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drops ISSN 2175-6716

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Texto curatorial de Mathias Schwartz-Clauss para a exposição "Anticorpos – Fernando e Humberto Campana – 1989 – 2009", em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, de 05 de novembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012

how to quote

SCHWARTZ-CLAUSS, Mathias. Anticorpos. Fernando & Humberto Campana, 1989–2009. Drops, São Paulo, ano 12, n. 050.05, Vitruvius, nov. 2011 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/12.050/4121>.



Fernando e Humberto Campana ascenderam nos últimos vinte anos e se tornaram figuras centrais do design internacional. Sua rica linguagem visual está firmemente ancorada em sua terra natal, o Brasil – um país que reflete o protótipo típico de nossa época globalizada. A exuberância de sua natureza, a mistura de seu povo e a justaposição não mediada de ricos e pobres proporcionam o solo fértil onde crescem os contrastes de cores, formas e materiais dos Campana. As inúmeras facetas e contradições presentes em seu ambiente indicam que eles entendem o design como uma apropriação cultural de influências por meio de um processo imunológico. O grande sucesso de seu trabalho é sintomático do significado atual do design de autoria, que transcende as fronteiras entre a arte e o design e cria ícones estéticos com a forma de peças únicas e edições limitadas.

A exposição Anticorpos enfatiza especialmente o método de trabalho dos Campana, elucidando não só suas estratégias artísticas e fontes de inspiração como também os motivos recorrentes que estão apresentados em sua retrospectiva. Propõe ainda iluminar o conjunto dos trabalhos dos irmãos – artes plásticas, peças de mobiliário, joias e instalações de grande escala – junto com uma fértil união das variadas abordagens do design que eles utilizam. Enquanto Humberto cria seus objetos como um artesão e artista autodidata, Fernando participa como um arquiteto experiente. Juntos eles ignoram todas as convenções do design tradicional, brincam com a noção de funcionalidade e formam seus objetos poéticos a partir de realidades contraditórias.

A exposição, além de apresentar a quase totalidade de seus trabalhos importantes, coleções particulares e do próprio Estúdio Campana, também mostra peças criadas pelos dois designers especialmente para a ocasião. Essas peças incluem um número de experimentações em papel machê, desenvolvidas em cooperação com o Vitra Design Museum, e uma série de colagens em papel que refletem os temas de acordo com o agrupamento das peças na exposição. Os visitantes também encontram na exposição uma variedade de objetos curiosos que os Campana colecionam por todos esses anos e que nos possibilitam entender seu mundo pessoal.

nota

NE
O presente artigo é o texto curatorial da exposição Anticorpos – Fernando e Humberto Campana – 1989 – 2009, Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo, de 05 de novembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012.

sobre o autor

Mathias Schwartz-Clauss é curador da exposição.

 

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