A complexidade das dinâmicas urbanas hoje pede uma nova compreensão das relações entre fazer e usar a cidade. Pois se pelo lado do uso a sociedade pressiona cada vez mais o poder público no sentido de criar ações e gestões compartilhadas do espaço público, agora entendido como “comum” (common), pelo lado do fazer aumenta o desafio do estado em conseguir realizar projetos sistêmicos que deem conta de integrar toda essa complexidade e fazê-la funcionar em rede. Uma das maiores virtudes da gestão Haddad, do ponto de vista urbano, foi ter conseguido compreender o caráter necessariamente inter-setorial das ações públicas na escala da metrópole. Um belo exemplo disso é o projeto Bordas Urbanas, que associa ações de contenção do espraiamento urbano ao incentivo à agricultura familiar de pequeno e médio porte, à alimentação das crianças das escolas municipais com produtos orgânicos de qualidade garantida, e a uma política de reciclagem de resíduos sólidos.
Haddad agiu com rapidez para realizar ações estratégicas, como corredores e faixas exclusivas de ônibus e de bicicletas, por exemplo. A redução da velocidade na Marginal Tietê, um sucesso indiscutível do ponto de vista da redução de congestionamentos, junto com a abertura da Av. Paulista e de outras avenidas em 29 pontos da cidade para os pedestres aos domingos são ações contundentes nesse processo de reversão de valores.
Ao mesmo tempo, Haddad semeou uma série de conquistas fundamentais a médio e longo prazo. Criou o novo marco regulatório, o Plano Diretor Estratégico, aprovou a Lei de Zoneamento. Ao invés de mega-obras destinadas a alavancar preços imobiliários nos seus arredores, o que a gestão Haddad fez foi um impressionante conjunto de pequenas obras na periferia da cidade: 410 novas creches, obras de drenagem, 1 milhão de m² de calçadas construídas (90% na periferia), instalação de 70 mil luminárias de Led, implantação de rede pública de cinema com 20 salas distribuídas pelo centro e periferia, entre outras ações. Além disso, a construção de 3 novos hospitais e os novos parques da cidade (Chácara do Jockey, Clube Tietê, 7 Campos, Bororé-Colônia, clube Náutico Guarapiranga, Centro de Esportes Radicais) apontam que as médias e grandes obras feitas na gestão Haddad não privilegiaram o sistema viário e o transporte individual motorizado.
Essa importante conexão entre pontos que estavam dispersos na cidade é um dos grandes trunfos de uma administração que faz política através da lente do urbanismo.
Por isso apoiamos a reeleição de Haddad, apoiamos as transformações em São Paulo.
sobre os autores
Arquitetos pela democracia é um coletivo de arquitetos e urbanistas de São Paulo e outras cidades e regiões que apoiam a reeleição do prefeito Fernando Haddad motivados pelas conquistas alcançadas durante a primeira gestão.