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drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
O maior arquiteto brasileiro de todos os tempos, Oscar Niemeyer, comenta o seu projeto urbano e arquitetônico para Niterói

how to quote

NIEMEYER, Oscar. O Caminho Niemeyer hoje. Drops, São Paulo, ano 11, n. 044.05, Vitruvius, maio 2011 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/11.044/3876>.



Com o êxito alcançado pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC), o prefeito Jorge Roberto Silveira pôs-se a pensar de maneira mais ampla, propondo-me a ideia de construir o Caminho Niemeyer, uma série de obras por mim desenhadas a se estender da grande praça (onde se localizarão cinco edifícios) – passando pelo Museu do Cinema e pelo MAC – até à Estação Charitas.

O que vai, a meu ver, identificar o projeto é a grande praça junto ao mar. Mais recentemente, quando do retorno de Jorge Roberto à Prefeitura de Niterói, pedi ao meu amigo Jair Valera que preparasse uma maquete eletrônica de tal praça e senti como será bonita a sua entrada. E observei ainda como as formas que compõem o conjunto criaram a monumentalidade por mim procurada.

Resolvi, em seguida, examinar a planta geral adotada neste projeto, vendo, satisfeito, ser um dos melhores conjuntos que nesse gênero projetei. E telefonei logo ao Prefeito, comunicando-lhe que eu decidira instalar um escritório, tal o interesse que por ele passei a sentir.

A construção desse conjunto ainda não está terminada; no entanto, graças ao empenho e à dedicação dos meus amigos Jorge Roberto e Selmo Treiger e de sua equipe confio em ver tudo concluído.

Mais próximos da entrada, sobressaem o Memorial Roberto Silveira e a grande cúpula destinada aos salões de exposições da futura Escola de Arquitetura e Humanidades que a Fundação Oscar Niemeyer pretende implantar em Niterói. Mais adiante é o Teatro Popular que surge, com o terreno a se estender até o mar.

O acesso a esse teatro é feito por uma extensa rampa, que, como um passeio na arquitetura, vai mostrando aos visitantes a forma nova e surpreendente que ele apresenta. Além da platéia prevista para 400 indivíduos a parede de fundo do palco pode abrir-se inteiramente, permitindo que o espetáculo possa ser visto, do exterior por cerca de 30.000 pessoas.

A nossa preocupação de ligar a arquitetura com as artes plásticas prevaleceu neste projeto. No hall de entrada, é um enorme croqui mostrando o povo a se manifestar em defesa de seus direitos tantas vezes esquecidos. Externamente, na fachada principal, são mulheres a dançar, alegres, cobre os azulejos amarelos. Nas extremidades do Caminho Niemeyer, deverão ser construídos dois prédios que me agradam em particular: a torre-restaurante e o Centro de Convenções.

O panorama da baía de Guanabara é tão bonito que justifica minha idéia – prontamente acolhida pelo Prefeito – de criar, no Caminho Niemeyer, uma torre espetacular que, compreendendo um restaurante a 80 m de altura, pudesse levar os visitantes a apreciá-lo em toda a sua pujança. Um elemento vertical que marcasse, de longe, este conjunto, que, pela variedade dos prédios construídos, constitui um exemplo do que a técnica do concreto armado me permite realizar. O Centro de Convenções corresponde a uma cúpula de 80 m. No térreo, um salão de exposições; no andar inferior, o generoso espaço destinado aos diferentes encontros que serão aí promovidos.

É importante ainda registrar que um dia o Prefeito Jorge Roberto Silveira me pediu que projetasse uma estação de barcas em Charitas, daí surgindo a proposta de se criar um restaurante, o que garantiu ao Caminho Niemeyer o apoio turístico que faltava.

notas

NE
Artigo originalmente publicado em: NIEMEYER, Oscar, O Caminho Niemeyer hoje, Editora Nosso Caminho LTDA. Rio de Janeiro, volume 1, pg 6 , outubro- novembro 2010.

sobre o autor

Oscar Niemeyer é arquiteto, ganhador do prêmio Prizker.

 

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