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architexts ISSN 1809-6298

abstracts

português
Objetivou-se entender o ensino de paisagismo no Rio de Janeiro, e descobriu-se que foi introduzido na Escola Nacional de Belas Artes, em 1930, e em 1935, houve um curso de especialização na Universidade do Distrito Federal.

english
The objective was to understand the landscaping education in Rio de Janeiro, and it was discovered that it was introduced at the National School of Fine Arts in 1930, and in 1935, there was a specialization course at the University of the Federal District

español
Se objetivó entender la enseñanza de paisajismo en Río de Janeiro, e se descubrió que fue introducido en la Escuela Nacional de Bellas Artes, en 1930, y en 1935, hubo un curso de especialización en la Universidad del Distrito Federal.


how to quote

AZEVEDO, Alda; ONO, Fernando Pedro de Carvalho. Attílio Corrêa Lima e David Xavier Azambuja. Pioneiros na institucionalização da arquitetura paisagística no Brasil. Arquitextos, São Paulo, ano 21, n. 248.01, Vitruvius, jan. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/21.248/7984>.

Marc Ferrez, Prédio da Academia de Belas Artes, década de 1910
Coleção Instituto Moreira Salles

O período de 1930-1965 caracteriza-se pela transição na organização social brasileira. De acordo com Maurício Abreu (1), tal fato é decorrente do caráter contraditório da Revolução de 1930, que teve como objetivo desalojar do poder a aristocracia cafeeira, mas que, contraditoriamente, não possuía nenhum outro grupo solidamente organizado para substituí-la. Tem início assim o Governo do Presidente Getúlio Vargas, período em que ele geriu o país por 15 anos ininterruptos, compreendido entre 1930 e 1945. Buscava-se, neste momento, forjar a ideia de Nação Brasileira e uma questão que se impôs de forma crescente foi a busca da identidade nacional, gerando a discussão que se estendeu ao campo da Arquitetura, da Literatura e das Artes (2).

Após as conturbadas agitações sociais da década de 1920 (crises econômicas, revoltas militares, criação do Partido Comunista Brasileiro, organização da Semana de Arte Moderna etc.), surgiram as grandes campanhas para a reforma da educação no país. Durante a década de 1930, o Governo então elaborou seu projeto universitário, num período que ficou conhecido como Reforma Francisco Campos. Cria-se, inicialmente, o Ministério da Educação em 1930, e são adotadas diversas medidas, entre as quais se destacam a promulgação do Estatuto das Universidades Brasileiras (3), a reorganização da Universidade do Rio de Janeiro (4), e a criação do Conselho Nacional de Educação (5). Posteriormente, é desenvolvida a proposta de reestruturação do Ministério da Educação e Saúde Pública, em 1935, e da institucionalização da Universidade do Brasil, em 1937, como modelo padrão para as demais universidades existentes no País (6).

Estes anos que se iniciavam arrastados pela crise econômica de 1929 viram acentuar-se no país a penetração das linhas ideológicas de direita e esquerda, e foram férteis na procura da afirmação de novas dimensões culturais, ainda em reflexo da abertura do Modernismo na Semana de 1922. Mesmo com a Revolução de 1930, havia a presença de homens favoráveis à problemática contemporânea da arte no então Ministério da Educação e Saúde, o que iria revelar-se como uma brecha no sistema, com importantes consequências para a consolidação daquelas ideias (7).

Tal ambiente assinalou o crescente número de adeptos do modernismo, onde a arte surgiu como resposta ao espírito moderno que pregava a ruptura com os antigos valores, traduzida pela liberdade da criatividade dos artistas, e que transformavam a realidade no foco de suas produções. Uma das propostas desse momento era construir o caráter nacional da produção artística, rompendo com as influências estrangeiras e democratizando-a para todas as classes sociais. Paralelamente, instalava-se no país o projeto de modernização fomentado pelo Estado, incentivando as reformas das cidades (8).

Neste contexto, a Cidade do Rio de Janeiro ocupava posição de destaque nacional como Capital do então Estados Unidos do Brasil, e a prática paisagística até então nela praticada era caracterizada pelo forte formalismo dos planos de embelezamento. Todavia, a partir da década de 1930, ocorre uma ruptura nestes moldes, passando a ganhar vigor uma expressão mais diretamente vinculada aos estímulos autóctones do meio. É neste cenário que ocorre a institucionalização do ensino de arquitetura paisagística na cidade carioca.

Contudo, até o presente momento, poucos estudos se dedicaram a abordar tal empreendimento, sob o ponto de vista da sua articulação com as transformações contextuais que estruturaram a introdução disciplinar. Assim, objetiva-se neste artigo promover uma reflexão sobre tal processo, abarcando esta primeira iniciativa. Para tanto, a pesquisa foi baseada em fontes primárias de periódicos da época e amparou-se no conceito de campo, oriundo dos fundamentos de Pierre Bourdieu (9), adotado como suporte para um melhor entendimento das modificações.

Campo, segundo Bourdieu (10), é compreendido não como um lugar específico, mas como uma situação atual de um assunto, numa justaposição de sua materialidade e sociabilidade. No campo, o sociólogo considera a lógica interna dos objetos culturais, sua estrutura como linguagem e os grupos que produzem tais objetos, através dos quais eles também preenchem funções. Para tanto, é necessário utilizar o método relacional para análise do microcosmo social no qual se produzem obras culturais, como o campo artístico no qual se insere a prática paisagística. Foi, portanto, sob este viés que se analisou a introdução disciplinar ocorrida primeiramente na Escola Nacional de Belas Artes.

A introdução da arquitetura paisagística no ensino da Escola Nacional de Belas Artes

A Escola Nacional de Belas Artes – Enba – era herdeira inicialmente da Escola Real de Ciências Artes e Ofícios (1816-1822), fundada por Dom João VI no século 19, por incentivo da Missão Artística Francesa. Estruturada no Sistema Acadêmico, ela inaugurou o ensino artístico no país nos moldes formais apoiada nos preceitos do classicismo (11). Após a independência, a instituição passou a ser conhecida como Academia Imperial de Belas Artes – Aiba (1822-1890).

A Enba foi criada em 8 de novembro de 1890, e nasceu juntamente com o regime republicano. Teve como objetivo romper com o modelo imperial de ensino e de gosto artístico, porém não é possível perceber de início grandes rupturas entre as duas instituições. A partir de 1931, foi integrada à então denominada Universidade do Rio de Janeiro, criada em 7 de setembro de 1920 pelo presidente Epitácio Pessoa, por meio do Decreto nº 14.343/20, delimitando o fim de um sistema e o início de outro (12).

Foi na Enba que se deu primeiramente a introdução da disciplina de Arquitetura Paisagística no currículo de seu Curso Geral, ocorrida através da reforma promovida pelo arquiteto Lúcio Costa, quando assumiu a direção no período de 1930 a 1931. O início da regência de Costa é oficialmente em 8 de dezembro de 1930, e segundo a Ata da Sessão da Congregação da Escola Nacional de Belas Artes, realizada em 22 de abril de 1931 (13), ele assumiu a direção da Enba almejando introduzir elevação e eficiência ao Curso Geral. A formação na época era dividida entre três anos de disciplinas do curso de arquitetura e três anos de pintura e matérias correlatas (14).

Neste ínterim, Costa instituiu a reforma curricular imputando ao Curso Geral caráter moderno, através do incentivo ao regime pedagógico com largo desenvolvimento do ensino técnico-científico, por meio da introdução das disciplinas de urbanismo e arquitetura paisagista, composição decorativa e tecnologia das artes menores, e a obrigatoriedade dos trabalhos práticos. Para tanto, ele contratou novos professores por seu livre arbítrio, mas ao mesmo tempo em que renovava, matinha velhos mestres, obedecendo assim ao espírito de conciliação. Foi então contratado o arquiteto Gregori Warchavchik para a cadeira de Composição de Arquitetura do quarto ano; o escultor Celso Antônio para a de Escultura; o arquiteto alemão Alexander Buddeus para a de Composição de Arquitetura do quinto ano; e o pintor alemão Leo Putz para uma das cadeiras de Pintura (15).

Contudo, a falta de registros acerca da recém-criada cadeira de urbanismo e arquitetura paisagista leva a compreender que, durante a direção de Lucio Costa na Enba, ela não foi ocupada. De toda forma, vale destacar que sua atitude em reconhecimento disciplinar do paisagismo, não foi ao acaso e tampouco fruto exclusivo de sua subjetividade. Sua posição social estava inserida num campo mais amplo, em articulação à esfera político-intelectual do momento.

Conforme o sociólogo francês e especialista em problemas políticos da América Latina, Daniel Pécaut (16), a politização dos intelectuais brasileiros da primeira geração, definida entre 1920-1940, reclamava para si próprios a autoridade perante o Estado para executar sua missão política, basicamente definida por duas tarefas: forjar a consciência nacional e promover a organização social. O acesso dos intelectuais à posição de elite dirigente qualificava-se por sua capacidade em captar e interpretar os sinais que demonstravam a existência de uma nação inscrita na realidade. E, no que tange à arquitetura paisagística, estes sinais se davam pelos mais diversos campos.

Em Arquitetura lutava-se desde 1929 pela regulamentação da profissão do arquiteto, e pela diferenciação de suas atribuições em relação às dos engenheiros. O Instituto Central de Arquitetos, neste momento, era presidido por Adolfo Morales de Los Rios Filho, arquiteto e professor da Enba, e tendo como vice-presidente Cypriano de Lemos. Em seu discurso de posse em 1929, Morales de Los Rios Filho chama a atenção para esta urgente necessidade, informando que o Ministro da Justiça havia solicitado ao Conselho Superior de Ensino a elaboração de um anteprojeto regulamentando a profissão de engenheiro, que serviria de base para o Projeto de Lei a ser enviado para a Câmara. Assim, era de suma importância definir atribuições, direitos e deveres dos arquitetos, em distinção ao engenheiro e ao construtor. Em suas palavras, era pertinente ao arquiteto o trabalho paisagístico, na função de higienizar as cidades e educar a sociedade:

“Homem de arte e de sciencia, homem de acção e de sociedade, psychologo, historiador, mestre de obreiros, conductor de correntes estheticas, planejador e reformador de cidades, parques e jardins, domador e estheta da natureza, educador e hygienista, eis definida a personalidade do architecto” (17).

De 19 a 30 de junho de 1930, foi realizado na cidade do Rio de Janeiro o IV Congresso Pan-Americano de Arquitetos, que contou inclusive com a participação de Lucio Costa. Entre seus objetivos estava pugnar os melhores conhecimentos dos problemas artísticos, científicos, urbanísticos, paisagísticos, técnicos e sociais, e dentre os eixos teóricos abordados, havia um que versava sobre os problemas relacionados ao “urbanismo e architectura paysagista”. O Congresso causou grande impacto no meio dos arquitetos, e repercutiu internacionalmente no continente americano. Entre as recomendações resultantes das discussões, destaca-se:

“O Congresso recomenda a creação de cadeiras ou mesmo cursos de urbanismo nas escolas superiores de architectura e engenharia, devendo haver, egualmente, ao menos nas primeiras, o ensino especializado do paisagismo” (18).

Houve ainda o movimento iniciado pela Sociedade Brasileira de Belas Artes em prol da Arquitetura Paisagística, onde se planejava iniciar exposições anuais que contribuíssem para a sistematização didática dessa especialidade, e que inclusive fazia parte de um movimento ainda maior que visava a conservação florística do Rio de Janeiro. Segundo matéria escrita por A. J. Sampaio (19), a floresta deveria ser considerada pelos cariocas como algo a conservar onde permanecesse, e a recompor onde fosse necessário. Ele cita as palavras do arquiteto José Mariano Filho, que dizia ser o Rio de Janeiro uma cidade-floresta, e, portanto, necessitavam serem conservados os “dons particulares que a natureza benfazeja reservou para cada região, no dizer de Humboldt” (20).

Em suma, havia um ambiente propício onde era reconhecida a importância da arquitetura paisagística para a constituição da cidade e da qualidade de vida das pessoas. Tal contexto tinha conexão com o cenário político-intelectual da época, caracterizado por preocupações nacionalistas e cientificistas, aliado ao desejo de modernização da sociedade e das instituições do Estado.

Tratava-se, portanto, da construção ideológica do campo paisagístico na cidade do Rio de Janeiro, como reflexo de um grupo mobilizado para e pela defesa de seus interesses, buscando sua própria estrutura e suas próprias leis. Neste grupo estavam inseridos o poder político e os intelectuais que almejavam a construção do Estado Nacional forte e de uma identidade pátria, cuja iniciativa passava também pela conservação do meio ambiente e pelo seu reconhecimento como patrimônio natural e signo identitário da nação, de modo que sua inclusão nas cidades através do tratamento paisagístico estava contida nestes objetivos. Neste cenário, a atitude de Costa se caracteriza como a primeira institucionalização do ensino de arquitetura paisagística na cidade carioca e no Brasil, tornando-se ela, portanto, pioneira neste segmento em território nacional.

Todavia, o período de Lucio Costa à frente da Enba é curto. Ele recebeu severas críticas do Conselho Técnico e Administrativo, que culminaram com sua destituição do posto de diretor da instituição, em 18 de setembro de 1931. Depois de sua saída da Enba, para ocupar a cadeira de Urbanismo e Arquitetura Paisagística foi nomeado interinamente em 18 de janeiro de 1932, pelo então Presidente da República, Getúlio Vargas, o arquiteto e urbanista Attílio Corrêa Lima.

Attílio Corrêa Lima, o primeiro professor de arquitetura paisagista

Attílio Corrêa Lima, segundo Luiz Gonzaga Ackel (21), era filho do escultor José Octávio Corrêa Lima e da italiana Rosália Marzia Benfaremo, e nasceu em Roma no dia 8 de abril de 1901. Morou na Europa por cinco anos, quando veio para o Rio de Janeiro, lugar onde viveria a maior parte de sua vida. Cursou a Enba, como aluno livre, onde o pai era professor titular de Escultura e Ornatos. Após essa experiência inicial, no ano seguinte, 1919, inscreveu-se no Curso Geral da Enba, que concluiu em 1922. Deu continuidade a seus estudos, iniciando o Curso Especial de Arquitetura em 1923.

Em 1927, Corrêa Lima foi contemplado com o prêmio Viagem a Europa e se estabeleceu em Paris, onde frequentou o Institut d’Urbanisme de L’Université de Paris – IUUP. Em sua permanência de cinco anos, estagiou no escritório de Alfred Agache, durante a realização do seu plano para o Rio de Janeiro. Defendeu sua tese no ano de 1930, e retornou ao Brasil no final de 1931, como o primeiro urbanista formado do país.

Recém-chegado ao país após sua pós-graduação em Urbanismo no IUUP, sua indicação para catedrático da disciplina, conforme Ackel (22), teve forte influência de seu pai, José Octávio Corrêa Lima, ex-diretor da Enba antes da gestão de Lucio Costa. Em documento de 12 de abril de 1932, assinado por Getúlio Vargas e Gustavo Capanema, diz-se:

“O Presidente da República resolve nomear o professor ATTÍLIO CORRÊA LIMA para reger, interinamente, no corrente anno, até realização de concurso, a cadeira de Urbanismo-Architectura Paisagista do curso de Architectura da Escola Nacional de Bellas Artes, da Universidade do Brasil” (23).

Attílio permaneceu interinamente nessa função até o mês de maio, quando foi designado por ato do Reitor, em 1 de junho de 1932, a reger a cadeira de Urbanismo e Arquitetura Paisagista, tornando-se o primeiro professor desta disciplina na Enba. Em certidão da Enba datada de 31/01/1935, diz-se:

“Certifico que o docente livre deste estabelecimento, engenheiro-architecto Attílio Corrêa Lima, actualmente no exercício de professor de Urbanismo e Architectura Paisagística desde 1932, a contento da administração e com proveito para o ensino, vem lecionando a referida disciplina neste estabelecimento como contratado e interino, respectivamente. Certifico, outrossim, que o referido professor, durante o período que vem lecionando neste instituto, não só realizou excursões com os alunos da disciplina em apreço, como também tomou parte e serviu como examinador em várias bancas de exames e concursos de fim de anno” (24).

Corrêa Lima foi nomeado responsável pela cadeira de Urbanismo e Arquitetura Paisagista, através de ato assinado em 14 de março de 1934, tendo permanecido como catedrático da disciplina até 1937. Todavia, no ano de 1934, ele foi licenciado, por precisar ausentar-se para realização do Plano Urbanístico de Goiânia, onde necessitou residir (25).

Segundo o Diário Oficial de 12 de fevereiro de 1935, no programa da cadeira de Urbanismo e Arquitetura Paisagista da Enba, conforme o n. 10 do Art. 6, do Decreto n. 22.897, o conteúdo específico de arquitetura paisagística compreendia “parques e jardins; o problema florestal; estudo summario das plantas como elementos de composição urbana”(26).

Da mesma forma, o programa para o concurso de docente da referida cátedra seria coberto por duas partes e na especificidade da arquitetura paisagística era relacionado: 1. a arte dos jardins, destacando o estudo das duas grandes escolas, a francesa e a inglesa, juntamente com os jardins italianos e os jardins orientais; 2. Técnica dos jardins, Problema florestal, necessidade das reservas de ar nas cidades; 3. Espécies vegetais utilizáveis no meio urbano – influências da temperatura, insolação, composição do terreno etc. sobre a vegetação; 4. Arborização pública; 5. técnica e composição dos grandes parques, jardins públicos, jardins particulares, e o problema do jardim mínimo (27).

Assim, é possível observar interlocuções dos conhecimentos paisagísticos com o campo da botânica, das artes, da arquitetura e do urbanismo, na constituição do programa disciplinar da arquitetura paisagística na Enba. Tal fato conduz à compreensão de que a profissão neste momento não era vista apenas pelo atributo de plantio ornamental ou por seus aspectos formais, e apregoava-se a devida consciência técnica em seu labor.

Observa-se ainda que o estudo do mundo vegetal em arquitetura paisagística estava mais próximo da botânica. Este é um campo da biologia que abrange ampla gama de disciplinas científicas que estudam crescimento, reprodução, metabolismo, desenvolvimento, doenças e evolução da vida das plantas.

Nota-se também nos programas referidos a preocupação com a conservação florestal. O papel da vegetação como pulmão de ar para as cidades foi uma reflexão muito presente nos estudos do urbanismo e do paisagismo desde meados do século 19, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. No Rio de Janeiro, é possível observar estas inquietações através do replantio da Floresta da Tijuca e com as reformas paisagísticas ocorridas a partir de meados do Oitocentos na cidade carioca.

Compreende-se, desta forma, a interseção entre o campo paisagístico deste momento com preocupações de proteção ao meio ambiente, e inclusive seu papel educativo da sociedade. Levar a vegetação para as cidades significava torná-la conhecida, sendo, portanto, necessário priorizar as riquezas naturais do país a fim de promovê-las. Com isso, seria possível sensibilizar os habitantes para a sua preservação, e contribuir para forjar a imagem da identidade nacional almejada pelo poder e a elite intelectual.

Contudo, as manifestações culturais e as riquezas naturais não eram suficientes para fazer a população se constituir politicamente. Era imperativa a prática de profissionais, e para este fim era fundamental a sua formação acadêmica. Desta forma, era necessária a reforma da instituição herdada do Império e dos primeiros anos da República, como a Enba.

O caminho para o progresso significava dar forma a sociedade e é neste ponto que Lucio Costa atuou com a introdução das novas disciplinas. Ínterim, Attílio Corrêa Lima ficou na docência da disciplina Urbanismo e Arquitetura Paisagista até o ano de 1937, quando em concurso público para professor efetivo foi preterido pelo engenheiro José Octacílio Saboya Ribeiro. Tal situação resultou em longo processo na Justiça por irregularidades nos procedimentos do Concurso, fato que o faz deixar a Enba.

A partir de 1932, formaram-se no Curso Geral – sendo consequentemente alunos de Attílio Corrêa Lima – arquitetos como Alcides da Rocha Miranda, Jorge Machado Moreira, Hélio Uchoa Cavalcanti, Jorge Ferreira, Carlos Frederico Ferreira. Todos estes, e muitos outros, colaboraram na formação de novas gerações de profissionais de grande relevância, mas que ainda aguardam por mais justo reconhecimento. Da mesma forma, um fato não pode ser modificado: Attílio Corrêa Lima não foi somente o primeiro professor de urbanismo da Enba, ele foi o primeiro catedrático de arquitetura paisagística da Cidade do Rio de Janeiro e do Brasil.

Curso de especialização em arquitetura paisagística na Universidade do Distrito Federal

A Universidade do Distrito Federal – UDF foi criada em abril de 1935, pelo Decreto Municipal n. 5.513/35, como parte de um programa integrado de Instrução Pública para o Distrito Federal, liderado por Anísio Teixeira, entre 1931 e 1935. Ela era composta de cinco escolas, além de instituições complementares: a Escola de Ciências, o Instituto de Educação, a Escola de Economia e Direito, a Escola de Filosofia e Letras e o Instituto de Artes (28). Segundo o Decreto que a instituiu, era seu objetivo:

“Promover e estimular a cultura a concorrer para o aperfeiçoamento da comunidade brasileira; encorajar a pesquisa científica, literária e artística; propagar as aquisições das ciências e das artes pelo ensino regular de suas escolas e pelos cursos de extensão popular; formar profissionais e técnicos em diversos ramos e prover a formação do magistério em todos os seus graus”.

A UDF foi idealizada um ano após a criação da Universidade de São Paulo – USP, implementada em 1934, como resultado de inadiáveis decisões para definir os rumos do ensino no país. De grande relevância se tornou a instituição da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, unidade orientada por professores europeus e destinada, principalmente nos fins dos anos 1940, a assinalar sua presença na vida intelectual do país. Contudo, nela as artes não se organizaram como um setor, a exemplo do Rio, embora Walter Zanini ressalte a referência exercida no ensino artístico da USP por três professores franceses: Jean Maugué, Claude Levi-Strauss, e Roger Bastide (29).

Em verdade, a UDF pretendia não apenas produzir profissionais, mas formar os quadros intelectuais do país. Ela inaugurou os primeiros cursos de formação de professores e de especialização em diversas disciplinas, e dentre eles o curso de especialização em arquitetura paisagística. Para o corpo docente da UDF foi articulada a vinda de uma missão francesa composta de professores de diferentes áreas, como Eugène Albertini, Henry Hauser, Jacques Perrot, entre outros. Segundo Celso Kelly, a implantação do Instituto de Artes da UDF, audaciosamente planejado por Anísio Teixeira, teve como principais características:

“O nível universitário no ensino e pesquisa da arte, qualquer que fosse o seu ramo; b) a coexistência de todas as artes, da música à arquitetura; c) a inclusão das artes industriais, especialmente as auxiliares da arquitetura, as gráficas, e as de indumentária, como processo de renovação no gosto no ensino no profissional do Rio; d) ênfase especial à pintura mural e à escultura monumental; e) a instituição do ensino do urbanismo; f) atividades pós-graduadas, sobretudo em arquitetura e música; g) extensões universitárias, visando o esclarecimento da formação artística do povo, diante das novas correntes estéticas; h) uma tentativa geral pela unidade de criação” (30).

É neste contexto que, em agosto de 1935, foi promovido pela UDF o 1º Curso de Pós-Graduação Latu Sensu (Especialização) em Arquitetura Paisagística, ministrado pelo arquiteto David Xavier Azambuja. No jornal A noite foi assim publicado:

“A Universidade do Distrito Federal acaba de organizar no seu Instituto de Artes, mais um curso especializado do nível dos pós-graduados. Trata-se de um curso que pela primeira vez se realiza no Brasil, o de architectura paizagista, a cargo do professor David Xavier Azambuja, architecto paisagista da Directoria Geral de Turismo” (31).

Em 1932, tem-se o registro de um dos primeiros profissionais a atuar no Rio de Janeiro com graduação em Arquitetura Paisagística. O paranaense, natural de Curitiba e radicado no Rio de Janeiro, David Xavier Azambuja, nasceu em 27 de novembro de 1910. Ele concluiu seus estudos no Curso Geral da Enba, segundo informações de seu currículo presente no Museu Dom João VI. Nele, Azambuja descreve que estudou Arquitetura Paisagística fora do país.

Retornando ao Brasil em 1932, foi então contratado pela Inspectoria de Mattas, Jardins, Arborisação, Caça e Pesca, onde desenvolveu projeto para a Praça da Fé em Bangu, e introduziu pela primeira vez um playground para crianças. Posteriormente, em 1933 foi incumbido de remodelar o Viveiro da Quinta da Boa Vista, situado atrás do Museu Nacional. E para o ano de 1935, já havia sido aprovado o projeto para a Praça Playground General Ozorio, em Ipanema.

Submetendo-se a concurso de provas e títulos, Azambuja foi nomeado professor catedrático de Arte Decorativa da Enba em 1934. Entre 1938 e 1948, participou da Comissão do Plano da Cidade do Rio de Janeiro, encarregada de fazer a readequação do Plano Agache (1930) às novas demandas da cidade. Neste mesmo período, Azambuja ministrou a Especialização em Arquitetura Paisagística na UDF, fato até então inédito no Brasil.

Porém, embora despontasse como um centro de ensino inovador no Brasil dos anos 1930, a UDF logo iria enfrentar dificuldades políticas provocadas pela revolta comunista de novembro de 1935, abrindo-se assim grave crise no interior da Universidade recém-criada. Assim, a instauração do Estado Novo em novembro de 1937 criou condições para a eliminação da UDF, e a incorporação de seus quadros à Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, criada em 1939. O Ministro Gustavo Capanema determinou, em 1939, o fechamento da UDF, e a incorporação de suas escolas à referida universidade. De acordo com o Decreto-Lei n. 1063/39, de 20/01/1939, os cursos do Instituto de Artes foram incorporados à Enba e à Escola Nacional de Música.

Considerações finais

A Cidade do Rio de Janeiro apresentava, no começo da década de 1930, um contexto favorável à introdução do ensino de Arquitetura Paisagística. Desta forma, a iniciativa de Lucio Costa estava atrelada à construção ideológica de um campo paisagístico, iniciada nos anos 1930 e que se estendeu até aproximadamente os anos 1970, período que se caracteriza por sua consolidação. Nesta fase inicial ocorre a institucionalização disciplinar da Arquitetura Paisagística, que pode ser considerada um marco da atividade nesta cidade, caracterizada pela busca da identidade projetual da prática e por sua própria configuração.

Contudo, apesar de haver estudos sobre a passagem de Lucio Costa pela direção da Enba, ainda não se havia atentado para o fato de que esta foi a primeira introdução do ensino de arquitetura paisagista no país. Até então, julgava-se ter sido através da colaboração do norte-americano Roberto Coelho Cardoso, na Universidade de São Paulo nos anos 1950, como expôs a arquiteta e pesquisadora Miranda Magnoli (32). Assim, admite-se que a contribuição de Attílio Corrêa Lima, de 1932 a 1937, bem como a de David Xavier Azambuja, em 1935, são pioneiras no país, e seus aportes, até o presente momento, não havia sido devidamente reconhecido.

Ressalta-se, todavia, que mesmo com o curto período de atuação, a UDF foi a primeira Universidade do Brasil a implantar um curso de especialização em Arquitetura Paisagística no país. Apesar das escassas fontes para o acesso ao programa do curso, tal situação revela os rumos e a conscientização na necessidade de formação de um campo profissional na cidade.

Como resultado, as modificações promovidas no ano de 1931 no Curso Geral da Enba, culminaram com a separação definitiva do curso de Arquitetura à parte das Belas Artes. Com isso, em 5 de julho de 1937, foi criada a Escola Nacional de Arquitetura, bem como, a Universidade do Brasil, como continuidade da Universidade do Rio de Janeiro, onde foi estabelecido o sistema universitário em detrimento ao conjunto de escolas superiores isoladas da primeira (33).

Posteriormente, através do Decreto-Lei n. 7.918/45, de 31/08/1945, a Escola Nacional de Arquitetura passou a ser denominada Faculdade Nacional de Arquitetura – FNA (34). A FNA, ainda segundo o referido Decreto-Lei, ficou responsável pelos cursos de Arquitetura, em nível de Graduação, e o de Urbanismo, como Pós-Graduação Latu Sensu, ou Especialização. A disciplina de Urbanismo – Arquitetura Paisagista permaneceu na grade curricular do curso de Arquitetura até o ano de 1970, sendo ministrada no quinto ano, e durante algum tempo continuou sob os auspícios de José Otacílio Sabóia Ribeiro. A partir dos anos 1970, a disciplina adquiriu caráter autônomo.

Por sua vez, em 1971, a Enba passou a ser denominada Escola de Belas Artes – EBA, também vinculada a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde 1972, a EBA oferece o curso de Bacharelado em Composição Paisagística, que foi reconhecido pelo então Ministério de Educação e Cultura – MEC em 1979. Trata-se atualmente do Curso de Paisagismo, que objetiva formar profissionais para atuarem no desenvolvimento de projetos no meio urbano, com conhecimentos técnicos, artísticos e da natureza, de forma integrada, conciliando as teorias de análise dos espaços externos, as questões climáticas e ambientais, estéticas e funcionais.

notas

NE – Este artigo foi originalmente apresentado no evento XV Seminário de História da Cidade e do Urbanismo: a cidade, o urbano, o humano. Rio de Janeiro, 18 a 21 de setembro de 2018.

1
ABREU, Maurício de Almeida [1987]. Evolução urbana do Rio de Janeiro. 4ª edição. Rio de Janeiro, IPP, 2013.

2
AMARAL, Aracy [1970]. Artes plásticas na semana de 22. 5ª edição. São Paulo, Editora 34, 1998.

3
BRASIL. Decreto nº 19.851, de 11 de abril de 1931. Dispõe que o ensino superior no Brasil obedecerá, de preferência, ao sistema universitário, podendo ainda ser ministrado em institutos isolados, e que a organização técnica e administrativa das universidades é instituída no presente Decreto, regendo-se os institutos isolados pelos respectivos regulamentos, observados os dispositivos do seguinte Estatuto das Universidades Brasileiras. Diário Official [dos] Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro, 15 abr. 1931, p. 5800.

4
BRASIL. Decreto n. 19.852, de 11 de abril de 1931. Dispõe sobre a organização da Universidade do Rio de Janeiro. Diário Official [dos] Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, 4 jun. 1931, p. 9219.

5
BRASIL. Decreto n. 19.850, de 11 de abril de 1931. Cria o Conselho Nacional de Educação. Diário Official [dos] Estados Unidos do Brasil, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 15 abr. 1931, p. 5799.

6
ROTHEN, José Carlos. A universidade brasileira na reforma Francisco Campos de 1931. Revista Brasileira de História da Educação, v. 8, n. 2, 2008, p. 141-160.

7
ZANINI, Walter. Arte contemporânea. In ZANINI, Walter. História geral da arte no Brasil. São Paulo, Instituto Moreira Salles, 1983, p. 499-820.

8
PEREIRA, Sonia Gomes. Arte Brasileira no século 19. Belo Horizonte, C/ Arte, 2008.

9
BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: sobre a teoria da ação. 11ª edição. São Paulo, Papirus, 2011.

10
Idem, ibidem.

11
PEREIRA, Sonia Gomes. Arte Brasileira no século 19. Belo Horizonte, C/ Arte, 2008.

12
BRASIL. Decreto n. 14.343, de 7 de setembro de 1920. Institui a Universidade do Rio de Janeiro. Diário Oficial [dos] Estados Unidos do Brasil, Poder Executivo, Seção 1, Rio de Janeiro, 10 set. 1920, p. 15115.

13
PINHEIRO, Maria Lúcia Bressan. Lúcio Costa e a Escola Nacional de Belas Artes. Anais do 6º Seminário Docomomo Brasil. Niterói, ArqUrb UFF, 2005.

14
ACTA da Sessão da Congregação da Escola Nacional de Bellas Artes, realizada em 22 de abril de 1931, sob a presidência do Sr. arquiteto Lucio Costa, Diretor, p. 194-196. Acervo do Museu D. João VI <http://www.docvirt.com/docreader.net/docreader.aspx?bib=MuseuDJoaoVI&pasta=Encadernados&pesq=>.

15
PINHEIRO, Maria Lúcia Bressan. Op. cit.

16
PÉCAUT, Daniel. Os intelectuais e a política no Brasil: entre o povo e a nação. São Paulo, Ática, 1990.

17
LOS RIOS FILHO, A. Morales. Instituto Central de Architectos: posse da nova directoria. Architectura, ago. 1929, p. 22-23. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional.

18
IV Congresso Pan-Americano de Architectos. O Jornal, 20 fev. 1930, p. 17. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional. Grifo dos autores.

19
SAMPAIO, A. J. A flora do Rio de Janeiro, ao tempo da fundação. Correio da Manhã. 19 jan. 1930, p. 3. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional.

20
Idem, ibidem.

21
ACKEL, Luiz Gonzaga Montans. Attílio Côrrea Lima: uma trajetória para modernidade. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2007.

22
Idem, ibidem.

23
Idem, ibidem.

24
Idem, ibidem, p. 121.

25
Idem, ibidem.

26
BRASIL. Decreto n. 22.897, de 12 de fevereiro de 1935. Programa da cadeira do curso de Architectura. Diário Oficial [dos] Estados Unidos do Brasil, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 12 fev. 1935, p. 3186-3187 <http://www.docvirt.com/docreader.net/docreader.aspx?bib=MuseuDJoaoVI&pasta=&pesq=urbanismo%20architectura%20paisagista>.

27
BRASIL. Decreto n. 22.897, de 12 fev. 1935. Programa da cadeira do curso de Architectura. Diário oficial [dos] Estados Unidos do Brasil, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 12 fev. 1935, p. 3186-3187 <http://www.docvirt.com/docreader.net/docreader.aspx?bib=MuseuDJoaoVI&pasta=&pesq=urbanismo%20architectura%20paisagista>.

28
VICENZI, Lectícia Josephina Braga de. A fundação da Universidade do Distrito Federal e seu significado para a educação no Brasil. Forum Educacional, v. 10, n. 3, Rio de Janeiro, jul./set. 1986.

29
ZANINI, Walter. Arte contemporânea. In ZANINI, Walter. História geral da arte no Brasil. São Paul, Instituto Moreira Salles, 1983, p. 499-820.

30
KELLY, Celso [1961]. Apud ZANINI, Walter. Arte contemporânea. In ZANINI, Walter. História geral da arte no Brasil. São Paulo, Instituto Moreira Salles, 1983. p. 570.

31
Na Universidade da prefeitura” A Noite, 30 ago. 1935, p. 5. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional.

32
MAGNOLI, Miranda. Paisagem: pesquisa sobre o desenho do espaço. Paisagem e Ambiente: ensaios, n. 21. São Paulo, FAU USP, 2006, p. 223-236.

33
BRASIL. Lei 452, de 5 de julho de 1937. Organiza a Universidade do Brasil. Diário Oficial [dos] Estados Unidos do Brasil, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 5 jul. 1937, p. 14830.

34
BRASIL. Decreto-Lei nº 7.918, de 31 de agosto de 1945. Dispõe sobre a organização da Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil. Diário Oficial [dos] Estados Unidos do Brasil, Poder Executivo. Rio de Janeiro, Seção 1, 3 ago. 1945, p. 14409.

sobre os autores

Alda de Azevedo Ferreira é arquiteta e urbanista; mestre em Desenvolvimento Urbano (MDU UFPE); doutora em Arquitetura (Proarq FAU UFRJ); Pós Doutorado do CNPq, vinculada no Laboratório de Arquitetura, Subjetividade e Cultura – Lasc Proarq UFRJ. Membro do Icomos Brasil (CCbr DOC).

Fernando Pedro de Carvalho Ono é mestre em Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes (PPGAV EBA UFRJ).

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