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research

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architexts ISSN 1809-6298

abstracts

português
Com o crescimento das cidades, a poluição sonora tornou-se mais um desafio para o campo do planejamento urbano. Este estudo tem como objetivo avaliar o impacto de aspectos urbanísticos no ruído de 91 praças públicas da área urbana de Juiz de Fora MG.

english
With the growth of cities, noise pollution has become a challenge for urban planning. Thus, this study aims to evaluate the impact of urban aspects on noise of 91 public squares in the urban area of Juiz de Fora MG.

español
Con el crecimiento de las ciudades, la contaminación acústica se ha convertido en un desafío urbano. Este estudio tiene como objetivo evaluar el impacto de los aspectos urbanos en el ruido de 91 plazas públicas en el área urbana de Juiz de Fora MG.


how to quote

ALBERTO, Klaus Chaves; et. al. Impacto de aspectos urbanísticos no ruído de praças públicas na cidade de Juiz de Fora MG. Arquitextos, São Paulo, ano 24, n. 279.03, Vitruvius, ago. 2023 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/24.279/8871>.

Praça da Estação, Juiz de Fora MG
Foto Sylvio Bazote [Flickr/Creative Commons]

A poluição sonora pode afetar diretamente a qualidade de vida (1), saúde e bem-estar da população. Os problemas mais comuns associados à exposição a níveis sonoros elevados pode causar estresse (2), perda auditiva e surdez (3), aumentando também o risco de doenças cardiovasculares e metabólicas (4). Atualmente, a poluição sonora é considerada um problema de saúde pública mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde — OMS, ela é a segunda poluição mais perigosa, atrás apenas da poluição do ar. Pelo menos 1 milhão de anos de vidas são perdidas na Europa Ocidental todos os anos devido ao ruído de diversos tipos de tráfego (5).

As estruturas verdes como os parques e as praças desempenham papel importante para promover bem-estar para a população no meio urbano. Segundo um estudo realizado nos Estados Unidos, estes locais promovem sentimento de paz e relaxamento e também auxiliam na redução da ansiedade e estresse, proporcionando momentos de reflexão (6). Diante disso, as áreas verdes assumem uma função relevante, permitindo lugares mais saudáveis e silenciosos para seus moradores. No final dos anos 1960, Murray Schafer (7) idealizou o termo soundscape, ou paisagem sonora, considerando-o como o estudo do som relacionado com os indivíduos integrados em um ambiente. A partir deste momento verifica-se um crescente número de pesquisas que abordam este tema aplicado aos espaços públicos em diferentes contextos geográficos (8). Com isso, juntamente com avaliação de aspectos objetivos do som nestes espaços, a paisagem sonora torna-se um importante conceito para avaliar a qualidade do ambiente urbano podendo, inclusive, ser um indicador de bem-estar para a população (9).

O entendimento sobre como os atributos físicos das praças podem influenciar os níveis de pressão sonora pode oferecer dados relevantes tanto para análises acústico-normativas quanto para a compreensão de aspectos específicos de seu ambiente sonoro. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar o impacto de aspectos urbanísticos (dimensões das praças, o uso do solo em seu entorno, tipologia das vias que as delimitam, morfologia, áreas verdes e áreas de atividades) no ruído de 91 praças públicas da área urbana de Juiz de Fora MG.

Juiz de Fora está localizada no Sudeste brasileiro e possui pouco mais de 577 mil habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE (10). As praças da cidade possuem tamanho médio de aproximadamente 2.597m² e concentram-se nas áreas central e centro-oeste da cidade. Elas contam com diversos equipamentos, sendo os mais mais comuns: parque infantil, quadra descoberta, mesa de jogo, mesa com bancos e equipamentos de ginástica. Poucas praças possuem facilidades que podem contribuir para maior tempo de permanência dos usuários como bebedouros, banheiros e Wi-fi (11).

Estudos sobre ruídos em praças e parques urbanos

Muitos estudos têm avaliado a exposição de praças e parques a altos níveis de ruídos. Em Milão, na Itália, dos cinco parques analisados pelos pesquisadores, a maioria possui níveis de ruído acima do limite permitido pela legislação de ruído italiana (12). Bijay Swain e Shreerup Goswami (13) avaliaram o nível de ruído de três parques urbanos nas cidades de Bhubaneswar e Puri na Índia por meio de medições in loco. Suas áreas variam de 2 a 10 hectares e estão localizados próximos à ruas de intenso tráfego de veículos. O IG Park situa-se no centro da cidade de Bhubaneswar, enquanto o Gandhi Park (Bhubaneswar) e o Gandhi Park (Puri) estão a 6 e 10 km de distância da área central das cidades, respectivamente. Os níveis de pressão sonora desses parques ultrapassaram 50 dB (A) (limite estabelecido pela Central Pollution Control Board — CPCB) e o ruído de tráfego, resultado da influência das ruas do entorno dos parques, foi registrado como som dominante. Em outro estudo, realizado em um parque central da cidade de Madri na Espanha, os resultados também demonstraram que o nível de ruído ficou entre 55 e 58 dB (A). Embora este resultado esteja próximo do recomendado pela OMS, alguns pontos medidos excederam o limite. É importante avaliar, contudo, que os níveis de ruído não foram considerados altos pelos visitantes (14).

No Brasil, ao abordar quatro parques da cidade de Belém, pesquisadores identificaram que os limites de ruído ultrapassaram o estabelecido pela NBR 10.151 (15) tanto para o dia, 55 dB (A), quanto para a noite, 50 dB (A). Durante a semana, seu entorno apresentou níveis mais altos do que as áreas centrais devido à suas grandes dimensões. No final de semana o resultado foi o inverso, apresentando níveis mais altos na parte central onde um grande número de visitantes buscaram atividades recreativas. Porém, o alto nível de ruído não foi considerado incômodo pelos usuários. Os parques apresentaram atributos que auxiliam na qualidade sonora, como a densa vegetação que atraem os pássaros e os prédios mais altos que funcionam como barreira acústica para o ruído de tráfego externo (16).

Algumas pesquisas abordam o efeito do som na experiência dos usuários. Em um estudo realizado na Índia, o Parque Raghavaiah da cidade de Vijayawada apresentou 98% dos pontos de medição acima do limite definido pela OMS, de 55 dB(A). Este estudo também destacou uma redução de 2-3 dB(A) próximo à fonte de água e vegetação densa, o que demonstra o desempenho destes elementos na redução do nível de ruído. Em relação à preferência dos usuários, os sons de tráfego foram considerados desagradáveis, enquanto os de pássaros e água de fonte foram considerados agradáveis (17). Similarmente, em um estudo realizado na cidade Dalian, na China, os resultados mostraram que a sensação de relaxamento foi maior quando foram percebidos sons naturais e menor quando foram percebidos sons de tráfego e de pessoas (18). Em um estudo realizado em oito parques urbanos da cidade de Antuérpia, na Bélgica, buscou-se avaliar o conceito de tranquilidade a partir do ponto de vista dos usuários. Os resultados mostraram que os participantes que mais percebem os sons mecânicos associaram a tranquilidade ao silêncio e aos sons naturais (19).

Como visto, os estudos apontam para uma relação entre o nível de ruído e os aspectos urbanísticos das praças e parques e seu entorno. Pesquisas na área têm considerado a proximidade do centro urbano (20), densidade (21), tamanho (22) e a presença de fontes de água (23) como indicadores para os níveis de ruído em praças e parques. Contudo, observa-se que é importante uma análise que englobe um maior número de praças, pois permite relações mais precisas entre variáveis específicas em diferentes contextos. Assim, este estudo propõe uma abordagem ampliada ao investigar um conjunto representativo de praças (n= 91) de uma cidade de porte médio, contribuindo tanto para o conhecimento dos seus níveis de pressão sonora quanto para explorar fatores urbanísticos que possam estar relacionados a este desfecho.

Percurso de investigação

A construção do percurso metodológico para alcançar os objetivos deste estudo pode ser dividida em três momentos: definições preliminares; coleta de dados; e análise dos dados. Estes momentos foram divididos em cinco etapas detalhadas nesta seção.

No primeiro momento, “Definições preliminares”, foi feito tanto a “Caracterização e mapeamento das praças de Juiz de Fora”, quanto a “Definição do período de realização e do protocolo das medições”. O segundo momento, “Coleta de dados”, intitulado de “Realização das medições sonoras in loco”. Já o terceiro momento, “Análise dos dados”, foi dividido em duas etapas. Na primeira, foi realizada a “Análise dos dados de ruído em comparação com referências normativas” e na segunda foi feita a “Análise exploratória dos aspectos urbanísticos que podem impactar o ruído nas praças”.

Caracterização e mapeamento das praças de Juiz de Fora

Para avaliar a poluição sonora nas praças de Juiz de Fora, foi realizado um levantamento de 91 praças da cidade. A prefeitura do município considera 169 Espaços Livres Públicos — Elps como praças, entretanto, nesse conjunto estão incluídos espaços que não podem ser utilizados como áreas de estar, tais como terrenos baldios, canteiros, trevos e locais não identificados. Para essa pesquisa considerou-se praças os “espaços livres de edificação, públicos e urbanos, destinados ao lazer e ao convívio da população, acessíveis aos cidadãos e livres de veículos” (24). Para uma caracterização mais específica que as diferencie de outros espaços livres públicos como jardins, largos, recantos e adros semiprivados de igrejas, também foi adotado como critério de inclusão a existência de, ao menos, duas áreas de atividade (quadras poliesportivas, playgrounds, áreas de jogos, pistas de caminhada, áreas de estar, áreas de alimentação, entre outros) que possam configurar esses espaços como destino final dos usuários. Assim, após vistoria presencial, dos 169 endereços dos Elps definidos pela prefeitura, 95 foram definidos como praças considerando os critérios acima definidos e 91 destas foram incluídas nesse estudo.

As praças avaliadas encontram-se distribuídas em todas as oito regiões de planejamento de Juiz de Fora. A área central concentra a maioria das praças [31] seguida pela região centro-oeste [13]. Essa concentração coincide com a elevada densidade demográfica dessas áreas.

Mapa de Minas Gerais com limite do município de Juiz de Fora e número de praças por Regiões de Planejamento
Elaboração dos autores a partir de dados do Google Maps, 2021

Definição do período de realização e do protocolo das medições

As medições dos níveis de pressão sonora in loco foram realizadas antes do período de pandemia entre 14h e 18h, pois é o momento que apresenta maior quantidade e diversidade de pessoas nas praças conforme apontado pelo estudo de Eduarda Beraldo et al (25) que trata da vitalidade em espaços públicos na cidade de Juiz de Fora. Foram coletados dados em dias de semana (período como maior volume de tráfego de veículos) durante o período escolar. Em cada praça, os valores de pressão sonora medidos foram anotados no protocolo de visita desenvolvido, com o intuito de realizar uma avaliação de diversos aspectos físicos das praças. Este protocolo foi desenvolvido com base em estudos semelhantes como o Analytic Audit Tool and Checklist Audit Tool (26), o Brat-Direct Observation — Brat-Do (27): e o Community Park Audit Tool — CPAT (28). Foram levantados dados como dimensões, área verde, usos do solo do perímetro (residencial, comercial, serviço, institucional ou lotes vazios), tipologia das vias que delimitam cada praça e contagem de pessoas. Posteriormente, os dados foram organizados e tratados em planilhas.

Realização das medições sonoras in loco

O nível de ruído foi medido de acordo com as recomendações da normativa NBR 10.151/2019. Foram utilizados sonômetros digitais portáteis Mod. MSL-1355B da marca Minipa, ponderado em “A”, modo “Fast” previamente testados e calibrados. Os aparelhos de medição foram fixados a uma distância de, no mínimo, 1,20m do piso e 2,00m de qualquer superfície refletora. As medições foram realizadas em dias sem chuva (com sol ou nublado) e com pouco ou nenhum vento de forma a não interferir nos dados aferidos. Além disso, foram considerados os dias com condições climáticas amenas (média de temperatura de 24°C). Quanto ao tempo de medição, a NBR 10.151 não determina um tempo mínimo necessário, mas afirma que o valor deve ser o suficiente para caracterizar o som local. Alguns estudos que também fizeram medições consideram um minuto (29), três minutos (30) ou até trinta minutos (31) como suficientes para uma avaliação adequada entre os pontos. Dessa forma, o período de tempo adotado para as medições desse estudo foi de um minuto. As medições se deram no centro da praça, pois é o local mais provável de presença de pessoas.

Avaliação dos dados de ruído e comparação com referências normativas

Para a avaliação do nível de ruído, foram levadas em consideração a NBR 10.151/2019 — “Acústica — medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas — aplicação de uso geral(32) e a recomendação da OMS (33). A NBR 10.151 estabelece o padrão exigido à aceitabilidade do ruído em ambientes externos às edificações em áreas destinadas à ocupação humana. Neste estudo o uso térreo dos lotes do entorno de todas as praças foi classificação como “área mista predominantemente residencial”, assim, o valor do limite do nível de pressão sonora adotado foi de 55dB. A OMS, de outro modo, recomenda dois níveis de ruído para ambientes considerados como áreas de estar externas. O primeiro limite (55dB) é considerado como efeito crítico para a saúde, gerando um incômodo sério e o segundo (50dB), um incômodo moderado. Além disso, esta diretriz estabelece que o tempo de exposição a esse ruído deve ser de, no máximo, 16 horas. Portanto, além do limite estabelecido pela NBR 10.151, também foi adotado o limite mais restritivo da OMS para área de estar externa (50dB) de forma a evitar efeitos negativos à saúde humana. Para uma avaliação mais detalhada do ruído, os resultados também foram analisados a partir de uma adaptação das métricas de poluição sonora definida pela ferramenta Índice de Caminhabilidade versão 2.0 — Icam, desenvolvida pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, Brasil (34), que adota uma escala em quatro níveis, tendo como limite de medida a referência 55 dB.

Análise exploratória dos aspectos urbanísticos que podem impactar o ruído nas praças

Neste estudo foram investigados os seguintes fatores urbanísticos que podem estar relacionados com o ruído nas praças: morfologia (tamanho e formato das praças), caracterização física (áreas verdes e número de áreas de atividades), aspectos relacionados ao planejamento urbano (uso e ocupação do entorno das praças) e ao sistema viário (tipologia de vias do seu entorno).

Os limites e as áreas das praças assim como as larguras das vias de seu entorno foram levantadas a partir da base cartográfica georreferenciada fornecida pela prefeitura da cidade. No entanto, a partir das vistorias presenciais, foi percebido que algumas das praças tiveram sua área dividida com outros equipamentos públicos (creches, escolas, postos de saúde), assim, seus limites e áreas foram revisados neste estudo.

A definição do uso do solo do entorno das praças foi realizada por meio do registro in loco do uso térreo de cada lote que faceia os limites das praças. Esses usos foram categorizados para essa pesquisa como residencial, comercial, de serviços, institucional e lotes não ocupados. Como foi registrada a predominância do uso residencial nas praças avaliadas, o entorno desses espaços foi avaliado segundo as seguintes categorias:

  • Mix de uso: quando o uso residencial ocupou até 50% dos lotes do entorno das praças, o que representa 32% do total das praças avaliadas;
  • Residencial prevalente: quando o uso residencial ocupou entre 50% e 75% dos lotes do entorno das praças, representando 13% do total das praças avaliadas e
  • Residencial majoritário: quando o uso residencial ocupou mais de 75% dos lotes do entorno das praças, o que é configurado em 55% do total das praças avaliadas.

Por fim, esses usos foram tabelados em planilha Excel de maneira percentual. As áreas verdes gramadas também foram demarcadas a partir de uma vistoria no local e registradas de maneira percentual em relação a área total da praça. Foram registradas ainda as áreas de atividade de cada uma das praças, a saber: parque infantil, equipamento de ginástica, pista de skate, piquenique, quadra, quadra coberta, campo de futebol, parque de cachorros, área de jogos (mesa), pista de caminhada, espaço para atividades religiosas, mesas com bancos, mesa de pingue-pongue, quiosques de alimentação e quadra de peteca. Essas áreas foram quantificadas para facilitar a análise dos dados.

O ruído e suas relações com as características físicas das praças de Juiz de fora

Caracterização do ruído nas praças

Considerando o conjunto de praças analisadas, a média dos níveis de pressão sonora foi de 58 dB, o que está acima dos limites definidos tanto pela NBR 10151/2019 quanto pela OMS. Esse ruído elevado, no entanto, foi similar aos valores apontados por outros estudos que abordaram os Espaços Livres Públicos em diferentes contextos geográficos, como em Madri, na Espanha (35), e em Vijayawada, Índia (36). Em Juiz de Fora, as praças encontram-se localizadas em áreas centrais dos bairros, o que propicia a presença e circulação de pessoas, além do fluxo de veículos ao redor, contribuindo para o aumento do nível de ruído.

Considerando a ferramenta Icam, dentre as 91 praças avaliadas, 35 (38% do total) registraram níveis adequados de ruído — menor ou igual a 55 dB; 50 (55% do total) registraram níveis elevados de ruído — maior do que 55 dB e menor ou igual a 70 dB; 6 (7% do total) registraram níveis muito elevados — maior do que 70 dB e menor ou igual a 80 dB; em nenhuma das praças foram registrados níveis extremamente elevados de ruído — acima de 80dB. Considerando o limite de 50 dB recomendado pela OMS, apenas 11 (12% do total de praças) encontram-se conforme os níveis recomendados.

Quantidade de praças de acordo com as categorias de nível de pressão sonora dB do Icam
Elaboração dos autores, 2021

Apenas as Regiões de Planejamento Centro e Centro-Oeste possuem praças com nível muito elevado de ruído. As regiões Oeste, Norte e Sudeste tiveram as médias de ruído abaixo do máximo recomendado pela ABNT. Já os níveis de pressão sonora mais elevados foram observados nas regiões Centro-Oeste e Sul, onde foram registrados 61 e 63 dB, respectivamente.

Níveis de pressão sonora nas regiões de planejamento de acordo com categorias do Icam
Elaboração dos autores, 2021

Aspectos urbanísticos que podem impactar o ruído nas praças

Tamanho das praças

Adotando como referência o nível de pressão sonora de 55dB definida pela NBR 10.151, as praças menores (com área média de 1.833,20m²) ultrapassaram esse valor, enquanto as praças maiores (com área média de 3.310,08m²) ficaram abaixo do limite estipulado pela NBR. Para uma análise mais diversificada dos dados, as praças foram divididas em cinco faixas de tamanho, a saber: menores que 500m², entre 500m² e 1000m², entre 1000m² e 5000m², entre 5000m² e 10.000m² e maiores de 10.000m². A maioria destes espaços, 51 praças (56% do total), caracterizam-se como de médio porte com área entre 1.000m² e 5000m². Por outro lado, o menor grupo é composto pelas praças maiores que 10.000m², com apenas cinco praças (5% do total). Nenhuma das faixas de tamanho concentrou praças com média de níveis de pressão sonora abaixo de 55dB, o que indica que não há uma relação entre o tamanho da praça e seus níveis sonoros. Contudo, há uma pequena e constante variação entre o nível de ruído das praças menores — entre 500 e 1000m2(mais ruidosas) até as praças com até 10.000m² (menos ruidosas). Como as medições foram realizadas no centro das praças, é possível que estes resultados sejam explicados pela maior influência do ruído produzido no entorno das praças menores. Percebe-se ainda que as praças muito pequenas (menor que 500m²) e as muito grandes (maior que 10.000m²) saíram deste padrão e possuem os níveis de ruído mais elevados. Para estes dois casos, o tráfego de automóveis também pode ser um dos principais fatores explicativos. No caso das praças muito pequenas, seu centro está sempre muito próximo das vias de automóveis e no caso das muito grandes, estão cercadas por vias de grande porte.

Níveis de pressão sonora (dB) em relação ao tamanho das praças
Elaboração dos autores, 2021

Uso do entorno

O uso do térreo dos lotes ao redor das praças é predominante residencial, atingindo uma ocupação de 66%. Já o uso comercial ocupou em média 22% dos lotes, o uso de serviços 3%, o uso institucional 5% e os lotes vagos ocuparam 4% do entorno das praças. Comparando o nível de ruído nas praças em relação às categorias descritas no item 3.5 (mix de uso, residencial prevalente e residencial majoritário), percebe-se que há uma relação entre o aumento do uso residencial e a redução do ruído. As praças com mix de uso são, portanto, mais ruidosas (média de 61dB) que as majoritariamente residenciais (57 dB).

Pressão sonora por praças classificadas segundo usos predominantes dos lotes de seus entornos
Elaboração dos autores, 2021

Tipologia de vias

A tabela “Pressão sonora nas praças classificadas pela largura das vias” indica uma relação entre o aumento do porte das vias limítrofes às praças analisadas e o aumento do nível de ruído. Os resultados indicaram a considerável diferença de 8dB entre praças limitadas por vias de 6,00m e de 20,00m, o que pode estar relacionado à velocidade e porte dos automóveis que transitam por elas. Nas praças circundadas por ao menos uma via de 20,00m de largura, a média do ruído foi de 63dB e apenas 14% destas tiveram os níveis de pressão sonora abaixo dos 55dB.

Pressão sonora nas praças classificadas pela largura das vias
Elaboração dos autores, 2021

Morfologia das praças

Para uma análise morfológica, as praças podem ser classificadas a partir da configuração das vias do entorno e do seu formato geométrico (praças quadrangulares, redondas, triangulares) (37). No entanto, essa categorização se relaciona mais com o tráfego viário sem, necessariamente, apontar as relações com a morfologia urbana do entorno da praça. Assim, para essa pesquisa, como as relações entre o ruído e o sistema viário do entorno já foram abordadas na seção anterior (Tipologia de vias), resta avaliar as relações das praças com a malha urbana. Desta forma, foram categorizadas três configurações principais que caracterizam essas relações: praças isoladas pela malha viária, praças localizadas em cantos de quadra e praças localizadas no centro das quadras.

Exemplos de praças com diferentes configurações morfológicas. Praça Prefeito Olavo Costa — isolada pela malha viária; praça Romeu Bellini — localizada em canto de quadra; praça Sebastião Perfeito Filho — localizada no centro da quadra
Elaboração dos autores, 2021

Os níveis de ruído nessas três configurações indicam uma pequena variação, sendo mais alto tanto nas praças isoladas, quanto nas praças de canto de quadra. Essa variação pode ter relação com o número de vias e, por consequência, com o tráfego de automóveis que envolvem essas praças. As praças de centro de quadra são, frequentemente, envolvidas por uma ou duas vias apenas.

Nível de pressão sonora dB de acordo com a característica morfológica das praças
Elaboração dos autores, 2021

Áreas verdes e de atividade

Considerando os grupos de praças com níveis de pressão sonora acima e abaixo de 55 dB, não foi encontrada considerável diferença em relação ao percentual de área verde ou de áreas de atividade, conforme mostrado na Tabela 3. Embora as áreas de atividades tendam a gerar ruído pelo próprio uso, percebe-se que estas representam uma pequena porcentagem em relação à área total das praças, o que limita o uso do espaço, não influenciando, portanto, no ruído gerado.

Média das áreas verdes e do número de atividades em relação ao ruído
Elaboração dos autores, 2021

Considerações finais

Este estudo avaliou o impacto de aspectos urbanísticos no ruído de 91 praças públicas da área urbana de Juiz de Fora MG. A avaliação in loco se deu através de medições sonoras por meio de sonômetros e os resultados foram comparados aos valores limites estabelecidos pela NBR 10.151, pela OMS e pela ferramenta Icam. O estudo analisou ainda os fatores urbanos que podem contribuir para o aumento do ruído. Os resultados indicam que, apesar de Juiz de Fora apresentar praças com ruído muito elevados, a maioria dos casos possuem níveis sonoros próximos ao limite indicado pelas diretrizes nacionais e internacionais, o que se configura como um cenário similar ao encontrado na literatura sobre o tema. Os resultados pontuais em relação ao impacto dos aspectos urbanísticos no ruído são indicados a seguir:

  • Houve uma pequena e constante variação entre o nível de pressão sonora das praças menores — entre 500 e 1.000m2 (mais ruidosas) até as praças com 10.000m² (menos ruidosas), o que pode ser explicado pela maior influência do ruído produzido no entorno nas praças menores;
  • As praças com mix de uso no entorno são mais ruidosas que as majoritariamente residenciais;
  • Há uma relação entre o aumento do porte das vias e o aumento do nível de ruído;
  • Os níveis de ruído são maiores nas praças isoladas e de canto de quadra em relação às localizadas em centro de quadra, que são, frequentemente, envolvidas por apenas uma ou duas vias;
  • Áreas gramadas não interferiram no nível de pressão sonora;
  • Como áreas de atividades (parque infantil, equipamento de ginástica, pista de skate, piquenique, quadra, quadra coberta, campo de futebol etc.) representam uma pequena porcentagem em relação a área total das praças, não foi registrada sua influência no o ruído gerado.

É sabido que o ruído é altamente impactado pela presença do tráfego de automóveis. Contudo, este trabalho aponta para outros aspectos urbanísticos que podem estar direta ou indiretamente associados ao nível de pressão sonora das praças. Os dados permitem que o poder público avalie e identifique pontos mais ou menos críticos para a tomada de ações corretivas. Este trabalho se destaca ao investigar um amplo conjunto de praças (n= 91) permitindo uma visão abrangente da cidade. Como fragilidades aponta-se a necessidade da realização de medições em mais de um ponto nas praças (especialmente as maiores) considerando também dias atípicos, como finais de semana. Destaca-se ainda a importância de se realizar mais medições ao longo do turno escolhido para o levantamento (entre 14h00 e 18h00) para reduzir o impacto de flutuações sonoras no momento da medição. Embora este estudo tenha como foco a análise de atributos físicos e dados objetivos dos sons, reconhece-se a importância de novas pesquisas que abordem aspectos perceptivos dos usuários das praças o que poderá trazer novas evidências tanto para sua caracterização quanto para sua gestão.

notas

1
ZAGANELLI, Deborah Martins. O som da paisagem: pelas praças do centro da cidade de Vitória, ES. Dissertação de mestrado. Vitória, CAR Ufes, 2014.

2
BISTAFA, Sylvio R. Acústica aplicada ao controle do ruído. 2ª edição. São Paulo, Blucher, 2011.

3
ŚLIWIŃSKA-KOWALSKA, Mariola; ZABOROWSKI, Kamil. WHO environmental noise guidelines for the European region: a systematic review on environmental noise and permanent hearing loss and tinnitus. International journal of environmental research and public health, v. 14, n. 10, 2017, p. 1139.

4
VAN KEMPEN, Elise et al. Who environmental noise guidelines for the European region: a systematic review on environmental noise and cardiovascular and metabolic effects: a summary. International journal of environmental research and public health, v. 15, n. 2, 2018, p. 379.

5
WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Environmental noise guidelines for the European region. World Health Organization. Regional Office for Europe, 2018.

6
KIM, Gunwoo; MILLER, Patrick A. The impact of green infrastructure on human health and well-being: The example of the Huckleberry Trail and the Heritage Community Park and Natural Area in Blacksburg, Virginia. Sustainable Cities and Society, v. 48, 2019, p. 101562.

7
SCHAFER, R. Murray. A afinação do mundo: uma exploração pioneira pela história passada e pelo atual estado do mais negligenciado aspecto do nosso ambiente: a paisagem sonora. São Paulo, Editora Unesp, 2001.

8
MACHADO, Cristiane Calzavara; ALBERTO, Klaus Chaves; BARBOSA, Sabrina Andrade. Sounds in the urban square: qualitative influences on users' lives. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades, v. 10, n. 75, Tupã, 2022.

9
REHAN, Reeman Mohammed. The phonic identity of the city urban soundscape for sustainable spaces. HBRC Journal, v. 12, n. 3, Abingdon, 12 jan. 2016, p. 337–349; KANG, Jian; ZHANG, Mei. Semantic differential analysis of the soundscape in urban open public spaces. Building and environment, v. 45, n. 1, 2010, p. 150–157.

10
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População estimada para 2021. IBGE, Rio de Janeiro, 2021 <https://bit.ly/3EaRMyr>.

11
ALBERTO, Klaus Chaves; SENRA, Silvia, BERALDO, Eduarda; GONCALVES, Anna Paula; CASSANI, Maria. Praças de Juiz de Fora: catálogo de espaços públicos, 2020. Juiz de Fora, Editora UFJF/Proac Publicações, 2021.

12
BRAMBILLA, Giovanni; GALLO, Veronica; ZAMBON, Giovanni. The soundscape quality in some urban parks in Milan, Italy. International journal of environmental research and public health, v. 10, n. 6, 2013, p. 2348–2369.

13
SWAIN, Bijay; GOSWAMI, Shreerup. Soundscapes of urban parks in and around Bhubaneswar and Puri, Odisha, India: a comparative study. Pollution, v. 4, n. 1, 2018, p. 93–101.

14
CALLEJA, A.; DÍAZ-BALTEIRO, Luis; MERCHAN, Carlos Iglesias; SOLIÑO, Mario. Acoustic and economic valuation of soundscape: An application to the ‘Retiro’ Urban Forest Park. Urban Forestry & Urban Greening, v. 27, 2017, p. 272–278.

15
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16
SOARES, Antonio Carlos Lobo et al. Soundscape analysis of urban public parks in the Brazilian Amazon. Proceedings of the 41st International Congress and Exposition on Noise Control Engineering (Internoise), New York, 2012.

17
CHITRA, Banu; JAIN, Minakshi; CHUNDELLI, Faiz Ahmed. Understanding the soundscape environment of an urban park through landscape elements. Environmental Technology & Innovation, v. 19, 2020, p. 100998.

18
ZHANG, Xu; BA, Meihui; KANG, Jian; MENG, Qi. Effect of soundscape dimensions on acoustic

19
FILIPAN, Karlo et al. The personal viewpoint on the meaning of tranquility affects the appraisal of the urban park soundscape. Applied Sciences, v. 7, n. 1, 2017, p. 91.

20
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21
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sobre os autores

Klaus Chaves Alberto é arquiteto e urbanista, mestre (2004) e doutor (2008) em Urbanismo pelo Prourb UFRJ. Professor asociado e professor titular do Programa de pós-graduação em Ambiente Cosntruído da UFJF. É co-autor do livro Praças de Juiz de Fora: catálogo de espaços públicos, 2020 (Editora UFJF/Proac Publicações, 2021).

Sabrina Andrade Barbosa é arquiteta e urbanista (2009) e mestre pela Universidade Federal de Viçosa (2012) e PhD em Ambiente Construído pela University of Brighton (2016). Professora adjunta do curso de Arquitetura e Urbanismo da UERJ e professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído da UFJF. É co-autora do livro Desafios e oportunidades na pesquisa em ambiente construído (Editora UFJF, 2021).

Cristiane Calzavara Machado é arquiteta e urbanista pelo Centro de Ensino Superior JF e mestre (2022) em Ambiente Construído pelo Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído (UFJF).

Thaisa Barboza de Souza é arquiteta e urbanista (2017) e mestre em Ambiente Construído (2020) pelo Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído pela UFJF.

Maria Edwirges Magalhães Cassani é arquiteta e urbanista (2022) pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF. Co-autora do livro Praças de Juiz de Fora: catálogo de espaços públicos, 2020 (Editora UFJF/Proac Publicações, 2021).

Eduarda Botti Beraldo, arquiteta e urbanista (2018) e mestre em Ambiente Construído (2021) pelo Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído pela UFJF. É co-autora do livro Praças de Juiz de Fora: catálogo de espaços públicos, 2020 (Editora UFJF/Proac Publicações, 2021).

Silvia Senra é arquiteta e urbanista pelo Centro de Ensino Superior JF (2016) e mestre em Ambiente Construído (2019) pelo Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído da UFJF. Co-autora do livro Praças de Juiz de Fora: catálogo de espaços públicos, 2020 (Editora UFJF/Proac Publicações, 2021).

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