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research

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architexts ISSN 1809-6298

abstracts

português
Apresenta-se um ensaio sobre aportes metodológicos em arquitetura da paisagem considerando três ideias: relação entre humanidade e natureza, multiescalaridade da paisagem e relação entre objetividades e subjetividades.

english
An essay on methodological contributions to landscape architecture is presented, considering three ideas: the relationship between humanity and nature, the multiscalarity of the landscape, and the relationship between objectivities and subjectivities.

español
Se presenta un ensayo sobre aportes metodológicos a la arquitectura del Paisaje, considerando tres ideas: la relación entre la humanidad y la naturaleza, la multiescalaridad del paisaje y la relación entre objetividades y subjetividades.


how to quote

LIMA, Maria Cecília Pedro Bom de; RAGONHA, Jéssica; SCHENK, Luciana Bongiovanni Martins. A paisagem no planejamento e projeto do território. Um breve percurso entre objetividades e subjetividades. Arquitextos, São Paulo, ano 23, n. 274.04, Vitruvius, mar. 2023 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/23.274/8732>.

A noção de paisagem é amplamente discutida pelos distintos campos que a reconhecem como tema central de suas reflexões e práticas. Jean-Marc Besse (1) apresenta a polissemia da paisagem, ao articular discussões presentes na geografia, ecologia, história, arquitetura e urbanismo, arte, entre outros. Considerando essa multiplicidade, este artigo se apoia na ideia de que a paisagem, mais do que o meio ambiente natural, é uma construção cultural engendrada pela relação entre humanidade e natureza (2).

A paisagem pensada a partir do campo da arquitetura da paisagem, como plano e projeto, apresenta a complexidade de reunir e articular as distintas abordagens presentes em outros campos (3). Projetar com a paisagem significa tomar suas muitas camadas como parte inalienável do processo e implica na leitura de um território, considerando suas características ambientais e socioculturais em um desenvolvimento que avança a partir dessa descrição e investigação ao propor intervenções. Esse percurso, que reúne diferentes aportes, auxilia na compreensão e construção de lugares.

Com o objetivo de ensaiar uma análise crítica sobre aportes metodológicos no campo da arquitetura da paisagem, no que tange às suas estratégias de planejamento e projeto, aqui são propostas três questões que norteiam as reflexões deste artigo, e que se colocam sob distintas perspectivas ao longo da história: 1. A paisagem se fundamenta na relação entre humanidade e natureza; 2. Planejar e projetar com a paisagem exige considerar sua multiescalaridade; 3. A paisagem abarca objetividades e subjetividades. Busca-se, ainda, explicitar as transformações ocorridas no âmbito da arquitetura da paisagem, dentro de um recorte que se inicia com a proposta do chamado planejamento ecológico inaugurado por Ian McHarg no final da década de 1960, até as discussões sobre serviços ecossistêmicos e infraestrutura verde, presentes no contexto contemporâneo.

Quanto ao primeiro ponto, a relação entre humanidade e natureza, Luciana Schenk (4) reforça que a própria ideia de natureza se apresenta com diferentes definições e compreensões ao longo da história. Essas alterações de significado, da sua percepção como manifestação divina à sua redução à figura de mercadoria, commodities, permitem considerar sua ideia como uma construção cultural. Argumenta-se que essa compreensão de natureza, que se altera nas diferentes culturas e tempos, testemunha como as especificidades de cada época potencialmente modelam e expressam a relação entre humanidade e natureza.

A noção de paisagem seria fruto dessa relação, ou seja, uma construção cultural; a natureza, que não é percebida de igual modo ao longo do tempo, é expressa de diferentes formas: a cultura de diferentes povos manifesta essas percepções através da paisagem. A natureza se torna paisagem quando é percebida, representada e alterada (5).

Há um especial ponto que merece ser iluminado nesse percurso que relaciona humanidade e natureza através da paisagem. Ele diz respeito ao processo de objetivação da natureza até sua completa submissão à ideia de mercadoria, ou seja, a progressiva perda de significados subjetivos que a natureza guardou para diferentes culturas. Esse ponto de inflexão se liga ao século 17, que abre o mundo e estabelece contatos entre culturas iniciado a partir das grandes navegações no século anterior. A filosofia moderna de Reneé Descartes é referenciada como marco histórico nesse processo e o desenvolvimento técnico e tecnológico é a chave que pauta todo o movimento de transformação da natureza em algo que se estuda, desvenda e domina (6).

Esse processo, que não é linear ou simples (7), foi engendrado ao longo dos séculos seguintes, sendo responsável por formas de intervenção nos territórios que alteraram profundamente suas fisionomias e lógicas naturais. A industrialização, que se inicia em meados do século 19, e a intensificação da urbanização terão especial participação nesse processo de alteração. O campo disciplinar da arquitetura da paisagem, (originalmente landscape architecture), nasce nesse contexto de desafios imposto pelas cidades densas e insalubres desse período histórico e procura, através da criação de um sistema de parques, articulado por praças e ruas arborizadas, construir congruências entre natureza e desenvolvimento, apresentando soluções para a criação de ocupações mais salubres e voltadas à vida pública.

Sob uma ótica contemporânea, estudiosos constatam que uma cisão como a promovida pela modernidade, que vai crescentemente afirmar o protagonismo do desenvolvimento técnico e tecnológico, contribui com intervenções na paisagem que procuram controlar processos naturais com impactos de diversas ordens, físicos e metafísicos, objetivos e subjetivos.

Destacam-se, nesse sentido, as grandes intervenções sob a forma de infraestruturas da chamada engenharia cinza, que criam soluções de saneamento e drenagem que esvaziam a complexidade da paisagem porque escolhem um perfil para intervir: as águas urbanas confinadas em tubos, canos e galerias impermeáveis, deixando ao largo as lógicas da natureza, como a infiltração do ciclo da água e a arborização urbana que são par inalienável da drenagem natural. Essa postura exacerba a dicotomia entre humanidade e natureza por nublar a visibilidade desses processos (8).

O papel daquele que planeja e projeta a paisagem é, historicamente, criar, restituir ou revelar esses processos, explicitando nessas relações paisagens que estabelecem convergência e recuperação de um vínculo fundamental entre humanidade e natureza (9).

A ideia de paisagem pautada pela relação entre humanidade e natureza se desdobra nas outras duas questões mencionadas anteriormente, que são engendradas a partir das origens do campo disciplinar da arquitetura da paisagem: sua multiescalaridade e sua constituição por meio da articulação entre objetividades e subjetividades.

A multiescalaridade diz respeito às intervenções na paisagem que expressam relações em distintas escalas, variando entre concepções sistêmicas e locais, promovendo diferentes percepções e abordagens advindas das complexidades de seus processos.

No âmbito do planejamento urbano e regional, a paisagem é compreendida como sistema que abarca amplos territórios, como, por exemplo, a bacia hidrográfica, unidade de planejamento historicamente constituída. Em complementação a essa escala abrangente, o projeto da paisagem deve perceber a escala local, do cotidiano, que está vinculada ao funcionamento do sistema, mas que não se limita a ele. A perspectiva da escala local, através dos usuários do espaço, permite acessar qualidades inapreensíveis por uma visão generalista, ou estritamente técnica que, justamente por promover uma visada geral, “sobrevoa” o território (10).

No âmbito da arquitetura da paisagem, desde suas originais matrizes, a escala abrangente do planejamento se articula à abordagem local, ancorada ao fenômeno, de maneira complementar, para que as escolhas de projeto e de planejamento estejam conectadas ao contexto existente (11).

Essas reflexões sobre a relação entre humanidade e natureza, sobre a abordagem sistêmica e a partir das escalas da paisagem são permeadas por objetividades e subjetividades, terceiro ponto apresentado nesta introdução. As ações humanas ora operam segundo informações objetivas e pragmáticas, ora percorrem motivações menos tangíveis, se esquivando de uma ordem de razões e derivando por outros caminhos.

Os aspectos objetivos de uma paisagem se expressam por meio de uma fisionomia e pelas dinâmicas naturais que a sustentam tais como ciclo hidrológico, ventos, relevo e vegetação; por sua vez, a dimensão subjetiva da paisagem explicita significados, construções culturais, apropriações e percepções.

Na contemporaneidade, a arquitetura da paisagem atualiza o debate que busca articular natureza e humanidade. Neste escrito recorta-se o fenômeno urbano, identificando no seu planejamento e desenho, bem como nos modos de se perceber a sua paisagem, estratégias para se construir cidades sustentáveis e resilientes.

Atualmente as questões sobre a sobrevivência do planeta e da humanidade, as mudanças climáticas e as incertezas sobre o futuro mobilizam as organizações de pesquisa e agentes públicos e privados por todo o mundo. A Organização das Nações Unidas — ONU difunde os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável — ODS, dentre os quais a defesa por cidades e comunidades sustentáveis, pautadas em conceitos protagonistas como a Infraestrutura Verde (Green Infrastructure — GI) e as Soluções baseadas na Natureza — SbN. Argumentamos que, nesta abordagem de viés predominantemente ecológico e técnico, a paisagem enquanto construção cultural que articula objetividades e subjetividades e que explicita a relação entre humanidade e natureza, remanesce como figura ainda pouco visível. Recuperá-la é trazer para o primeiro plano, junto às questões ambientais, questões sociais ampliadas pela presença da cultura e história, patrimônio e memória.

A paisagem no planejamento e projeto

O cenário de avanço dos processos de urbanização em meados do século 20 suscitou debates no campo da arquitetura da paisagem com o intuito de construir alternativas para a construção das cidades em maior diálogo com o meio ambiente natural. Ao mesmo tempo em que crescia o discurso sobre a preservação dos recursos, falava-se de uma desejada melhoria na qualidade de vida em ambientes urbanos.

Nesse sentido, a abordagem dos três pontos mencionados na introdução começava a mudar de viés. Se na engenharia cinza estava patente uma dicotomia entre humanidade e natureza, uma fragmentação dos processos naturais e uma supressão da complexidade da paisagem, por outro lado, profissionais como Ian McHarg desenvolviam proposições que desviavam dessa abordagem.

A articulação entre as distintas escalas da paisagem, o reconhecimento de sua complexidade a partir da interação entre objetividades e subjetividades, bem como a reflexão sobre as práticas de planejamento e projeto urbano com base no necessário diálogo entre humanidade e natureza são fatores que podem ser observados no método de Planejamento Ecológico desenvolvido por Ian McHarg (1920–2001) no final dos anos 1960. Com formação voltada às artes plásticas e estudos no âmbito da ecologia e do planejamento, seu trabalho revela uma visão de reconciliação entre os processos naturais e as atividades humanas, vislumbrando no planejamento ecológico essa possibilidade de reaproximação.

Ian McHarg apresentou seu pioneiro método de planejamento ecológico a partir da natureza no livro Design With Nature (12), publicado originalmente em 1969. Reconhecendo o lugar enquanto soma de processos e valores naturais e sociais, McHarg buscava identificar as qualidades de um espaço para determinar em que medida possibilitavam ou restringiam determinados usos da terra, defendendo que cada parte do território seria dotada de uma aptidão intrínseca a determinados ou múltiplos usos.

O método de McHarg propunha uma série de levantamentos representados em distintas cartografias que, ao serem sobrepostas e valoradas, promoviam leituras relacionadas não apenas a valores ecológicos e ao meio físico, mas também a fatores culturais, históricos e estéticos, incorporando a ordem subjetiva através dos elementos imateriais que se expressam e podem ser vivenciados no território. Como exemplo, a identificação de terrenos especiais, apontando áreas de interesse histórico, cultural, visual, que trazem à cartografia uma camada de leitura relacionada à ida a campo e percepção da paisagem no registro local ao nível dos olhos.

Estudos para a Bacia do Rio Potomac, através de cartografias relacionadas à geologia, hidrografia, vegetação, recursos minerais, declividade, vida selvagem, entre outros
Mcharg, Ian. Ecology and design. In THOMPSON, George E.; STEINER, Frederick R. (org.). Eco [New York, John Wiley & Sons, 1997, p. 321–332]

Estudos para a Bacia do Rio Potomac, com cartografias de sobreposição dos levantamentos expressos na imagem anterior, indicando as aptidões do território para agricultura, floresta, recreação e uso urbano
Mcharg, Ian. Ecology and design. In THOMPSON, George E.; STEINER, Frederick R. (org.). Eco [New York, John Wiley & Sons, 1997, p. 140–145]

Estudos para a Bacia do Rio Potomac, com a cartografia-síntese das aptidões do território, obtida através da sobreposição das cartografias apresentadas na imagem anterior
Mcharg, Ian. Ecology and design. In THOMPSON, George E.; STEINER, Frederick R. (org.). Eco [New York, John Wiley & Sons, 1997, p. 140–145]

A metodologia de McHarg foi apresentada em Design with Nature com a possibilidade de aplicação a distintos contextos e escalas de planejamento e projeto, promovendo um trânsito (escalar) entre elas. Seu método incorporava desde recortes mais abrangentes, como é o caso da bacia hidrográfica enquanto unidade de planejamento, até dimensões locais relacionadas à experiência do usuário no espaço (13), a exemplo da cartografia de identificação das melhores visuais de determinado lugar.

A leitura cruzada entre os dados existentes, informações de ordem física ou social, demográfica, por exemplo, e informações obtidas através da ida a campo e da experiência do lugar, possibilita testemunhar a complexidade do planejar com a paisagem, em suas várias escalas e questões, entre objetividades e subjetividades. Nesse sentido, McHarg (14) defende a importância da participação do profissional da arquitetura da paisagem nos processos de planejamento e projeto (15), considerando tratar-se de um campo disciplinar que articula tanto a dimensão da ecologia quanto da arte, estética, cultura, enfim, sendo capaz de promover a associação entre atributos ambientais, políticos, legais e humanos.

Repercussões

O trabalho de McHarg apresentou ressonâncias ao longo do tempo e seu pioneiro método de planejamento ecológico deixou importante legado ao campo da arquitetura da paisagem. Muitos autores e estudiosos da paisagem apresentaram, posteriormente, trabalhos na mesma linha que prevê a compatibilização entre as atividades humanas e a preservação ambiental, tais como Anne Spirn e Michael Hough (16).

Esses autores promovem uma crítica ao modo como as cidades vinham sendo construídas, pautadas por uma ênfase à chamada infraestrutura cinza, isto é, obras de engenharia que buscam controlar os processos naturais pela técnica. Tal controle corrobora a supressão da natureza do cotidiano urbano, tornando-a invisível, por exemplo, quando córregos são canalizados e tamponados, e quando o solo é totalmente impermeabilizado, implicando na construção de galerias subterrâneas para o encaminhamento das águas pluviais diretamente aos cursos d’água, visto que não há mais a possibilidade de percolação no solo. Conforme aponta Spirn (17), esse conjunto de técnicas é custoso e perigoso, empenhando grandes recursos para solucionar problemas de maneira fragmentada e provisória, que fornecem uma falsa sensação de segurança.

A natureza, em suas manifestações como a chuva e alagamentos urbanos, por exemplo, é muitas vezes percebida pela população como empecilho, um problema a ser resolvido. O que não se apresenta é a enchente como fruto do processo de urbanização e impermeabilização excessiva do território original. A invisibilização dos processos naturais que dão suporte à vida, como a drenagem através de bocas de lobo e galerias, engendra a dissolução de vínculos entre população e natureza. Segundo Hough (18), o resgate desses vínculos é essencial para a construção de novas percepções e para o desenvolvimento de estratégias alternativas de construção das cidades. Nesse sentido, as críticas de Spirn e Hough estão ancoradas na abordagem de McHarg, ao pensar a cidade como parte constituinte da natureza, defendendo a estratégia de considerar (e mapear) os vários processos e características naturais — ciclo hidrológico, relevo, vegetação — e socioculturais em escala territorial — uso e ocupação do solo, patrimônio, lugares de memória -, portanto, sistêmica para que seja possível realizar planos e projetos através de matrizes contemporâneas, atentas às dinâmicas da natureza.

Ao trabalhar as várias camadas de leitura do território, McHarg também atuou como referência para estudiosos no âmbito da ecologia da paisagem, como Richard Forman, contemporâneo de Spirn e Hough, que desenvolveu seu trabalho na perspectiva de relacionar princípios ecológicos na construção de cidades de modo a resguardar o meio ambiente natural e manter seus fluxos em funcionamento (19). No entanto, Forman enfatiza o viés do suporte físico do território, compreendendo-o pelo paradigma de que a paisagem é estruturada por um arranjo espacial dos “mosaicos da terra”, isto é, dos distintos ecossistemas locais que a constituem e dos vários habitats fragmentados pelo processo de desenvolvimento.

A partir da segunda metade do século 20, no contexto em que Forman desenvolvia suas propostas que se tornariam paradigmáticas para o campo da ecologia da paisagem, o movimento ambientalista ganhou força e levantou as bandeiras da conservação, preservação e recuperação do meio ambiente. Tais movimentos lutaram pela construção de um corpo legal que resguardasse a natureza, com um desdobramento contemporâneo que coloca em pauta as discussões sobre sustentabilidade e resiliência das cidades.

A construção do espaço urbano passou a apresentar novas formas, em acordo com as leis que buscam proteger espaços vegetados remanescentes, margens de cursos hídricos, áreas de recarga de aquíferos e de solos frágeis, entre outros. Esse corpo legal se constrói centrado na ótica ambientalista, reduzindo a complexidade da paisagem à noção de meio ambiente, enquanto lugar necessário para a manutenção do ecossistema, de modo que as subjetividades potencialmente presentes perdem espaço e significado. O viés ambientalista que passa a ser adotado nas leis e que cria instrumentos como as Áreas de Proteção Permanente — APPs nos espaços urbanos apresenta dois problemas: por não serem incorporadas nos processos de planejamento urbano, essas áreas de preservação dificilmente são efetivamente respeitadas; e quando são respeitadas, configuram-se como fragmentos naturalizados em meio ao espaço urbano, que não dialogam com o cotidiano da sociedade, dificultando a criação de valores que corroborem com tais práticas preservacionistas. Resgatando a ideia de Hough, trata-se da invisibilização dos processos naturais que dão suporte à vida.

Anne Spirn já indicava a possível insuficiência das leis ambientalistas, identificando, em sua época, a escassez de abordagens que aplicassem o conhecimento científico da natureza na modelagem das cidades:

“Uma pequena parcela desse conhecimento foi empregada no estabelecimento de normas para a melhoria da qualidade ambiental, mas estas foram geralmente percebidas como restritivas e punitivas, e não como oportunidades para novas formas urbanas. Os regulamentos também se mostraram vulneráveis a mudanças na política pública, ao sabor das preocupações do momento, ao passo que a forma física da cidade permanece por gerações e gerações de políticos” (20).

Em um contexto de crítica aos modelos de urbanização (21) e de repercussão do movimento ambientalista, bem como de sua atualização, a questão da associação entre ocupação humana e natureza nos processos de planejamento e projeto se ancora no termo “infraestrutura verde”, cunhado em 1994 (22), sendo que seu desenvolvimento teórico-prático vem ocorrendo com grande força nos últimos anos. A associação entre os termos “infraestrutura” e “verde” surge com o objetivo de promover a aproximação entre sociedade e natureza e enfatizar sua distinção em relação às práticas ambientais conservacionistas mais tradicionais (23).

Uma questão central que caracteriza a infraestrutura verde diz respeito à “multiescalaridade”, compreendendo a necessária integração entre global e local. Se colocarmos lentes integradoras em relação a campos disciplinares, trata-se da continuidade de um tema que já vinha sendo discutido por McHarg, bem como pelos autores da década de 1980, como Anne Spirn e Michael Hough.

Um dos principais objetivos da abordagem do planejamento e projeto territorial a partir da infraestrutura verde consiste no manejo dos serviços ecossistêmicos de um determinado lugar, através de estratégias que vislumbram os processos de ocupação do território em consonância com sua capacidade de suporte. Seguindo essa linha de pensamento, o ecologista da paisagem Jack Ahern define a infraestrutura verde segundo sua função ecossistêmica:

“A infraestrutura verde é um conceito relativamente novo para sistemas que fornecem vários serviços ecossistêmicos em áreas urbanas (Ahern 2010). A infraestrutura verde é muitas vezes um híbrido de infraestrutura construída e ecossistemas feitos pelo homem — como alagados de águas pluviais para processar a drenagem de rodovias ou corredores de bicicletas que fornecem habitat para vida selvagem e conectividade” (24).

Ahern discorre sobre a importância de reconhecer a existência de novos ecossistemas constituídos pela articulação do que é natural e urbano, compreendendo a cidade como integrante do meio ambiente. Tendo como cenário o contínuo aumento populacional, as mudanças climáticas, entre outras alterações da natureza, Ahern (25) afirma que o futuro exige novas concepções e paradigmas relacionados à natureza, considerando a complexidade de suas funções, dimensões espaciais e seu reflexo nos valores humanos.

As abordagens da infraestrutura verde avançam com relação ao discurso ambientalista, ao buscar uma articulação entre cidade e natureza, reconhecendo como inevitável um mundo cada vez mais urbano. Destaca-se, no entanto, que parece haver a predominância de uma chave de leitura ecológica sobre a paisagem, que se concentra em questões pragmáticas, técnicas e objetivas. Nesse percurso as subjetividades não são evidenciadas, sobretudo no que tange a percepções, constituição de valores e princípios calcados na cultura, que explicitam a interação entre cidadão e meio habitado.

Essa ênfase ambiental e que considera a natureza como recurso que presta serviços ecossistêmicos às atividades humanas leva a um registro da paisagem protagonizado pelo viés do suporte físico, em uma objetivação que pouco incorpora a complexidade de seus aspectos culturais, históricos, sociais e estéticos. Em partes, isso pode ser explicado por um processo de especialização das disciplinas, que impacta diretamente o próprio planejamento e a gestão das distintas infraestruturas urbanas (26). O resultado desse processo é uma leitura fragmentada do território, tanto no que diz respeito às suas múltiplas escalas quanto com relação às várias questões que o caracterizam, objetivas e subjetivas.

Essa visão predominantemente ecológica que se desenvolve nos processos de planejamento e projeto territorial, associada à crescente separação entre os campos disciplinares, revela a urgente necessidade de que seja resgatada e promovida uma prática interdisciplinar, que possibilite a articulação entre as distintas questões e escalas que interagem no território.

Continuidades

Ainda que se verifique uma possível redução das questões culturais, estéticas e perceptivas no que tange à abordagem da paisagem nos processos contemporâneos de planejamento e projeto territorial, considerando que muitas das discussões estão voltadas à visão técnica de infraestrutura, alguns estudos vêm se desenvolvendo no sentido de promover justamente essa reaproximação entre elementos objetivos e subjetivos que caracterizam o território e as experiências que ocorrem sobre ele.

No contexto atual, destaca-se o trabalho de Ian Mell (27), que discorre em seus estudos sobre a complexidade da infraestrutura verde, como uma abordagem promissora para enfrentar os desafios de ordem ecológica, social, ambiental e econômica do planejamento da paisagem. Trata-se de visão holística da infraestrutura verde enquanto questão fundamental ao processo de desenvolvimento e planejamento sustentável.

Embora muitos dos autores que discutem infraestrutura verde o façam pela lógica da geografia física e da ecologia, deixando à margem os aspectos subjetivos, Ian Mell destaca a importância da percepção enquanto uma dimensão da infraestrutura verde, reconhecendo como um mesmo espaço pode proporcionar distintos usos e percepções a depender do momento em que a experiência ocorre, do tamanho destes espaços, da qualidade estética, da função que assumem em relação ao repertório do usuário, de sua localização (28). Em outras palavras, a percepção, que tem registro subjetivo, dialoga com o processo de planejamento e projeto.

Os aspectos salientados por Mell revelam uma possível aproximação àquilo que McHarg desenvolveu no final dos anos 1960. Essa estratégia de planejamento territorial, desde McHarg até o momento contemporâneo, reforça o reconhecimento da complexidade inerente ao território e às práticas que sobre ele se desenvolvem, compreendendo tanto as distintas escalas que se relacionam quanto a articulação entre dimensões objetivas e subjetivas.

Para Mell, é fundamental que a infraestrutura verde lide não apenas com os aspectos físico-territoriais, mas que incorpore, de maneira mais ampla, as interações entre pessoas e paisagens, incluindo o modo como essas paisagens são interpretadas. O autor argumenta que essa perspectiva deveria respaldar a elaboração de políticas de planejamento, sendo que a compreensão social da paisagem física afeta seu uso, sugerindo que esta pode ser a chave para desenvolver políticas de infraestrutura verde mais apropriadas à construção de espaços acessíveis, conectados e funcionais.

Ao explorar o papel das percepções no valor e uso dos recursos naturais, Mell associa as objetividades e subjetividades que se fazem presentes na abordagem da infraestrutura verde, revelando uma complexidade que complementa as questões técnicas presentes na ideia de infraestrutura.

Como parte de sua tese de doutorado, Ian Mell apresenta um conjunto de imagens para diferentes grupos de pessoas, perguntando suas preferências com relação às paisagens retratadas. Enquanto algumas respostas se concentram nos atributos físicos e ecológicos, associando sua preferência a lugares que parecem ser intocados pela ação humana, outras respostas explicitam associações com memórias e emoções, acionando construções culturais que relacionam elementos físicos a elaborações subjetivas. O autor conclui a partir desse estudo que a infraestrutura verde deve responder à variedade de interpretações da paisagem, de modo que sua forma e função atenda às expectativas da população.

A tese de Ian Mell reforça como o foco do planejamento contemporâneo tem sido desenvolver práticas sustentáveis, através de princípios mundialmente defendidos em torno da sustentabilidade, justificando a importância da infraestrutura verde por sua capacidade de reunir um grande número de metas de desenvolvimento contrastantes (29). “As ligações entre sustentabilidade e infraestrutura verde, então, focam na necessidade de manter as funções ecológicas, econômicas e sociais da paisagem, ao mesmo tempo em que atendem às necessidades da população” (30). Tomando por base estes aspectos, Mell (31) compreende que um espaço assume a posição de sustentável de fato quando oferece infraestrutura (cenário físico) sobre o qual as pessoas possam interagir, transitar e viver (cenário social).

Considerações finais

Para além de uma visão que separa humanidade e natureza, que redundou historicamente numa abordagem baseada em soluções técnicas que desarticulam chaves socioculturais, esse artigo procurou revelar como a arquitetura da paisagem pode articular escalas, bem como questões objetivas e subjetivas em seus processos de planejamento e projeto, através de uma complexidade que exige novas perspectivas metodológicas.

O método de planejamento ecológico a partir da natureza proposto por Ian McHarg no final dos anos 1960 promovia a complexidade da paisagem como elemento norteador das ações sobre o território, através de leituras que associavam informações do meio físico às dimensões estéticas e culturais. No entanto, muitos dos desdobramentos de seus trabalhos se deram na perspectiva ecológica que acabou por enfatizar a natureza como suporte físico e como recurso para promover serviços ecossistêmicos.

Como alternativa para resguardar a natureza no espaço urbano, a ótica ambientalista contribuiu com a construção de um corpo legal ambiental, mas não paisagístico. Ainda que esse protagonismo do movimento ambientalista tenha como mérito atuar em uma crítica incisiva sobre o modo como as cidades têm sido construídas através de uma visão desenvolvimentista que continuamente degrada o meio ambiente, ele promove um estreitamento da ideia de paisagem, sendo que seus aspectos subjetivos, estéticos e culturais, ligados à memória e à apropriação são deixados de lado pelos discursos fundamentalmente técnicos. A natureza passa, então, a ser encarada como recurso, prestando serviços à humanidade. Na medida em que a paisagem, compreendida como construção cultural que articula natureza e humanidade, não comparece nos processos de planejamento urbano, a natureza e seus processos tornam-se gradativamente invisibilizados nas cidades e apartados do cotidiano e das interações humanas. Esse processo está vinculado não apenas à constituição de um corpo legal que exacerba a dicotomia entre natureza e cidade, mas também por uma crescente especialização dos campos disciplinares, dificultando que se promovam interações fundamentais à análise e proposição sobre o território.

O desdobramento das ideias e práticas de planejamento e desenho urbano não consistem em percurso unidirecional e, apesar do pragmatismo promovido por alguns autores advindos do campo da ecologia da paisagem, há em paralelo a continuidade de abordagens que entendem a paisagem em sua complexidade, seja pelos aspectos objetivos e subjetivos que a constituem, ou mesmo pelas várias escalas com as quais ela interage.

Em contexto contemporâneo, Ian Mell é um dos autores que atua nesse sentido, manifestando sua atenção pelo modo como as pessoas percebem e interpretam o seu meio, que acrescenta ao planejamento e projeto da paisagem outros aspectos além do ecológico. O fator social desempenha um papel essencial para a promoção e continuidade de políticas e técnicas que permitem alterar o modo de apreensão da natureza em meio ao cotidiano urbano. A compreensão dos processos naturais pela população é imprescindível para a manutenção de vínculos entre humanidade e natureza e para a facilitação de novas propostas de construção do espaço urbano.

Observa-se também a retomada da perspectiva da multiescalaridade, como propunha McHarg, e que constitui um dos pilares da infraestrutura verde contemporaneamente. Essa transversalidade entre as escalas, fundamental à paisagem, reitera a interação entre processos do meio físico e da sociedade que ocorrem em uma escala mais abrangente e aqueles que se desenvolvem na escala local.

Ainda que tenha ocorrido ao longo do tempo um possível estreitamento da ideia de paisagem nos processos de planejamento e projeto, sobretudo nas linhas que se desenvolveram considerando a natureza enquanto serviço ecossistêmico, o momento contemporâneo traz alternativas que promovem uma associação entre objetividades e subjetividades, escala abrangente e local, ambiente físico e sociedade. Essa perspectiva retoma e reforça como o projetar e planejar o território tomando por base a paisagem implica em um processo de leitura que envolve a correlação entre aspectos ambientais, sociais, culturais, geográficos, históricos e estéticos na construção de lugares.

notas

1
BESSE, Jean-Marc. O gosto do mundo: exercícios de paisagem. Rio de Janeiro, Eduerj, 2014.

2
CAUQUELIN, Anne [1989]. A invenção da paisagem. São Paulo, Martins Fontes, 2007; BERQUE, Augustin. Paysage, milieu, histoire. In BERQUE, A. (org.) Cinq propositions pour une théorie du paysage. Mayenne, Champ Vallon, 1994.

3
Idem, ibidem. Ver também SCHENK, Luciana; LIMA, Maria Cecília Pedro Bom de. O método cartográfico no projeto de arquitetura da paisagem. Revista Risco, v. 17, n. 2, 2019, p. 26–40.

4
SCHENK, Luciana. Arquitetura da paisagem: entre o pinturesco, Olmsted e o Moderno. Tese de doutorado. São Carlos, EESC USP, 2008.

5
O aspecto físico, a materialidade da natureza em sua dimensão fenomênica, por exemplo, as montanhas ou o mar, são percebidos de diferentes modos, em distintos períodos, e isso se articula à cultura da época: se no século 16 eles ainda são lugares de temor, no século 18 serão alçados, pela representação na pintura e literatura, a lugares de experiências sublimes. Ver CORBIN, Alain. Saberes e odores. São Paulo, Companhia das Letras, 1987.

6
SILVESTRI, Graciela; ALIATA, Fernando. A Paisagem como cifra de harmonia: relações entre cultura e natureza através do olhar paisagístico. Curitiba, Editora UFPR, 2008.

7
A cultura dos chamados povos originários ainda na atualidade nos revela a resistência a esse processo de dessacralização da natureza, ela afirma a não separação e a crença de uma totalidade que dá sentido à existência. Ver Carta da Paisagem das Américas. Federação Internacional de Arquitetos Paisagistas Região Américas/Universidad Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco, Cidade do México, 28 set. 2018.

8
SPIRN, Anne W. [1984]. O jardim de granito. São Paulo, Edusp, 1998.

9
BESSE, Jean-Marc. O gosto do mundo: exercícios de paisagem. Rio de Janeiro, Eduerj, 2014.

10
MERLEAU-PONTY, Maurice [1961]. O olho e o espírito. São Paulo, Cosac Naify, 2013.

11
O pioneiro do desenho da paisagem Frederick Law Olmsted (1822–1903) pensava o território em seu caráter sistêmico, segundo o princípio orgânico, princípio cunhado e referenciado em seus escritos como parâmetro fundamental de sua criação. A ideia de sistema associava questões como drenagem e vegetação, ao mesmo tempo em que voltava sua atenção à escala local, relativa tanto às qualidades físicas desta natureza, quanto à proposição de experiências, sociais, estéticas e culturais, engendradas para o usuário no lugar projetado. Ver SCHENK, Luciana. Op. cit.

12
MCHARG, Ian [1969]. Design with nature. Nova Jersey, John Wiley & Sons Inc., 1992.

13
RAGONHA, Jéssica. Planejar com a paisagem: reflexões historiográficas e contemporâneas sobre a região. Dissertação de mestrado. São Carlos, IAU USP, 2019.

14
MCHARG, Ian. Ecology and design. In THOMPSON, George E.; STEINER, Frederick R. (org.). Ecological Design and Planning. New York, John Wiley & Sons, 1997, p. 321–332.

15
Apesar de ser seu principal escopo de atuação, a profissão do arquiteto da paisagem geralmente não é incluída diretamente nos processos de planejamento e projeto do território, remanescendo como uma atuação posterior e cosmética que, muitas vezes, não contempla a complexidade que é inerente à sua formação.

16
“Alguns pensadores como McHarg, Lewis e outros, interessados em reconciliar a natureza e o habitat humano, mostraram, de maneira eloquente, que os processos que têm configurado a terra e a complexidade ilimitada das formas de vida que se desenvolveram ao longo do processo de evolução são as bases indispensáveis para configurar os assentamentos humanos. A dependência entre os sistemas de vida, o clima, a água, as plantas e os animais, a contínua transformação e reciclagem dos materiais vivos e não vivos são os elementos da biosfera autossuficiente que permitem a vida na terra e que dão lugar à paisagem física. Constituem os elementos determinantes que dão forma a todas as atividades humanas sobre a terra”. HOUGH, Michael [1984]. Naturaleza y ciudad. Barcelona, Gustavo Gili, 1998, p. 5.

17
SPIRN, Anne W. [1984]. Op. cit., p. 148.

18
HOUGH, Michael [1984]. Op. cit.

19
FORMAN, Richard T. T. [1995]. Land Mosaics: The Ecology of Landscapes and Regions. Cambridge, Cambridge University Press, 2006.

20
SPIRN, Anne W. [1984]. Op. cit., p. 15.

21
Sobretudo, no caso americano, entre o final dos anos 1940 e início dos anos 1960, caracterizado pelo espraiamento e a implantação massiva de infraestrutura urbana tradicional, também denominada na atualidade de infraestrutura cinza.

22
O termo é de origem anglo-saxônica e foi utilizado pela primeira vez pela Comissão de Corredores Verdes da Flórida em 1994. Cf. SANT’ANNA, Camila G. A infraestrutura verde e sua contribuição para o desenho da paisagem da cidade. Tese de doutorado. FAU UNB. Brasília, 2020.

23
BENEDICT, Mark. A.; MCMAHON, Edward T. Green infrastructure: linking landscapes and communities. Washington, Island Press, 2006.

24
Do original: “Green infrastructure is a relatively new concept for systems that provide multiple ecosystem services in urban areas (Ahern 2010). Green infrastructure is often a hybrid of built infrastructure and human-made ecosystems — as with stormwater wetlands to process highway drainage, or bicycle corridors that provide wildlife habitat and connectivity”. AHERN, Jack. Urban landscape sustainability and resilience: the promise and challenges of integrating ecology with urban planning and design. Landscape Ecology, v. 28, 2013, p. 1203–1212. Tradução das autoras.

25
AHERN, Jack. Cultivation of Novel Nature for Urban Resilience. Amherst, University of Massachusetts, Amherst, s.d.

26
SANT’ANNA, Camila G. Op. cit.

27
MELL, Ian. Green infrastructure: concepts, perceptions and its use in spatial planning. Liverpool. Unpublished PhD Thesis. Newcastle, University of Newcastle, 2010.

28
Ian Mell aborda o item da percepção exemplificando através de um parque e seus diferentes usos em distintos dias da semana: embora a infraestrutura verde permaneça a mesma, as percepções e os usos do parque se alteram entre uma segunda-feira de manhã e um domingo à tarde, por exemplo. MELL, Ian. Op. cit.

29
Idem, ibidem, p. 18–19.

30
Do original “The links between sustainability and green infrastructure, then, focus on the need to maintain the ecological, economic, and social functions of the landscape whilst also meeting the needs of the population. Idem, ibidem, p. 19. Tradução das autoras.

31
MELL, Ian. Op. cit.

sobre as autoras

Jéssica Ragonha é mestra em Arquitetura e Urbanismo (2019) e doutoranda pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Maria Cecília Pedro Bom de Lima é mestra em Arquitetura e Urbanismo (2019) e doutoranda pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Luciana Bongiovanni Martins Schenk é doutora em Arquitetura e Urbanismo (2019) pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

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