATO, Célio; ARRUDA, Euler; RAMOS, Áurea. Op. Cit.
5
PEREIRA, Maria Emília Castro Fernandes Macedo Lopes. Reabilitação de Tectos Estucados Antigos. Dissertação de mestrado. Porto, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2010, p. 8 <https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/59387/1/000144627.pdf>.
6
Idem, ibidem, p. 17.
7
MASCARENHAS, Alexandre Ferreira; FRANQUEIRA, Márcia. Estuque ornamental: História e restauro. Revista Brasileira de Arqueometria, Restauro e Conservação, n. 2, v. 1, 2007, p. 2 <http://www.academia.edu/4263084/Opus_tectorn ium_opus_albarium_gypsum. Note_sullo_stucco_romano_tratte_dalle_fonti_antiche>.
8
ROZISKY, Cristina Jeannes; GALLI, Fabio; SANTOS, Carlos Alberto Ávila. Estuques em relevo e técnicas pictóricas. Metodologia de inventário. Anais do IV Colóquio Internacional A Casa Senhorial: Anatomia dos interiores, Pelotas, 2017, p. 388.
9
Idem, Ibidem.
10
ARRAES, Rosa. Palacete Bolonha e seus ornatos na Belle Époque da Amazônia. VI Encontro e Estudos Sobre o Ambiente Construído do Brasil no Seculo XIX. Rio de Janeiro, Fundação Casa de Rui Barbosa, 2014, p. 525.
11
ROZISKY, Cristina Jeannes; GALLI, Fabio; SANTOS, Carlos Alberto Ávila. Op. cit.
12
A identificação das figuras mitológicas partiu da orientação do Arquiteto Wagner Ferreira, especialista em simbologia e mestrando no Programa de Pós Graduação da Universidade Federal do Pará – PPGAU UFPA, sendo posteriormente compatibilizadas com dicionários de Mitologia.
13
Musas são as nove filhas do deus Júpiter com Mnemosine (Memória) e inspiram a música, poesia, dança e artes liberais, sendo deste modo protegidas do deus Febo. Por isso, possuem como atributos como instrumentos musicais, livros, dentre outros. Cf. CAR-GOMM, Sarah. Dicionário de símbolos na arte: guia ilustrado da pintura e da escultura ocidentais. Bauru, Edusc, 2004, p. 159.
14
Vênus é a deusa da beleza e do amor, muitas vezes representada nua, cujos atributos são rosas e murtas, além das conchas. Ela pode ser associada aos prazeres da vida, sendo conhecida também como Citera. Na Mitologia, Vênus é mãe de Cupido e casada com Vulcano, tendo muitos amantes, dentre eles, Baco, Marte e Netuno. A deusa atraia os homens utilizando um cinto mágico que seu marido lhe deu de presente Cf. CAR-GOMM, Sarah. Op. cit., p. 218.
15
Baco é o deus do vinho, que afastava a inquietação e inspirava a música e a poesia, também adorado como o deus da fertilidade, na forma de um bode. Ele pode ser encontrado sozinho ou em bando, sempre representado jovem e belo, coroado com uvas e folhas de parreira ou segurando um copo ou tirso. Cf. CAR-GOMM, Sarah. Op. cit., p. 34.
16
Fauno é o chefe romano dos Sátiros. É um deus rural com forma humana, patas, caudas e orelhas de bode, além de ser associado à lascívia. Cf. CAR-GOMM, Sarah. Op. cit., p. 93.
17
As Bacantes são seguidoras de Baco e caracterizadas como selvagens e endoidecidas, pois não tinham um raciocínio claro. Geralmente, as Bacantes são representadas ao lado de Baco, dançando embriagadas à sua volta.
18
Instrumento antigo, geralmente utilizado como acompanhamento para a dança orgíaca das Bacanais.
19
Putti é o plural de putto, que é um menininho com asas, também conhecido como “cupidinho”, podendo ser anjo ou querubim em pinturas religiosas ou sinônimo de humor em obras seculares. Geralmente acompanham Vênus e a adoram. Cf. CAR-GOMM, Sarah. Op. cit., p. 189.
20
Marte é o deus da guerra e filho de Júpiter e Juno. Geralmente ele é descrito com capacete, escudo, lança ou espada, que eram seus atributos. Além disso, é um dos amantes de Vênus. Segundo a mitologia, Marte sempre descansava em companhia de Vênus e quando tirava sua armadura o mundo ficava em paz. Cf. CAR-GOMM, Sarah. Op. cit., p. 149.
21
Onfálo é uma palavra grega que significa umbigo, entretanto na mitologia pode apresentar o significado masculino e ser representado por uma pedra.
22
Espíritos das florestas, segundo a consultoria do Arquiteto Wagner Ferreira, especialista em simbologia e mestrando no PPGAU UFPA.
23
Ver Folha do Norte, Belém, 19 mar. 1896; e Folha do Norte, Belém, 26 mai.1896 <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=101575&pasta=ano%20189&pesq=Bolonha>.
24
CASTRO, Fábio Fonseca de. A Cidade Sebastiana: Era da borracha, memória e melancolia numa capital da periferia da modernidade. Belém, [s.n], 2010.
sobre os autores
Cybelle Salvador Miranda é arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal do Pará e doutora em Antropologia pela mesma Universidade, com pós-doutoramento em História da Arte pela Universidade de Lisboa. Coordena o Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural – Lamemo, da Universidade Federal do Pará e é docente da Faculdade de Arquitetura e urbanismo e do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e urbanismo – PPGAU FAU UFPA.
Ronaldo N. F. Marques de Carvalho é arquiteto e urbanista pela Universidade Federal do Pará e doutor em Engenharia de Recursos Naturais da Amazônia pela mesma Universidade, com pós-doutoramento em História da Arte pela Universidade de Lisboa. Docente da Faculdade de Arquitetura e urbanismo e investigador do Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural – Lamemo, da Universidade Federal do Pará.
Larissa Silva Leal é discente do curso de Arquitetura e urbanismo da Universidade Federal do Pará e bolsista de iniciação científica junto ao Lamemo FAU UFPA, participando da pesquisa Belém dos Ecletismos: Arquitetura na cultura da metrópole amazônica.