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architexts ISSN 1809-6298

abstracts

português
Este artigo apresenta o fenômeno Anyone Corporation, sua criação, seus conceitos e sua série de 10 conferências em escala global, debatendo a disciplina da arquitetura por meios multidisciplinares e multiculturais ao final do século 20.

english
This article shows the Anyone Corporation, its creation, its concepts and the series of 10 conferences around the world discussing the discipline of architecture through multidisciplinary and multicultural approach at the end of the 20th century.

español
Este artículo procura presentar el fenómeno Anyone Corporation, su creación, conceptos y la serie de diez conferencias en todo el mundo para discutir la disciplina de la arquitectura por medios multidisciplinarios y multiculturales al final del siglo 20.


how to quote

GUARINO, Alexandre Dias. Qualquer. Anyone Corporation e suas conferências no final do Milênio. Arquitextos, São Paulo, ano 23, n. 274.03, Vitruvius, mar. 2023 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/23.274/8726>.

Montagem com as capas dos anais das conferências e de dois periódicos de Anyone Corporation
Imagem divulgação [Anyone Corporation]

No ano de 1990, quatro arquitetos se reuniram para fundar o que veio a ser uma corporação global, uma empresa legalmente constituída com presidência e conselho diretor para a realização de uma pauta bem definida. Estes quatro eram Peter Eisenman, Cynthia Davidson, Arata Isozaki e Ignasi de Solà-Morales. Eles fundaram a Anyone Corporation, algo que hoje seria chamado de think tank, um espaço do cultivo de ideias e conceitos, um espaço para a arquitetura e sua Teoria.

A arquitetura se tornou o centro de debates, conferências e publicações como periódicos e livros. Alguns destes livros serviram como material base para a extensa revisão bibliográfica realizada por meio dos anais publicados após as conferências ocorridas na década de 1990. E assim é possível traçar um panorama da arquitetura e sua teoria no final do século 20.

Como empresa possuem um conselho diretor, e este foi formado nos anos 1990 por Philip Johnson, Frank O. Gehry, Jeffrey Kipnis, Rem Koolhaas, Gianfranco Monacelli, Phyllis Lambert, John Rajchman e os quatro idealizadores. Este conselho deliberou sobre os temas, convidados, localidades, calendário de eventos, entre tantos outros pontos relacionados à realização das conferências e publicações subsequentes. Em suas definições, esta empresa seria responsável por agregar arquitetos, filósofos, críticos, psicólogos, psiquiatras, economistas, geógrafos, sociólogos, artistas plásticos e mesmo advogados com a finalidade de colocar a disciplina arquitetura como o objeto de discussões multidisciplinares realizadas por meio de conferências anuais na década de 1990. Estas conferências tiveram seus nomes definidos a partir da palavra any, que serve de prefixo para dez outras palavras do dicionário da língua inglesa. Esta escolha desde o nome da corporação se dá devido ao caráter indefinido, impreciso desta palavra, ela significa literalmente “qualquer”, e com isso o conceito da indecidibilidade é apresentado.

Assim cada conferência foi tematizada em torno de cada nome — Anywhere, Anyway, Anyplace, Anywise, Anybody, Anyhow, Anytime, Anymore e Anything. Por exemplo, anyone tratou das questões do indivíduo, do coletivo, da assinatura do arquiteto, e da imprecisão em se definir um caminho único. A metade “any” representou a indecidibilidade e a metade “one” representou o ego, o arquiteto como estrela, herói e definidor das cidades, e este mesmo processo seguiu por todos os demais eventos. Sobre a indecidibilidade, ela se conceitua em any (1) como a capacidade de deixar as decisões, escolhas, definições e teorias em aberto, onde por exemplo a historia não mais é um fato exato, a partir da arqueologia de Michel Foucault a mesma se mostra passível a constantes revisões.

Os eventos de Any foram fortemente influenciados não só por conceitos advindos da filosofia de Foucault, mas também dos demais filósofos da chamada escola de Paris, como Jacques Derrida, Gilles Deleuze e Félix Guattari. O pensamento do pós-estruturalismo francês alimentou o debate em torno das discussões iniciadas pela série de eventos bem como de cada evento em si. Estes temas todos vão de encontro à temática das discussões correntes na teoria da arquitetura durante os anos de 1965 a 1995, como abordado por Kate Nesbitt (2) em sua antologia destes trinta anos. As conferências podem ser agrupadas nos temas gerais abordados por ela em seu livro.

Os eventos Anyone e Anyway podem ser enquadrados no tema “Agendas éticas e políticas” (3), no qual ela destaca:

“A questão do papel social da arquitetura é geralmente tratada do ponto de vista da possibilidade e da qualidade moral de uma posição autônoma. […] Essa atitude autônoma pode ser a do criador da obra ou a de um observador ou intérprete. O objeto arquitetônico que dela resulta geralmente é abstrato e de natureza não representacional” (4).

Os eventos, Anywhere e Anyplace corresponderam ao tema “o lugar” (5), onde as questões do espaço, seja físico ou virtual, foram discutidas, levando em consideração conceitos como o genius loci. O evento de Anybody, falou do tema do “corpo” (6), as teorias feministas de Diana Agrest, o corpo como visto desde o movimento moderno e o “corpo sem órgãos” de Deleuze e Guattari foram debatidos. O tema da “teoria urbana” (7), também foi abordado em Anywhere, Anyplace, Anyway e Anywise, focando desde as críticas ao urbanismo da modernista até as possibilidades urbanas abordadas por Rem Koolhaas. Em Anytime, o tema “a História e o historicismo” (8) foi abordado, focando no que Nesbitt citou como a tradição, o significado e a memória.

Os demais eventos seguiram uma temática diferente, quiçá um ensaio para a arquitetura do milênio seguinte, o pensamento pró-prática, a arquitetura além de sua disciplina, o conceito de design e o controle do processo em todas as fases, entre outros tantos assuntos. O advento e popularização das ferramentas computacionais de projeto foram de especial atenção em vários eventos, a partir de Anyplace não foi possível deixar de observar menções a esta tecnologia, seus efeitos nem suas possibilidades arquitetônicas.

Em posse de nove dos dez anais publicados por Anyone Corporation se observa a complexidade de cada evento, cada qual dentro de seu próprio universo, vasto e aberto. Cada conferência tem a complexidade individual de gerar pesquisas e dissertações independentes, e mesmo artigos únicos a respeito de cada evento em específico. A pesquisa (9) que este artigo se baseia foca nos debates que contaram com a participação de Solà-Morales, como recorte e amostragem das discussões ocorridas. Todos os anais foram compilados e editados por Cynthia Davidson, que escreveu em cada um deles uma detalhada introdução relatando os eventos, que se portaram como algo vivo, disposto a certas variações, como por exemplo a escolha das cidades sede dos mesmos. De início Any deveria acontecer em cidades com um histórico em arquitetura e que fossem periféricas dentro de seu país, ou seja não deveriam ser as capitais, nem as principais metrópoles. Mesmo assim encontrar cidades sede a partir de 1994 se deu com a participação de interessados em sediar tais eventos globais.

Anyone, 1991 (10)

Nos dias 10 e 11 de maio de 1991, Anyone Corporation com o apoio da Universidade da Califórnia — Ucla, do Centro Getty de História da Arte e Humanidades entre outros tantos colaboradores, realizou a primeira conferência Any em Los Angeles. Esta aparentemente realizada as pressas, espremida em dois dias, utilizou-se de três endereços para sua realização. O primeiro dia contou com as apresentações dos anfitriões, Peter Eisenman e Cynthia Davidson, uma aula inaugural ao evento foi feita por Fredric Jameson e uma mesa de discussão com Jacques Derrida, Kojin Karatani e Roberto Mangabeira Unger debatendo o tema “O status do individual”. Jameson, por sua vez, trouxe uma reflexão a respeito do tema central da conferência, o indivíduo e a coletividade, ao utilizar da literatura, ele citou o livro Fredydurke, de Witold Gombrowicz para demonstrar uma evolução da visão do “eu, nós, eles” envolvendo a percepção do espaço que este trinômio se insere e as formas de identidade para com o meio.

Todos os acontecimentos do primeiro dia ocorreram no Schonberg Hall na Ucla, já os acontecimentos do dia 11 de maio se dividiram em dois endereços diferentes, limitando as discussões possíveis entre os debatedores e a audiência do evento. Apesar da separação os seis painéis programados discutiram um mesmo tema, “Três visões de Anyone (qualquer um)”, estas mesas foram dividias em grupos de três conferencistas e um moderador.

Dentre os 21 conferencistas convidados para o debate estavam presentes os fundadores e seu conselho diretor, além do arquiteto Rafael Moneo, do professor Anthony Vidler, do teólogo Mark C. Taylor, da historiadora Rosalind Krauss, do escritor William Gibson e da artista plástica Maria Nordman que garantiram o caráter multidisciplinar do evento.

Gravação em vídeo das atividades da conferência Anyone
Foto divulgação [Cortesia Canadian Centre for Architecture]

Anywhere, 1992

No ano de 1992, Arata Isozaki e Akira Asada organizaram a segunda conferência Any, Anywhere, ocorrida entre os dias 9 e 11 de junho daquele ano na cidade de Yufuin no Japão. Este evento envolveu desde uma pré-recepção dos conferencias em Fukuoka para em grupo experienciarem a travessia até a ilha de Oita, ao chegarem na cidade de Beppu seguiram em ônibus para Yufuin, uma típica cidade termal. Este evento contou com os representantes locais, e toda uma sorte de apresentações culturais japonesas, cerimônias do chá servidas por gueixas e apresentação de taiko (11), e claro, peculiaridades da vida nipônica. Davidson chamou a atenção para os choques culturais que todos os participantes experimentaram, a multiculturalidade do evento. Com isso houve uma certa barreira linguística, que permitiu de certa forma semente aos tradutores uma experiência de fato transcultural. “Idiomas nativos mantém territórios e impedem a ideia de uma possível Anywhere, exceto na cabine de tradução, onde um movimento instantâneo entre idiomas embaça não somente distinções, mas também significados” (12).

A conferência se realizou na estação de trem da cidade, obra de Arata Isozaki, na porção interna da conferência apresentações, discursos e discussões, na porção externa, furgões de televisão preparados para transmissão ao vivo destinada a alcançar Tóquio, onde se encontrava a audiência do evento, participando por meio de perguntas enviadas por fax ao local da conferência. Os debates entre os 28 participantes foram divididos em sete painéis sem uma temática especifica, porém, vinculados ao tema geral, os conceitos de lugar, espaço e local. Isto se percebe desde a viagem até Yufuin e a presença da plateia em outra cidade.

Esta conferência marcou o início das discussões globais, globalizantes, que se sucederam nas conferências seguintes, onde se questionou a respeito do estar em um lugar em meio a um mundo globalmente formado e conectado. Isto estimulou discussões e debates envolvendo o Conselho diretor de Any e seus convidados dentre eles o filósofo Jacques Derrida, os arquitetos Toyo Ito e Tadao Ando, os críticos Shigehiko Hasumi e John Rajchman, entre muitos outros.

Arata Isozaki na abertura da Conferência Anywhere
Foto divulgação [Cortesia Canadian Centre for Architecture]

 

Anyway, 1993

Em 1993, de 4 a 6 de junho, ocorreu a terceira conferência Any, seguindo as pátrias dos fundadores, foi a vez da Espanha de Ignasi de Solà-Morales. Anyway aconteceu na cidade de Barcelona, e foi organizado por Solà-Morales e Josep Ramoneda, então presidente do recém-inaugurado Centre de Cultura Contemporánea — CCC, local onde ocorreu a conferência. A dupla de organizadores propôs um evento pautado nos processos da arquitetura, métodos, meios, caminhos a seguir. Eles também consideraram a política da arquitetura como forma de realizar mudanças nos espaços de intervenção. Eles afirmaram que a “construção e destruição ocorrem simultaneamente no espaço físico, na produção da imaginação, no condicionamento de comportamentos, e na descontinuidade de significados” (13). Esta constante um tanto deleuziana do significar, dessignificar e ressignificar é colocada como uma realidade da arquitetura, a qual todos os arquitetos devem se manter atentos.

Segundo Cynthia Davidson (14) o tom da conferência foi traçado pelo filósofo Xavier Rubert de Ventós, palestrante principal de Anyway. Nesta palestra denominada “Any Way Leads to Rome” (15) de Ventós apresenta duas possíveis interpretações para o título. A primeira relacionada as estradas físicas traçadas e construídas pelo Império Romano, considerando que essas levam a capital do império porque assim foram planejadas. A segunda forma considera que Roma existe porque as estradas a configuram desta forma. Ele também usa do significado de “way” como modo e caminho, focando nos sinônimos de modo, o jeito de fazer as coisas. De Ventós focou nas caraterísticas abertas da razão, suas definições e descartes. Já os organizadores da conferência propuseram uma reflexão sobre a política, desde as relacionadas aos conflitos macro-políticos globais até a própria política da arquitetura como disciplina, aqui vista na forma do meio, do método, do processo da produção da arquitetura.

Com isso os cinco painéis foram definidos por temas próprios, pela primeira vez, o tema do painel A foi “Geopolítica, arquitetura” onde se questionou a influência de monopólios, regionalismos e conflitos. O painel B seguiu o tema “Poética, produção” que confrontou a criação artística, a poética e a própria produção da arquitetura. O tema do painel C foi “Expansões, colonizações”, que buscou refletir sobre os blocos capitalistas de então, Estados Unidos, Europa e Japão. Sobre como eles expandem sua influência política por meio do território urbano ocupado pelas suas formas de colonização do espaço. O painel D abordou o tema “Subconsciente, fantasia”, e debateu a arte, suas formas de representação e meio de reflexão política a partir de metáforas, analogias e percepções.

O quinto painel do evento, painel E, trouxe o tema “Razão, paixão”, que foi usado pelos organizadores para questionar um certo fim da razão com o fim do movimento moderno e suas teorias superadas, Solà-Morales e Ramoneda se perguntam se com o fim deste racionalismo modernista se acabou qualquer meio de pensamento racional. Estas mesas tiveram seus arranjos multidisciplinares, envolvendo nomes como os arquitetos Jacques Herzog, Rafael Moneo e Elizabeth Diller; a artista plástica Silvia Kolbowski, o editor Sanford Kwinter entre outros tantos. Como quase sempre os membros da mesa diretora estiveram presentes.

Anyplace, 1994

Sem uma data específica registrada além do mês, junho de 1994, Anyplace, a quarta conferência Any, aconteceu em Montreal, Canadá, realizada no Centro Canadense de Arquitetura — CCA com a organização prática do evento a cargo de Phyllis Lambert, então presidente do CCA e membro do conselho diretor de Any desde 1992.

Esta conferência trouxe o tema da disciplina da arquitetura fora de seu domínio, numa tentativa de justificar o seu lugar através dos olhos de outras disciplinas, como dito por Davidson:

“A quarta destas conferências (e seu volume) foi Anyplace, a qual considera o ‘lugar’ (place), a arquitetura fora do senso tradicional do lugar físico do edifício ou cidade, mas como a própria arquitetura poderia ser usada para investigar outras cinco disciplinas: filosofia, ciência, arte, tecnologia (ciberespaço), e política” (16).

Neste evento realizou-se um experimento, os arquitetos não poderiam se apresentar com o auxílio de imagens. Davidson então menciona que “sem seus slides, os arquitetos de Anyplace se sentiram deslocados ou sem lugar em meio às outras disciplinas. Isto poderia ser entendido como um paralelo cultural em como a arquitetura é normalmente vista hoje” (17), e segue questionando sobre os papeis do arquiteto, na política, economia, vida da comunidade. Cynthia Davidson não só questiona, mas também coloca em discussão o papel da imagem da arquitetura, mesmo que pareçam claros, como por exemplo, arquitetura socialmente responsável, arquitetura sustentável, pluralismo, contextualismo etc. O fato de existirem estes tipos tornam a arquitetura uma imagem de si, formas redutivas de sua vastidão. “Elas são práticas que ignoram o lugar da disciplina da arquitetura em um momento quando todas as coisas que foram tradicionalmente relacionadas a arquitetura — estabilidade, função e beleza, assim como suas imagens — estão em movimento se não em questão” (18).

Outro tema abordado foi o ciberespaço que amplamente discutido durante o evento, ofereceu um relacionamento com a arquitetura que se baseia nas imagens. “Esta imagem se apoia no conhecido, no desenho animado, e em noções do que Liz Diller chama ‘o autêntico’, em grande parte por causa da tecnologia de imagens da arquitetura” (19). Não somente a questão da imagem da arquitetura foi discutido na conferência, mas também o lugar físico da arquitetura, seu lugar na política, na arte, na ciência, nas tecnologias, no imaginário popular e a sua visão de si.

Cada um dos cinco painéis do evento seguiram temas e definições claras do que se esperava. O tema “A província da arquitetura” se ocupou de discutir áreas do pensamento que se alimentam da arquitetura como elemento fundacional; o tema “A carga de arquitetura na arte” se ocupou da discussão que envolve a arte e a arquitetura; o tema “A residência da arquitetura na política” continuou a discussão que envolve arquitetura e políticas; os demais painéis tiveram os temas de “A instalação da arquitetura na ciência/e tecnologia” e “Estabelecendo lugar no ciberespaço”, que se dedicou ao ciberespaço como espaço arquitetônico. Estes painéis contaram com as participações das filósofas Elizabeth Grosz e Sylviane Agacinski, dos arquitetos Michel Iorio e Toyo Ito, entre outros tantos compondo um coletivo multidisciplinar de 32 arquitetos e acadêmicos.

Anywise, 1995 e Anybody, 1996 (20)

Para a conferência de 1995, membros do conselho diretor de Anyone Corporation foram abordados, em anos anteriores, por interessados em sediar algum destes eventos, isso ocorreu por meio de conversas e refeições com os interessados, dentre eles Chul Kong, então estudante, que introduziu o arquiteto Seok Chul Kim, que, por sua vez, os levou a outros. Destas reuniões subsequentes surgiu Anywise, a conferência sediada em Seul, na Coréia do Sul. Um evento que segundo Davidson (21) foi marcado pela tensão, tensão entre japoneses e coreanos, tensão entre ocidente e oriente, tensão entre as próprias Coréias, e a tensão de realizar uma conferência fortemente baseada em teoria da arquitetura em um país sem tradição alguma na área, onde a teoria era vista como uma nota de rodapé.

Os coreanos estavam interessados em expandir o seu fazer arquitetura, queriam migrar de uma cultura de construção quantitativa para uma cultura de qualidade arquitetônica. O tema deste evento, que uniu a indecidibilidade de “any" a sabedoria de “wise”, procurou discutir questões variadas, como a expansão urbana muitas vezes descontrolada, o equilíbrio do binômio qualidade/quantidade, a preocupação de se resistir aos avanços tecnológicos na construção e mobilidade, ou mesmo dar continuidade às tradições vernáculas. Tais temas foram discutidos em cinco painéis, diretamente sem grandes eventos de abertura. Seus temas foram o “Conhecimento e sabedoria no pensamento arquitetônico”, o segundo tema foi “Arquitetura e urbanismo”, a terceira mesa falou de “Continuidade urbana e transformação”, a quarta mesa discutiu “Visões de novas cidades”, e por sua vez o quinto painel discutiu a respeito de uma “Seul (des)estruturada”. Os painéis acima contaram com a presença de variado número de conferencistas, muitos deles acadêmicos como o professor de geografia David Harvey, o professor de literatura Masao Miyoshi e o professor de inglês Nak-chung Paik. Dentre os demais deve-se citar a primeira participação de Saskia Sassen e do anfitrião da vez, Jong Soung Kim.

No ano seguinte, 1996, ocorreu Anybody, conferência a qual a raridade de seus anais tem dificultado o seu aprofundamento. Esta conferência ocorreu em Buenos Aires, Argentina, e, nela buscou-se discutir as questões do corpo, desde o Homem Vitruviano, passando pelo Modulor de Le Corbusier, a influência do feminismo, do “corpo sem órgãos” de Deleuze e Guattari, e debatendo as implicações da engenharia genética em vias de traçar o genoma humano.

Estes temas tão variados contaram com presença igualmente variada, como a participação de Paulo Mendes da Rocha, Alejandro Zaera-Polo, Rafael Cordiviola, Glenda Kapstein e Beatriz Colomina.

Anyhow, 1997

Ao falar de Anyhow, Cynthia Davidson diz “Um livro com a palavra ‘how’ em seu título deve ser entendido como um manual de instruções, um ‘como fazer algo’” (22). Com isso podemos visualizar o evento rumando para discussões pragmáticas. De fato isto é o que ocorreu em 1997 na cidade de Roterdã na Holanda, um evento organizado por Ole Bouman e Hans van Dijk com a efetiva participação dos membros do conselho de Any, John Rajchman e Rem Koolhaas. Eles ofereceram um choque de pragmatismo, que passou a ser conhecido como “Movimento pró-prática” como apresentado por Krista Sykes (23) em sua antologia teórica abordando artigos e ensaios de 1993 a 2009; e incentivados por esta busca por um pensamento pró-prática, e pela indecidibilidade ser um conceito muito aberto e teórico, Any começou a ser cobrada a produzir algo real, tangível, material, o que não era o caso deles:

“O único projeto de Any é simplesmente abrir um espaço para um diálogo multidisciplinar, multicultural que encontra seu lar, mesmo que temporariamente, na arquitetura. A cada conferência, Any introduz uma possibilidade teórica, no caso de ‘como’, a introdução de imprecisão na prática. Esta possibilidade teórica, propõe transcender os limites ou as assim pensadas fronteiras da prática para abrir um livre espaço ilimitado o qual aproximadamente definiam a prática arquitetônica anteriormente, tal como o uso do diagrama ou o tropo, podem fluir dentro e por meio de cada um; onde uma exploração do digital e espaço digital podem ser confundido com uma discussão de fluidez sem pressão de produzir resultado ou uma forma, sem nenhuma demanda para adotar um método particular de operação ou para subscrever à uma ideologia em particular” (24).

O debate pró-pratica visto nas mesas de discussão da conferência permeou os cinco painéis do evento. Estes mesmos painéis receberam os temas que seguem, a discussão n. 1 seguiu o tema “Ferramentas, organização, processo”; a discussão n. 2, “Infraestrutura, distribuição”; a discussão n. 3 focou em “Dinheiro, mercado, política”; a discussão n. 4, “Tempo, informação, números” e a discussão n. 5 debateu o tema “Projeto, programa, futuro”. Estes debates contaram com a presença da professora Rosi Braidotti, e alguns arquitetos como Ben van Berkel e Nasrine Seraij, entre muitos outros.

Deste evento, Cynthia Davidson concluiu que a questão da prática arquitetônica — por mais que haja um “movimento pró-prática”, fortemente encabeçado pelos holandeses — podemos afirmar que qualquer mudança pretendida não pode ser efetuada sem teoria, como os diagramas de Deleuze e Foucault.

Anytime, 1998

No ano seguinte, 1998, foi realizada a conferência Anytime na cidade de Ancara, Turquia, que, por ser a capital do país, não cumpre exatamente o critério de cidade periférica, mas de certo modo cumpre, apesar de ser capital é infinitamente menos conhecida que Istambul.

Suha Özkan foi a peça chave deste evento; desde 1995 esteve em contato com membros do conselho diretor de Any para a organização e realização da conferência em seu país. E Ancara foi escolhida para a reflexão a respeito do tempo. A abertura contou com uma aula magna de Özkan, na qual abordou a história de Anatolia, a península turca que remonta sua história às origens dos assentamentos humanos. De fato esta região conta com os registros mais antigos de assentamentos humanos já documentados. O palestrante evoluiu a História até o momento do movimento moderno, expondo visões da cidade e da arquitetura turcas. Esta aula bem como as apresentações seguintes ocorreram na “nova Galeria de Arte da Municipalidade de Çankaya seu auditório com um dia de idade e suas galerias para Anytime e para uma exibição internacional de arquitetura, a primeira de Ancara em 75 anos, desde que se tornou a capital da Turquia” (25).

A fala de Özkan foi sucedida com a apresentação de dez arquitetos e escritórios que a comissão organizadora considerou excelentes prospectos para novas possibilidades de futuro para a arquitetura do novo milênio. Nos dias seguintes as cinco mesas de discussão foram estabelecidas, seguindo a temática do tempo e da indecidibilidade de Any, onde se vê até o tempo como algo aberto e não fixo. Os temas dos painéis foram: na primeira mesa “Trajetórias”, na segunda “Colapso do tempo”, na terceira “(M)Anytimes (muitos quaisquer momentos)”, na quarta “Futuros” e na quinta e última mesa se discutiu “Repensando tempo e espaço”. Dentre os conferencistas atendentes, 39 no total, pode-se citar a presença do arquiteto e teórico Charles Jencks, da arquiteta Zaha Hadid em sua primeira participação, a professora Banu Helvaçioğlu, o professor de filosofia Ahmet Inam, entre outros tantos.

Por mais que houvessem temas bem definidos muitas perguntas e debates ficaram em aberto, contudo a percepção do tempo, e como isto afeta o desenvolvimento das cidades e suas economias foi discutida, como abordado por Saskia Sassen. Anytime buscou a reflexão do tempo, como calendário, relógio e fuso-horário, o tempo como a quarta dimensão, como História e Memória, e como algo aberto e inexplorado: o futuro. Este evento buscou oferecer uma busca pela experiência prática do tempo no espaço e do espaço ao longo do tempo.

Anymore, 1999

Em junho de 1999, ocorreu a penúltima conferência Any em Paris, França, uma cidade totalmente fora do propósito periférico que norteou os eventos em anos anteriores, mas esta cidade a mais replicada, segundo Davidson (26), ao redor do mundo, com as imagens da Torre Eiffel, Museu do Louvre, Arcos do Triunfos e demais ruas e avenidas que ao longo de séculos inspiraram a arte e a vida de incontáveis artistas, poetas, pensadores, filósofos e arquitetos:

“Nenhuma cidade tem uma imagem mais duradoura e reproduzida do que Paris. A sombra deste símbolo, da Torre Eiffel (real), era apropriado que a conferência Anymore mostrasse a ideia de ‘não mais’ (anymore) como uma questão sobre continuidade da arquitetura, sua história, teoria e tecnologia. O coincidente e próximo fim do século 20 e mesmo do projeto de dez anos de conferências Any traz uma certa ressonância para a questão de Anymore, para tecnologias que rapidamente mudam como a arquitetura é pensada e por fim vista” (27).

Neste penúltimo evento, as preocupações a discutir foram em relação a produção da imagem da arquitetura, do uso dos meios virtuais, o uso de programas escritos para se projetar embarcações e aeronaves sendo utilizados para a arquitetura, e Davidson (28) se pergunta, seria isto uma falta de especificidade?

Após um evento em que a História foi destaque, Anymore seria uma tentativa de ruptura com tudo o que já fora produzido ao longo da História da Arquitetura, um novo milênio a porta e com isso a emergência de novas agendas. Um pouco como escrito por Davidson, “tal como apontado por Akira Asada, qualquer questão iniciada com “anymore” poderia ser respondida somente com: ‘much more (to come)’ ou ‘no more (to go)’ (muito mais (a vir) ou não mais (a ir))” (29) Um tema recorrente era a imagem da arquitetura em si, tanto como era vista pelas outras disciplinas quanto como ela se via, levando em consideração as possibilidades de pré-imagens, as imagens prévias do edifício que poderiam ser obtidas com programas computacionais, e

“Isto levanta outra questão: a produção de imagens é um meio para a arquitetura ter controle de sua recepção? Dada a nossa era da mídia, Bernard Tschumi aparentemente pensa que sim: ‘Arquitetos não deveriam estar preocupados com a mídia da construção, mas sim com a construção da mídia’; isto é, a sua percepção em imagens — em como a arquitetura é vista” (30).

A geração destas imagens pré-construção que demonstram um edifício ainda não executado, ainda em projeto, virtual e real ao mesmo tempo, uma imagem do desejo por meios um tanto realistas, trouxeram muitas questões e possibilidades para a crítica e teoria da arquitetura. O meio digital, trouxe consigo diversas questões, sobre o real, o reproduzível, o virtual, a percepção do espaço real ou virtual, entre outras tantas questões.

Os debates se deram em seis painéis, nos quais 36 conferencistas discutiram perguntas temáticas que questionaram o “Não mais” de Anymore. A primeira mesa não propôs uma pergunta, ela apresentou Paris, como um prologo da emergente cena arquitetônica parisiense; o segundo painel se perguntou “Anymore (não mais) teoria ou História?” O terceiro painel trouxe a pergunta “Anymore (não mais) contexto?” A quarta discussão debateu a pergunta “Anymore (não mais) arquitetura?” A quinta pergunta debatida em sua mesa foi “Anymore (não mais) tecnologia?” E por fim a última mesa refletiu a respeito de “Anymore (não mais) mais?” Estes debates contaram com a presença da direção de Anyone Corporation, e de alguns nomes em destaque como Dominique Perrault, Enric Miralles, Wolf Prix, Caroline Bos dentre os arquitetos convidados, e o professor de literatura francesa Denis Hollier, o constante Fredric Jameson e o teólogo Mark C. Taylor. Com esta multidisciplinaridade o debate da influência do meio digital na produção arquitetônica trouxe novos paradigmas. De fato, Anymore discutiu a arquitetura como mídia, não o suporte da mídia, mas esta como a mídia em si, a arquitetura, como se porta no digital, na digitalização do mundo, e suas decorrentes preocupações com o bug do milênio.

Anything, 2000

Por fim nos dias 1,2 e 3 de junho do ano 2000, as séries de conferencias Any foram trazidas à cidade sede da corporação, Nova York. Em tom de encerramento de um experimento de dez anos, festas, exposições, jantares, recepções, um clima de realização tomou conta do evento que foi realizada nas instalações do Museu Solomon R. Guggenheim, projeto do arquiteto estadounidense Frank Lloyd Wright.

Davidson (31) deixa claro em sua narrativa a importância de se fechar a série como o ocorrido, lá estavam diversos conferencistas, em sua maioria profissionais que já haviam participado de conferências anteriores, o que possibilitou este comentário de Davidson:

“Estava lá Rafael Moneo com sua devoção quase monástica ao contexto e a escola da arquitetura ‘real,’ e então Ben van Berkel e Caroline Bos e seus jogos entre fenômenos e o não escalonado; as confusões de Rem Koolhaas entre os abatedouros de Lagos com o mapeamento global das lojas da Prada; o edifício amorfo de Elizabeth Diller chamado Blur Building (edifício borrado) feito com nevoeiro artificial versus a homilia de Jacques Herzog a respeito da qualidade palpável de pisos de madeira crua; o contínuo argumento de Peter Eisenman pela autonomia da arquitetura e a defesa de Zaha Hadid do radicalismo e do estranho, e segue. Depois de organizar tudo isso nos longos meses do processo de preparação deste livro, parece que indecidibilidade involuntariamente se tornou ‘qualquer coisa serve’ em arquitetura hoje” (32).

A pluralidade das expressões arquitetônicas que foi abordado por Josep Maria Montaner (33), conversa bem com o que Cynthia Davidson quer dizer com o “qualquer coisa serve” do último evento, a arquitetura definitivamente não possui mais regras, normas e obrigações formais e estilísticas. O meio digital, a globalização, a comunicação instantânea mundial libertaram conceitualmente a arquitetura como um todo, permitindo sua pluralidade. E esta última conferência contou com a presença de 38 convidados, destes treze estiveram presentes pela primeira vez em uma conferência Any. Destes todos 32 se envolveram diretamente nos debates das seis mesas-redondas, a primeira mesa debateu o tema “Coisa como abstração”; o segundo painel teve o tema “Coisa como objeto”; o terceiro painel debateu o tema “Coisa como material”; o quarto painel abordou o tema “Coisa como sentimento”; a quinta mesa trouxe o tema “Coisa como obsessão” e por fim o sexto e último painel da decima e última conferência debateu o tema de “Coisa como ideia”. Nesta conferência a “coisa” se tornou o objeto, uma palavra por si só imprecisa, indefinível, que carrega em si a indecidibilidade de “any”.

Dentre os convidados, além dos mencionados por Cynthia Davidson em trecho acima, pode-se contar com as presenças de artistas plásticos como Daniel Buren e Paulina Wallenberg-Olsson em parceria com Gary Hill; o recorrente critico literário japonês Kojin Karatani e arquitetos em sua primeira e única participação como Jean Nouvel e Hani Hashid. Em destaque a apresentação de Hubert Damisch que abordou quinhentos anos de História, da arte e arquitetura, para então situar a arquitetura contemporânea ao evento propondo o planar:

“O ‘planar’ é similar a ideia de Gilles Deleuze sobre a dobra a qual aproxima ideias sobre superfície, pele, e topologia que predominou em questões estéticas e de criação formal experimentais (ou de vanguarda) na arquitetura atual.[…] A ‘espessura’ do ‘planar’, ou plano virtual, muda a ideia de composição da puramente espectável, a qual dominou a produção arquitetônica por quinhentos anos, até topografias virtuais, e desde geometria projetiva a geometria topológica. Esta mudança no que poderia ser chamado de plano de imagem da arquitetura também muda a concepção do meio de representação da arquitetura e como ela é recebida pelo sujeito” (34).

Ou seja, a popularização do Desenho Assistido pelo Computador (CAD, em inglês), com seus programas dos mais variados, de simples emuladores digitais da prancheta a programas mais complexos como o Catia. De fato, a popularização destas ferramentas permitiu saltos formais e representacionais importantíssimos e as observações de Damisch, segundo Davidson (35) marcaram o evento como uma constatação de que a arquitetura estava próxima de alcançar o almejado por Peter Eisenman, a autonomia da forma arquitetônica. O último evento de Anyone Corporation, a conferência Anything trouxe considerações teóricas bem específicas, que deste ponto de vista Cynthia afirma que “A estrutura da indecidibilidade não estabeleceu especificamente o cultivo do novo” (36). Ou seja Any e suas conferências não apresentaram necessariamente o novo, a novidade, o inovador, porém trouxeram caminhos e meios de se alcançar o novo, a arquitetura plural do século 21.

notas

NE — Este artigo é fruto da pesquisa para a dissertação de mestrado do autor. GUARINO, Alexandre Dias. Anyone Corporation: debates e produção teórica nas conferênciasAny” (de 1991 a 2000). Dissertação de mestrado. São Paulo, PPGAU FAU Mackenzie, 2020, p. 254.

1
Nos anais, livros e artigos a Anyone Corporation é referenciada por Any, como forma redutiva de seu nome.

2
Nesbitt, Kate (org.). Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica 1965–1995. 2ª edição. São Paulo, Cosac Naify, 2008.

3
Idem, ibidem, p. 70.

4
Idem, ibidem, p. 70.

5
Idem, ibidem, p. 56.

6
Idem, ibidem, p. 74.

7
Idem, ibidem, p. 60.

8
Idem, ibidem, p. 47.

9
GUARINO, Alexandre Dias. Anyone Corporation: debates e produção teórica nas conferências “Any” (de 1991 a 2000). Dissertação de mestrado. São Paulo, PPGAU FAU Mackenzie, 2020.

10
DAVIDSON, Cynthia C. (org.). Anyone. Nova York, Rizzoli, 1991.

11
Taiko, tambores cerimoniais japoneses.

12
Davidson, Cynthia (org.). Anywhere. Nova York, Rizzoli, 1993, p. 14.

13
Solà-Morales, Ignasi, Ramoneda, Josep. Anyway, a temática. In Davidson, Cynthia (org.). Anyway. Nova York, Anyone Corporation/Rizzoli, 1994, p. 21.

14
Davidson, Cynthia (org.). Anyway. Nova York, Anyone Corporation/Rizzoli, 1994.

15
Qualquer caminho/meio/jeito leva a Roma. Tradução do autor.

16
Davidson, Cynthia (org.). Anyplace. Nova York/Cambridge, Anyone Corporation/The MIT Press, 1995, p. 8.

17
Idem, ibidem, p. 9.

18
Idem, ibidem, p. 9.

19
Idem, ibidem, p. 9.

20
Davidson, Cynthia (org.). Anybody. Anyone Corporation <https://bit.ly/3IbK8po>.

21
Davidson, Cynthia (org.). Anywise. Nova York/Cambridge, Anyone Corporation/MIT Press, 1996.

22
Davidson, Cynthia (org.). Anyhow. Nova York/Cambridge, Anyone Corporation/The MIT Press, 1998, p. 8.

23
SYKES, A. Krista (org.). O campo ampliado da arquitetura. Antologia teórica 1993–2009. São Paulo, Cosac Naify, 2013.

24
Davidson, Cynthia (org.). Anyhow (op. cit.).

25
Davidson, Cynthia (org.). Anytime. Nova York/Cambridge, Anyone Corporation/The MIT Press, 1999, p. 7.

26
Davidson, Cynthia (org.). Anything. Nova York/Cambridge, Anyone Corporation/The MIT Press, 2001, p. 285.

27
Davidson, Cynthia (org.). Anymore. Nova York/Cambridge, Anyone Corporation/The MIT Press, 2000, p. 8.

28
Idem, ibidem, p. 8.

29
Idem, ibidem, p. 8.

30
Idem, ibidem, p. 10.

31
Davidson, Cynthia (org.). Anything (op. cit.).

32
Idem, ibidem, p. 285.

33
MONTANER, Josep Maria. Depois do movimento moderno. Barcelona, Gustavo Gilli, 2015.

34
Davidson, Cynthia (org.). Anything (op. cit.).

35
Idem, ibidem.

36
Idem, ibidem, p. 286.

sobre o autor

Alexandre Dias Guarino é arquiteto e urbanista (2008) pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela mesma instituição, tendo sido orientado pelo professor doutor. Candido Malta Campos Neto. Em sua dissertação versou sobre o advento de Anyone Corporation e suas conferências na última década do século 20.

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